Informática

Foto de Helder Duarte

O Controlo total

Quereis saber uma cousa, que vos digo!
Brevemente vai vir ao mundo um ser mau.
Sim vem! para afectar até à vida do mendigo!
Que continua apoiado no seu pau.

Vai haver um governante mundial!
Que com a informática vai na pessoa,
Pôr uma marca electrónica digital!
Já este alerta no mundo se entoa.

O seiscentos e sessenta e seis,
Vai ser posto na mão direita...
Do homem, mesmo que isso não penses.

Vão só poder comprar ou vender!
Quem tiver a marca feita...
No mundo todo o homem a vai ter!

Foto de Marilene Anacleto

Informação. Internet. Informática.

Informação, internet, informática
Conhecimento. Nenhuma prática.

Segunda: relaxa com cromoterapia.
Terça-feira equilibra-se na cristalterapia

Quarta-feira: com o yoga se exercita
Quinta é a vez da leitura da Bíblia

Sexta vai fazer meditação
Sábado: filosofia do coração.

Domingo: atende a família
O neto, a doença da filha.

O amor? Nem acontece.
Só se cansado não estivesse.

Segunda: tudo volta à rotina.

Informação, internet, informática
Conhecimento, nada de prática.

Segunda do zero recomeça
Não conseguiu a harmonia que quer.

Não relaxa com cromoterapia
Ainda pensa na filha

Terça tenta a cromoterapia
Não atinge o que queria.

Quarta no yoga se exercita
Mais distante de si fica

Quinta, leitura da Bíblia
Permanece feito ilha

Sexta na meditação
Bate-lhe forte o coração.

Sábado: filosofia e estudo
O coração está mudo.

Domingo: atenção à família
Mais uma semana perdida.

O amor? Ficou de novo para trás
Enterra-se na cama. Cansaço demais.

Internet, informática, muita informação,
Sem amor ao amado, sem alento ao coração.

Faz de tudo. Corre tanto. Está sempre sozinho.
Mas no dia em que parar encontrará o seu caminho

Foto de sandra santos

sandra santos - per si

“Tenho espalhado crônicas, contos e poemas pela web, em várias antologias e revistas literárias de língua portuguesa e italiana. Sou artista plástica. Tenho pé na informática. Gosto desse limite entre as artes, entre as coisas. Há muito saí do quadro. Faço arte efêmera. Coloco pessoas de rua e elementos de folclore dentro das molduras. Construo esculturas de sombra, de abóboras, murais de lixo, painéis de gelatina, tapetes vivos e voadores. No México, Argentina, Uruguai. Sem registro. Minha biografia está na memória de quem esteve comigo.”

Foto de Graciele Gessner

Internet e os Negócios. (Graciele_Gessner)





Não ter computador com acesso à internet é uma situação complicada, algo fora do contexto para o mundo dos negócios. Não ter internet é praticamente estar desatualizado e fora da concorrência. Internet é uma ferramenta fundamental, uma necessidade, eu diria até que obrigatória. É a evolução da informática que chegou para as pessoas e para os seus negócios.

A interação com outras pessoas, a divulgação imediata da empresa que ultrapassa fronteiras, tudo gira em torno de um grande sucesso para os negócios. No entanto, a informatização exige mudanças, pois a alfabetização digital anda em processo lento. Obviamente que existem grandes expectativas para o futuro, mas é preciso agir.

Hoje, uma empresa que não se atualiza não concorre, não tem preferência, perde o seu valor de custo e benefício. A possibilidade deste tipo de empresa sobreviver é anula – zero!

Nem sempre uma negociação se fecha no ato, às vezes a resposta definitiva vem pelo contato virtual – e-mail, MSN. Vou deixar de fechar uma negociação por falta de opção? Se for sim, feche as portas da sua empresa. Caso a resposta for negativa, atualize-se rapidamente.

01.02.2010

Escrito por Graciele Gessner.

*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!

Foto de NEOQJAV

Frases NEOQJAV

Frases NEOQJAV
O sacerdote e o levita discutem religião, enquanto o bom samaritano ajuda o necessitado que eles acabaram de ignorar...
Tg 1:26,27 / At 10:34,35 / 1Jo 3:17,18 / Lc 10:30-37
AUTOR: NEOQJAV (Jeremias 9:23,24)

Enquanto as respostas satisfatórias forem maiores que nossa capacidade de compreensão, e menores que nossa ignorância, elas nunca farão sentido....
[ Jó 12:7,8 / Hb 4:7 / João 16:12]
AUTOR: NEOQJAV (Jeremias 9:23,24)

O silêncio é um grito de apelo te pedindo para fazer o que é certo...
[ Tg 4:17 ]
AUTOR: NEOQJAV (Jeremias 9:23,24)

Quem não suporta a pressão espiritual da bíblia, se alivia inventando mais uma religião....
[ Mateus 12:30 ]
AUTOR: NEOQJAV (Jeremias 9:23,24)

Pedir esmolas pelo amor de Deus, é pedir mais do que todas as moedas que existem... [João 3:16]
AUTOR: NEOQJAV (Jeremias 9:23,24)

Eles podem se perder nas dúvidas e incertezas do mundo, mas eu me encontrei na verdade e no temor a Deus... [ Provérbios 17:24]
AUTOR: NEOQJAV (Jeremias 9:23,24)

Alimento-me da palavra de Deus, para não ser consumido pelo mundo... [Tiago 4:4][1João 2:15-17]
AUTOR: NEOQJAV (Jeremias 9:23,24)

A falta de fé na sua própria religião é demonstrada pelo excesso de críticas as demais. [ Tg 1:26 ]
AUTOR: NEOQJAV (Jeremias 9:23,24)

A cada nova descoberta maior a nossa definição de tudo, e mais próximo do nada o nosso conhecimento significa. [ 1 Cor 8:2 ]
AUTOR: NEOQJAV (Jeremias 9:23,24)

