É uma das mais inquestionáveis sensações de perda
Que nos remete a fazer coisas irreparáveis
Deixamos de transpirar amor e principalmente gentileza
Dizem que ciúme sente que é inseguro
Mas o mais enraizado dos mortais quando ameaçado
Faz estrago, e simplesmente desce de cima do muro
Todos nós temos um grau de ciúme
Mas muitos extrapolam e se tornam doente
Apagando o lindo fogo do amor, exterminado qualquer lume
O desrespeito é a mais grave de todas as intolerâncias
Provocadas por esse sentimento exterminador
fazendo murchar qualquer resquício de esperança
O ciúme sempre estará acompanhado da desconfiança
Não mede qualquer ação, magoa os corações
Decepa qualquer recomeço, mata qualquer esperança...
Como ele surge? Talvez por sentir o relacionamento ameaçado
Ai! vem o medo, suspeição, desconfiança, angustia, ansiedade...
Esquecendo de tudo o que antes era só cuidado
Toda história tem um “que” de ciúme, que nos diga "Otelo – O Mouro de Veneza"
Que deixou o monstro dos olhos verdes invadir seu mundo
Matando sua amada dona de uma estupenda beleza
Tal vez seja essa síndrome de Otelo
Que deixa os seres humanos cada vez mais sem razão
Esquecendo que o amor é tudo e o mundo de quem ama é cada dia mais belo
O ciúme pode corroer o coração de muitos seres
Tornando-os escravos desse sentimento maquiavélico
Tornando os dias desses seres, sem esperança em novos amanheceres
Quantos casais já cometeram loucuras e até mesmo crimes avassaladores
A exemplo do Mouro, já morreram, bateram o até mesmo enlouqueceram
E depois choram a sorte de não conter tal sentimento e a perda de muitos amores.
Enviado por Joaninhavoa em Dom, 25/10/2009 - 02:28
*
Fazer Amor!
*
O Douro, estava dourado em todo
seu esplendor
A luz difusa ramificava raios fazendo
partidas aos mortais
Olhei o chão coberto de folhas secas
Amarelos, castanhos e cor de fogo
chamavam por mim
Havia um outro mundo por ali!
A magia pairava no ar e entre as folhas
sob a erva e rente às flores,
alegres e prazenteiros seres,
Olhavam-me! Observavam-me
Gosto de ti!
Vem para este nosso mundo! Aqui
dançamos, rimos e amamos muito
Vou-te seduzir! Só tens de te deixar ir
Vem! Vamos fazer amor
com esta flor vermelha
Sem pudores!
Sem culpas!
Sem temores!
Vem ficar comigo.
Essa emoção pura e sincera
Que me desprega de mim, me faz voar
Essa emoção pura, criança
Que embala o meu dormir
E aquece o meu despertar
Essa emoção intensa, infinita
Que me invade e me faz viver
É como um revoar de liberdade
Tem do sol a imensa claridade
Tem do amor a luz do alvorecer
Essa emoção benigina e menina
Que me santifica que me faz divina
A mais feliz dentre todos os mortais
Mata a minha sede de carinho
Joga flores vivas em meu caminho
E me faz viver muito mais... E mais...
Enviado por cafezambeze em Qui, 27/08/2009 - 22:03
PANDORO - INCULO E OS HOMENS LEÃO
NA SERRA DA MURRUMBALA, A NOITE NA PEQUENA ALDEIA SE AGITOU.
LUZES DE TOCHAS E CANDEEIROS SURGIRAM NA ESCURIDÃO,
ZANZANDO DE UM LADO PARA OUTRO, QUAL VAGA-LUMES.
O LEÃO BATERA NA PORTA!
ELE ARRANHARA A PORTA!
O LEÃO LEVARA A VELHA MULHER!
OS HOMENS SE REUNIRAM ARMADOS COM AS SUAS AZAGAIAS.
DE MANHÃ NÓS VAI E PEGA ELE! NÓS PEGA ELE!
NÃO! AGORA! TEM QUE SER AGORA!
GRITAVA, IMPLORAVA DESESPERADO INCULO, O FILHO DA VELHA SENHORA.
MAS A NOITE ESTAVA ESCURA COMO BREU...AMANHÃ NÓS VAI! INSISTIAM.
INCULO CHAMOU SEUS DOIS FILHOS.
NÓS VAI SÓZINHO! PEGA O CANHANGULO E AS AZAGAIAS!
INCULO E SEUS FILHOS SE EMBRENHARAM NA MATA QUE LOGO ENCOBRIU A
CHAMA DAS SUAS TOCHAS.
DEVAGAR, ATENTOS A UM RAMO QUEBRADO, UMA PEDRA VIRADA, UM FARRAPO
DA CAPULANA DA SUA MÃE...
