Mãos

Foto de Marta Peres

Resolução

Não sou poeira
ou folha levada pelo vento
Da madrugada
E nem tão pouco
Invisível aos seus olhos
Que não querem me ver.
Maldito!
Lhe digo que és.
Seu olhar misterioso
Caiu sobre mim
Como punhal
Dilacerando meu coração.
Seu ar mais parecendo um olhar
Tomou conta do meu ser
Do meu viver.
Hoje, sem remorso
E sem palavras
Me deixa de lado!
Por ciúmes e acreditando
Ser para você um dano
Vem até a mim,
Me humilhar...
Covarde!
Eis o que é.
Entreguei em suas mãos
Toda minha vida
E a nossa história,
Não conta?
Amar do seu jeito,
Eu não quero
E não preciso
Irei sim,
Vou procurar meu caminho
Sozinha,
Reconstruirei o meu lar!
Marta Peres

Foto de Marta Peres

Me Fazes Falta

Nada é maior ante a falta que me fazes
Nem a tempestade, nem o pior dos furacões
São maiores.
Sinto uma saudade que faz doer o peito
E queria tua volta, teu carinho e aconchego.

Já nem me importa o cantar dos passarinhos
Pela manhã e nem me alegra o abrir das rosas,
Não ouço mais o cantar das águas em sua
Sinfonia magistral.

Quero que voltes,
Sinto a falta do teu calor e dos teus lábios,
Sinto a ausência de tuas mãos acariciando
Meus cabelos, minhas faces,
Esqueça o passado, volta!

Meu coração se encontra pálido pela saudade
E a angústia toma conta de mim,
Á noite choro e meu travesseiro
Já não tem mais palavras de consolo.

Nunca mais vi manhã primaveril
E nem o sol brilhar ante meus olhos
Quero que voltes, que venhas para mim
Que me devolva a vida...
Marta Peres

Foto de Marta Peres

A Vida

Deixe que a vida aconteça
E que aconteça cada dia,
Não como uma festa
Mas como criança que passa
E a cada dor
Com doces se presenteia.

Veja a beleza da flor!
Entenda a vida com amor
junte nas mãos rosas
E presenteie,
A quem lhe ferir com a dor...
Marta Peres

Foto de Marta Peres

Confidências

A ti posso dizer o que existe em mim
Digo em teu ouvido
pois ninguém há de saber
sei que tu me ouvirás.

Não ouso dizer aos outros,
Este tormento que invade minha alma
E rasga meu coração está escondido
Guardado no obscuro da minha visão.

Noite! Fria e escura
Em tuas mãos geladas deixo minhas dores
E lágrimas, meus gemidos e minha tortura.

Sofro por amor e choro,
Amei, este amor escravizou minha vida
Tornando-se meu tirano.

Não quero amor egoísta e nem servil
Amor hipócrita e torturante.
Prefiro viver só, com a noite...
Marta Peres

Foto de Marta Peres

Saudades

Já não vou mais visitar-te o jazigo,
Lá me acho triste...sem chão
Quando contemplo a cruz, antiga sentinela
Erguida ao lado de uma goiabeira
Que ali nasceu.

Prefiro não ir,
Busco a memória e vejo-te comigo
Sorriso meigo, calmo, amigo,
Eras tão bela!

Vejo-te em sonhos
Sob o verde de aquarela
E teu sorriso me cala o coração,
Estás linda nesta minha visão!

Recordo do dia que tu partiste!
Já sabias que a hora chegava
E querias teus amados do lado
Nem todos vistes em vida!

Mas mesmo assim Mãe, tu fostes
Pois era vencido o tempo,
Hoje nas Moradas Celestes tu vives
A espera dos teus amores.

Venho falar-te, em prece enternecida
Do amor imenso que a ti tenho,
Não me deste a vida, ensinaste-me a vivê-la
E caminhar só, por mim mesma.

Sinto a tua falta!
Sinto saudades Mãe, dos teus carinhos
E de tuas mãos no meu rosto
Do afago suave e sincero de Mãe.
Marta Peres

Foto de neiaxitah

Crónica do mar...

