Monotonia

Foto de Ricardo Barnabé

Esperança

Numa primavera que cimenta a tua essência
aromatizas um beijo estonteante
que perfuma o ar que vou sugando
na memória do jardim do meus sentidos,

Numa folha de papel amachucada
passas a ferro todo o teu planeamento
que se esgotou no tempo cheio
de nadas e que preencheste com o vazio.

Mas mesmo assim dançamos em círculos no destino
que escrevemos ao som de um disco riscado
pela incerteza da verdade que se extinguiu
na monotonia dos nossos gestos.

Sem que nenhum se encontrasse,
na sintonia de um desejo sincronizado pelo medo
quem em nós longamente se profetizou

E o tempo que negámos já não volta
mas as nossas voltas no tempo emaranham-se
pelos nossos lábios que não se tocam
mas que na sua memória, ainda se sentem.

Foto de natalia_m

Dores de amor

Para esquecer-te eu tenho tantos motivos,
Mas insisto naquele que me faz sofrer,
Naquele, que me faz te amar, enquanto vivo,
E te vivo pra sofrer, nem sei porquê.

Viverei eu tão perturbada,
Que não possa respirar,
Pois sinceramente prefiro ser morta, assassinada,
Do que viver, sem poder te amar.

Se esse amor fosse deixado, esquecido,
Minha absoluta certeza era a monotonia,
Pois vida, mesmo que feliz, sem amor vivido,
é pior do que sofrer amando , então, sorria.

Foto de Carmen Lúcia

Leva-me...

Leva-me...
Contigo qualquer lugar é inusitado,
fixo-me em ti e o resto é inacabado,
toda beleza pelo mundo derramada
provém de ti...
Em tua presença fica apagada.

Leva-me...
Andemos pela relva, que molhada,
suaviza nossos pés da caminhada,
deixando pegadas pra felicidade...
E subiremos por escadas de nuvens
aventurando-nos ao léu, ao céu...imensidão!
Onde seremos Adão e Eva
reiniciando a Criação...

Leva-me...
Não quero mais ficar sem ti.
As horas transcorrem iguais e frias.
A monotonia pesa minha alma.
A cama torna-se gelada, vazia.
Procuro-te e não estás aqui...
O medo invade, nutre meus fantasmas
e só tua presença os combate e os afasta.

Leva-me...
Serei aquela estrela que veneras,
pra ti serei eterna primavera,
seja qual for a estação que se revela...
Flores cobrirão nossos caminhos,
um grande amor aquecerá o nosso ninho
e será eterno como nossa primavera.
Sem mais ausências e esperas!

(Carmen Lúcia)

Foto de luar da noite

Meu letani

-
-
-
Acordo a teu lado,
Sinto teu cheiro,
Teu corpo agarradinho no meu,
Acordo feliz,
Radiante.
Considerando-me amada,
Desejada,
Com extrema alegria,
Menina, mulher,
Pequenina!
Amar foi vontade da noite,
Enlouquecer em desejo,
Foi vontade da lua,
Entre o pão e a água,
Ficou o vinho,
Corremos, sonhamos,
Mas na verdade,
Amamos!
És minha alma,
Que escorre por mim,
Vivo sem ti,
Mas com desejos de ti,
Teu corpo ausente,
Um dia terei de presente,
Clarando minha noite,
Diminuindo meu sofrimento,
És vontade e desejo,
Sedução e aventura,
Numa vida repleta,
Sou simples monotonia,
Hoje aqui estou,
Desejando desejar,
Amar,
E novamente perder.
Adoça tua lingua em meu corpo,
Escorre por mim,
Como nunca,
Como antes,
Um dia talvez!
Devora-me em gemidos e,
Deixa-me louca,
Como tu, só tu sabes fazer...
Num abraço ardente,
Só eu e tu,
Perdidos do presente!

Foto de Carmen Lúcia

Vivo?

Vivo alternando instantes de alegria
com enfadonhos dias de monotonia.
Vejo o futuro chegando tão depressa
e o presente passando às avessas
sem dar tempo de viver o que eu queria.

Essa inquietude atípica que atravesso
é sombra de um passado não vivido,
fruto não saboreado em tempo devido
amargando o depois mal digerido.

