Luz

Foto de Runa

7º Concurso Literário - Nas teias do teu rasto

Procuro um rosto na multidão.
Uma luz que alumie as trevas.
Alguém que conheci noutras eras
mas de quem já não recordo o nome.

Procuro na margem dos rios
atento ao murmúrio das águas
e nos desolados caminhos de pedra
onde febril me perdi
sem encontrar sinal de ti.

Vim de muito longe.
Onde o fim da noite pulsa,
nos confins profundos de uma vertigem,
à deriva nos oceanos do tempo.

Já cruzei mil caminhos.
Atravessei céus de luz e escuridão,
esgravatando a imensidão do vazio,
sem sequer cheirar teu perfume
ou o vulto da tua sombra fugidia.

Uma vida inteira não bastou
para achar as pegadas do teu rasto,
afundadas nas ruínas chuvosas do pó
e nas rugas arrefecidas dos milénios.

Talvez não passes de uma ilusão
que o vento murmura à noite nos muros;
esboço inútil que rabisco
nos sonhos cegos que alimentam
a névoa triste da minha passagem.

Foto de Runa

7º Concurso Literário - No silêncio do teu corpo adormecido

É quando dormes,
no silêncio arrefecido das tuas noites profundas,
que desperta em mim
o esplendor amadurecido do teu rosto.
Envolto no musgo inocente dessa juventude gasta
bebo os resíduos palpitantes da tua respiração,
atravessando as colinas do teu corpo retalhado,
onde revejo as encruzilhadas que cruzámos,
de mão dada,
contornando o vazio dos abismos
e fugindo às armadilhas traiçoeiras do deserto,
de oásis em oásis,
onde nos deitávamos à sombra do veneno dos dias.

Tão perto e tão longe te acho agora,
mergulhada nas margens de um rio cansado,
fechada numa concha obscura
no mais fundo que há em ti,
onde em silêncio digeres
lágrimas antigas que não derramaste.

Dormes.
Olhos pousados no espanto do infinito,
vagando na glória indefinida de um sonho,
construindo mundos atrás de uma porta entreaberta
onde buscas o equilíbrio
perdido no pesadelo escarlate das horas.
Moves-te, sem gestos,
num arfar sereno e perfumado,
pequenos gemidos que crescem no sono,
numa litania que te embala o corpo
e sobressalta a inocência da tua nudez
debruçada sobre as asas da madrugada.

Quase nada sei de ti.
Dos segredos que ocultas nos labirintos do peito,
e que são só teus,
apenas vislumbro rumores desvanecidos
ecoando nos espelhos da ventania
que agitam, ao de leve, a tua sombra suspensa.
Embora tenha penetrado vezes sem conta
os abismos profundos do teu corpo,
em lentas e repetidas viagens
saciando o fogo de estranhos desejos,
e plantado, na luz suave do teu ventre,
as sementes que nos hão-de perpetuar,
quase nada sei de ti.

No silêncio do quarto povoado de velhas imagens,
permaneço, acordado a teu lado,
a soletrar as batidas do teu nome,
num sussurro que invade a noite demorada
tecendo um rosário de eternas lembranças,
à espera que o sol se levante no horizonte
para vir saudar as núpcias do teu despertar.

Foto de Runa

7º Concurso Literário - Ubiquidade

Podias ter vindo hoje,
como quem chega de longe,
rompendo o silêncio da manhã
num voo de velas desfraldadas
ou num canto súbito de rouxinol
anunciando a primavera.

Podias não ter vindo hoje,
perdida numa maré de nevoeiro,
sem encontrar o caminho,
deixando-me preso à margem deserta
de um rio de águas estagnadas
como um barco sem rumo.

Podias ou não ter vindo hoje,
encher meu dia de luz ou sombra,
que não impedirias a noite de cair
nem o vento de bater nas janelas
ou que os cães latissem à lua
incapazes de compreender o futuro.

O que te queria mesmo dizer,
tivesses ou não ter vindo hoje,
é que sempre estarás dentro de mim,
mesmo nos dias em que nunca vens.

Foto de José Manuel Brazão

A tua gratidão

Como existe em ti
o belo sentimento
da gratidão,
a tua gratidão!

