Indignação

Foto de carlosmustang

DESTINO

Quantos rostos a desaparecer
De tão jovens, só sonhou
De pouca vida, encantou!
De planos, encantamentos, eram

Poucos 'beijos', decepções 'mínima"
Amor, desejos, emoções tolhidas!
Reavivamento na curtição
Fogo que mata, ilusão !

Sublime, pouca existência!
Deslumbramentos, juventude em vão
Deixando saudade, indignação

Mas as emoções puras
Contidas num coraçãozinho
Virão á encantamento eterno!

Foto de Carmen Lúcia

Quero meu mundo de volta

Quero de volta meu mundo de outrora
onde se podia, a qualquer hora,
sair sem trancar o portão,
jogar pedrinhas, pular Amarelinha
nas calçadas, de pés no chão,
sem medo ou indignação.

Dar esmola sem temer o ladrão,
ter como base a fraternidade e a união,
respeitar pais, mestres, avós, irmãos,
dar-lhes afeto, ter-lhes consideração.

Hoje me dei às lembranças
de meu tempo de criança...
De tudo que tínhamos e perdemos,
das crenças que hoje descremos...
Ou ainda cremos?
Comparo o ontem com o agora.

Regalias à revelia...Megalomanias...
Cabelos brancos...Pedofilia;
exploração sexual, humano irracional,
crime passional, descomunal, brutal...
Meras banalidades de notícias no jornal,
esquecidas após o próximo
intervalo comercial.

Inverteram-se os valores...
Pais e filhos trocam abraços por carros,
pra que a vida não seja uma droga...
E por isso pagam preço muito caro...
De repente...Vira droga o presente!
E o hoje, esquecido vagamente.

Me perdi no tempo de agora...
Nada mais é como outrora!
Cada um por si, cada qual pro seu lado,
Cabisbaixo, calado, sozinho...
Esqueci até o nome do vizinho...
Desde quando me fechei?

Quero o meu mundo de volta...
Simples, comum, solidário,
sem cercas elétricas, calvários,
abrir portas, ver as cores,
tirar grades das janelas,
tocar as flores amarelas.

(Carmen Lúcia)
Carmen Lúcia Carvalho de Souza
19/05/2009

Foto de Carmen Lúcia

Sem lágrimas

Não derramarei uma só lágrima
que possa regar e cultivar a decepção,
umedecer a ingratidão ressequida, dar-lhe vida,
irrigar a secura da dor e reanimá-la.

Não, de meus olhos não verterão lágrimas
a rolar pela aridez de solos que abrigam traição,
onde meu pranto possa umidificá-los
possibilitando o brotar da indignação...

Não, chorar não mais...
preparar o solo para a tristeza,
deitar o tapete vermelho e vê-la passar
desafiante e irreverente à minha fraqueza.

Tudo...menos o debulhar em lágrimas
que afoga a coragem de saber lutar.
Melhor sangrar por dentro e drenar o peito
a embeber tais sentimentos que teimam
em me fazer chorar.

_ Carmen Lúcia _

Foto de Carmen Vervloet

Invocação

Sou o Deus que em ti habita
estou nas ruas em que transitas
estou com fome de amor!

Não fica olhando da janela
vem pra rua, traz a panela
o teu empenho, o teu sorriso
é tudo que eu mais preciso!

Sou cada uma destas maltrapilhas crianças,
tristes, perdidas, sozinhas, sem esperança,
mendigando um pouco de amor,
suspirando por um afago, um teto, um cobertor!

Fecha a janela, escancara a porta
mostra que comigo se importa,
deixa agir sem medo teu coração!
Verás, então, perfumados botões em floração!

Faz com zelo a tua parte,
faz com desprendimento, com arte
não espera pelos que estão no poder...
Estes estão cegos... fingem não ver!

Coloca teu tijolo nesta construção,
transforma em ação a tua indignação
e verás uma ínfima, mas expressiva redução
no sofrimento maldito que me deixa aflito!

E verás meu sorriso
nos lábios destas pequenas crianças
alimentadas, protegidas do frio,
enlaçadas no teu abraço amigo
festejando entre risos
o florescer de um canteiro de esperança...

