Julho

Foto de Thiers R

>Incólume

Incólume

Paredes e ouvidos
supostamente ocos
gritam à dedos desvalidos.
aquela noite
ardia vermelha taça
na boca de teus seios
o cigarro parado queimava
enquanto veias entumesciam
era o maldito desejo a dizer:
quero-te!
quero-te no lençol sangrento.
quero-te na noite infernal.
quero queimar sem cinzas
abocanhar tua voz
na renda desenhada
de teu pensamento
perfurando histórias in contadas
e extrovertidas
às gargalhadas.
quero-te na ausência
do cheiro forte que exalas.
quero-te mordendo
até que possas saborear
cerejas desfazendo-se
em roucas letras
ainda por se formar
somente porque
esvaziaste e consumiste
o gole fatal.
sem entender o porque
estou limpo
lavado e barbeado
a espera de que algo aconteça.

ThiersRimbaud
25/2007
__Julho__
>

Foto de ssoaresmartins

aquarela sertanej

saudade,triste saudade
como no peito gravado
esse é, o penoso salário
de quem busca, viver o passado
de ti hó porteira velha
quase nada restou enfim
só os troncos de braúnas
e alguns paus de angelim

nas boas férias de julho
na anciosa caminhada
seu rangido, parecia
alegre com minha chegada
emocionado eu abraçava a vovó
que me punha a esperar
o café de rapadura
com umas broas de fubá

minha boa e velha amiga
bem conheces meu passado
daquele amor primeiro
o beijo que não foi vingado
se com um pequeno canivete
um coração desenhei
muito grande foi a paixão
com que em ti, o nome dela gravei

com tio nelson eu brincava
nas palhadas de feijão
abra o fole da sanfona
hoje é noite de são joão
as meninas arriscam sorte
com quem hei de me casar
dança valsas e rancheiras
até o dia clarear

que pena passou depressa
minhas férias acabou
preciso voltar ao colégio
papai um recado mandou
adeus sitio da bôa esperança
com um nó na garganta eu falava
um rangido agora triste
dentro da mata ecoava

e assim foi pôr muitos anos
minha mocidade chegou
mas um dia que tristeza
tudo de bom se acabou
a vovó muito velhinha
resolveu dali mudar
foi-se embora para são paulo
para nunca mais voltar

fui ao sitio com meus tios
que crueldade aquele dia
todos olhavam triste
para tudo que acontecia
ao passar pela porteira
amiga da infância querida
foi seu rangido mais triste
que ouvi em minha vida

e hoje aqui de regresso
contigo me deparei
mas ao ver o seu estado
te confesso que chorei
seus paus já apodreceram
nem o coração existe mais
só os troncos de braúnas
perdidos nos matagais

o tempo impiedoso
vai fazendo o rumo mudar
adeus sitio da bôa esperança
adeus canto do sabiá
e de tudo só restou
uma lebrança rotineira
atormentando a minha alma
o rangido da porteira

Foto de Ednaschneider

O anjo e o Sol

O anjo estava triste, deprimido;
Por que havia caído...
Chorava, pois havia sofrido...
E pensava que jamais ficaria restabelecido.

Caído como um pedaço velho de papel
Arrastando-se como um caracol
O anjo olhou para o céu
E observou o Sol.

O Sol lindo, com toda sua magnitude...
O anjo ficou a olhar
Após esta observação tomou uma atitude:
Uma decisão: Que tinha que se levantar.

O anjo levantou-se do pó
Com ajuda do raio solar
Viu que não estava mais só
E o Sol passou a amar...

O Astro Rei tinha nuvens
Que viviam a lhe rodear
As asas do anjo surgem
Para o Sol alegrar...

Agora vivem em perfeita união
O Sol e o Anjo.
Seja inverno ou verão
Vivem em perfeito arranjo:
Fizeram uma bela canção.

Uma perfeita sinfonia cantada com calor, ardor;
Há tanta sintonia entre Sol e o anjo:
A linda canção que se chama amor
E já receberam as bênçãos de Miguel Arcanjo.

Joana Darc Brasil *
27 de julho de 2007
*Direitos reservados.