HAVIA UMA TRILHA RECENTE SIM, MAS DE LEÃO?
INCULO ACREDITAVA EM FANTASMAS, MAS ERA A SUA MÃE E NÃO SERIA
FANTASMA OU O TEMÍVEL PANDORO QUE O FARIAM PARAR.
HORAS DE AGONIA SE PASSARAM. INCULO, NÃO SÓ DE NOME, TEMIA O PIOR.
NA SUA MENTE SE FORMAVA UMA IMAGEM DE HORROR. OS HOMENS LEÃO!
GENTE QUE COMIA GENTE. ELE JÁ OUVIRA FALAR E NÃO ACREDITARA.
JÁ RAIAVA O DIA, QUANDO ELE FINALMENTE OS AVISTOU NUMA PEQUENA CLAREIRA.
ERAM CINCO, OS DESALMADOS REUNIDOS À VOLTA DOS RESTOS DE UMA FOGUEIRA.
O CORPO DESCARNADO DE SUA MÃE, JAZIA ABANDONADO PERTO DELES.
INCULO SOFOCOU O CHORO. CHAMOU SEUS FILHOS E TIROU-LHES
DA MÃO O VELHO CANHANGULO. A ARMA ESTAVA PRONTA.
MIRANDO CUIDADOSAMENTE, ELE DISPAROU UMA CHUVA DE
METRALHA NOS FAMIGERADOS BANDIDOS.
DE PRONTO, ELE E SEUS FILHOS SE LEVANTARAM URRANDO E
ARREMESSANDO SUAS AZAGAIAS.
OS COVARDES HOMENS LEÃO, FORAM TRUCIDADOS SEM PIEDADE.
ENTÃO, INCULO CHOROU COMO UMA CRIANÇA.
RECOLHEU CARINHOSAMENTE OS RESTOS MORTAIS DE SUA MÃE
E VOLTOU PARA A ALDEIA. NÃO FALOU COM NINGUÉM.
NO MESMO DIA, ENTERROU SUA VELHA MÃE E FOI EMBORA COM
TODA A SUA FAMÍLIA. DO INCULO, NINGUÉM MAIS NA ALDEIA FALOU.
A VERGONHA QUE SENTIAM OS IMPEDIA.
NOTAS:
PANDORO = LEÃO
INCULO = GRANDE
AZAGAIA = ARMA DE ARREMESSO
CANHANGULO = ARMA DE FOGO DE CARREGAR PELA BOCA, NORMALMENTE DE GRANDES DIMENSÕES
CAPULANA = PANOS COLORIDOS QUE AS MULHERES ENROLAVAM NO CORPO À LAIA DE VESTIMENTA
"Leve ela e me entregue na segunda"
Foi o que a ti deixei dito, pois
Aqui te respondo que este cristal
Tão apreciado por nos mortais
Tem importancia tão gigantesca
Como o util prazer de ver teus
Olhos depois deuma tarde feita
De deveres e prazeres não tão bem
Apreciado como antes, mas quero
Que saibas que de voce que tanto
amo vem estes pensares tão incessantes
Que me fazem perde o sono e aqui
Os escrevo, já que da ametista
Tiro a calma e as sabias palavras
De voce tiro o amor que sublimimente
Modela em versos este amor que por voce sinto [...]
Nascemos com um objetivo pré-definido, graças ou infelizmente, a nossa capacidade de pensar, e não se trata de uma opção minha ou sua é algo da essência humana, um carma. E este nosso objetivo pré-definido chega a ser ironia, pois nunca o alcançamos, apenas nos enganamos, mentindo para nós mesmos criando uma falsa ilusão de bem estar, de prosperidade, de amor, enfim... De felicidade.
Somos pobres mortais
Enganados em nossa própria realidade
Cremos nas coisas mais banais
Como nessa tal felicidade
Passamos boa parte de nossa vida
Tentando encontrar uma solução
Achamos na felicidade uma divida
E saudá-la é a nossa razão
Somos crentes em tudo que não vemos
Acreditamos em tudo que nos fazem acreditar
Nós somos presos e maltratados
Pra piorar a felicidade nos tira o ar
Ter felicidade e ser feliz
Isso seria ótimo pro coração
Sei que sou apenas um aprendiz
Mas afirmo felicidade não passa de ilusão
Eu vou lhes dizer uma verdade
Nós não somos livres para pensar
Acharam nesta tal felicidade
Uma forma de nos controlar
Alguns dizem, “a felicidade é utopia”
Como se isso fosse uma verdade
Enganam-nos com essa mentira
Distorcendo a real realidade
Preferia ver um mundo triste
Mas ver um mundo real
Viver um mundo independente
Por mais que pareça banal
Não quero de deixem de crer
Quero apenas quem pensem
Parem para refletir e ver
O quanto às pessoas mentem