Loucura, é conseqüência da busca pela verdade absoluta. Sabedoria, é conseqüência da busca pela vontade de Deus. [ Pv 3:5-7]
AUTOR: NEOQJAV (Jeremias 9:23,24)

Depois de aprender a verdade, vem a perseguição, seja pelo mundo por seguir sua consciência, ou seja pela sua consciência por seguir o mundo. [ João 16:33]

Seria injusto da parte de Deus, deixar que você fosse tentado para sempre, assim como é injusto da sua parte cair em tentação toda vez que é tentado. [ 1 Cor 10:13]
AUTOR: NEOQJAV (Jeremias 9:23,24)

Uma religião não pode assumir que está errada, porque receberia a aprovação de Deus, e a desaprovação de seus fiéis. [1 João 1:8,9]

Não imite quem tem a bíblia na mão, imite quem a tem no coração.
[ Fil 3:17]
O lugar que mais te prejudica é o ambiente que te proporciona uma falsa sensação de felicidade. [Pv 14:12]
Se hoje sou exemplar, é porque segui o exemplo de homens justos.
[ 1 Coríntios 11:1]
O pecado estará em todo o lugar, se ainda estiver no seu coração. [ Pv 4:23 / Lc 6:45]
Fazer sentido não é sinônimo de ter razão. [ Col 2:8]

Somos poderosos nos limites racionais do mundo, mas não somos nada nas infinidades incompreensíveis de tempo e espaço. [ 1 Cor 1:25-27]
É impossível entender o sentido da vida, se não compreendermos a razão de morrermos. [ 1 Cor 15:19-21]

A beleza e a aparência são limitadas a atrair, somente as palavras e a personalidade são capazes de conquistar.

Ainda hoje, para muitas pessoas do cristianismo quando falamos de Hades e Geena, estamos falando “grego”.

O segredo para resistir as tentações, não é simplesmente adestrar o corpo quando você não liberta a mente, e não é só progredir em entendimento, se você não moldar suas atitudes. [ Gl 5:17 / Jo 8:32-34]

Não há sentido na vida, a não ser imitar o único que venceu a morte. [ Romanos 14:7-9]

Eu não preciso me relacionar com a religião para me aproximar de Deus, eu necessito é de me relacionar com as pessoas que demonstram ser feitas a imagem e semelhança do Deus verdadeiro que procuro
[ Efésios 4:20-24]

O objetivo do mundo, é que nos tornemos como ele, para depois o vermos como somos. [Mateus 6:22]

As crenças diferenciam as religiões, as atitudes igualam os verdadeiros cristãos delas. [João 13:35]

O melhor não é você se sacrificar por quem você ama, mas pela pessoa que passará a te amar, após o seu sofrimento por ela.

Uma resposta insatisfatória mata ideais, mas um “não sei” sincero , os multiplica.

Não questione para provar que o outro está errado, questione para entender o porquê dele estar certo...
[Mateus 21:23-27]

O amor está acima de lei, é é mais difícil viver a lei de Cristo, do que toda instituição já feita pelo homem.
[ Mat 5:38-48]

A bíblia mostra como viver, e não como debater, as críticas feitas a um seguidor de Cristo são refutadas pela sua conduta.

Impossível, é a luta por um sonho realizado, e o seu grande sonho, pelo qual é possível lutar...

Informática
Seol / Hades é a memória ROM de Deus, e Geena é a memória RAM.

Todo problema é uma charada, onde as soluções são as formas criativas de se tirar proveito das dificuldades.

Mostrar a porta a alguém é mais importante do que abri-la e empurrar o coitado lá.

Antes criança do que adúltero.

No dia da luta nasce um sonhador, no dia da vitória morre um lutador...
A busca pela felicidade é contraditória, pois a felicidade está na busca, e não na consequência dela.
O jeito mais rápido de amadurecer é não esperar resultados rápidos.

Se a felicidade pode ser definida como "variação positiva de emoção", então a cada sofrimento é aberta uma possibilidade mais intensa de felicidade.
O Sorriso não é consequência da ausência de problemas, mas da forma como a pessoa os encara.
A bíblia tem muitas interpretações, para aquele que procura desculpas para não fazer a coisa certa! 
Exagerar no que te causa prazer, te faz perder a satisfação de recreação, pois ainda não caiu a ficha que a maior dor é a ausência de prazer, e o maior prazer é a ausência da dor...
É a sua crença na bíblia que te faz praticá-la, e é praticar os ensinos da bíblia que te fazem acreditar neles, isso em programação é chamado de loop infinito.
Quem sonha com o impossível, tudo o que é possível torna-se realidade, quem sonha com o possível, a realidade se resume no necessário.
Quanto mais eu estudo a bíblia, menos prazeroso o pecado se torna. [ João 8:32-34 ]
Somos nós quem programamos o algoritmo da nossa personalidade...

O Acaso só é sinônimo de coincidência, quando você está preparado para ser o mais maduro que você pode ser naquela situação.

A conquista é tão momentaneamente prazerosa, que a luta pelos objetivos já é a vitória dos sábios.
Algumas vezes a certeza é apenas para os ignorantes, mas o aperfeiçoamento sempre será para os humildes.
Quem tenta viver buscando a razão, vai perdendo o sentido da vida, porque o real motivo, não é buscar o sentido da vida, mas sentir o que a vida te faz buscar.

As pessoas dizem que você não vai conseguir, porque não te conhecem... Se você se acha incapaz, é sinal que precisa se conhecer melhor.

(projetocristao1@hotmail.com)
http://neoqjav.dihitt.com.br/
http://www.ditados.com.br/ -> usuário NEOQJAV
Nunca Esqueça O Quanto Jeová Ama Você! (João 3:16)
e (Romanos 8:38,39)
Nunca Esqueça O Quanto Jesus Ama Você! (João 15:13)

Foto de Osmar Fernandes

Vamos salvar o planeta!