Com uma vida superior, ao superior que a capacidade humana acarreta, sei hoje o que significa o menos e o mais infinito. Menos infinito é o lugar de onde sou originário, suor ou lágrima de uma existência metafísica que, também, causa desvios na crença da humanidade. E o mais infinito é a sina da minha existência com a qual terei eternamente de viver. Sou quem nasceu para jamais morrer, no fundo sou quem sofre, sou quem vê, sou quem chora, sou quem vive. Sou o melhor indicador da idade humana. Vejo nascer no nevoeiro e no orvalho da manhã, na chuva miudinha da tarde, ou entre uma chuva incansável da noite, aquele que tal como eu é ser, aquela criança que irei acompanhar durante todo o trajecto da sua curta existência. E assim sendo, prezo todos os da sua espécie e protejo os que em mim buscam protecção. E acreditem, ou não, são muitos, apesar de grande parte nunca me ter visto, sonha comigo e, nesses sonhos, eu espalho a espuma, a lágrima do meu corpo e ouço também atentamente os seus júbilos e pesares.
Inicio todos os dias, senão a todas as horas, jornadas diferentes com o ser humano.

Não há ser mais robusto e complicado, mais sábio e ignorante, mas divertido e envolvente. O ser humano enquanto ser pequeno, bebé ou criança, vê a minha angústia, consegue perceber se estou triste ou feliz e, por isso consegue distinguir uma lágrima num oceano inteiro, o que m deixa deveras surpreso e inibido. Inacreditavelmente, num acto de facto humano de ser ingénuo e puro, a criança brinca comigo, recupera o meu sorriso; faz o seu splash-splash, que me faz cócegas; corre para mim espalhando o seu sorriso estridente entre gritos apaixonantes de alma intocável; tudo isso, nas praias que me dão abrigo e, por tal vejo-me na obrigação de lhe beijar os pés. Perante tal tolice minha, a criança grita mais, ri e corre numa alegria imensa enchendo-me o coração que é de sangue azul, mas não aristocrata, que imaginando um mundo sem crianças entristece; e chora lágrimas tal salgadas que até me sinto agoniado com o péssimo sabor da inexistência dos pequenos. São eles que me fazem viver, nunca duvidei de tal. Mas o tempo passa, e o que ontem foi criança morena a quem eu beijei o corpo, hoje é miúdo, pré-adolescente, com manias de rebeldia e actos encantadores revolucionários. Desse pobre, eu tenho pena, nada mais que isso. É alguém que sem saber a pequenez dos seus actos tenta acordar os mais crescidos.
Em má fase se encontra, revolta-se pela incompreensão das novas obrigações que até então não existiam e da incompreensão dos pais. Mas a idade passa e dizem os humanos mais velhos que aquilo também há-de passar; no entanto eu digo que não passa, mas adormece, e com o passar dos anos vai morrendo no coração, ou acorda pelas razões erradas, todos sabemos. Eu também me revolto, mas as minhas revoluções já vão fazendo alguns estragos, quando me vejo com os nervos a flor da pele devido às guerras desumanas, às discussões sem fundamento, ao ferimento que me causa quem me esquece e me tenta destruir, quando me cortam a respiração, são gotas de agua a mais e revolto-me. Vou continente adentro, desbasto, grito, discuto, magoou. Vejo o mal que fiz, mas não e por isso que não o volto a fazer; no entanto, no momento, assombrado pela minha pertinácia, recolho as tropas e volto com as tropas para o vasto território que me foi consagrado. Passo dias ou anos, em sossego e quieto entre lágrimas e arrependimentos, porém, se me voltam a ferir o orgulho, reviro o coração de criança mimada, choro e faço quem me magoa chorar comigo. Não. Não me orgulho de ser assim, mas é feitio, e apesar de tudo, baseio-me naquela máxima de que feitio não é defeito. Às vezes paro, penso e questiono-me que idade teria na idade humana? Nunca cheguei a uma conclusão valida. Mas mesmo assim vou procurando no seu crescimento semelhanças com a minha pessoa.
Tal como a criança é feliz, o pré-adolescente revoltado, o adolescente ou jovem é inseguro ou em contrapartida, seguro demais; assim como eu. Há dias em que acordo com devaneios de conquistar mundos e fundos, de espalhar os meus feitos numa Europa senhora ou num África criança; porem toda a minha segurança se vai dissipando com o tempo, e perco as minhas oportunidades por medo de falhar desperdiçando se calhar boas oportunidades. Sou um jovem velho, tenho sonhos largos e medos amplos, pobre de mim e pobres dos adolescentes. Não há um jovem que me tenha passado nas mãos equilibrado; aliás o equilíbrio é uma utopia. Dá-me um prazer infinito escutar o drama duvidoso de um garoto ou a glória daquele que me vem falar das suas façanhas. Jamais o considero presunçoso. Gosto da capacidade, vontade, nem sei bem definir o que o ser humano possui no seu código genético que nem cientistas reparam que os ligam a mim. O ser humano tende sempre em vir falar comigo, no fundo sabe que mais ninguém lhes irá escutar as glórias, duvidas, medos com tanta atenção e tanta capacidade em ouvir como eu, no fim,
gosto de dar o meu palpitezinho, a minha opinião de mar sábio e sabido. Gosto, também, de ver nascer o amor juvenil que passa por mim e a quem eu pisco o olho e dito um murmuro de boa sorte que só os corações sentem, levando os apaixonados a visitarem-me e a contarem-me os desacatos e boas bonanças. Por vezes aparecem-me descontrolados e desejam mais que outra coisa nas suas curtas vidas, virem viver mais perto do meu coração do que do coração já aglutinado ao seu, do que do coração que amam por uma mera discussão por vezes insignificante ou mesmo porque o amor se esgotou ou acabou. Claro é que dou os meus concelhos mais uma vez, e humilde à parte, por vezes vejo nascer uma esperança de quem me apareceu em retalhos; contudo, é evidente, que me sinto muito mais feliz com os que vêm celebrar o seu amor para a minha beira. Aqueles que unem laços de amor eterno, ou se não for eterno que dure muito tempo, vestidos de branco, de chinelo na areia num dia em que eu mesmo mexo os cordelinhos e como prenda de padrinho que sou, apresento um dia celestial. Céu azul límpido, sol amarelo brilhante e tudo o que os meus afilhados desejarem e merecerem. Em prol daquela união sagrada, pelo menos para mim, recebo de ondas abertas os recém casados. E feliz me sinto ao ver o jovem passar a adulto, porque é nas grandes e verdadeiras decisões que se vê esta