Lua

Foto de brynne

QUERIA SER...

Queria ser um pássaro, para voar até você;
Queria ser o sol, para iluminar seus dias;
Queria ser a lua, para clarear suas noites;
Queria ser uma estrela, para brilhar em seu coração;
Queria ser seus passos, para seguir seus caminhos;
Queria ser seu companheiro, para lhe fazer feliz.

Foto de Maria Goreti

A HISTÓRIA DE ANA E JOAQUIM – UM CONTO DE NATAL.

Chamavam-no “Lobo Mau”. Era sisudo, magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba desgrenhados, unhas grandes e sujas. Gostava da solidão e tinha como único companheiro um cão imundo a quem chamavam “o Pulguento”. Ninguém sabia, ao certo, onde morava. Sabia-se apenas que ele gostava de andar à noitinha, sob o clarão da lua.

Ana, uma pobre viúva, e sua filha Maria não o conheciam, mas tinham muito medo das estórias que contavam a respeito daquele homem.

Num belo dia de sol, estava Ana a lavar roupas à beira do riacho. Maria brincava com sua boneca. Eis que, de repente, ouviu-se um estrondo. O céu encobriu-se de nuvens escuras. O dia, antes claro, tornou-se negro como a noite. Raios cortavam o céu. Ana tomou Maria pela mão e correu em direção à sua casa. Maria, no entanto, fazia força para o lado oposto. Queria resgatar a boneca que ficara no chão. Tanto forçou que se soltou da mão de Ana e foi arrastada pela enxurrada para dentro do riacho. Desesperada, Ana lança-se nas águas na vã esperança de salvar a filha. Seu vestido ficara preso a um galho de árvore e ela escapara, milagrosamente, da fúria das águas. Desolada, decidiu voltar para casa, mas antes parou na igreja. Ajoelhou-se e implorou a Deus que lhe tirasse a vida, já que não teria coragem de fazê-lo, por si. Vencida pelo cansaço adormeceu e só acordou ao amanhecer. Ana olhou em derredor e viu a imagem do Cristo pregado na cruz. Logo abaixo, ao pé do altar, estava montado um presépio. Observou a representação da Sagrada Família: Maria, José e o Menino Jesus. Pensou na família que um dia tivera e que não mais existia. Olhou para o Menino no presépio e depois tornou a olhar para o Cristo crucificado. Pensou no sofrimento de Maria, Mãe de Jesus, ao ver seu filho na cruz. Ana pediu perdão a Deus e prometeu não mais chorar. Ela não estava triste, sentia-se morta. Sim, morta em vida.

Voltou à beira do riacho. Não encontrou a filha, mas a boneca estava lá, coberta de lama. Ana desenterrou-a, tomou-a em suas mãos e ali mesmo, no riacho, lavou-a. Depois seguiu para casa com a boneca na mão. Haveria de guardá-la para sempre como lembrança de sua pequena Maria.

Ao chegar em casa Ana encontrou a porta entreaberta. Na sala, deitado sobre o tapete, havia um cão. Sentado no sofá um homem magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba longos e lisos, unhas grandes. Ana assustou-se, afinal, quem era aquele homem sentado no sofá de sua sala? Como ele conseguira entrar ali?

Era um homem sério, porém simpático e falante. Foi logo se apresentando.

- Bom dia, dona Ana! Chamo-me Joaquim, mas as pessoas chamam-me “Lobo Mau”. Mas não tema. Sou apenas um homem solitário. Sou viúvo. Minha mulher, com quem tive dois filhos, Clara e Francisco, morreu há dez anos e os meninos... Seus olhos encheram-se de lágrimas. Este cão é o meu único amigo.

Ana, muito abatida, limitou-se a ouvir o que aquele homem dizia. Ele prosseguiu:

- Há muito tempo venho observando a senhora e o zelo com que cuida de sua menina.

Ao ouvir falar na filha, os olhos de Ana encheram-se de lágrimas. Lembrou-se da promessa que fizera antes de sair da igreja e não chorou; apenas abraçou a boneca com força. Joaquim continuou seu discurso:

- Ontem eu estava escondido observando-as perto do riacho, quando começou o temporal. Presenciei o ocorrido. Vi quando a senhora atirou-se na água, mas eu estava do outro lado, distante demais para detê-la. Também não sei se conseguiria. Pude sentir a presença divina naquele galho de árvore na beira do riacho. Quis segui-la, mas seria mais um a nadar contra a correnteza. Assim que cessou a tempestade vim para cá, porém não a encontrei. Queria lhe dizer o quanto estou orgulhoso da senhora e trazer-lhe o meu presente de Natal!

