Hospitais

Foto de Ivone Boechat

Criança esperança

A esperança desta pátria,
que, até hoje,
não se reconheceu
tão linda e potente,
está depositada
aos pés do Senhor,
de olhos fixos em você,
criança;
abandonada, discriminada,
sofrida, analfabeta e sozinha,
levante-se do chão,
ao desalento,
desfralde a bandeira
desta nação,
corra todos os riscos
para que o idoso
de sua geração,
não fique suplicando,
sem alento
na porta dos hospitais,
sem voz,
o socorro que não chegou
a tempo para nós....
Por favor,
faça melhor do que
seus avós,
seus pais,
ame profundamente
esta terra,
pode-se
promover a paz,
em qualquer idade,
não permita
que a corrupção
ganhe esta guerra
e saia na frente
altaneira e resoluta,
como se fosse
uma virtude
a impunidade.

Ivone Boechat

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

MOMENTO DE REFLEXÃO

“MOMENTO DE REFLEXÃO”

Com a proximidade das festas vamos nos preocupar menos com presentes materiais, aqueles que as pessoas se endividam no cartão e em financiamentos e depois não tem paciência para ouvir ou entender as pessoas que ela mesmo presenteou pois esta ocupada demais trabalhando para pagar o cartão.
Quem te falou que precisa trocar a geladeira de ano em ano só porque foi lançada uma que tem uma luz de cor diferente, e teu carro, esta seminovo, não precisa se afundar em mais um financiamento só porque o vizinho trocou.
Vamos refletir, vamos presentear as pessoas que amamos com momentos de atenção, vamos ouvi-las, tentar entender suas aflições, suas reinvindicações e não calar suas bocas com presentes caros.
Quem sabe não recebamos o mesmo. Neste mundo materialista e mercadológico em que vivemos as prioridades estão expostas em vitrines a preços atrativos e em diversas prestações.
Em vez de comprar um vídeo game de ultima geração vá jogar bola com seu filho, garanto que ele vai curtir muito mais.
Você mãe proporcione a sua filha adolescente tardes de longas conversas sobre a vida, sobre sexo, sobre boas maneiras, será muito mais produtivo do que um cursinho de Manequim.
Vamos refletir, o homem já atingiu um estagio em que deve repensar a condição de voltarmos para casa. Quando falo em voltar para casa é proporcionar aos nossos momentos inesquecíveis e não presentes fúteis que nada agregam a eles.
Imagine quanto vale uma tarde com bolinho de chuva doce de leite feito em casa, pão caseiro, café com leite, é muito melhor do que Mac Donalds.
Lembro-me muito mais de passeios de bicicleta com meu pai do que algum presente que tenha me dado.
Quanto vale uma pescaria ao lado do pai, uma tarde de bordados ao lado da mãe para as meninas, isso tudo custa quase nada, mas hoje os pais quando percebem que o filho ou a filha vão lhe dar algum trabalho se apressam em dar um dinheirinho para irem no shopping e esta tudo resolvido.
O distanciamento imposto pela falta de tempo dos pais esta lotando as clinicas de tratamentos de drogados, os hospitais, as penitenciarias e os cemitérios.
Neste momento de reflexão eu proponho, faça um pique nique com a família, vá pescar, jogar bola, empinar pipa.
Na Europa até meados dos anos 70 todo jovem aprendia até os 15 anos a fazer um barco e depois velejar. Os adolescentes de hoje estão todos corcundas antes dos 15 de tanto ficar em frente ao computador, crianças de 8 anos já tem sintomas de tendinite.
Vamos refletir, vale a pena dar alguns passos atrás para arriscar encontrar a felicidade.
Vamos incentivar a cultura do “ser” e não apenas a do “ter”.
Um bom Natal e feliz ano novo a todos.

Edson Paes.

Foto de Raycleia Dias

Vida da Gente

Nos hospitais do mundo,faltam rémedios,faltam médicos.Mas não faltam,desepero,assim como não falta descaso.Mas o que não faltam mesmo é a dor e sofrimento das familias!