Vamos salvar a água
Antes que a sede nos mate!
Chega de tantas queimadas.
Vamos reciclar o lixo.
Una-se ao meu grito!
O mundo só leva pedradas...
Se quer um novo amanhã, pense... pare!
Está na hora de acordar.

Somos a geração da informática.
Temos o mundo nas mãos.
Não adianta saber matemática,
Se não tiver conscientização.
Vamos salvar o planeta!
Chega de destruição,
Chega de usar picareta...
Chega de devastação!.

Não fique ausente.
Vamos fazer um multirão!
Ou o futuro não terá presente.
Existe tanta sujeira no ar.
Destrua o lixo do seu coração.
Vamos reaprender a plantar.
Temos que encarar essa realidade,
Ou o mundo vai acabar.

Osmar Soares Fernandes

Foto de Edevânio

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, A TECNOLOGIA DO SÉCULO

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, A TECNOLOGIA DO SÉCULO
Por Edevânio Francisconi Arceno

Equivocadamente muitos relacionam a tecnologia com a informática, pois de que serviria um notebook a um morador do sertão da Paraíba, onde não tem nem energia elétrica. Uma bomba manual, para tirar água do poço, seria uma tecnologia ideal, bem melhor aproveitada e aceita pelo morador do sertão da Paraíba.

Mas não tenha dúvida, depois do invento da roda e da escrita, a informática é a maior referência tecnológica, principalmente com o advento da internet em 1969. Esta tecnologia transformou nossas vidas, direta ou indiretamente, facilitando o transporte, o trabalho, o lazer, propiciando mais moradias, saúde, segurança e principalmente na educação, onde gostaríamos de destacar os avanços tecnológicos. Desde o tempo das Redes Bitnet e Hipnet, onde as Universidades do Rio de Janeiro e São Paulo interligavam-se com os Estados Unidos, apontavam para uma futura democratização da grande rede. A partir de 1993, praticamente todo o território brasileiro, já estava interligado, apesar do morador do sertão da Paraíba, ainda continuar sem a tecnologia da energia elétrica.

A tecnologia na Educação é muito abrangente, desde a climatização das salas de aula até catracas eletrônicas, que registram a entrada e saída dos alunos, mas sem dúvida o maior avanço tecnológico, foi a criação das Universidades de Ensino a Distância, que estreitaram virtualmente suas relações com os mais diversificados tipos de alunos. Os desacreditados cursos por correspondência deram lugar as universidades virtuais, que receberam o aval do governo, até mesmo com a criação da TV escola, um canal de televisão do Ministério da Educação.

A pioneira mundial foi a universidade de Athabasca, Canadá, com milhares de alunos espalhados por 67 países. A maioria nunca pôs os pés no campus, em Athabasca. (ROCHEDO, 2005). Especialistas dizem que a partir de 2015, haverá uma explosão de universidades oferecendo cursos a distância. No Brasil, temos Katherine, ou simplesmente Kat, a caçula da Família Schurmann, mesmo navegando pelo mundo, estuda através dos módulos didáticos enviados pela instituição. Depois de fazer as provas, as redações e os trabalhos, envia via internet para a central da escola de Calvere –Baltimore, nos Estados Unidos, para correção. Mas nem todos concordam com o ensino a distância, o Sr. Valdemar Setzer, professor titular do departamento de ciências da computação da USP, não vê com bons olhos, um relacionamento, virtual entre alunos e mestres, ele acredita que ninguém aprende fora de um ambiente estruturado como a sala de aula.

Gostaríamos de concluir, usando uma frase muito conhecida pelo povo brasileiro, que foi eternizada pelo presidente Lula –“Nunca na história deste país...”, houve tantos alunos universitários, esperamos que o ensino a distância, ganhe cada vez mais credibilidade. Instituições como a UNIASSELVI- Centro Universitário Leonardo da Vinci, vem cumprindo o seu papel, oportunizando às pessoas - que ficaram a margem das universidades devido ao alto custo, ou em virtude do ingresso prematuro no mercado de trabalho - uma chance de voltar a estudar. Nós, os universitários do ensino a distância, é que temos que provar, não apenas ao Sr. Valdemar Setzer, mas à nós mesmos, que o ensino ocorre de fato, independente da distância, e se chegou até nós também pode e deve chegar ao morador do sertão da Paraíba.

REFERÊNCIA ROCHEDO, A. Se Você não vai a Escola... Revista Super Interessante, Rio de Janeiro, ed. 209, p.48-51, mar.2005.

Foto de Carlos Donizeti

Discurso de Posse

Excelentíssimo Prof. Dr. MÁRIO ROBERTO CARABAJAL LOPES - Ph.I/Ph.D.
PRESIDENTE FUNDADOR DA ALB e Dra. VERA LÚCIA ALVARENGA ROSENDO - Ph.I.
Secretaria Geral

