Mundo

Foto de raqueleste

Carta de aniversário de casamento para o meu amado...

Por essa carta quero expressar todo o meu amor e minha gratidão.
Por essas palavras, vogais consoantes e silabas quero te falar do meu coração.
Que um dia se apaixonou pelo seu olhar, sua compreensão...

No dia que te conheci, não tinha como saber que seria somente eu e você.
Que seriamos um só, um todo, um casal, amigos, e namorados...

O tempo passou, e tudo foi acontecendo no seu ritmo.

Não compreendi de inicio, na verdade a vida nós surpreende...
Quando menos se espera as coisas acontecem...

Percebemos que tudo tem duplos significados, e que um simples olhar pode nós fazer se apaixonar ou se odiar, e que as palavras tem que ser pensadas e depois faladas. E que o silencio fala mais que mil palavras...

Percebemos que um carinho, não é só excitação, que às vezes abraçar, sentar junto conversar tomar um café ou até mesmo ler um livro juntos é algo muito prazeroso...

Descobrimos um mapa só nosso, do corpo, sentidos e da alma...

Que segredos são compartilhados, e desejos e fantasias são realizados...
Que quem ama vive em um mundo de faz de conta...
Mais também em uma realidade bonita, feita de dedicação ensinamentos e fé...

Percebemos que a beleza não está só por fora
E o que é mais bonito de tudo é o amor...
E mesmo sendo tão bonito, tão admirando entre as pessoas do mundo todo.
Não o encontramos em passarelas, ou se vangloriando...
Ao contrario ele fica guardado dentro do coração de cada pessoa.
Como o meu está guardado aqui dentro somente se mostrando para você

Aprendemos que uma flor deixa a casa mais bonita...
E que um bombom fica mais gostoso quando desfrutado entre um beijo e outro...
E também que quando amamos viramos crianças de novo...
Mais a cima de tudo, percebemos que dar e melhor que receber...

Receba então essas linhas simples mais cheia de amor e carinho que tenho em meu coração, como uma pequena amostra da minha admiração...
Te amo....