Foto de Marilene Anacleto

Filhos do Amor

Filhos e filhas do amor
São atirados no lixo
Nas portas de hospitais
Em lugares esquisitos

São tantos a cada dia
Filhos do amor bandido
Filhos de amor proibido
De amor descomprometido

Alminhas iluminadas
Atraem almas douradas
Num dia todo de graça
Socorro em tempo hábil

Abre-se o futuro de luz
Abraça, adota, caminha
Outra alma mui brilhante
E já tem uma família

Depois vem a educação
Carinho e amor, alegria,
Saúde, alimento e estudo
E uma vida de poesia

Pais e filhos se elevam
E têm uma vida melhor
Graças ao ‘dia de sorte’
Resgatado pelo amor.

Esses puros filhos do amor
São, a um ninho convidados
A desabrochar sua luz
Em um novo santuário.

Foto de Carmen Vervloet

AMOR TAMBÉM É COMPROMETIMENTO

Era primavera. A exuberância das flores encantava os olhos. Dias amenos, onde a esperança pulsava no coração e a alegria dava um brilho mais intenso ao olhar. Lembro-me bem, final de setembro de 2006.
Nos palanques os mesmos discursos, as mesmas promessas criando uma falsa expectativa para o povo sofrido. Era véspera de eleição, tudo iria mudar para sempre. Hospitais seriam reformados e aparelhados, outros tantos seriam construídos, escolas para todos, desemprego coisa do passado, alimentos fartos, violência eliminada. Os jornais repletos de notícias de programas políticos brilhantemente desenhados em papel.
Maria que catava jornais para sobreviver, nem sabia destas notícias. A pobre coitada era analfabeta, provavelmente por falta de oportunidade, já que Maria não fugia à luta. Os jornais serviam-lhe apenas para conseguir alguns míseros “trocados” para matar a fome da família e, sobretudo para agasalhar seus filhos nas madrugadas mais frias. Eram lençóis, colchões e travesseiros para sua família que vivia sob uma ponte. Pobre Maria! Pobres crianças! Maltratadas, sofridas, criadas nas ruas, esmolando nos semáforos. Maria sofria, Maria chorava! Era analfabeta, miserável, mas amava seus filhos! E como amava... Lutava como uma leoa para proteger suas crias. Lutava e padecia, porque nem o mínimo conseguia. A fome espreitava com olhos de insídia.
Passaram-se dois anos e as promessas se perderam ao vento, os programas não saíram do papel. Os políticos eleitos desviando dinheiro numa corrupção jamais vista no nosso amado Brasil. Dinheiro em cueca, dinheiro em meias, dinheiro em malotes, em cofres residenciais, contas em paraísos fiscais. A impunidade reinando. E Maria continuava lá, na mesma vida miserável. Paulo, o filho mais velho, envolveu-se com drogas e morreu assassinado numa esquina de um bairro nobre da cidade. Teve a cabeça esmagada por uma pedra. Antonio, o filho caçula, morreu de uma simples pneumonia, nos corredores de um posto de saúde por falta de atendimento. Subnutrido não resistiu à doença.
Então Maria, na sua imensa dor disse: Homens, onde está o amor? A vida é dádiva de Deus e todos têm o dever de respeitá-la. Sou pobre, mas sou gente! Tiraram-me dois dos meus três únicos tesouros. Por negligência, por egoísmo, por crueldade, por falta de sensibilidade! O coração de vocês é de pedra! Foi esse coração de pedra que esmagou a cabeça do meu menino. Foi esse coração de pedra que não deu a ele a oportunidade de uma escola, de uma profissão. Foi também esse coração de pedra que desviou o dinheiro destinado à saúde. Vocês mataram meus filhos. Assassinos! Assassinos! Assassinos! E saiu desnorteada pelas ruas, seguida de Pedro, o filho que lhe restou.
Os jornais deram grande destaque ao fato, que logo foi esquecido. E tudo continuou do mesmo jeito. O desamor reinando nos Palácios, os corações secos da seiva do amor. A sujeira cercando a consciência de quem por falta de amor não quer contribuir para a evolução do ser humano, trapos, num monte de lixo.
Neste Novo Ano que se inicia vamos colocar em nossa lista de desejos o nosso pedido a Deus para que ilumine, oriente e guie nossos novos dirigentes para que elevem suas consciências para essa realidade tão triste e feia e que se comprometam de fato para que a fome, a miséria, o analfabetismo, a violência sejam extirpados de vez do nosso rico e amável Brasil. Que possam merecer verdadeiramente a confiança do povo que os elegeu. Assim seja!