Discurso de Posse

É com grande honra que recebo como dádiva de ter meu prematuro nome citado entre nomes de grande expressão nesta grande Egrégore casa de ensino e de valores culturais, casa esta onde o exercício da linguagem seja falada, escrita ou transmitida por diversos meios eletrônicos simboliza dons artísticos. Sendo empossado Membro Fundador Vitalício à cadeira número 002/ALB/SP da Academia de Letras do Brasil.
Sinto-me agraciado, e espero zelar pelo nome brilhante da ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIl, é o espírito que me encoraja a juntar-me aos nobres escritores representando minha adolescente cidade de Hortolândia SP. Tenho a paixão literária flui pelas veias inspirados por grandes nomes da literatura como Gregório de Matos, Cruz e Souza, Machado de Assis entre outros contemporâneos. Hoje com as facilidades da informática tudo se torna com extrema facilidade escrever, onde aproximadamente uns 20 anos, escrever e publicar para mim eram difíceis, pois depois de escrever e revisar tinha que ir pessoalmente a um jornal ou revista levando comigo escritos à mão ou datilografados, hoje em menos de dois segundos qualquer pessoa que tenha um computador com internet pode publicar em todos Sites do mundo.
Sou filho de lavrador, Jose Machado de Oliveira (já falecido este ano) e do lar Maria de Lourdes de Oliveira todos do interior de SP.
Quando criança meu pai ao arar a terra usando um animal, algumas vezes eu ia montado no animal, na minha casa feita de sapé o adoçante (açúcar) era feito em casa também sabão, só comprávamos o sal. Eu extensão de meu pai o contador de historias por isso escrevo e faço isso porque gosto de ler e escrever, mas sinto que preciso aprender muito, pois a cada dia descubro coisas novas sobre como escrever bem. Sinto dificuldade para escrever quando não tenho pleno conhecimento do assunto, ou quando acho que o leitor não se beneficiara da leitura. O meu maior sonho era fazer um curso de nível superior, consegui, graças a Deus, Sistemas de informática na faculdade Hoyler. Não faz muito tempo que escrevo poesias aproximadamente uns quatro anos.
Acredito que tudo que se passou com os grandes Poetas e Escritores também se passa comigo.
Quando minha alma desabafa as palavras vão surgindo de repente.
Não tenho gosto musical, pois gosto de tudo que não ofende as pessoas.
Gosto de passear em lugares turísticos e se comunicar sobre artes literárias.
Gosto de comentar sobre vários assuntos, mas reservo sempre uma idéia atualizada.
Para mim é motivo de satisfação quando posto um trabalho em um fórum.
Tenho também vários fóruns na Web, com vários poetas postando seus trabalhos. Dou graças a Deus por todos os dons.

Poeta e Escritor Carlos Donizeti

Foto de Gideon

O Theatro da minha vida

Domingo, 2 de outubro de 2005

Na sexta-feira passei em frente ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia. Estava iluminado. Era noite. Tinha um enorme cartaz, que já estava lá há tempo anunciando espetáculos a preço popular.
Meu coração pulava pela ânsia da arte. Tenho fome de arte, todo o tipo dela. A cada dia reconheço que deveria ter estudado Arte, não Economia e Informática. Às vezes penso que ainda há tempo para estudá-la. Tavez entrar em uma faculdade de Artes, enfim. Aliás, estou amadurecendo a idéia de fazer faculdade de Violino. Tenho estudado arduamente, diariamente. O cartaz do Theatro Municipal estava chamativo. Pensei rápido: Meus filhos, vou trazê-los aqui!.

Cheguei em casa e liguei para a Idailza avisando-a de que no Domingo eu levaria o Jean ao Theatro Municipal. Ela passou o telefone para ele e então ouvi um “Oba!” feliz.
Liguei para a Irani, irmã de Idailza e que é mãe da Priscila e de duas gêmeas de 8 anos, lindas: Paloma e Paola.
No domingo levantei-me às 6:30. Ageitei-me e camihei para apanhar o Jean, Paloma e Paola. A Paola é apaixonada por Violino. Diz ela que quer aprender este instrumento ainda na infância. Elas duas já estavam agitadas quando eu
e o Jean chegamos lá. Enfiei todo mundo no Pálio, passamos na Nete, outra irmã de Idailza, para convidar a Dayane, sua filhinha, mas ela não pode ir.

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro é lindo por fora e por dentro. Deslubrante mesmo. As crianças quase ficaram com o pescoço duro de tanto olharem para o alto. A Paola disse:

- Tio, aqui está cheio de mulheres peladas.

Onze horas em ponto a orquestra estava a postos e entrou o maestro. Para a minha surpresa agradável era o grande e conhecidíssimo Isaac Karabtchevsky. Meu coração disparou a mil por hora. Confesso uma coisa aqui. Também foi a primeira vez em que entrei no Theatro Municipal. Desde garoto sonhava ir lá. Sempre ouvia meus colegas na banda de música falarem sobre o Municipal. Quando cresci e passava em frente a este monumento, sempre via a classe rica descendo de seus carros com seus chofés e então concocluía que aquilo não seria para mim.

Ainda menino quando eu solava o Prelúdio La Traviata de Verdi no clarinete junto com a orquestra me imaginava em uma grande orquestra no Teatro Municipal com o corpo de balé se movimentando ao som da música que eu tocava. Bem, isto ficou somente na imaginação mesmo, pois jamais toquei no Municipal.

Enfim, voltando ao espetáculo. O maestro, após a verificação da afinação feita pelo spala, dirigiu-se ao público de forma muito simpática e passou a explicar situações de ensaios etc. Pois é, o espetáculo seria iniciado, como foi, com o Hino Nacional. Isaac Karabtchevsky fez uma brincadeira com o público lançando um desafio para ver quem conseguiria cantar o Hino Nacional inteiro sem errar. Deu chance para três pessoas mas ninguém conseguiu. Todos rimos muito e finalmente, ao seu comando, todos se levantaram para cantarem o nosso Hino Nacional. Foi um momento de muita emoção. A orquestra iniciou a apresentação e pude sentir aquele espírito da arte passeando pelas galerias do Theatro. Todos em silencio com a atenção direcionada para o palco. A Paola fez carinha de choro de emoção e todos rimos um pouco dela. Ainda bem que não notaram a minha cara de choro também, pois não resisto a concertos sem chorar. Claro que disfarço o quanto posso, mas nem sempre consigo. Enfim, o espetáculo acabou e voltamos todos felizes para a casa. Antes, tive de passar no Mc Donald com as crianças. Enfim, visitei o Theatro Municipal do Rio de Janeiro que tanto visitou as minhas ânsias musicais.