Encontrei-te
nas cinzas da vida,
desfeita,
ultrajada,
consumida,
desorientada,
sem um rumo
para o teu caminho de vida!

Viveste
muitos sofrimentos,
silêncios, angústias,
tristezas,
incertezas,
dores de Alma,
Quase destruída!

Ajudei-te
com as minhas forças,
retirei-te das cinzas,
sarei feridas,
tirei medos!

Renasceu
em ti, outra mulher,
que sentiu Luz,
não mais se sentiu só!

Aprendeste
o rumo para caminhar,
passaste a acreditar,
em ti e na vida,
e que um dia
a Luz voltaria, para ficar!

Enriqueceste
a generosidade,
a bondade,
o carinho e o perdão!

Tu e Eu
sempre unidos,
ganhámos afeição,
amor,
muito amor,
que ambos carecíamos!

Um amor sem limites,
sem nada pedirmos
e tudo darmos!

Um amor lindo,
que só nós entendemos
e Deus…

Não sabemos o Destino,
mas ajudámo-nos muito:
um completa o outro!

De mim,
Aqui ou Além… no Infinito,
ouvirás o eco das minhas palavras:
“Oi, amoreca!”
e sentirás a minha presença,
para tua serenidade!

José Manuel Brazão

Foto de KAUE DUARTE

Somos um

Sou vela que não se apaga
Que mesmo sabendo que estrelas me observam
Não deixo intimidar meu brilho
No opaco da escuridão
Eis a luz que abrange o redor
Luz da alma resplandescente
Que vem de um trafego constante de emoçoes
Verdadeira transfusão de sonhos
Fabricando prazer numa produção incansável
Sou aquele que agrega a felicidade
Publica a amizade em honestidade
Sou anjo que te responde
Pergunta que te confunde
Homem que te ama
Que te leva alem da cama
Que não te ve como um troféu
Mais um premio do céu
Que não sei se mereço
Mais sei bem amar
Sou você, você sou eu
Estamos em comum
Somos um.

Foto de Nailde Barreto

Memórias Póstumas de Mim Mesma.

****
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****
Eu quero três coisas: amor, sabedoria e paciência para esperar-te no infinito, grande vacância notória, da sua ausência.
O amor — disse minha alma repousando nas nuvens — é magnífico!
A sabedoria, disse meu eu silencioso ecoando no universo, é humilde!
A paciência (disse meu coração que já não bate em matéria humana) é virtude!
O tempo é minha matéria, o tempo passado, o homem do passado, a vida do presente que sempre me remete a ti...
O caminho para a eternidade, finda a matéria, transcende o tempo, converte em luz, e agora, por tê-lo deixado sem o aviso prévio da minha partida, só o amor me conduz...
Pude ver as lágrimas encorpadas de dor, que entristeceram seu olhar e desfizeram seu sorriso...
Não pude impedir o seu choro, não pude estender-te as mãos e enunciar um abraço, não pude dizer o quanto te amo antes da dor do meu último passo...
A magnitude do meu amor, fez-me ter humildade para admitir que falhei, a vida sempre de tantos planos, não pude em vida te amar o quanto sonhei...
A paciência faz-me aceitar o plano da ausência, me faz evoluir para a incansável espera da sua chegada, que já está escrito, ma não pode ser apressada...
Enquanto humanos, muitos ainda hão de sofrer e se desesperar, para aprender que o amor, a qualquer vida ou tempo, é tudo; e suas faces tudo pode brandar...
Enfim, o meu amor convence os seres celestiais, que permitem todas as noites minha silenciosa presença, afagando-te serenamente, até que adormeças...

Nailde Barreto.
09/01/2011

Foto de Lefurias

Realmente Morena?

Será que você não percebe?
Será que é tão difícil entender?
O quanto eu te quero amor
O quanto quero ter você...

Você é minha luz!
Brilha de emoção...
Você é toda luz
Que abriu meu coração.

Eu vivo só, pensando em você,
Como te conquistar, como te merecer
Às vezes penso que me ama,
Mas vejo que só quer bacana.

E se você não quer agora, meu bem
Estou disposto a te esperar, também
Mas se você quiser, eu quero te ter
Sempre ao seu lado, eu quero viver.