Carmen Vervloet

Foto de betimartins

Semeadores de amor

Estamos todos em tempo de reflexões, mudanças, sonhos e de semear amor.
Quem são os semeadores de amor? Almas que estão aqui para ajudar, eu diriam que anjos iluminados de amor no coração.

Este ano precisamos que fazer mais ainda mudar os nossos corações e ajudar irmãos que cuja a sua sintonia esta sendo abafada , iludida e consumida. Temos que semear rápido este belo mundo, trazer algo a luz para cada coração que esta se extinguindo no ódio, na maldade, no sofrimento e até nos enganos de seres pouco esclarecidos.

Quantos irmãos sentem perdidos, sozinhos, choram de vergonha, sem saberem o que fazer as suas vidas, tudo parece estar perdido, sem rumo, sem amor e de repente entra alguém sem pedir licença e muda tudo isso.
Escuta, chora, sente a dor e conforta, dando animo, mostrando caminhos, esperança e até resoluções que não eram vistas por esse irmão.

Estranho o que simples palavras, podem mudar os rumos de vida, dar esperança, confortar corações e mudar. Tem pessoas que estão endurecidas, sem acreditar em nada e até em si mesmo, são pessoas que sentem dificuldades em evoluir e sentir Deus que habita nelas.

Tem outro tipo de pessoas que para mim estão se enganando a si mesmas não a Deus, mas a si mesmas, usam o Nome de Deus, caminham por ai falando nele e se apresentam como falsos profetas, iludindo a quem passa, mas quem tiver a luz e o amor Divino não será enganado.

Existem aquelas que estão agarradas ao materialismo de tal forma que pensam que somente isso importa e nada mais e quando Deus tira o tapete dos pés ficam, como baratas tontas sem saber como e para onde caminhar, apenas se lamentando nada mais.
É para estes seres que precisamos de semeadores de amor e luz, para que não se percam na solidão e na escuridão de cada um. Por isso nunca desistas de ter paciência e humildade mesmo vendo a prepotência e arrogância do teu irmão, sejas humilde, observador e semeia amor, lentamente com perseverança e paciência, logo irás ver a semente florir aos poucos e certamente mudaste um rumo de um irmão que poderia estar perdido.

Existem também aqueles que sofrem de agonia, sozinhos nas camas de hospitais, talvez também nas suas camas solitárias em casa, sem ninguém para dar atenção e conforto a sua alma, para esses temos que estar mais atentos, pois eles precisam de nós do nosso amor e da nossa luz. São milhares botados ao abandono, ao esquecimento e ao final sem qualidade de vida.

Apenas um toque, um sorriso, uma palavra, um abraço pode mudar, alterar o medo que está refletido neles e ajudar a confortar o coração e não se sentirem sozinhos, perdidos e abandonados nesta caminhada. Faz toda a diferença estar ali!

Aqueles que estão jogados na rua, crianças, viciados, mendigos por opção e outros pelos excessos da pobreza, eles precisam de nós ali, ajudando, fazendo algo, mas na nossa humildade do amor incondicional, pois são dignos de mais respeito que muitos outros.

Temos aqueles que morrem de sede, de fome, de doenças, falta de saneamento, condições de vida provocadas pela guerra ou do desinteresse dos países ricos que já absorveram tudo que aquela terra tinha que dar.

Temos os conflitos de religiões que se matam por idéias e imposições de mentalidades usando o nome de Deus para matar, destruir e fazer espalhar a escuridão, conflitos de interesses econômicos, posses dos mesmos fazendo estourar a guerra e avarez do ser humano, apenas quando toda uma sociedade se devia se unir no amor.

Temos os dignos representantes da Igreja que violam crianças, cujo seus pais confiam seus filhos, julgando eles estarem a entregar aos mensageiros de Deus e esses mesmos mensageiros se aproveitam daqueles anjos e usam as suas fantasias nessas pobres crianças, mentes doentes mal cuidadas e dizem eles serem a salvação do Católico. Representantes de Deus. Eu sei que existem boas almas como padres, mas precisamos refletir muito sobre a escuridão que cobre o mundo.