Todos rimos. Ela se referia aos afrescos e vitrais com os painéis do Theatro. Chegamos cedo e compramos quatro ingressos na galeria nobre. Entramos na nave do Theatro, nos sentamos e ficamos observando os músicos afinarem os seus instrumentos. O Theatro estava lotado. As crianças não paravam de olhar os vitriais e as obras de arte.

Foto de Lou Poulit

SÃO JORGE E O DRAGÃO

CONTO: SÃO JORGE E O DRAGÃO
AUTOR: LOU POULIT

Sentados em bancos tipo meia-bunda, Hermes e Cuia haviam acabado de chegar ao balcão da birosca. Cuia era bebedor dos bons. Mulato quase negro, de fala mansa e bigodinho de chinês. Bom malandro, natural da favela, sobrevivente a tudo. Em vez do calção e dos chinelos-de-dedo, de terno e gravata daria um excelente relações públicas. Só bebia cachaça e tinha preferência: “Ô Portuga, dá meu marimbondo aí!” Já seu amigo Hermes era letrado. O Vela, como era chamado desde a adolescência, era megérrimo, branco como um defundo, e parecia meio lento em tudo. Havia se afastado dali por alguns anos e nesse tempo fez faculdade, arrumou emprego, casou, separou, casou de novo, separou de novo, casou mais uma vez... Continuava mal bebedor, pedindo a mesma marca de uísque: “Ah... Bota qualquer um aí, Portuga”.

O Cuia só observando. Em sua cabeça um silêncio era bom conselheiro: gozado, o tempo passa e as pessoas vão se modificando. Aquela que conhecemos desde dos tempos das pipas e peladas, agregam-se com outras que não conhecemos ainda, mas parecem tão importantes quanto as antigas, senão mais. E todas se dão muito bem umas com as outras, dentro do mesmo corpo. Era manhã de domingo, dia de decisão no campeonato local de futebol. A birosca na encosta da favela já estava quase lotada. Se a polícia chegasse de repente, com certeza ganharia o dia, porque já era quase impossível aos de dentro vigiar os que viessem de fora, e alguns ali eram desejados pelos homens da lei. O tumulto pacífico da birosca era como o Hermes. Com o passar dos anos alguns não arredam pé. Outros, desconhecidos, chegam, depois voltam e vão ficando. E outros tantos somem, por algum tempo ou definitivamente. Mas a birosca ainda era a birosca do Portuga e as alterações individuais não modificavam muito a mistura. Fora a fauna birosqueira, tudo mais parecia continuar nos mesmos lugares: as garrafas de bebidas mais caras, os salames e enlatados cobertos de poeira. No nicho de táboa a lâmpada devia estar iluminando o São Jorge que, a despeito da ausência da sua lança, não fora ainda comido pelo dragão, apesar de tantos anos de luta. O próprio Portuga sempre se dizia desconfiado de que aquele dragão enchia a cara durante a madrugada, depois que fechava as portas, e que só por isso não conseguira ainda comer o santinho.
 
O Hermes agora tinha uma identidade virtual, a julgar pelo palavreado que estava usando e que provocava a indignação dissimulada dos bebuns mais próximos: Sabe, Cuia, o Portuga devia deletar aquele mictório compactado... Como é que é? — Espantou-se o amigo. É verdade, mermão... Aquilo é um banco de vírus! O Portuga é meio lento mesmo. Ele quer que esses caras acertem uma latinha daquelas. Já viu bêbado bom de mira?... Não. Nunca vi não... Então, Cuia, pra começar você tem que se espremer pra passar na portinhola. Só nisso já vai um risco. Depois tem que segurar a bebida, o cigarro, a portinhola... A portinhola?... Claro, mermão, vai que alguém deixa pra última hora e entra lotado. É uma senhora portada!... Riram-se os dois e o Cuia completou: É o que chamo de um arranca-rabo! E o cara que não queria encostar em nada... Vai chegar em casa todo molhado – Hermes interrompeu - E a dona encrenca vai inserir o cara na casinha do quintal, vai passar a noite junto com o Totó!... Ô Hermes, por falar nisso, cadê a Laurinha?... Laurinha? Ô Cuia, que estória é essa de “por falar nisso”? Eu nunca dormi com o Totó não. Você precisa ler as atualizações do meu perfil... Ler as atualizações... – Repetiu o outro perplexo. E faz isso rapidinho, porque eu to saindo, Cuia... Você ta saindo. Já vai embora?... Que vou embora, cara? Quis dizer que to desistindo das mulheres dos outros... — E aproximou-se do ouvido do amigo — Estou apostando todas as fichas na Mentirinha... Que Mentirinha, Hermes?... Ô rapaz, aquela gata gorducha, que trabalha na “lan house”, vai dizer que nunca viu?... Sei, da loja de internet ali no fim da ladeira. Mas não era a Laurinha a razão da sua vida?... Laurinha nada. Se arrumou com o dono da firma, agora desfila de gerente... Ô meu irmão... — O Cuia mostrou-se penalizado — Que azar... Azar? Você não sabe da missa a metade. Depois dela já tive a Mariazinha, a Teresinha e a Socorrinho... É mesmo Hermes?... Tô te falando, Cuia, mulher dos outros agora pra mim é homem!... Nenhuma delas deu certo, né?... Não podia dar: A Mariazinha só queria saber de ganhar coisas caras... Ih, mermão, isso ia te deixar na miséria... Deixou mesmo. A Teresinha no início era uma santinha, o marido tinha sido atropelado, vivia numa cama, e ela passava o dia fazendo sexo pelo computador... Mas isso não resolve, Hermes... Não, a gente saía toda semana... Então, qual foi o problema?... Ela acabou viciada, Cuia. Perdeu a fibra... Como assim, não era a sua mulher?... Não!! Era mulher do computador!!... Ô Portuga, dá mais um aqui pro Hermes!