transição melhor que nunca. O ser adulto é uma fase bastante intensa, de renovação, cíclica. Existem cinco tipos de adultos na minha eterna vida. O adulto solteiro que vem correr para a praia de manhã, e na sua corrida continua denoto um vazio, ouço a musica tristonha a entrar-lhe pelo ouvido e a penetrar-lhe o coração. O ser humano tem atitudes estranhas, porque quando está triste ouve músicas tristes, quando se sente sozinho procura a solidão. De facto, este adulto solteiro apela-me ao sentimento, e não sei que posso fazer eu por eles se eu mesmo sinto uma semelhança entre a minha vida e a vida deles, pois também eu corro nas praias, com músicas tristes como som de fundo. Com vista a debater este negro pensamento descrevo outro tipo de adulto. O adulto que vem passear a namorada ou namorado acompanhado pelo cão. É aquele que namora anos e anos e mais uns anos com a mesma pessoa, sendo, ou não fiel e acolhedor a esta, mas que em contra partilha repudia casamentos e só permite a entrada do cão na sua vida pessoal. Uma escolha que, por vezes, lhe compromete a vida toda. Se é ou não feliz, nem eu sei, parece ser, mas será totalmente feliz, mesmo que não se sinta bem com as escolhas que faz?
O terceiro tipo de ser adulto é o adulto casado com vida de solteiro que não quer ter filhos nem animais. É aquele que não sabe viver a dois, é alguém que precisa do seu espaço sem perceber que quanto mais espaço tem mais precisa, afastando aqueles, que no fundo, quer por perto, arriscando-se por vezes a perde-los e deixando sempre um vazio na sua vida. Ao menos o outro tem o cão como companhia.
O quarto é o divorciado, adulto que todas as semanas vêm para a minha beira contar que já não sabe o que há-de fazer da vida. Coitado! O personagem bem vai tentando arranjar companhia, mas as que arranja duram pouco e ele percorre a sua vida com o filho do primeiro casamento, o cão de segundo, e assim vida fora.
Por fim, e aquele que prolonga os bons momentos da minha existência é o adulto pai. Aquele que me traz as crianças iniciando um novo ciclo e ocupando os meus dias. Aquele que vem jantar, fazer piqueniques e mais um enorme leque de coisas para perto do Mar, ou seja, de mim. Sinceramente os dias, as gerações vão passando e quanto mais vivo, mais vontade sinto em viver. A eternidade não é boa, nunca o foi nem há-de ser, pois ela é maçadora, sem sabor; no entanto encontrei neste mundo que tanto crítico, que tanto me fere, o que sempre procurei, a vida. Dá-me uma alegria tremenda e uma vontade de viver suprema ver nascer as crianças, vê-las crescer e revoltar perante a insensatez do mundo que um dia se ergueu, tenho um gosto fantástico em vê-los crescer, embora em entristeça ver que eles perdem muitas vezes o desejo de luta por um mundo melhor e até ajudem as más pessoas, que existem em toda a parte, a tentar arruinar, e quem sabe um dia a conseguir, a minha eterna existência; contudo alegra-me as suas aventuras, as suas histórias, as suas esperanças. É admirável ver o evoluir de uma raça. A juventude é a fase mais curta e mais complexa, e é entre todas as fases a que mais gosto, pois também é a que mais companhia me faz e alegrias, e até tristezas me dá; em suma é aquela que me dá o complemento essencial de uma vida. Os adultos também me fazem uma mediana companhia; porém só me aparecem com as crianças ou então para chorar as mágoas, muitas vezes completamente embriagados, raro é aquele que aparece no estado dito normal apenas para dar um simples passeio a olhar para mim. Gosto que olhem para mim confesso, disso não me envergonho, um pouco de vaidade nunca fez mal a ninguém. Mas agora sim chegou a altura de falar a idade que mais admiro. Pura admiração nutro pela velhice.
São os mais velhos, os idosos, que se levantam de manhã e vêem tomar os seus banhos de ouro, que vêem molhar os pulsos e tornozelos no meu corpo ensopado ou apenas o passeio matinal perto de mim. Gosto de os ver a jogar a canastra, tardes ao sol, brindando saúdes. Admiro os que confessam as diletantes vidas e se arrependem e tentam remediar qualquer coisinha no final de vida e admiro principalmente o amor daqueles que passeiam com o companheiro de uma vida inteira de braço dado. É uma sensação estrondosa que graças a Deus, ou graças a alguém que me pôs no mundo, eu possuo e apesar de saber que o que a eternidade não é boa, é bom saber que há seres não perenes que me fazem sentir uma perpétua felicidade com as suas vidinhas simples, complexas, felizes, infelizes, desgraças ou quase perfeitas, e é por tudo isso que eu, todas as manhãs me levanto com o amigo Sol, com a amiga Chuva, ou com o amigo Nevoeiro e abraço este ingrato e saboroso mundo, levantando os braços para ver os surfistas se erguerem no esplendor. Beijo a acolhedora areia agradecendo diariamente o abrigo que esta me dá em cada praia que abraço e dou palmadinhas nas Rochas com um desejo de bom dia. Prolongo a minha tarde viajando pelos cantos do mundo, ouvindo as deslumbrantes e apaixonantes vidas, e à noitinha o sol despede-se sempre de mim, mesmo que nem sempre o veja a despedir-se, e sinto o manto de estrelas abraçarem-me enquanto cobre todo o céu, e penso que só me posso sentir bem com os amigos eternos que tenho.
A querida Lua vem sempre toda espevitada com a sua tão terna voz dizer: “Tio Mar conta, conta o que aprendeste de nojo hoje, o que ouviste.” E sento-me eu a contar as histórias do meu dia à Luazinha, e ela fica bela, encantada, e eu desejo ter mais para lhe contar. Desejo um novo dia, enquanto ela deseja uma nova noite e uma nova noite… desejo uma evolução nesta humanidade, desejo ver as pessoas repletas de felicidade. E o novo dia nasce, e eu observo atentamente cada pessoa que me aparece, ouço as histórias com os ouvidos bem abertos, primeiro porque quero aconselhar de forma correcta as almas que me aparecem e segundo, porque a Lua nunca me perdoaria uma noite sem história. E por mim vão passando vidas simples, complexas, felizes, infelizes, desgraçadas, perfeitas, ou pelo menos quase perfeitas que cobrem os pedaços de terra, que alguém habitou para preencher os dias.
Esta é a minha vida, eterna vida, e assim é e assim será a eternidade, preenchida de defeitos, e com poucas qualidades, mas cada qualidade sobrepõe-se a muitos defeitos, fazendo com que esses sejam quase nulos.
A.C.

