Inocentes

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo - Capítulo 5

O amor é um problema crônico.
Sempre existe um comentário malicioso por detrás das câmeras. Sempre existe uma vida oculta nas cozinhas dos restaurantes. Sim, os cochichos das coxias, os bastidores das igrejas neo-pentescostais que vendem cocaína, as maquiagens de bancos que saem com água e sabão.
Mais que um problema, o amor é um entrave aos mais esclarecidos.
O amor possui entrelinhas que só os mais inocentes podem captar. As crianças que se adaptam ao mundo normal são concebidas ao som de pagode e morrem ao som de ambulâncias. Como achar lirísmo nessa situação tão simplória? Só o amor sabe explicar.
Existe um lado oculto nos seres humanos que há tempos não se pronuncia abertamente.
O lado bom.

Foto de M_Costa

A carta que nunca leste, a única que te escrevi

Meu amor, queres sinceridade? Mexes e remexes cá dentro, tal e qual eu fazia em criança, com os meus inocentes brinquedos. na realidade sou estupidamente imbecil, mas, tu também o és, não tens culpa, a culpa é minha. Existem alturas em que expludo, faço coisas de que, claramente me arrependo, mais cedo ou mais tarde, costuma ser mais cedo que tarde. Chama-me o que quiseres, se necessário, okay, utiliza os vários nomes que existem no dicionário, se houver um erro eu não te corrigirei, tal como de costume. Estás no teu direito. Hoje estou na corda bamba, e a culpa é tua, a culpa é minha. A culpa é dos dois: minha, por ser uma eterna anormal, que não sabe o que faz. tua porque, duma forma horrível.. Esquece. Meu querido, a tinta está a acabar, deixo-te umas últimas palavras:
- gosto de ti
-estou arrependida pelo hoje.
- Desculpa, amo-te.

Foto de Peter

Eis o nosso mundo...

Está tudo bem , está tudo bem
Já foi preso alguém
E o rapaz mau
Está na prisão!

Tudo mal, está tudo mal
Ainda não foi preso o “tal”
O rapaz bom
Jaz no caixão…

Está na hora
Chega de estar a “nora”
Quanta injustiça
No meio desta preguiça

Fechamos os olhos
Enquanto inocentes morrem
Injustiças aos molhos!
Enquanto vemos “tv” eles que torrem…

Guerras sem sentido
Num mundo perdido
Crianças choram
E as mães implorar
STOP; STOP!

Mas os “senhores”
É que têm os louvores
Os cofres estão cheios
E os valores feios…

E nos…como paralisados
Em nossos lares penhorados
Por todo o sangue derramado
Que um dia foi amado
Assistimos de plateia
Por uma justiça que anseia

Até quando esta inércia?

Pedro Gomes

Foto de MorumySawá

MINHAS VISITAS AO INFERNO

Já visitei o inferno em vida. Já entrei em suas câmaras horrendas diversas vezes. Em todas, padeci muito. Nada tem a ver com o "Hades" mencionado na bíblia e nos estudos teológicos que são dados por religiosos. Aquele que jaz embaixo da terra e começa depois da morte não me interessa aqui. O inferno que já conheci e que me machuca fica mesmo na terra dos viventes.
Já estive no inferno do engano. Há algum tempo debato com um cenário surreal e dantesco que aconteceu dentro de minha mente. Vomito e sujeira, mau cheiro e loucura atolava meu filho no submundo dos tóxicos. Ali não existem humanos, apenas carcaças ambulantes. Sempre que tenho este pesadelo desejo dormir profundamente só para fugir do que testemunhei imaginando no futuro um cenário tão real que aflige não só a minha mente, mas, também a minha alma. Vivo a me perguntar por que os jovens se revoltam contra o sistema a sua volta. Tentam ser livres e acabam criando uma masmorra para si mesmo. Constroem o inferno com suas próprias mãos.

Sempre que desperto deste pesadelo um Lago de Enxofre permeia o mundo em que existo. Cada um dos jovens perdidos neste mundo tem uma mãe e um pai. Pais que choram como eu. Choram por não saber como apagar as labaredas medonhas que teimam em alcança-los.
Já estive no inferno da culpa. Hoje sei que nenhum tormento provoca maior dor que a culpa. Qualquer mulher culpada sabe o tamanho de sua opressão. Qualquer homem culpado fala que os ossos derretem com uma consciência pesada. Culpa é ácido que corrói. A culpa avisa que o passado não pode ser revisitado. Assim as pessoas se submetem a carrascos internos e esperam redenção através de açoites. A dor da culpa lateja como um nervo exposto.

Os culpados procuram dissimular o sofrimento com ativismos, divertimentos e prazer, omissão e loucura. Mas a culpa não cede; persegue, persegue, até aniquilar a iniciativa, a criatividade e a esperança. Recordo quando no final de uma reunião, uma mulher me procurou pedindo ajuda. Seu marido se suicidara de forma violenta. Mas antes, ele procurou vingar-se. Deixou uma nota responsabilizando a mulher pelo gesto trágico. Diante da tragédia, aquela pobre mulher, desorientada e aflita, não sabia como sair do cárcere que o marido meticulosamente construíra.