Foto de Ednaschneider

Janeiro

Janeiro... Primeiro mês
Onde uma certa vez
Aconteceu:
Duas pessoas que tenho admiração
Caíram. Sofreram, quase morreram.
Hoje elas riem...
Ainda bem que passou.
Ainda bem que a dor cessou.
Ficaram marcas, cicatrizes...Algo inevitável.
Mas o que de mais importante ficou
Foi a lição que trazem:
De superação.
No décimo dia...E eu nem sabia
Estava longe, o sentimento atual não existia.
Comemorando mais um ano de vida, Sorria.
Passaram-se anos e agora as conheço
Por ambas surgiu uma amizade com tanto apreço!
Tinham que superar!
Algo estava reservado
A resposta após o tempo passar...
Tem nos mostrado...
Um porquê...
E estou aqui para falar
Que foi muito bom conhecê-las.
Essas duas estrelas.
Que passam sobre minha vida
Não somente
Como estrelas cadentes...
Pois caíram, se ergueram.
Além da amizade que tanto valorizo
Não passam a imagem de coitadas
Que tomaram prejuízo.
Mesmo com marcas cicatrizadas
Têm mostrado uma lição:
A de superação.
E por elas tenho muita admiração.

Joana Darc Brasil*
24 de julho de 2007
*Direitos reservados à mesma.

Foto de Lou Poulit

NÃO CABEM DOIS MARES NO MEU ABISMO

Não cabem dois mares no meu abismo. Não resplandecem duas estrelas na minha escuridão, nem duas manhãs podem beijar o reabrir dos meus olhares. O meu sonho incauto colhe os ventos rebeldes que o arrebatam, e o peito do alto tolhe as vagas que lhe desafiam, mas no silêncio milenar das suas profundezas o meu amor não se desalinha. Pelas imensuráveis distâncias do próprio cosmo, o meu amor peregrina e das palmas que lhe acariciam esmola: de cada era a prece em que tardo e a bailarina, em quem como um raio ardo e me esvaio, com cada passo tece o cetim no espaço, o olhar que toca a tez amada quando amanhece.

O relâmpago, que a eternidade de um instante proclama, não alforria duas senhoras, nem duas escravas lhe possuem a chama. O hálito morno, que áspero lambe o leito e dessedenta o rio, e como um senhorio crava estrelas em suas areias, só tem uma pataca. Para que dois alforjes? Não são de sandálias as suas pegadas, mas onde aponta o velho cajado ancora-se o frêmito do escuro ao firmamento, como se ao crepúsculo o amor ancorasse o vento e, a se deserdar do fim iminente, sentisse o que o músculo não sente. O corpo da amada não mente, o botão guarda o instinto da rosa. O templo espera, de uma só direção, pela manhã sestrosa que há de lhe dar vida às pedras.

Pois que venha o amor no dia das algas. Abissais, viscosas e quentes, esgalgas algas, crispadas no rastro das correntes, rubras espadas a sua conquista. Virá o tempo do grito rijo, nas entranhas do torpor. Virá a madrugada ao regozijo do repouso. Amada, virá o amor tardio... Ah, o amor vadio, sem peja ou medo, a mais doce peleja, o mais furioso brinquedo. Virá na ponta do dedo, no gume da fala, descabelar a pérola numa luta que na vala brota, de pétalas no fundo da grota... O pórtico exíguo e seu tímido obelisco hão de ser soterrados sob as asas do pégaso amado, para que apenas as suas estrelas rasguem o negrume e habitem o instante. Ah, o amor... Pelo caminho dos pirilampos o amor virá com seu tropel. Mas que não venha pelos campos, nem do mar nem do céu, mas com um canto gutural o amor mais visceral venha do nosso passado... E domado como um bicho amante, pela crina, há de transfigurar-se em doçumes, no vau largo da bailarina, num último cismo de lumes. A manhã pertencida espreguiça o levante, sem posses ou posseiros, sim à vida... E nunca mais aos ciúmes.