Ana ergueu os olhos e comentou:

- Prometi ao Senhor, meu Deus, não mais chorar. Mas o Natal... Não sei... Não gosto do Natal. Por duas vezes passei pela mesma situação. Por duas vezes perdi pessoas amadas, nesta mesma data.

Joaquim retrucou:

- Senhora, a menina está viva! Ela está lá dentro, no quarto. Estava muito assustada. Só há pouco consegui fazê-la dormir. Ela é o presente que lhe trago no dia de hoje.

Ana correu para o quarto, ajoelhou-se aos pés da cama de Maria, pôs-se em oração. Agradeceu a Deus aquele milagre de Natal. Colocou a boneca ao lado de sua filhinha e voltou para a sala. O homem não estava mais lá.

Um carro parou na porta da casa de Ana. Marta, sua irmã, chegou acompanhada de um jovem casal – Clara e Francisco, de quinze e treze anos, respectivamente. Alheios ao acontecido na véspera, traziam presentes e alguns pratos prontos para a ceia.

Ana saiu para recebê-los e viu o homem se afastando. Chamou-o pelo nome.

- Joaquim, espera. Venha cear conosco esta noite. Dá-nos mais esta alegria.

Joaquim não respondeu e se foi.

Quando veio a noite o céu estava estrelado, a lua brilhava como nunca!
Ana, Marta, Clara e Francisco foram à igreja. Ao retornarem a porta estava entreaberta. No sofá da sala um homem alto, magro, olhos negros e grandes, nariz adunco, sorridente, cabelos curtos e barba bem feita, unhas aparadas e limpas. Não gostava da solidão e trazia consigo um companheiro - um cão branquinho, limpo, chamado Noel.
Antes que Ana pudesse dizer alguma coisa ele disse:

- Aceitei o convite e vim participar da ceia e comemorar o Natal em família. Há muitos anos não sei o que é ter família.

Com os olhos marejados, Joaquim começou a contar a sua história.

- Eram 23 de dezembro. Minha mulher e eu saímos para comprar brinquedos para colocarmos aos pés da árvore de Natal. As crianças ficaram em casa. Ao voltarmos não as encontramos. Buscamos por todos os lugares. Passados dois dias meu cachorro encontrou suas roupinhas à beira do riacho. Minha mulher ficou doente. Morreu de paixão. A partir do acontecido, volto ao riacho diariamente para rezar por minhas crianças. Ontem, mais um 23 de dezembro, vi sua menina cair no riacho e, logo depois, a senhora. Fiquei desesperado. Mais uma vez meu “Pulguento” estava lá. E foi com sua ajuda que consegui tirar sua filhinha da água e trazê-la para cá.

Clara e Francisco se olharam, olharam para Marta e para Ana. Deram-se as mãos enquanto observavam o desconhecido.

- Joaquim, ouça, disse-lhe Ana. Há dez anos, meu marido e eu estávamos sentados à beira do riacho. Eu estava grávida de Maria. Eu estava com os pés dentro d’água e ele estava deitado com a cabeça em meu colo. De repente ouvimos um barulho, seguido de outro. Meu marido levantou-se e viu duas crianças sendo levadas pela correnteza. Ele conseguiu salvá-las, mas não conseguiu salvar a si. Entrei em estado de choque. Fiquei sabendo, mais tarde, do que havia acontecido por intermédio de minha irmã, que mora na cidade. Foi ela quem cuidou das crianças. Não sabíamos quem eram, nem quem eram os seus pais.

Aproximando-se, apresentou Marta e os dois jovens a Joaquim.

- Joaquim! Esta é Marta, minha irmã. Estes, Clara e Francisco.

Ana e Joaquim olharam-se profundamente. Não havia mais nada a ser dito. Seus olhos brilhavam de surpresa e contentamento.

Maria brincava com sua boneca e com seu novo amiguinho Noel. E todos cantaram a canção “Noite Feliz”, tendo como orquestra o som do riacho e o canto dos grilos e sapos.