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Meu Espelho

- Quem é Você?
- Quem você é?
- Você é meu nome, meu nome é espelho, espelho o quê? Espelho Você?
- Você é meu amigo, diante da minha presença, que espelha o que sou?
- Sou simplesmente, a imagem do rosto do Sol invadindo o quarto pela fresta da janela de mais uma manhã sozinha.
- Você, que é a minha cara surpresa, de um novo dia, responderia se o meu futuro reserva um lugar à minha, sua sombra?
- Antes de teu futuro em minha sombra, terás a sombra de não sei o quê, e não sei se a sombras te darão futuro.
- Se a sombra do meu futuro, e seu, me dará sobras da sombra alheia, ou não, não sei, mas que Sol brilhará, no espelho, e assim me ajoelho, espero.
- E brilha o Sol no espelho, mostrando tua imagem, espelhadamente inconsistente, banhada de duvidas, e por fim nos abraçaremos, eu, futuro, e tu... e tu quem és?
- Sou a face da sua vida. Sou a vida na sua face. Sou o seu brilho aqui refletido.
- És um Brilho apagado, és a vida entrelaçada à nossa morte. Vida esta, que resiste agonizante por um simples sinal de uma saudade de algo que ainda não conhecemos.
- Há sempre sinais de vida na futura morte. Eterna, externa, resistente à própria fatalidade.
- Há sempre sinais de morte no presente medo. É tudo medo! É sempre o medo de não haver vida nas fatalidades.
- Há sempre sinais de esperança no medo de não haver futuro, há sempre o medo de se perder as forças no meio do caminho.
- Há sempre caminhos, mas há sempre o medo de não haver amor no final do percurso.
- Há sempre um perguntando qual o caminho para a paz, e há sempre um respondendo que a paz é o caminho.
- Há sempre uma verdade, mas a pressa para alcançá-la sempre mente.
- Sempre existe um nunca, para o qual nunca desistimos sempre.
- Haverá sempre ambigüidade. E será que sempre teremos que escolher a resposta mais justa, ou a mais emocionada?
- Sempre teremos de nos perguntar, e escrever entre o bem e o mal.
- Sempre teremos que escrever enquanto só sabemos desenhar, como crianças com um pedaço de tijolo de construção que rabisca a rua depois da chuva de verão?
- E sempre teremos que construir, com o lápis da vivência, a obra-prima de existir? Espero que sim.
- Pois a vida é uma redação de exame do ensino-médio, mas a escreveremos como poesia de amor, e a ilustraremos, como os mais distantes sonhos, e as mais sinceras emoções.
- Romancearemos a tragédia, encenaremos o que temos, colocaremo-nos à prova da trova do destino que nos reserva ao fim em não nos preservar.
- Bailaremos sozinhos, as valsas tristes, mas com um sorriso no rosto pintaremos as lagrimas vazias, com amarelo, azul ou até mesmo o vermelho. Ainda que sozinhos estaremos acompanhados por nossas poesias, por nossa arte.
- Como a chuva tem o seu prisma, a cisma solar irrompe sobre os pensamentos nublados, na dança das nossas escolhas, na nossa trilha de sons e rumos.
- Desenharemos com palavras, e escreveremos com sentimentos gritantes. Faremos das noites os dias mais claros, e o Sol será mais um amigo, mais um mensageiro da paz, que apenas imitará a meus raros e sinceros sorrisos poeticamente inexistentes.
- Poesia é risco, no céu ou na terra, no caderno ou na lápide.
- Pois o mundo foi feito por algum poeta, que andava triste, ou desiludido por algum amor infiel, e resolveu chorar pra criar mares maiores que as terras, e desenhou e pintou, e ao fim resolveu escrever mais uma poesia, e a intitulou Vida.
- Esse poeta, criador, nos deu a chance, sem nos condenar, de nos descobrir como somos.
- E descobrimos que somos também criadores, poetas, artistas, palhaços. Com um caderno antigo chamado vida, e na mão uma pena que ainda pinga a tinta de nossas vivências, pena esta chamada amor.

(Poesia escrita em conjunto ao meu amigo Allan Sobral.)