(Itaipú, 21/julho/2007)

Foto de Paulo Zamora

Apenas um encontro (www.pensamentodeamor.zip.net)

Apenas um encontro
Diz o que quer da minha vida. Eu darei sem reclamar, por este momento eu darei tudo de mim. É encontro marcante, onde vidas se opõem necessariamente dentre duas mentes conscientes... é nascente sentimento. Diz que não vai doer nada quando for caminhando, indo embora, quando falar que foi apenas um encontro. Me apego facilmente, são frutos de um homem carente.
O que é então? O que você me fez? Já me apaixonei, e agora o que farei? Direi ao coração que é mentira? Juro que ele nunca entenderá...
Será que eu não tenho direito de ser feliz também? As vezes penso que não posso ser amado; foi tudo azul e se transformou; diz que teremos outros encontros.
Volta correndo...
Desculpe me expressar, mas até mesmo o vento precisa saber; saber que encontrei você...
Amor se faz com quem se ama, aprendi a fazer com você, é sinal que aprendi a amar com você, pela primeira vez na minha vida fiz amor.
Não podes me deixar. Algo de mim deve ter tocado você, talvez o que não somos capazes de vermos. Esperei tanto por alguém, mas não esperava que fosse apenas um encontro. Queria que fosse mais...
Diz o que quer da minha vida.
Darei até a vida.
Pedirei a Deus permissão para lhe dar o céu.
Um coração de anjo.
Diz o que quer... te darei meu amor...
(Escrito por Paulo Zamora em 20 de julho de 2007)

Audio(Baixem meu Cd de poemas)
Baixe meu Disco de poemas
http://rapidshare.com/files/43670783/Voc__Sabe-_Sele__o_03_de_2007__Paulo_Zamora_.rar.html

Demora um pouco porque são vários arquivos.
São 30 poemas da minha autoria.

“Você Sabe”
Na voz do poeta e escritor Paulo Zamora
01-Você sabe- 02-Porque somos namorados- 03-Por quem nós choramos- 04-Pela casa dos detalhes- 05-Nas Alamedas- 06-Te perdi- 07-O rancor de ontem- 08-Ponto de Loucura- 09-Pose de Flor- 10-Solitário reflexivo- 11-Amor de menino- 12-Entre Quatro Paredes- 13-Teus Mistérios- 14-A saudade- 15-Se não fosse por amor- 16-Um poeta a luz de velas- 17-Troca de Sentidos-18-Vidraça da vida-19-Na sua falta-20-A saudade que eu sinto-21-Respeito de um anjo-22-Em algum lugar do mundo-23-Dono dos meus sentimentos-24-O Passado-25-Tudo é você-26-Vida Vazia-27-Na espera da compreensão-28-Nas alamedas (Part. Célio de Barros)- 29-Em pensamento-30-Tradução de High (James Blunt )- 31-Inocente- 32-História- 33-De dentro de mim (Part. especial de Célio de Barros)
Seleção dos poemas escritos e gravados entre janeiro a maio de 2007- Paulo Zamora- 18 de maio de 2007 (Ano 13)

Dica de como baixar.

01-após abrir a página do RapidShare , procure num quadro abaixo a palavra Free, então clique.
02-Ao abrir uma outra página procure um espaço em branco onde está liberado para escrever letras que aparecem ao lado, após fazer isto, então clique parar baixar, escolha onde salvar em seu computador.
03-Espere o tempo necessário e pronto.

Foto de Paulo Zamora

Caminhando dentro de mim

Sorri olhando para mim pelo lado de dentro. As imagens do passado vão ganhando o espaço... os anos passaram, pessoas passaram, lugares se modificaram... tudo é uma saudade gigantesca. O meu amor estava na sala lendo um livro e quando me viu entrar sorrindo veio e me deu beijos. As flores que você plantou, aquelas que regava em todas as manhãs... elas continuam em meu coração.
Estou me banhando de lembranças, os momentos mais importantes, os mais tristes... todos inesquecíveis. Uma vida trás melancólicas melodias tocando no íntimo. Daqui para o eterno pode parecer muito tempo, é porque meu imperfeito coração tem um perfeito sentimento, incomum travando batalhas entre eu e o passado, então me esqueço que virá o futuro... meu outro mundo!
Chorei olhando para mim pelo lado de fora, estou sozinho... só na imensidão de uma saudade, alguém refletindo o mundo se enganando com as decisões...
Dos meus olhos através de uma janela, as folhas sempre caem... o vento as leva para outros lugares, para longe de mim... distante como eu de mim mesmo, sem que eu pudesse apalpar o que me é visível como pensamentos... como minhas viagens no tempo.
Talvez você chore por mim, o “talvez” é tão incerto que tenho a certeza de que esse fim é eterno...
(Escrito por Paulo Zamora em 12 de julho de 2007)