Foto de Fernanda Queiroz

Vim dizer que te amo.

Na penumbra de teu quarto,
teu corpo estendido na cama,
desarmado e indefeso,
jaz entre os lençóis amarrotados.
De semblante inalterado,
teu rosto amado.
Um pouco nublado,
da sombra azulada,
da barba por fazer.
De olhos fechado,
de riso calado.
Teu perfume no ar,
um eterno inebriar.
Teus cabelos se espalham
em contraste ao branco suporte,
que ampara pensamentos.
Adormecidos.
Ou sonhos vividos.
Entregue.
Suave.
Estás tão perto,
posso estender minhas mãos,
e acariciar tua mente.
Mais que de repente,
contornar a tua face,
tornear os lábios teus.
Afagar os teus cabelos
percorrer com os dedos meus.
Fazer viver a esperança,
que perpetua na lembrança,
De teu rosto e o meu.
Sussurrar em teu ouvido,
sem dor ou sem gemido.
Frases que ocultei.
Dizer que me libertei,
das algemas do passado,
que quero viver a teu lado.
Que para sempre serei,
mais verdade que sonho,
mais refúgio que fuga,
mais abrigo que adeus.
Dizer que te amo mil vezes.
Olhar nos olhos teus.
Mas você está dormindo,
ou é mais um sonho meu?