Já estive no inferno da maldade. Conheci homens nefastos, mulheres perdidas em sentimentos da inveja. Sentei-me na roda de escarnecedores. Frequentei sessões onde o martelo inclemente da religião espicaçou inocentes. Vi pastores alçando o voo dos abutres. Semelhante às tragédias shakespearianas eu própria senti o punhal da traição rasgar as minhas vísceras. Fui golpeada por suspeitas e boatos. Com o nome jogado aos quatro cantos, minha vida foi chafurdada como lavagem de porco. Senti o ardor do inferno quando tomei conhecimento da trama que visava implodir o trabalho que consumiu meus melhores anos de ministério. E eu sem saber como reagir.

Portanto, quando me perguntam se acredito no inferno, respondo que não, não acredito, eu o conheço! Sei que existe. Eu o vejo ao meu redor. Inferno é a sorte de crianças que vivem nos lixões brasileiros em meio às drogas. Inferno é a negligencia de pessoas que se acomodam em seu mundo particular e que se danem os que estão lá fora. Inferno é o corredor do hospital público na periferia de Brasília e em outros estados brasileiros. Inferno é a vida de meninas que os pais venderam para a prostituição. Inferno é a luta que meu filho enfrenta todos os dias quando acorda dizendo que não vai mais ser escravo do vicio.

Um dia, aceitei lutar contra esses infernos que me rodeiam, assustam e afrontam. Ensinei e continuo a ensinar que Deus interpela homens e mulheres para que lutem contra suas labaredas. E passados tantos anos, a minha resposta continua a mesma: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Acordo todos os dias pensando em acabar com os infernos. Gasto a minha vida para devolver esperança aos culpados; oferecer o ombro aos que tentam se reconstruir; usar o dom da oratória para que os discriminados se considerem dignos. Luto para transformar a minha escrita em semente que germina bondade em pessoas gripadas de ódio. Dedico-me porque quero invocar o testemunho da história e mostrar aos mansos que só eles herdarão a terra onde paz e justiça um dia se beijará.

Cleusa de Souza Klein

Foto de Odir Milanez da Cunha

RIO REVOLTO - SONETO

RIO REVOLTO
Odir, de passagem

Perdi-me dos passeios inocentes,
das crenças nos cenários, das certezas,
da pureza primeva das nascentes,
ao provar dos pecados as proezas

Qual riacho revolto nas enchentes,
causando convulsões nas correntezas,
sou hoje um rio de paixões pungentes,
cascateando choros e tristezas!

Lançar-me no mar morto e ter comigo
a paz das poças d’água, onde um pingo
de chuva faz marolas sem perigo.

Mas sou sobras de enxurro e não distingo
um mar morrente que conceda abrigo,
para um rio revolto e choramingo!

JPessoa, 18.01.2011

Foto de vino silva

Raça Humana

Raça humana

Raça viajante e incosntante,

segue seu rumo na foz do nilo.

Mistifica a pureza na cadência de cada tambor.

Teu sangue tua cultura, teu paradeiro teu suor,

tua vela e caravela, se despe de feitio despojado

Raça humana

Um sonho ,uma música, uma língua sentida

Um quere desmedito ,um choro sentido.

Eu sou da goa ou de Angola ou de outrora.

Sou da voz do vento na amazônia,

da criança que sonha com um mundo novo.

Raça humana

raça da semente fecunda da terra

Do coração que bate a cada lamento

Raça do mesmo sangue e de desencontros.

De choros perdidos e futuros prometidos.

Oh, céu traga todos inocentes no berço,

desta canção e retira cada bem no peito,

de quem perdeu a vida num segundo,

e deixa o mundo tomar conta do amor!!

Foto de Leonardo André

Monólogo do Louco

Chega !!!
Vocês não têm o direito de me chamar de louco !
Por que sou louco ?
Só porque vivo sorrindo feliz ?
Só porque me emociono ao ver a rosa que nasceu em um jardim ?
Por que sou louco ?
Só porque converso com as plantinhas e os animais que crio em casa, ou porque fico feliz ao contemplar um sorriso de criança ?
Será que sou louco porque, às vezes, me revolto contra o poder das forças políticas de nosso país, que nunca se preocupam com a existência de uma “massa humana”, chamada “povo”, a não ser em época de eleições ?
Droga ! Eu não sou louco !
Loucos são vocês, que destróem centenas de florestas para construir cidades de pedras e arranha-céus de luxo. Vocês, que constróem fábricas que jogam elementos químicos nos rios e mares, envenenando a água que seus próprios filhos bebem e a comida que comem.
Loucos são vocês, que fabricam armas para destruir a vida de crianças, velhos, mulheres e de adolescentes, que morrem sem saber porquê, enquanto vocês arrecadam lucros enormes com o mercado bélico.
Loucos são vocês, que recrutam meninos, que sonham ser homens, lhes dão uma farda, os ensinam a ser violentos e a matar; depois os enviam para campos de batalha com a “patriótica missão” de matar outros meninos que, como eles, carregam armas e matam pessoas que nunca viram, sem mesmo questionar por que fazem isso.
Loucos são vocês, que deixam inocentes e miseráveis morrer de fome e frio nas favelas, enquanto comem do bom e do melhor, sentados em suas mesas luxuosas, portando seus talheres de prata.
Eu...? Eu não sou louco, gente !
Eu sou apenas um ser que chora, ri, se emociona, sente frio, fome, sede, calor e, às vezes, indignação. Indignação ao ver tanta coisa errada, tanta pobreza, tanta gente morrendo por ser mau atendido em hospitais públicos, ou por falta de segurança.
Eu não sou louco, não !
Loucos são vocês !
Eu... ? Ora... eu sou apenas mais um rosto na multidão !