Já que falamos na Igreja como posso eu ser cristã, vendo a proibição de preservativos quando Jesus pede que conservemos o nosso corpo livre de doenças, usaram a fé, usaram o medo e milhares contaminados e agora voltam atrás, mas há custa de quantas vidas?Condenando a morte lenta de várias doenças. Ainda estamos em outro tipo de inquisição, só que em vez de irem atrás das Bruxas, vão atrás do amor.

Por isso precisamos de semeadores de luz e amor, anjos que mudem que ajudem o ser humano a não cometerem mais estes erros e poderem seguir no amor, na partilha, união e igualdade.

Como semeadores de amor não podemos impor, podemos sim de forma clara e calma doar o que cada um tem de melhor em si, o amor, o doar de forma simples e sem se fazer notar e garantir um mundo melhor a começar por nossos atos, pensamentos e respeito por outros irmãos nossos. Apenas assim podemos ter um mundo de fraternidade e amor.

Betimartins

Foto de Marilene Anacleto

Ficha Suja, Ficha Limpa

Ficha suja
Tudo empurra
Com a barriga
A ferida social
Tão sofrida

Anda de avião.
O eleitor ‘vacilão’
Anda de ‘busão’.

Na saúde, tem bom plano
(Com nosso dinheiro!)
O eleitor, sem banheiro,
Sem esgoto,
Hospital não tem direito.

Ficha suja vai fazer hospital
(diz ele!)
Mas o eleitor (coitado dele!)
Adoece porque vive
No lamaçal.

Ficha limpa
Tudo brilha
Voz firme que não vacila
Aproxima-se de coração
Felicidade em tocar-lhe a mão.

Não promete hospitais
Tampouco emprego
Ou coisas mais

Cuida da natureza,
Casas sem desmatamentos,
Emprego e dinheiro
Vem dos reaproveitáveis
Organização dos recicláveis.

Ficha suja
Amor ao dinheiro
Apego aos bens não duráveis.

Ficha limpa
Amor a Deus, a si e ao próximo.
Porque ela é a nossa vida,
Amor à Natureza
E (ainda assim massacrada)
Mantém a sua florada,
E sustenta a nossa mesa.

Marilene
Publicado em 5 05Europe/Berlin outubro 05Europe/Berlin 2010 por maryany3

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Fraqueza/Franqueza

Em todas as pessoas
Todos os cantos
São tantos os quebrantos
Sem simular
Sem similar doçura
De se enfrentar
Na mais pura ternura
O pressionar;
Gole de pinga dura
Impulsionar
Os carros nas lagoas
Ratificar
Impressionar é pouco
Aos hospitais:
Não há nenhum limite.

Um grito mais que rouco
Toma os plurais;
Não há vergonha mais
No estado que fico
Não há mais precipício que delimite
Na gana de ganhar que identifico
Diante dos senhores
Só resta voar
Diante dos amores
Só resta voar
Sem asas e sem tempo de se explicar
Porque a vida é isso.

Foto de Leonardo André

Monólogo do Louco

Chega !!!
Vocês não têm o direito de me chamar de louco !
Por que sou louco ?
Só porque vivo sorrindo feliz ?
Só porque me emociono ao ver a rosa que nasceu em um jardim ?
Por que sou louco ?
Só porque converso com as plantinhas e os animais que crio em casa, ou porque fico feliz ao contemplar um sorriso de criança ?
Será que sou louco porque, às vezes, me revolto contra o poder das forças políticas de nosso país, que nunca se preocupam com a existência de uma “massa humana”, chamada “povo”, a não ser em época de eleições ?
Droga ! Eu não sou louco !
Loucos são vocês, que destróem centenas de florestas para construir cidades de pedras e arranha-céus de luxo. Vocês, que constróem fábricas que jogam elementos químicos nos rios e mares, envenenando a água que seus próprios filhos bebem e a comida que comem.
Loucos são vocês, que fabricam armas para destruir a vida de crianças, velhos, mulheres e de adolescentes, que morrem sem saber porquê, enquanto vocês arrecadam lucros enormes com o mercado bélico.
Loucos são vocês, que recrutam meninos, que sonham ser homens, lhes dão uma farda, os ensinam a ser violentos e a matar; depois os enviam para campos de batalha com a “patriótica missão” de matar outros meninos que, como eles, carregam armas e matam pessoas que nunca viram, sem mesmo questionar por que fazem isso.
Loucos são vocês, que deixam inocentes e miseráveis morrer de fome e frio nas favelas, enquanto comem do bom e do melhor, sentados em suas mesas luxuosas, portando seus talheres de prata.
Eu...? Eu não sou louco, gente !
Eu sou apenas um ser que chora, ri, se emociona, sente frio, fome, sede, calor e, às vezes, indignação. Indignação ao ver tanta coisa errada, tanta pobreza, tanta gente morrendo por ser mau atendido em hospitais públicos, ou por falta de segurança.
Eu não sou louco, não !
Loucos são vocês !
Eu... ? Ora... eu sou apenas mais um rosto na multidão !