Cuia precisou pedir mais bebida para dissimular. Tinha muita gente em volta olhando, curiosa por saber quem era aquela tal mulher do computador. Sem se dar conta e parecendo soterrado de tanta culpa, Hermes foi se explicando: Mas a Laura, ô Cuia, ela não foi a única culpada, sabe? Porque quando comecei a desconfiar dei de ficar deprimido. Depois, você sabe. Eu já não dava mais cem por cento, depois nem oitenta, e foi diminuindo, diminuindo a transmissão dos dados. Entende?... Dos dados? Ah, sim, acho que entendo. Mas e a outra?... Quem, Cuia? Já te falei, depois foi a Mariazinha. Me deixou numa miséria de dar gosto. Ô acesso caro aquele, sô... Aí eu não podia mais fazer outras coisas das quais gostava e sentia falta, não tinha grana pra nada. Estourei o cartão de crédito. Ninguém olhava mais pra minha cara, mermão... Tentando entender melhor, o Cuia arriscou meio sem jeito: Ah, a transmissão voltou a cair, né?... Chegou a menos de um quilobite por segundo! Ô desespero o meu... Por que você não fez uns programas, pra variar?... Programa, não fiz nenhum, Cuia. Mas baixei tudo que pude baixar. Todo dia era dia de “down”. E nada de “up”... Nem um cachorrinho? — O Cuia perguntou brincando, para tentar levantar o astral do amigo... Nem um, era só cavalo-de-tróia!... Essa eu não conheço ainda, mermão... Nem queira, Cuia. Depois você tem que fazer uma faixina geral. É muito chato mesmo. E se perdesse o HD nunca mais vinha aqui beber com você. Em falar nisso, ô Portuga! Cadê o meu uisquinho?... Já vos dei, ó pá!... Tão dá outro!
Da posição em que estava, Cuia percebia o interesse crescente dos bebuns em volta na estória do Hermes, mas achou melhor não interromper. O amigo devia estar precisando desabafar. Depois, eles não poderiam mesmo entender aquele dialeto de informática. E o Vela continuava falando: Agora a Teresinha, Cuia, nas primeiras vezes aquilo chegava sem jeito, olhando pro chão... Mas dali a pouco a santinha virava o demônio com rabo e tudo. Caraca, mermão! – O Cuia completou – Você só no piloto-automático... É isso, Cuia, o navegador era dela. Ela que escolhia a página. E num tinha anúncio não!...
 
Ao ouvir tais palavras, um dos bebuns já bastante calibrado, amigo dos tempos das pipas, chegou-se ao ouvido do Cuia e perguntou: Ele tava vendo televisão?... O Cuia dissimulou: Ainda não sei, mermãozinho. Fica na tua aí, na moral. Deixa o cara acabar de falar, valeu?... O bebum voltou meio inconformado pro canto dele e o Hermes falando: Mas foi assim só nas primeiras vezes. Pôxa, Cuia, eu já tava apaixonado por ela quando, numa tarde, começou a balbuciar umas arrôbas diferentes... Que arrobas, Hermes?... Endereços, Cuia... Ah, dos outros amantes dela?... Que outros amantes? Amante era eu, o resto era virtual! — Hermes indignou-se, deu um murro na táboa do balcão e pediu mais uísque. Do seu canto, sentindo-se desprezado pelo Vela, o bebum disse com a voz lenta: Taí, que machão que ele é... E recebeu um olhar enviezado do Cuia.
 
O Vela nem se dava conta do que acontecia à sua volta, ia desfiando o seu rosário enquanto a audiência dos bebuns aumentava: Eu não queria bloquear nem excluir a Teresinha, mas a cada nova tentativa ficava pior. Aí conheci a Socorrinho, que também era Maria, Maria do Socorro... E qual era o problema dela, mermão?... Não era ela não, Cuia. O problema era o marido dela... Ué, por que?... Porque o cara tinha mais de dois metros de altura, era muito forte e ruim que só o cão... E ele sabia que era chifrudo?... Sabia, mas era apaixonado pela Socorrinho e já tinha mandado dois pra lixeira, cara!... Ih, canoa furada, Hermes... Então uma tarde ela me chamou na casa dela... E você foi, maluco?!... Fui, ela me disse que estava precisando de um desencanador... Ocê é doido... É foi doidice mesmo. Quando eu pensei que ia carregar o arquivo, a um megabyte por segundo... O cara te deu o flagrante... Não, tocaram a campanhinha... Ô mermão, ninguém toca a campanhia pra entrar na própria casa... Pois é, mas já derrubou a velocidade, né? Era o filho da vizinha. Ela despachou o moleque e a gente voltou pro matadouro...

O bebum desprezado era um bebum respeitado. Toda hora fazia uma careta, ou um gesto, e os demais bebuns, formando já uma meia-lua às costas do Hermes, trocavam impressões. Percebendo tudo, o Cuia tentou levantar a moral do amigo: Aí você fez o couro comer... O bebum balançou o dedo indicador e fez beiço, querendo dizer que não acreditava. O Hermes respondeu: Mais ou menos, Cuia... Os bebuns metidos a jurados dissimularam uma risada, quando o bebum desprezado saiu da birosca fazendo uma porção de gestos. Mas não demorou muito, alguns minutos depois lá estava ele novamente, pedindo licença para passar e voltar ao seu canto. Que mais ou menos é esse? – Perguntou o Cuia... Eu disse mais ou menos porque quando o programa estava quase carregado, ela me sussurrou que ouvira um barulho na cozinha. Quase que não deu tempo. De repente o cara entrou no banheiro, já tirando a roupa, e quando me viu perguntou o que eu estava fazendo ali... E você, mermão, por que não pulou a janela?... Que janela, Cuia? Primeiro porque não tinha uma por onde eu pudesse passar. Segundo porque o banheiro era tão pequeno e o cara tão grande, que eu tinha a impressão de que éramos duas sardinhas numa lata. Ou melhor, uma sardinha e um tubarão!... Que coisa, rapaz... Ele entrou tirando a roupa e eu tentando vestir a minha!... E aí?... Ai eu disse que já sabia qual era o problema... Como assim, Hermes?... É, mermão, foi o que ele também perguntou. Vou explicar: Quando corri pro banheiro, logo vesti a cueca. Aí ouvi o cara falando que havia chegado o caça-vírus. Então, em vez de por a roupa, eu desenrosquei o sifão da pia e abri a torneira. Só não deu tempo de abotoar as calças... E o cara caiu nessa? Mas que otário!... Bem isso eu não sei. Porque eu disse a ele que no dia seguinte voltava pra tirar o entupimento. Ele me pediu que saísse do banheiro porque queria olhar o serviço. Enquanto ele olhava eu fui saindo. Quando pus o pé na rua, mermão, desembestei que nem a mula-sem-cabeça! E ainda passei uma semana correndo. Vendo o cara atrás de tudo que era poste.
 