Foto de Nailde Barreto

7º Concurso _ Memórias Póstumas de Mim Mesma.

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Eu quero três coisas: amor, sabedoria e paciência para esperar-te no infinito, grande vacância notória, da sua ausência.
O amor — disse minha alma repousando nas nuvens — é magnífico!
A sabedoria, disse meu eu silencioso ecoando no universo, é humilde!
A paciência (disse meu coração que já não bate em matéria humana) é virtude!
O tempo é minha matéria, o tempo passado, o homem do passado, a vida do presente que sempre me remete a ti...
O caminho para a eternidade, finda a matéria, transcende o tempo, converte em luz, e agora, por tê-lo deixado sem o aviso prévio da minha partida, só o amor me conduz...
Pude ver as lágrimas encorpadas de dor, que entristeceram seu olhar e desfizeram seu sorriso...
Não pude impedir o seu choro, não pude estender-te as mãos e enunciar um abraço, não pude dizer o quanto te amo antes da dor do meu último passo...
A magnitude do meu amor, fez-me ter humildade para admitir que falhei, a vida sempre de tantos planos, não pude em vida te amar o quanto sonhei...
A paciência faz-me aceitar o plano da ausência, me faz evoluir para a incansável espera da sua chegada, que já está escrito, ma não pode ser apressada...
Enquanto humanos, muitos ainda hão de sofrer e se desesperar, para aprender que o amor, a qualquer vida ou tempo, é tudo, e suas faces tudo pode brandar...
Enfim, o meu amor convence os seres celestiais, que permitem todas as noites minha silenciosa presença, afagando-te serenamente, até que adormeças...

Nailde Barreto.
09/01/2011

Foto de Hirlana

Quando...

O abraço entrelaçar no laço a segurança
O beijo estalar nos ouvidos o 'eu te amo'
O aperto de mãos mostrar seguramente o respeito
A palavra pronunciar sons de paz na alma
O olhar brilhar a esperança de um futuro
A saudade vir acompanhada da lembrança dos sorrisos compartilhados
As lágrimas rolarem no rosto que reflete no espelho a paixão
Quando eu me dei conta que você era meu mundo,
Quando eu quis de volta o laço do teu abraço, o beijo estalado, as mãos carinhosas, as palavras carregadas de doçura, a troca de olhares... só me restou a saudade que alimento com as lembranças dos momentos e, estas lágrimas que molham e esfregam no meu rosto que eu te perti.
Quando o tempo passar, mais e além do que já passou, levará cravado em cada dia minha oração suplicando o teu retorno.
Quando enfim, eu tiver a grande e talvez única oportunidade de estar ao teu lado a sós só mais uma vez, nada direi desse meu penar e em silêncio farei uma oração contemplando e agradecendo a Deus o brilho do teu olhar que a cada dia é meu sonho de luz do Sol ao acordar!

Foto de Graciele Gessner

7º Concurso Literário - Tantas Fases e Faces.

Tantas Fases e Faces.

Entre tantas faces é preciso crer;
Entre acreditar e desconfiar;
Entre a fidelidade e a lealdade;
Entre ser e muitas vezes não ser;
Só o amor é capaz de compreender.

Entre a cobiça e a luta;
Entre julgar ou calar;
Entre a mentira ou omissão;
Entre querer e desejar;
Só o amor é capaz de perdoar.

Entre o amor e a dor;
Entre a alegria e a tristeza;
Entre a paixão e o encantamento;
Entre a doença e a riqueza;
Só o amor é capaz de tanto sentimento.

Entre tantas verdades e aparências;
Entre o gesto doce e a brutalidade;
Entre a dedicação e a desatenção;
Só o amor é capaz de criar laço de abnegação.

Entre as múltiplas fases e faces, o amor se faz.
Entre a luz e a escuridão, o bem prevalece.
Entre a inveja e a conquista, o bravo lutador é que vence.

Entre tantas outras fases e faces,
Só o amor é capaz de inspirar;
Só o amor é a essência da vida;
Só o amor faz tudo recomeçar.

Graciele Gessner.
(Janeiro, 2011)

* 2º poema participando*

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