Vivo meu restrito mundo de experiências
em confronto com a modernidade
onde o carinho, o toque, o abraço
nem se aproximam da felicidade,
são trocados pela tecnologia
onde a exatidão da (incons)ciência
prevalece à imaginação e à fantasia.

Vivo...vou vivendo essa nostalgia
com a sensação de vida desfalcada,
pedaços que ficaram pela estrada,
lacunas que eu mesma esbocei
na pressa de chegar onde parei...

Vivo?Ou morro um pouco a cada dia...

_Carmen Lúcia_

Foto de Fabio rude boy

Solidão

Solidão

Ás vezes não me considero parte desse mundo
Tenho vontade de mergulhar bem lá no fundo
Distante da superfície onde eu fico confuso
Prefiro ficar aqui onde o silêncio me diz tudo.

A solidão ás vezes me conforta
Diferente da multidão que me sufoca
Tento me concentrar mais minha mente decola
Mais tenho um método que traz ela de volta.

Eu preciso de uma vacina anti-monotonia
Por que o vírus que me acomoda causa paralisia
Penso em correr mais meu corpo não reagia
Desistir agora seria apelar pra covardia

Muitas vezes já pensei em recuar
Distanciando-me da onde eu tenho que chegar
A vida me ultrapassa e me faz enxergar
O quanto ela se move sem que eu possa notar.

Foto de Zozãoo

Paty

Plenitude desse amor excelentíssimo
As flores refloriram em compaixão a ti
Ternura que desfalece nesse momento
Roubando as trovas românticas ingenuamente
Iluminando a irrealidade dessa curiosidade sentimental
Clamando a paixão desvairada esperançosamente
Infortunado a realidade dentro daquele sombrio coração
Arqueando humildemente esta paixão.

Poeta que tiveras chorastes
Amando complexas teorias
Transformando ódio em eterna alegria
Indignado em fúnebre monotonia.

Foto de Zozãoo

Paty

Plenitude desse amor excelentíssimo
As flores refloriram em compaixão a ti
Ternura que desfalece nesse momento
Roubando as trovas românticas ingenuamente
Iluminando a irrealidade dessa curiosidade sentimental
Clamando a paixão desvairada esperançosamente
Infortunado a realidade dentro daquele sombrio coração
Arqueando humildemente esta paixão.

Poeta que tiveras chorastes
Amando complexas teorias
Transformando ódio em eterna alegria
Indignado em fúnebre monotonia.

Foto de Zozãoo

Coração angustiado

Fragmento que compõe este coração
Embalsamando esta angustia irrelevante
Recordando aqueles velhos tempos
Naufragando nesse anseio infinito e vão
Angustiado na miséria quotidiana
Neuroticamente amando o desalmado
Desfalecendo esta paixão indesejada
Ao coração enfermo neste leito de morte.

Que essa angustia terna
Inferniza que a de mais belo
Estrangulando esse sórdido coração
Que arrependidamente desfruta da paixão.

Vendo este abismo de melancolia
O silencio neste peito adormecia
Acomodatício a palavra refletia
Suspirava versos de alegria
Em meios desta monotonia.

Desencantando o silencio ressurgia
Nesta alma desalmada
Muito fria integrada refloria
A angustia deste coração sumia
Na palavra desta que sorria
No pensamento daquele poeta que a tinha.

Foto de Carmen Lúcia

Trégua

Demos uma trégua!
Que cessem os tambores de guerra,
ouçamos os doces acordes de melodias
entre gritos de dor e almas vazias...

Salvemos os sonhos das noites de orgia...
que voltem a pulsar sãos de monotonia.
Brindemos, da vida, as doces lembranças,
as que se revelam num sorriso franco,
ou no olhar intrigante ao velho realejo
que brinca com a sorte de modo fagueiro.

Cacemos palavras inversas em versos
dos quebra-cabeças da vã filosofia...
Mudemos os fatos...
Façamos um pacto com a poesia.

Alcemos nova bandeira num resgate às suas cores
por ora mesclada de branco do lírio e sangue vermelho
a tremular incrédula entre falsos amores e velhos rancores.

Façamos apologia ao novo dia,
vibremos de esperança no amanhã...
Calemos nossas dores, sejamos matizes
a colorir de amor novos tempos felizes.

_ Carmen Lúcia_

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