Foto de Allan Sobral

Meu Espelho

- Quem é Você?
- Quem você é?
- Você é meu nome, meu nome é espelho, espelho o quê? Espelho Você?
- Você é meu amigo, diante da minha presença, que espelha o que sou?
- Sou simplesmente, a imagem do rosto do Sol invadindo o quarto pela fresta da janela de mais uma manhã sozinha.
- Você, que é a minha cara surpresa, de um novo dia, responderia se o meu futuro reserva um lugar à minha, sua sombra?
- Antes de teu futuro em minha sombra, terás a sombra de não sei o quê, e não sei se a sombras te darão futuro.
- Se a sombra do meu futuro, e seu, me dará sobras da sombra alheia, ou não, não sei, mas que Sol brilhará, no espelho, e assim me ajoelho, espero.
- E brilha o Sol no espelho, mostrando tua imagem, espelhadamente inconsistente, banhada de duvidas, e por fim nos abraçaremos, eu, futuro, e tu... e tu quem és?
- Sou a face da sua vida. Sou a vida na sua face. Sou o seu brilho aqui refletido.
- És um Brilho apagado, és a vida entrelaçada à nossa morte. Vida esta, que resiste agonizante por um simples sinal de uma saudade de algo que ainda não conhecemos.
- Há sempre sinais de vida na futura morte. Eterna, externa, resistente à própria fatalidade.
- Há sempre sinais de morte no presente medo. É tudo medo! É sempre o medo de não haver vida nas fatalidades.
- Há sempre sinais de esperança no medo de não haver futuro, há sempre o medo de se perder as forças no meio do caminho.
- Há sempre caminhos, mas há sempre o medo de não haver amor no final do percurso.
- Há sempre um perguntando qual o caminho para a paz, e há sempre um respondendo que a paz é o caminho.
- Há sempre uma verdade, mas a pressa para alcançá-la sempre mente.
- Sempre existe um nunca, para o qual nunca desistimos sempre.
- Haverá sempre ambigüidade. E será que sempre teremos que escolher a resposta mais justa, ou a mais emocionada?
- Sempre teremos de nos perguntar, e escrever entre o bem e o mal.
- Sempre teremos que escrever enquanto só sabemos desenhar, como crianças com um pedaço de tijolo de construção que rabisca a rua depois da chuva de verão?
- E sempre teremos que construir, com o lápis da vivência, a obra-prima de existir? Espero que sim.
- Pois a vida é uma redação de exame do ensino-médio, mas a escreveremos como poesia de amor, e a ilustraremos, como os mais distantes sonhos, e as mais sinceras emoções.
- Romancearemos a tragédia, encenaremos o que temos, colocaremo-nos à prova da trova do destino que nos reserva ao fim em não nos preservar.
- Bailaremos sozinhos, as valsas tristes, mas com um sorriso no rosto pintaremos as lagrimas vazias, com amarelo, azul ou até mesmo o vermelho. Ainda que sozinhos estaremos acompanhados por nossas poesias, por nossa arte.
- Como a chuva tem o seu prisma, a cisma solar irrompe sobre os pensamentos nublados, na dança das nossas escolhas, na nossa trilha de sons e rumos.
- Desenharemos com palavras, e escreveremos com sentimentos gritantes. Faremos das noites os dias mais claros, e o Sol será mais um amigo, mais um mensageiro da paz, que apenas imitará a meus raros e sinceros sorrisos poeticamente inexistentes.
- Poesia é risco, no céu ou na terra, no caderno ou na lápide.
- Pois o mundo foi feito por algum poeta, que andava triste, ou desiludido por algum amor infiel, e resolveu chorar pra criar mares maiores que as terras, e desenhou e pintou, e ao fim resolveu escrever mais uma poesia, e a intitulou Vida.
- Esse poeta, criador, nos deu a chance, sem nos condenar, de nos descobrir como somos.
- E descobrimos que somos também criadores, poetas, artistas, palhaços. Com um caderno antigo chamado vida, e na mão uma pena que ainda pinga a tinta de nossas vivências, pena esta chamada amor.

(Poesia escrita em conjunto ao meu amigo João Victor Tavares Sampaio.)

Foto de Wilson Numa

Dia de Verão

O sol nasce e é mais um dia de verão
Não há muito a se pedir a não ser um lindo dia
Com céu limpo, com um azul celestial
Que nos faz pensar quão bela é a vida

Pássaros a voarem para seus destinos
E só me dá vontade de escrever
E fazer desse texto uma espécie de diário
Que conto nossas aventuras

Só falta tu meu amor para melhorar o dia
Teus beijos, teus abraços que não se podem esquecer
A música que oiço me lembra tudo em ti
Por isso nunca te esqueças que és o ‘‘MEU AMOR’’

Não sabes quão adorável és
Tenho que encontrar-te para melhorar o dia
Não será fácil mas vou te procurar, irei colocar todas peças no lugar
Se possível andar em círculos só para te encontrar

Não desistirei mesmo que seja difícil
Porque por amor girava o mundo
E nada me impediria de o fazer
Só para te encontrar ‘‘MEU AMOR’’.

Foto de Marilene Anacleto

Boa Palavra

Boa palavra ouvida
Penetra adubada e crescida
Promove o avançar da vida.

Nos ouvidos tal um Salmo
Acalentada pelo embalo
Alça vôo o anjo alado
Corpo alegre, espírito e alma.

Aciona a explosão,
Certeira emoção.

A palavra, feita bálsamo,
Faz-me feliz ser amada.
Mágica presença ao meu lado,
Retorna-me ao mundo de fadas.

Boa palavra ouvida
Penetra adubada e crescida
Promove o avançar da vida.
“Que bom ouvir tua voz!”