Joaquim, Ana e Maria formaram uma nova família. Clara e Francisco voltaram com Marta para cidade por causa dos estudos, mas sempre que podiam vinham visitar o pai.
Joaquim reconquistara sua fama de homem de bem.

O povo da região nunca mais ouviu falar do “Lobo Mau” e do seu cachorro “Pulguento”.

Autor: Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 23/12/07

Foto de Izaura N. Soares

A espera do rouxinol

A espera do rouxinol
Izaura N. Soares

Amei..., te amei quando te vi
Desde os primeiros momentos
A saudade que de ti sentir...
Envolveu meus pensamentos!

Sem nem ao menos nos tocar,
Nós dois tão pertos e sozinhos
Sem podermos nos amar...,
A esperança saiu do ninho.

A chuva molhada me faz lembrar,
O orvalho que cai de gota em gota
Lágrimas juntas a acompanhar...
Faz-me lembrar da sua linda boca!

Por tanto querer, estava te amando,
Porque nada foi como um favor,
Louca de paixão e te abraçando
Que me entreguei a este amor.

Deixei-me levar pelas tuas carícias
Sentindo meu corpo tremer ao seu,
Amando-te sem malícias...
Repouso meu amor; que é todo teu!

Minha alma que descansa nua...
Vive a espera do rouxinol...
Que bateu asas e foi pra lua
Deixando-me com o calor do Sol!

Foto de Sirlei Passolongo

Lua Vermelha

A lua se vestiu de prata
Tingiu o céu de estrelas
E se escondeu de repente
Pra que ninguém
pudesse vê-la...
Depois do beijo do sol
A lua ficou vermelha.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

.

Foto de Carmen Vervloet

Ano Novo Peregrino

Ano Novo Peregrino

Sinto-me eterno peregrino
Caminhando pelo tempo
Sou meu próprio destino
Vou e volto
Num estalo do pensamento...
Morro a cada
Trezentos e sessenta e cinco dias
E renasço entre sonhos e euforia...

Morro levando comigo
As tristezas, os desencantos...
As dores, os prantos...
Porque enquanto vivi
Muitas oportunidades, perdi...

O relógio bate doze vezes...
Anuncia à meia noite...
É hora do meu enterro.
Sepulto junto comigo...
Angústia e desespero...

Mas a minha sabedoria
Ditada pela minha idade
Sopra-me sempre a verdade...
Uma nova realidade...
E renasço para fazer acontecer
O que deixei de dizer
Ou quem sabe antever...

Renasço e volto em barca
De nuvens brancas...
Leves... Soltas...
Puras... Pleno de autoconfiança...
Trago a paz e a bonança...
Junto com a esperança...

Entrego um a um o meu presente...
Com o qual, cada qual,
Desenhará o seu futuro...
Optando entre ser infeliz ou feliz...
Entre a mágoa ou o perdão...
Entre estar sozinho ou dar a mão...
Entre o partilhar ou a ambição...
Escolhendo entre a rua escura
Ou o sol que se insinua...
Em raios de ternura...

E cada um seguirá o seu caminho...
Transformando-o em belo jardim...
Arrancando as pedras... Os espinhos...
Perseguindo seus sonhos... Assim!...
Enquanto a noite descansa
Nas franjas da lua
E aguarda o alvissareiro despertar
Do seu coração...
É dentro dele que cochila
A sua felicidade!...

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

Ano Novo Peregrino

Ano Novo Peregrino

Sinto-me eterno peregrino
Caminhando pelo tempo
Sou meu próprio destino
Vou e volto
Num estalo do pensamento...
Morro a cada
Trezentos e sessenta e cinco dias
E renasço entre sonhos e euforia...

Morro levando comigo
As tristezas, os desencantos...
As dores, os prantos...
Porque enquanto vivi
Muitas oportunidades, perdi...

O relógio bate doze vezes...
Anuncia à meia noite...
É hora do meu enterro.
Sepulto junto comigo...
Angústia e desespero...

Mas a minha sabedoria
Ditada pela minha idade
Sopra-me sempre a verdade...
Uma nova realidade...
E renasço para fazer acontecer
O que deixei de dizer
Ou quem sabe antever...

Renasço e volto em barca
De nuvens brancas...
Leves... Soltas...
Puras... Pleno de autoconfiança...
Trago a paz e a bonança...
Junto com a esperança...