Foto de Carmen Vervloet

7o CONCURSO - AMOR TAMBÉM É COMPROMETIMENTO

Era primavera. A exuberância das flores encantava os olhos. Dias amenos, onde a esperança pulsava no coração e a alegria dava um brilho mais intenso ao olhar. Lembro-me bem, final de setembro de 2006.
Nos palanques os mesmos discursos, as mesmas promessas criando uma falsa expectativa para o povo sofrido. Era véspera de eleição, tudo iria mudar para sempre. Hospitais seriam reformados e aparelhados, outros tantos seriam construídos, escolas para todos, desemprego coisa do passado, alimentos fartos, violência eliminada. Os jornais repletos de notícias de programas políticos brilhantemente desenhados em papel.
Maria que catava jornais para sobreviver, nem sabia destas notícias. A pobre coitada era analfabeta, provavelmente por falta de oportunidade, já que Maria não fugia à luta. Os jornais serviam-lhe apenas para conseguir alguns míseros “trocados” para matar a fome da família e, sobretudo para agasalhar seus filhos nas madrugadas mais frias. Eram lençóis, colchões e travesseiros para sua família que vivia sob uma ponte. Pobre Maria! Pobres crianças! Maltratadas, sofridas, criadas nas ruas, esmolando nos semáforos. Maria sofria, Maria chorava! Era analfabeta, miserável, mas amava seus filhos! E como amava... Lutava como uma leoa para proteger suas crias. Lutava e padecia, porque nem o mínimo conseguia. A fome espreitava com olhos de insídia.
Passaram-se dois anos e as promessas se perderam ao vento, os programas não saíram do papel. Os políticos eleitos desviando dinheiro numa corrupção jamais vista no nosso amado Brasil. Dinheiro em cueca, dinheiro em meias, dinheiro em malotes, em cofres residenciais, contas em paraísos fiscais. A impunidade reinando. E Maria continuava lá, na mesma vida miserável. Paulo, o filho mais velho, envolveu-se com drogas e morreu assassinado numa esquina de um bairro nobre da cidade. Teve a cabeça esmagada por uma pedra. Antonio, o filho caçula, morreu de uma simples pneumonia, nos corredores de um posto de saúde por falta de atendimento. Subnutrido não resistiu à doença.
Então Maria, na sua imensa dor disse: Homens, onde está o amor? A vida é dádiva de Deus e todos têm o dever de respeitá-la. Sou pobre, mas sou gente! Tiraram-me dois dos meus três únicos tesouros. Por negligência, por egoísmo, por crueldade, por falta de sensibilidade! O coração de vocês é de pedra! Foi esse coração de pedra que esmagou a cabeça do meu menino. Foi esse coração de pedra que não deu a ele a oportunidade de uma escola, de uma profissão. Foi também esse coração de pedra que desviou o dinheiro destinado à saúde. Vocês mataram meus filhos. Assassinos! Assassinos! Assassinos! E saiu desnorteada pelas ruas, seguida de Pedro, o filho que lhe restou.
Os jornais deram grande destaque ao fato, que logo foi esquecido. E tudo continuou do mesmo jeito. O desamor reinando pelos Palácios, os corações secos da seiva do amor. A sujeira cercando a consciência de quem por falta de amor não quer contribuir para a evolução do ser humano, trapos, num monte de lixo.
Neste Novo Ano que se inicia vamos colocar em nossa lista de desejos o nosso pedido a Deus para que ilumine, oriente e guie nossos novos dirigentes para que elevem suas consciências para essa realidade tão triste e feia e que se comprometam de fato para que a fome, a miséria, o analfabetismo, a violência sejam extirpados de vez do nosso rico e amável Brasil. Que possam merecer verdadeiramente a confiança do povo que os elegeu. Assim seja!

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