Foto de carlosmustang

FARRAPO

Nem sei porque continuo escrevendo
Talvez masoquismo,esperança(de alguém ler essa bosta)
Cheia de lágrima, desconforto
Nem é dinheiro,sim consideração,
Com alguém que confia

Em verdades, que não deixa vestígios nem idiotices
E quem revolta-se como eu,
Seja bem vindo

Tenha sua indignação, mas não morra por ela
As coisas os problemas, não pode ser Tao pequenos
Ao ponto de ser acomodados em uma cabeça

Eu conheci essa porra louca, o pior dos seres!
Era como um gangster, inescrupuloso.
Fez um filho em mim, foi quase um estupro
Era tentador nos negócios
Um homem amável, mas com uma péssima carga negativa
Sabia amar, era amor, péssimo perdedor

Foto de CarmenCecilia

Nada Mudou...

Nada Mudou...

O pior é que nada mudou...
A impunidade acelerou...
A mídia deformou...
E a consciência desinformou...
Brasil... Sonhos mil
Onde está o brio?
E na calada da noite...
O breu persiste como um açoite
Tudo está por um fio...
Em nada me fio...
E seguir em frente...
Cala toda gente.

Carmem Cecilia

É muito duro ver e ouvir quando as verdades são ditas !!!!!!!. O jornal, a televisão e outros meios de comunicação interrompem a carreira de uma excelente jornalista por ela ter sido verdadeira. Nós cidadãos não podemos falar, temos ouvir e ver todos os dias as barbaridades desse país. Estou com vc diante de tanta indignação. Parabéns pelo seu magnífico trabalho.

Foto de VirginiaSimon

Pássaro

Pássaro ferido preso em sua gaiola,
Gaiola de sentimentos,
decepções,
indignação,
tristeza
e mágoas
Que não permitem curar essa ferida .

Verdades ditas,
vistas
e na maioria sentidas,
Por esse pássaro que almeja a liberdade,
Deseja paz interior.

Busca implacável pela cura,
Que muitas vezes tentar entender o porque de tudo isso,
Fazendo-de perguntas:
Por que me machucaram?
Por que fui ferido?
Por que me prenderam?
ou eu me prendi, me machuquei?

Ele tenta decifrar,
Tenta entender.
E que aos poucos em seu íntimo
inicia processo de compreensão e cicatrização.

Olho esse passaro ferido,
E vejo sua luta,
Vejo sua dor que não é vista a olhos nú,
Mas que enxergo com meu coração,
Coração este que deseja curá-lo,
Mas a cura não depende de mim,
Apenas dele.

Passaro perdido,
Em seus pensamentos,
Que tenta entender,
Que tenta livrar-se
Dessa prisão.

Não tenha medo de olhar para fora,
E almejar sua liberdade
Pois é mais intensa em sua alma
Que a prisão que lhe cerca,
E não impedirá esse ruim
o faça alçar voo e ser feliz.

Deus fez suas criaturas para serem livres,
Não para serem presos,
Mesmo que em sentimentos ruins.
Mas somos seres imperfeitos,
Criados por um Espírito Divino
Que nos Ama incondicionalmente.

E se este processo seja necessário,
Para cicatrização e cura de sua ferida,
Que assim seja.

Pois o que vale a pena termos em nosso lado,
Vale a pena esperar

Virginia Hartmann Simon

Foto de Carmen Lúcia

Abrindo cortinas

Abrem-se as cortinas...
As mesmas máscaras da mesma rotina.
O teatro recomeça:
os mesmos atos, as mesmas vestes, a mesma peça.
Refletores colorindo atores,
espalhando cores sobre o palco.
Falso impacto!
Personagens interpretando fatos,
textos recitados, decorados, semitonados, bradados.
Manifestos indigestos, repetitivos, enjoativos...

Convincentes?
Para alguns...
Incoerentes...
para todos.

Experimentados, vivenciados, não surpreendentes.
Artistas já desgastados, mal preparados, destoados,
frente a uma platéia incrédula, inerte
ao espetáculo que não se reveste,
que se repete à expectativa geral
refletindo indignação total.