Foto de Eddy Firmino

DESPERTAR DO AMOR

O despertar do amor é assim
Acontece de repente
E envolve totalmente
Suave como o jasmim

Logo estamos a rir a toa
De tão apaixonados
Como dois enamorados
Seja no sol ou na garoa

Invade os pensamentos
Então sonhamos acordados
Logo estamos abraçados
Nossos doces momentos

Então choramos sem saber
Lágrimas de felicidade
Ou pode ser de saudade
Lembranças do bem-querer

E o amor vai acontecendo
Entre juras e beijos
E inocentes desejos
Algo tão belo nascendo

E o sentimento em mim
Está presente em ti
Guarde então para si
O despertar do amor é assim...

Foto de Carmen Lúcia

Logo eu?

Logo eu?

Que havia jurado
a Deus e a mim mesma
não mais me apaixonar ...
Trazer o coração trancado,
jogar as chaves pro outro lado...
Eu, que o havia esvaziado,
deixei-me de novo enganar.

Volto a chorar, lamentar...
As velhas lamúrias do amor
que “Quando se vai, deixa a dor.”
Antigo bordão dos apaixonados
que exultam por serem logrados,
masoquistas e conformados
que de sadismo velado,
do desamor ultrapassado
fazem seu itinerário...

Dissabor, dor, abandono,
injúria e desengano...
Esses velhos clichês desgastados
deveriam ser superados,
afogados no mar de lágrimas
dos inocentes exasperados.

Logo eu?

Foto de Danilo Henrique Pereira

Nostalgia

A gente começa, do jeito errado, mas no final o otimismo permite, nos ajuda a continuar, a buscar pelo certo, sempre uma gota a mais para beneficio próprio, a gente sorrindo e outros chorando, o ideal seria pensar em todos de forma plaina, igual, e não como em uma balança, a verdade é que isso não acontece, pode-se haver casos, claro, exceções existem.
Bom, o ideal é começar pelo começo. Acredito que tenha sido pelos meus 15 anos, era das flores adolescentes, hormônios, lagrimas, angustias e sorrisos claro. Tinha um nome fascinante, Iohana, eu gostava, achava assim perfeito para seu rosto, seu humor, lindos cabelos loiros, era atraente, bastante atraente, e não era apenas meus olhos, não, de jeito nenhum, era cobiçada, e bastante, tinha assim um nariz pequeno, boca rosada, queixo fino, bochechas levemente avermelhadas, vivia sorrindo, dentes brancos, a suas bochechas tinham aquele furinho, era um charme, e o melhor de tudo, lindos e sublimes olhos verdes, grandes, vivos, sempre atentos, gostava de dar aquela “encarada”, por assim dizer, seguia com os olhos quem permitia, era linda sim. O melhor disso é que a gente tinha uma amizade, tinha sim algo até mais que amizade, num sei porque não deu certo. Meus estranhos hábitos, meio tímido, e a mesma idade atrapalhava também, mulheres são sempre mais velhas que os homens, isso é fato. Acabara por achar que eu fosse infantil, sei lá. E também tem aquela magia que faz a gente pensar que a adolescência nunca vai passar, sempre vai existir a falta de preocupações, a falta de tomar iniciativas, sempre tranqüilo, o pior de tudo é que nunca tivemos nada, nem um romance nem sequer um beijo, mas tínhamos uma coisa especial, sabe quando se sente, o “gostar de alguém”, o sentimento inocente e novo, que só vem uma vez. A lembrança também é gostosa, faz nos sentir mais jovens, faz nos sentir daquela forma de novo, a verdade é uma só, essa foi a maneira que deixei uns dos meus mais inocentes amores ir embora, junto da minha adolescência e dos meus vídeos games, meus amigos da infância, meu quarto, meus CDs, minha bicicleta, nossa, são coisas que fazem um cara com eu, feliz.
No geral, o passado no fundo deixa as pessoas mais felizes, não é só da Iohana que sinto falta, é de um todo, de uma época, a nostalgia é a lembrança mais agradável que consegue me deixar triste. Eu confesso que se pudesse, voltava a viveria tudo de novo.
(Danilo Henrique)

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