A turma de bebuns já não dissimulava mais as risadas e os julgamentos. E já não era composta apenas de bebuns, nem somente de homens. Haviam chegado mais torcedores e algumas prostitutas mas, devido a bebida já em conta alta e ao peso das lembranças, o Vela não se importava. Expunha-se ao ridículo, despertando a piedade de alguns. Cuia não sabia mais o que fazer. Pensava em como levar o amigo para casa, enquanto ele ainda pudesse andar com as próprias pernas. Mas de repente o Hermes se empolgava e recomeçava a falar, sem tramelas na lingua já melosa. Estava claro que ele não se submeteria a nenhum conselho: E tudo por causa daquela piranha, Cuia! A gente era feliz. Eu percebi muito antes e falei com ela. Disse que o Afrânio ia querer lotar o disco, secretária novinha, com tudo no lugar, se sentindo importante... É, o cara foi esperto... Ela é que foi uma vagabunda! Eu avisei antes, ela aceitou porque se entusiasmou com as gentilezas do Dr. Afrânio — Disse o Hermes com desdém... Mas calma, mermão, isso agora já é passado. Esquece essa estória e vai em frente. Você não quer pegar agora a Mentirinha? Então pega e esculacha, mermão. Vai te fazer esquecer as outras. Inclusive a Laurinha... Ah, a Laura não, Cuia. Eu não consigo esquecer o que ela me fez. Nunca, jamais vou perdoar aquela mulher. Se encontrar com ela na rua eu arrebento aquela piranha de porrada.
 
Sem sair do seu canto, o bebum desprezado balançava o dedo e fazia beiço. Os demais, já em franco debate, se dividiam. As prostitutas, em grupo, se defendiam. Alguns torcedores defendiam as prostitutas, para que tivessem o que fazer depois do jogo, afundar a mágoa em caso de derrota. O Portuga não tomava partido, bastava-lhe vender bebidas para todos. No fundo todos se divertiam, aproveitavam o fim-de-semana. Até o dragão se divertia com aquele São Jorge sem lança! Menos o Vela. Estava realmente consternado, não parava de imaginar formas alternativas de trucidar a Laura. E usava as opiniões dos bebuns para reorientar as suas tramas, curtindo a dramatização da sua desgraça, como se isso lhe causasse prazer. Numa dessas, ao dirigir-se ao grupo de prostitutas para ver sua reação, percebeu que uma delas saia de trás do grupo e atravessava em sua direção. Ele não queria falar com ela, era apenas uma puta, como dizia ser também a Laura. Tudo farinha do mesmo saco! Era assim que dizia a si mesmo. Quando o Hermes escutou aquela voz de mulher lhe dizendo um curtíssimo “Oi” pelas costas, imaginou que o mundo havia parado de repente. Um silêncio palpável preencheu o ambiente. O Vela tentava decidir o que fazer, sob o peso de muitos olhares. Quando se voltou para trás, viu que havia uma mulher muito bonita no centro de um pequeno espaço, obviamente aberto para ela. Apesar do congelamento generalizado, apenas o bebum desprezado balançava a cabeça, mas agora positivamente. O Hermes não conseguia articular uma só palavra. Dentro do seu íntimo encharcado de uísque da marca “qualquer um”, tudo era escuridão, uma multidão de vultos ia e vinha, sem que ele pudesse organizar o pensamento. Não teve coragem de dizê-lo, mas não podia pensar noutra, só podia ser a Laura. Queria olhar dentro dos seus olhos, pois conhecia-lhe o olhar, mas a bebida já não o permitia. E quando a mulher lhe estendeu docemente a mão, com um sorriso calmo e soberano no rosto, o Vela não conseguiu fazer resistência.. Atravessando um silêncio galhudo e o farfalhar dos julgamentos de cada um dos presentes, sumiram os dois entre os torcedores que, na rua, preparavam-se empolgados para tomar o caminho do estádio. Como se houvessem ali dois mundos paralelos, o casal e os torcedores não se confundiam, mal se notavam. Era de se pensar que não estivessem no mesmo tempo e no mesmo lugar. Uma mão imensa e irresistível parecia abrir aquele mar de gente, enquanto o Vela, como um bicho dócil levado pela coleira, sentia-se seguro a ponto de não se perguntar se ela viera a mando de São Jorge ou do Dragão.
 
Na birosca, foi o bebum desprezado que quebrou a perplexidade. Deu um tapa na lateral do balcão, fazendo um estrondo que deixou o Portuga furioso: Ô Portuga! Dá outro marimbondo aqui pro meu amigo Cuia, que ele está pagando o meu também... E virando-se para o mulato, que se mantinha pensativo, sussurrou: Como nos bons tempos, heim Cuia?.. Uma a uma as pessoas foram se reacomodando pela birosca. O bebum sentou-se no banco, que o Hermes deixara morninho, e filosofou com ar de sábio: Ah, o amor. Coisa mais linda é o amor... Encafifado, o Cuia não respondeu, mas quis saber: Olha, você até pode me achar com cara de panaca, mas eu não tenho idéia de quem era aquela mulher. Não a vejo há anos, mas acho que não era ela não... O bebum virou a sua cachaça toda de uma vez e depois ficou olhando para o chão, reflexivo, com um sorriso torpe nos lábios. Depois de um tempo, finalmente falou claramente: Não era ela mesmo, Cuia... Mas então, quem era ela?... Depois de fazer uma careta, como se rebuscasse o passado, explicou: Você não se lembra da Lalá, a menina que vendia bala na estação do trem... Não, não me lembro mesmo...