Nada muda...
As mesmas cortinas de ano a ano,
as mesmas farsas do cotidiano,
gesticulações, expressões faciais, corporais.
A mesma encenação.

E a platéia se submete
a mais uma
Ilusão...

_Carmen Lúcia_

Foto de João Victor Tavares Sampaio

O Crítico, o Cínico, e o Cristão

Três sinos badalam a meia-noite.

Cantam três galos.

O primeiro é o crítico.

O crítico se posta ereto ao pé da serra, pois acha melhor observar a paisagem de cima. Ele cisca para sair toda a areia dos seus pés, sem perceber que levanta o pó na altura do pescoço quando bate suas pequenas patas. O crítico vê as coisas de fora, nunca se envolve com a situação, deixando as raposas roubarem os ovos enquanto suas fêmeas lutam desesperadas. O crítico, apesar de rude, se finge de manso.

O segundo é o cínico.

O cínico entrega seus colegas por trinta moedas de milho. O cínico é o que canta mais alto, pois é o que mais tenta esconder que é brigador, ao invés do frango que oculta debaixo de suas penas. O cínico sequer reconhece quem é, demonstrando felicidade no lugar de tristeza, certeza no lugar de dúvida, consternação no lugar de indignação. O cínico, por sua natureza, mente naquilo que bem acredita.

O terceiro é o cristão.

O cristão canta com amor, pois sabe que pode morrer no final do dia. O cristão carrega a responsabilidade de manter seus filhotes protegidos, seu ninho organizado, sua paz equilibrada. O cristão sabe que não pode expor à si e a sua prole ao desígnios da sorte. Sabe que deve construir uma união entre seus pares para aumentar suas chances de sobrevivência. O cristão, como galo ou como homem, deve zelar pela vida que tem.

Por mais que as parábolas mostrem o caminho que temos a seguir, precisamos ter inteligência suficiente para diferenciar o que é essencial do que é superficial. Por isso, devemos amar uns aos outros. Só dessa forma há a possibilidade do mundo permanecer vivo, apenas mantendo a porta aberta, apenas criando ao invés de matar. Assim se mantém a fé além da existência de um Deus normativo.

Foto de Leonardo André

Monólogo do Louco

Chega !!!
Vocês não têm o direito de me chamar de louco !
Por que sou louco ?
Só porque vivo sorrindo feliz ?
Só porque me emociono ao ver a rosa que nasceu em um jardim ?
Por que sou louco ?
Só porque converso com as plantinhas e os animais que crio em casa, ou porque fico feliz ao contemplar um sorriso de criança ?
Será que sou louco porque, às vezes, me revolto contra o poder das forças políticas de nosso país, que nunca se preocupam com a existência de uma “massa humana”, chamada “povo”, a não ser em época de eleições ?
Droga ! Eu não sou louco !
Loucos são vocês, que destróem centenas de florestas para construir cidades de pedras e arranha-céus de luxo. Vocês, que constróem fábricas que jogam elementos químicos nos rios e mares, envenenando a água que seus próprios filhos bebem e a comida que comem.
Loucos são vocês, que fabricam armas para destruir a vida de crianças, velhos, mulheres e de adolescentes, que morrem sem saber porquê, enquanto vocês arrecadam lucros enormes com o mercado bélico.
Loucos são vocês, que recrutam meninos, que sonham ser homens, lhes dão uma farda, os ensinam a ser violentos e a matar; depois os enviam para campos de batalha com a “patriótica missão” de matar outros meninos que, como eles, carregam armas e matam pessoas que nunca viram, sem mesmo questionar por que fazem isso.
Loucos são vocês, que deixam inocentes e miseráveis morrer de fome e frio nas favelas, enquanto comem do bom e do melhor, sentados em suas mesas luxuosas, portando seus talheres de prata.
Eu...? Eu não sou louco, gente !
Eu sou apenas um ser que chora, ri, se emociona, sente frio, fome, sede, calor e, às vezes, indignação. Indignação ao ver tanta coisa errada, tanta pobreza, tanta gente morrendo por ser mau atendido em hospitais públicos, ou por falta de segurança.
Eu não sou louco, não !
Loucos são vocês !
Eu... ? Ora... eu sou apenas mais um rosto na multidão !

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