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Stacarca

Coração apaixonado

Coração apaixonado

Disse a meus olhos, o maldito olhar:
- Não cansas de olhar pelo iminente?
Que da ébria de amor em mais vivente
De chorar lágrimas co'um simples amar?

Os olhos responderam co'o maldito olhar:
- Não canso de olhar pela minha donzela!
Que vida vivendo vou amando a face dela
Até p'la raia e não um simples amar...

Disse as minhas mãos, o maldito tocar:
- Não cansas de tocar o sempre intocável?
Que a pele almejada jamais de tão inviável
Poderás no rijo caminho chegar a amar?

As mãos responderam c'um maldito tocar:
- Não canso de tocar a minha doce menina!
Mesmo que longe a pele bonita me ensina
A mais bela e gentil forma de amar...

Disse a minh'alma, maldita a vagar:
- Não cansas de vagar no querer errante?
Que por tristeza erra sempre no ante
Do fim da ânsia da querida a amar?

Minh'alma respondeu, maldita a vagar:
- Não canso de vagar pela minha querida!
Pois certeza de certo tenho em tida
A esperança do encontro para enfim a amar...

Disse a meu coração, bendito a pulsar
- Não cansas de pulsar apenas para a amada?
Que no palpitar enreda a vida a ti sonhada
Que faz ele sempre a bela amada amar?

Meu coração respondeu, bendito a pulsar
- Não canso de pulsar p'lo que sinto!
E depois que morrer na lápide tais escrito
"Para sempre vou te amar..."

Foto de Cecília Santos

CAÇADOR DE PIPAS

CAÇADOR DE PIPAS
#
#
#
Céu azul, vento forte.
Manipuladas por mãos hábeis.
Ganham vida e sobem ao céu.
No doce balanço do vento.
Dezenas de pipas, de formatos,
e cores vivas.
Dão show de bailado no firmamento.
Da minha janela, observo embevecida.
A alegria dos meninos, que hora dão
linha elas sobem tão alto.
Vão pertinho das nuvens até parece
que são os anjos, que estão puxando
os fios invisíveis pra brincarem também.
Suas danças são diferentes,
umas calmas, outras sinuosas.
Outras brincam ao doce sabor do vento.
Dão piruetas, vôos rasantes.
Outras se enrolam nas linhas daquelas que
estão próximas, e a brincadeira prossegue.
À espreita, olhar atento, sempre há,
o caçador de pipas aguardando.
Quando uma tem sua linha cortada,
e começa cair, levada pelo vento pra longe.
Numa desabalada carreira, entra em ruas,
becos, e vielas.
Seu tino aguçado, diz que esta no caminho certo.
Olha o céu, e vê seu prêmio chegando.
Cansada de bailar, a bela pipa cai por terra desfalecida,
pelo longo bailado no ar.
E o caçador apanha seu troféu...
Feliz e sorridente, retoma seu caminho de volta.
Olha o céu e sorri contente.
Tudo vai recomeçar outra vez.

Direitos reservados*
Cecília-SP/08/2008*

PS/Inspirado no Filme Caçador de Pipas.

Foto de Anandini

Onde estás?

Os dias passam...
passam um a um, correm como a agua saloba que caem de meus olhos...
Lágrimas que, uma a uma buscam por ti.
Passam os dias,
e a saudade bate a todo momento,
na porta entreaberta desse meu coração!
E este coração que pulsa por ti,
espera...
Aguarda aflito o momento de reencontrá-lo.
O momento de entregar-se e de abandonar-se em suas mãos.
Onde estás,que não aparece para realegrar a minha vida?
Para onde fois?
Quem será a pessoa de sorte que neste momento desfruta de seu doce sorriso?
Para quem entregas agora esse coração que outrora juraste ser meu?
Querido não sais de meus pensamentos...
Te espero a cada minuto...
e cada minuto se torna um calvário para esse coração que jaz...
sem dono
e sem direção...

Páginas

Subscrever Mãos

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma