Lua

Foto de Cabral Compositor

Sereno

Sem saber a hora
Verão, inverno
Primavera, outono
Dia, sem tempo
Um nevoeiro, como filme
O cinza, a fumaça
Algumas gotas
O fogo, a trepe, a agua borbulhando
Um chão frio e sujo
A agua escorrendo, escorregando lenta
A voz embarga da, chapéu e chale
Um cobertor embolado
A cama, a lua, a sala
Um momento, sem tempo marcado
O relógio na parede
A luz fraca, a parede sem tinta
Um colar, as rosas no jarro
A louça, a boca, o quente, e o orvalho

Foto de Ayslan

A espera

As noites são tristes
Tristes porque sua imagem aparece e eu sei que não estás aqui. Mas às vezes são alegres sinto sua presença e ouço-te a dizer-me “Te amo". E no silencio do quarto murmúrio seu nome mil vezes te respondo... "Amo-Te também" sinto o calor de sua respiração mesmo estando longe... Sinto seu coração bater no mesmo compasso do Meu... Sinto seus lábios tocando minhas faces e suspiro, num doce lamento! Que saudades meu amor!
Que desejo de ouvir-te! Se pudesse pararia o tempo exatamente naquele momento em que me disseste que nossas almas estavam ligadas uma na outra!
Como seria bom sentir você aqui ao meu lado poder refugiar-me em seus braços! Não importa quantas noites terei de esperar...
Quantos dias sem te ver...
A única coisa que para mim tem valor é esse nosso querer!
Mesmo que ajam nuvens escuras encobrindo o brilho do Sol ele irá brilhar para sua lua e mim... Para você... Para nós!
Mesmo que chova e os Rios transborde e o Mar venha a encher... Sempre haverá um porto seguro para mim e você!

para: Priscila Autora: Rosa D Saron

Foto de Rose Felliciano

DESFECHO

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“Tenho a agradecer-te tanto, tanto...
Encanto especial de amor tão lindo...
Segundos preciosos de pura emoção,
Inspiração à Poesia...

Agradeço-te, ainda que brusca, à separação...
Trevas que eu não via. Mentias...
Desilusão amarga e ainda em lágrimas,
Escrevia...

Fui lua que minguava... (escrevia)
Folhas de outono arrastadas... (escrevia)
E o mundo girando em torno de mim...

Vejo-me então nesse desfecho:
Já nem sei o que escrevo,
Agora que te esqueci... ”(Rose Felliciano)

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*Mantenha a autoria do Poema*

Satisfação ... talvez esse serio o melhor título...

http://www.rosefelliciano.com/visualizar.php?idt=1268087

Foto de jcguimaraes

A volta do poeta

Um poeta morreu de velhice
e foi para o céu apressado,
pois, achou que seria tolice
ver seu corpo sendo enterrado.

Deu adeus à terra densa,
despediu-se do cachorro
e foi atrás da recompensa,
voando por cima do morro.

Alegre como a criança
que deu seu primeiro passo,
voou rápido na esperança
de ver-se logo no espaço.

Passa pertinho da lua,
sua fonte de inspiração,
pára um pouco, flutua,
e fica prestando atenção.

Lá da terra, pensa ele,
a lua é muito mais bela;
ver um luar como aquele
e daqui, areia amarela?

Retoma seu vôo, frustrado,
mas continua a viagem
em busca do céu esperado
ou de uma bela paragem.

De repente leva um susto
e é quase atropelado,
um cometa passa justo
na frente do pobre coitado.

Lá de baixo, logo pensa,
isso é um estrela cadente
sua luz é mais intensa
e atende os desejos da gente.

Já com saudades da vida,
e muito desapontado,
de maneira decidida,
faz a volta apressado.

Mesmo morto, se consola,
e sem os desejos da carne,
posso ver jogo de bola
e curtir o meu desencarne.

Escrever poemas com rima
à sombra de um belo carvalho
e ficar olhando pra cima
sem ter que pensar em trabalho.

Ver de novo a lua nascendo,
curtindo, sentado no chão,
contando cometas descendo
até a próxima encarnação.

Foto de Sonia Delsin

ASAS À IMAGINAÇÃO

ASAS À IMAGINAÇÃO

Ó! Eu e minhas fantasias...
Fantasiei tanto.
Mas me trouxe alegrias.
Me vi de braço dado contigo.
Me vi à beira do lago.
Me vi num jardim dourado.
Te chamei de meu amado.
Sonhei tanto.
Com beijos, abraços.
Com laços.
Querido meu.
Nunca fostes inteiramente meu.
Embaixo da lua quantas vezes suspirei!
Quantas vezes pro vento eu falei:
Leva este beijo pra aquele homem que eu amo.
Não reclamo.
Fui eu que fantasiei.
Fui eu que esperei.
Que sonhei.
Tu não me prometeste nada.
Mas engraçado.
Me senti amada.
Tão amada.
E asas à imaginação eu dei...

Foto de Vadevino

40 GRAUS

Na mornidão vespertina
A brisa é um bafo quente
Que indispõe o vivente
De enfrentar a rotina.

Impiedoso, o astro solar,
Esturrica a cidade
Incinerando a vontade
De embaixo dele andar.

A estas horas do dia,
Há que se ter cuidado
Pra que não fique tostado
Quem tem a pele macia.

Quem pode, não sai à rua,
Fica na sombra abrigado
Até que o sol,cansado,
Seja rendido pela lua.

Foto de Sonia Delsin

Ó, QUANTO TEMPO FAZ!

Ó, QUANTO TEMPO FAZ!

Quanto tempo faz que aconteceu aquele beijo.
Existia tudo nele.
Ternura, alegria.
Desejo.
Que beijo!
Até hoje eu digo.
Deus, que beijo!
Passou o tempo e ficou.
O gosto do beijo.
Ficou.
Ele me amou?
Mais que outro homem tenha me amado.
E eu o amei?
Eu o adorava.
Se ele me pedisse a lua eu lhe dava...
As estradas da vida são mesmos estranhas.
Cheias de desvios, picadas.
O mundo é cheio de ciladas.
Tudo terminou.
E o gosto do beijo se eternizou.

Foto de Margusta

Chamas-me de saudade...

Ancorado na praia, dia, após dia, olhas o mar. Chamas-me de saudade. Na ânsia de me teres por perto, procuras-me no olhar de cada gaivota, que, mergulha no azul salgado. E, movido pelo desejo que te invade, tentas encontrar as formas do meu corpo nas ondas de espuma feitas... Dizes querer abraçar o mar...

Materializas o teu grande sonho e eu estou lá. Caminhas comigo de mãos dadas. Conversamos, rimos, abraçamos-nos...Falamos de sonhos. Dos sonhos que estão acorrentados no casco de um velho barco, o " Ilusão". Sabemos que um dia tudo se irá esvair e, o " Ilusão" naufragar.
Puxas-me para dentro de água. O meu vestido branco, aquele que tanto gostas, fica colado ao meu corpo... Tentas moldar as tuas mãos nos seus contornos...Mas...Sou apenas uma gaivota que mergulha nas águas do teu doce olhar, para logo desaparecer num verde salgado...

Ficas sentado na praia a olhar as ondas. Cai a noite. O mar adormece em belos lençóis de prata e tu no meu abraço de lua...aquele que sempre te espera e que dizes ser o único em que consegues repousar.
Sonhas...Sonhas...e sonhas que os meus cabelos tocam ao de leve o teu rosto. Mas já é manhã...São apenas os raios do sol que desponta. Junto a ti na areia apenas uma pena branca...o meu sinal...
Incrédulo olhas o horizonte, e ... chamas-me de saudade...
...Dia, após dia, ficas ancorado na praia ... continuas a olhar o mar...

@Margusta
in " Contos do A-Mar"
Outubro de 2007

Foto de janaina barbara

O negro lado da noite

O negro lado da noite

Fazia frio. A madrugada era um breu... Tudo era calmo demais. A vida parecia parar por um instante. O negro lado da noite ocupava o lado vermelho do inferno... O mundo parecia ter parado no tempo e no espaço. O sonho adormecido tentava descansar na calçada do sofrimento. A lua se recolheu por algum motivo inexplicável.
O mendigo que não fechava os seus olhos, tremendo de frio, naquela cidade sem alma e sem governante, embrulhado feito “saco de lixo”, em papel velho de jornal, parecia um bicho arisco, estava atento a tudo e ao nada; com medo, e já sem motivação para viver vida.
Aquela rua parecia um cemitério de vivos desesperados. Era um após o outro. Crianças, velhos, jovens eram os esquecidos, os abandonados, os sem sortes, os sem abrigos, os sem vida.
De repente, o Negro lado da Noite, indaga aquele que não dormia os olhos, e diz:
- Por que você vive desse jeito,nessa miséria humana, não se envergonha?
- Vevo assim, purque num sei falá como dotor, num tenhu diproma.
- Mas isso não quer dizer nada. Tem muita gente que não é doutor, nem tem diploma e leva uma vida digna, tem família, tem casa, tem comida, tem Deus, enfim.
- O sinhô fala assim purque não veve aqui nesse mundo disgraçado... Já tivi tudo isso, mas esse Deus que o sinhô diz, pra mim num ixiste, moço. Tirou tudo de mim. Já tivi famia, já fui da roça, mas cansei. To pidindo pra morrer faz tempo, mas até a morte – essa disgraçada - num mi quer.
- O senhor está desiludido. Sua desilusão é mais mendiga que sua situação. Sua miséria está dentro do senhor. Quando se perde a vontade de lutar, de vencer, de querer viver; se ganha à desgraça por premiação, é a falência humana. Vira um trapo como o senhor.
- Num sei o que o sinhô qué dizê cum isso. Mais, a pior disgraça é ter a disgraça pra oiá. .. Vê um monti di disgraçados qui vevi du meu ladu, moço. Aqui devi sê o inferno. .. Oia lá! Aqueli bateu as botas, viro picolé. Ta cum sorti.
- Não. Não foi ele que bateu as botas... Vamos, Temos um dia todo nos esperando e uma noite infinita pra andarmos... Lá, você vai contar sua história e vai dá conta de seus dias vividos aqui. Vamos... Agora ninguém mais pode te ver, te ouvir ou te salvar.
E, assim, o Negro Lado da Noite cochilando, dormiu... Viajou. E a lua começou a mostrar a sua silhueta lentamente, como quem estava despreguiçando numa rede à luz de velas.

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Foto de Sonia Delsin

MUDA-SE O VIVER

MUDA-SE O VIVER

Gosto tanto de ti, me disseste.
Te amo tanto, eu falei.
Me amas?
Me amaste?
Te amo?
Te amei?
Falamos.
Amamos.
A vida é assim.
Tudo se acaba.
O castelo desaba.
A fonte seca.
O riacho vira rio.
Se incorporam outras águas.
Não podemos ficar chorando nossas mágoas.
A vida continua.
Acaba uma e começa outra rua.
Mudam até as fases da lua.

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