Entrego um a um o meu presente...
Com o qual, cada qual,
Desenhará o seu futuro...
Optando entre ser infeliz ou feliz...
Entre a mágoa ou o perdão...
Entre estar sozinho ou dar a mão...
Entre o partilhar ou a ambição...
Escolhendo entre a rua escura
Ou o sol que se insinua...
Em raios de ternura...

E cada um seguirá o seu caminho...
Transformando-o em belo jardim...
Arrancando as pedras... Os espinhos...
Perseguindo seus sonhos... Assim!...
Enquanto a noite descansa
Nas franjas da lua
E aguarda o alvissareiro despertar
Do seu coração...
É dentro dele que cochila
A sua felicidade!...

Carmen Vervloet

Foto de Sirlei Passolongo

De mãos dadas (FELIZ 2008)

De mãos dadas

Anjos e fadas,
Que tecem a luz do sol
Brincam de pintar o céu
Usando como pincel
As estrelas e a lua
Olhe que lindo!
Chuviscam de cores
A tela nua.

Fadas de luz...
Em suas encantadas
Traquinagens,
Riscam a noite com
Brilhantes cometas,
Desenham nas nuvens
Sonhos em imagens.
Anjos anunciam ao
Som de trombetas
Um novo ano
A presentear os
Planetas...

Anjos...
Que colorem os jardins
Embriagam as manhãs
Da mais doce fragrância
Fadas, que das flores...
São alquimistas.
Das matas, são
Paisagistas...
Anjos e fadas
Que tecem doces
Inspirações
Na alma do artista.

Anjos e fadas,
Brincam...
De mãos dadas
Tecem o novo ano
De paz e esperança
Desenhado com sorrisos
E muitas conquistas.

(Sirlei L. Passolongo)

Feliz 2008!

Foto de Cecília Santos

LUA_NUA

LUA_NUA
#
#
#
Lua nua, e tão bela.
Suas formas, encanta
e fascina.
Redonda, mínima, nova.
crescente transparência.
Linhas de lua nua.
És tão dourada e perfeita.
Lisa como pedras banhadas
pelas águas do rio.
Curvas sutis, claridade que
não se apaga.
Se veste, transveste,
transmuta.
Sombra iluminada que
reflete tanto.
Mas não acompanha
meus passos.
Passa pelas sombras
da noite.
Resplandecendo sua
claridade.
Bate à porta do meu
coração solitário.
De todas as luas que
admirei.
De todos os sonhos
que idealizei.
Tu fostes a lua nua
que invejei.
Pois tua nudez.
E igual a nudez,
da minha alma.
Oh! lua nua tão linda!!!
Solitária como minh'alma nua!!!

Direitos reservador*
Cecília-SP/12/2007*

Foto de Teresa Cordioli

EU SÓ SEI TE AMAR...

EU SÓ SEI TE AMAR...

EU SÓ SEI TE AMAR...

(Teresa Cordioli)

Abro a janela e vejo que o sol nasce,
É de manhã.
Os pássaros cantam um novo dia,
E voam o vôo da liberdade.
O sol brilha...e o tempo passa.
As flores desabrocham
Enfeitando todo o lugar.
Anoitece, a lua dsponta no horizonte,
E as estrelas brilham.
E aqui meu coração ainda te espera...AMOR...
Nada, nem a natureza tão bela,
O ar,
O sol,
Os pássaros,
A lua,
As flores,
O vento,
As estrelas
Preenchem espaço que é teu em mim...
Anjo meu,
este espaço é só teu
Sei que estás em algum lugar
Me esperando.
Então "te aguardo em mim". Volta...
Vem me buscar...
A solidão dói em meu peito
Não tem outro jeito:
Eu só sei te amar...

Foto de Sirlei Passolongo

Te Amo e Te Sinto

Te amo e te sinto
Como as ondas
que beijam a areia
Como a chuva
que o vento serpenteia

Te amo e te sinto
Como o sol
que o horizonte banha
A neve que cobre
as montanhas

Te amo e te sinto
Como as pétalas
que vestem a rosa
Como a partitura
desenhada por cada
nota

Te amo e te sinto
Como a lua
Que inspira os poetas
Os pássaros
que melodiam
as florestas

Te amo e te sinto
Como a pele
Que o corpo protege
Como um sonho
que jamais se esquece.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

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