Eu ainda era um homem respeitado naquele tempo. Pois bem, eu sempre comprava umas balas pagando uns centavos a mais, mas a Lalá não pisou no meu laço. Anos depois meteu-se com aquele bandido, famoso por cortar as orelhas dos seus desafetos... O Pinga-Fogo... Isso, ele mesmo. Ele sustentava a ela e a outras molecas. A Lalá engravidou para se sentir mais segura, mas o cara apareceu cheio de buracos e pouco depois ela perdeu o bebê. Então andou na mão outros bandidos, vendida como mercadoria ou emprestada, para os mais valentes. E desapareceu de repente. Passou uns anos fazendo programas com gente endinheirada, gerentes de banco, diretores de empresa... Então, foi nesse tempo que ela conheceu o Vela... Não, Cuia. O tal do Afrânio começou a se sentir incomodado e, para mudar o cardápio, demitiu a Lalá. No desespero ela conheceu o Pinga-Fogo que, no início, deu guarita pra ela... Mas não deu pra reconhecer, mermão. Ta muito diferente... Por isso eu lhe disse que não era ela. Você acha que depois de passar por tudo o que ela passou, alguém pode continuar sendo a mesma pessoa de antes?... É, você tem razão... Tem três meses que ela reapareceu, ta morando num privé dividido com outra, no bairro aí de trás... Mas por que ela tomou aquela iniciativa? O Vela podia meter a mão na cara dela... Porque, como lhe disse amigo, coisa mais linda é o amor...
 
O Cuia custava a acreditar. Não vai me dizer que ela está apaixonada pelo Hermes?... Que apaixonada coisa nenhuma, Cuia... E como ela veio parar aqui na birosca?... Eu chamei, ora. Ela é puta, não é adivinha. Mas eu conheço ela muito bem. Você sabe que conheço as putas daqui. Não posso mais pagar pelos serviços delas, mas conheço bem várias delas e sou amigo delas... Que coisa de doido, quem vai pagar? Quando o Vela entender tudo não vai tirar um tostão do bolso... Nada de doido não, Cuia. Ela não veio receber dinheiro não... Como não?... O bebum parou, se ajeitou no banco e continuou: Cuia, meu velho Cuia, eu já vivi um pouco mais que você. E lhe digo com toda a convicção: As mulheres que vivem de programa não são todas iguais. Mas são seres humanos todas elas, têm sentimento. Eu não pedi, apenas perguntei se ela queria fazer isso. Ela confiou em mim e topou fazer... Mas o Hermes não ama essa mulher... Já deve estar amando, Cuia... Mas não é a Laurinha que ele ama... Que diferença faz, Cuia? Ele precisava amar, se regenerar, tirar o paredão de dentro dele. Você acha que o amor dele, que ele não podia exercer e não servia pra nada, é mais amor que o da Lalá, dado de graça, pela necessidade dele e por amizade a mim? E ademais ela não tem mais nada a perder, só tem a dar. Qual o pecado nesse caso?... Mas por causa dela o Vela podia ter perdido a vida, lá no banheiro do caça-vírus. E noutras vezes, porque ficar pegando as mulheres dos outros, se não for pecado com certeza é muito perigoso...
 
E será que o Vela vai segurar a peteca? Do jeito que saiu daqui, não sei não... Ora, Cuia, ela é uma mulher sofrida, experiente, com certeza vai dar o jeito dela... Mas ele não vai se casar com ela, né?... Casar? Acho que ela não ta pensando nisso, não. Não é esse o trato. Se você sair com uma puta e falar em casamento, nunca mais ela sai contigo, pra não apanhar do cafetão... Mas vai que a Laura pensa... Acho mais fácil que o doido do Vela queira isso... O Cuia pediu a conta ao Portuga, pagou a cachaça e pendurou a conta do uísque, reclamando do preço. Ó crioulo! Então meu estabelecimento virou agora a casa da sogra? Vais dependurar a conta do outro? — O Portuga fez-se de indignado... Ó Português, não virou agora não. E já saindo o mulato completou, para desespero do birosqueiro: Não virou porque sempre foi. Ou você pensa que eu esqueci de quando abriu aqui esse seu barraco? Eu fui dos primeiros a honrar sua birosca com a minha presença, seu ingrato. Nem água pra lavar os copos você ainda não tinha... Ora pois espere aí mesmo, que eu já mostro a sua honra... Para delírio da freguesia o Portuga sacudiu no ar uma garrafa vazia, porém o Cuia já se encontrava na calçada, a uma distância segura, fazendo gestos obcenos para irritar ainda mais o amigo birosqueiro. Vinde cá, ó crioulo! Vou mandar o meu São Jorge correr uma gira atrás de você!... Qual São Jorge? Esse aí cheio de poeira? Deixa de ser mão-de-porco, ó português, e dá uma lança nova pra ele. Ó que o dragão acaba comendo ele, heim...

Depois, já descendo a ladeira, com ar de satisfeito o Cuia disse ao seu amigo bebum: Bom, tomara que pelo menos você esteja certo e ela saiba acender velas. Senão, quando ele voltar aqui, vai dizer que de repente bateu um vento... Que nada, Cuia, você manja muito é de despacho, mas num entende nada de computadores. Ele vai dizer que justo quando o programa estava carregado, caiu a conexão!

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