Acesse: www.pensamentodeamor.zip.net
Comunidade no Orkut: Um poeta de Três Lagoas MS (Faça parte)
e-mail: paulozamoracontato@bol.com.br

Foto de Ednaschneider

Delírios

Quero ficar assim um pouco em silêncio
Só ouvindo você respirar...
Deitada sobre teu corpo, eu penso:
Como é bom te amar!

Você agora respira baixinho
E as batidas do coração voltaram ao normal
O sorriso meio sem jeito
Resultado do amor satisfeito
Do ritmo frenético, um pouco em desalinho
Na medida certa do que se chama “sensual”.

As pernas trêmulas,
Meu corpo colado ao teu!
Constatar que não foi prazer apenas.
Que é amor abençoado por Deus!

Ergo o rosto com carinho e desejos
Passeio sobre teu corpo...Vou até sua boca...
Com meus lábios digo com beijos
Que te amo...Que por ti sou louca.

Você se ergue na cama
Teu corpo já descansado...
E volta para mim com sede, com gana
Num ritmo meio apressado...

Deixando-me em chamas
Quando declaras que me quer
Quando declaras que me amas
Que sou tua mulher...
E que em mim derrama
O delírio do amor e do prazer.

Joana Darc Brasil*
*Direitos reservados à mesma.
11 de julho de 2007

Foto de Ednaschneider

Menina-mulher

Na colina chora a menina
Eu cá observo as lágrimas matutinas
Pois vejo na memória tal como na retina
A tristeza da pequenina.

A pequena morena
Que fez de sua vida um triste poema
Por aprisionar-se numa simbólica gruta
Mas que não gosta que dela sintam pena:
Pois ela representa a luta
Em busca da felicidade plena;

Eu observo a menina e também choro
Misturam-se lágrimas presentes e passadas
Emoções atuais de uma mulher apaixonada
E de uma menina que cresceu amargurada.
Que agora encontra já com mais idade
Sua verdadeira identidade.

A menina chora
A mulher sorri
A moça que sofrera
a mulher que está aqui...
Ela, que vos escreve.
Sem medo com a alma leve.
E declara nas palavras expostas em rimas
Com uma certa emoção,
Todo seus sonhos de menina
Alguns realizados, outros não.

A menina na colina...Eu observo
A colina: as dificuldades para serem superadas
A mulher...Eu mesma...O “eu-poético”.
A mulher apaixonada
E um coração que não cresceu: estático
A menina-mulher pronta para ser amada.

Joana Darc Brasil*
*Direitos reservados à mesma®
03 de julho de 07

Foto de Ednaschneider

O que a Bahia esconde?

Vou ver o que a Bahia esconde...
Vou ver de onde
Vem essa magia.
Que anima a minha poesia.
Bahia de todos os santos
Que estou amando tanto
Vou agora,
Sem demora
Vou já.
É só você me chamar.
Preciso contigo estar
Preciso ver o que há
Nesse tabuleiro...
Acarajé, vatapá?
Provar esse manjar
Sentir o sabor por inteiro
Deste lindo tabuleiro.
Vou agora
Vou já
Vou me fartar
Lambuzar os dedos
O gosto apimentado
De um sentimento que em mim aflora.
Não posso demorar
Vou sem medo
E vai ser demais...
E vai ser tão bom!
Bobó de camarão..
Meu coração
Na tua mão
Vatapá...
Vou te beijar.
Estou contado dias, horas e segundos,
Para provar e sentir
O sabor, a pimenta, todo amor do mundo!
Neste tabuleiro sem cessar.
Vou me deliciar.

2 de julho de 2007
Joana Darc Brasil*
*direitos reservados à mesma®

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