Marilene Anacleto
17/09/99

Foto de Raycleia Dias

Falando com Deus

Tenho andado pelas ruas...
Só tenho encontrado escuridão.
Tenho tentado fugir da verdade.
Eu tenho vivido lutas, que tem causado feridas dentro de mim.
Eu vivia tão bem na casa do Senhor, não sei bem certo, quando me perdi.
Quero muito me encontra novamente contigo meu Senhor.
Quando tu queres falas comigo. Mas não tenho te escutado, não consigo!
Não sei o que acontece, mas sei que tudo tem uma razão.
Eu não conhecia esse mundo aqui fora.
Tudo é escuridão!
Permitiu-me que eu andasse pelas ruas a procura de coisas vazias.
Não quero mais continuar!
Então hoje te pergunto qual o propósito que tu tens em minha vida?
Qual a benção que tens para mim?
Já não consigo mais esperar, as vezes penso até em desistir.
Sei que não posso, sei que não tenho esse direito.
Então me livra dessa angústia, desse mundo sem volta.
Deus, tudo ta tão difícil pra mim.
Às vezes as pessoas me perguntam onde estas Tu.
Sinceramente muitas das vezes fico sem resposta.
Mas dentro de mim, num lugarzinho bem reservado parece-me que às vezes Tu te escondes.
Todas as noites que passei sozinha, onde estavas Tu?
Porque Tu me escolheste?
No dia em que eu nasci e meu pai não estava ali, onde estavas Tu?
Por que me permites sair lagrimas dos meus olhos quando falo na ausência do meu pai?
Já que não me permitiste ter um, porque me fazes lembra e chorar por ele?
Porque tenho que carregar comigo o erro dos dois?
Por que choro quando falo contigo?
Senhor cada dia que passa me sinto mais sozinha, eu sei que você existe e que está sempre comigo, mas às vezes parece que se escondes de mim, na hora em que mais preciso.
Pai, porque eu estou dizendo essas coisas a você?Eu sei que não devia que estou pecando contra Ti.Talvez até me castigue por isso. Mas então te pergunto: castigar mais?
Desculpe-me, mas tudo que sou é parte de tudo que já sofri.
Não quero mais só fazer as pessoas rirem, necessito de alegria, de um sorriso sincero. Quando penso que estou forte, fraco eu estou! Hoje mesmo pensei que estava feliz, mas vejo minhas forças irem embora. Meus sonhos cada dia parecem estar mais longe.
Sou humana não consigo ser perfeita.
E essas pessoas que colocas em minha vida, quem são?
Qual o motivo delas existirem?
Ensina-me a amá-las, me dedicar a elas, e der repente, me arrancam sem explicação.
Achas que pra mim é fácil viver tudo isso, achas que com isso,posso me tornar uma pessoa melhor? Sinceramente, não consigo decifrar o que queres me dizer, o que queres que eu seja ou faça.
Percebo que meu corpo padece,minha mente enfraquece,ensina-me ousar da minha fé.
São varias perguntas que só você pode me responder.
Ao amanhecer uma surpresa me acontece, sofrimentos, dores, tempestades, fucarcoes.
Ainda quer que eu exista?
Queria ouvir tua voz sussurrar em meu coração.
Fale comigo Senhor, nem que seja quando eu estiver dormindo.
Em momentos assim é que sinto tua presença real dentro de mim.
Faça me ouvir e enxergar o que queres de mim.
Pois sozinha eu não posso mais.
Sonda-me!

Foto de MALENA41

O ÚLTIMO POR DO SOL ANTES DO ADEUS

Olhava meus dedos dos pés e chorava. Chorava por ele, por ele que logo partiria.
As malas estavam prontas...
Era a última noite que dormiríamos sob o mesmo teto. Na mesma cama já estava fazendo alguns meses que não dormíamos.
Eu já passava dos quarenta e cinco, porém, me sentia tão imatura.
A borboleta amarela e o beija-flor vieram me visitar. A tarde devagarzinho morria. Como eu, como eu.
Eu poderia chorar, desfazer as malas, me esgoelar. Ele desistiria da partida se eu implorasse.
Mas ficar com alguém desta forma? Como se ele estivesse me fazendo um favor?

A franja me caía nos olhos e eu a afastava, molhava suas pontinhas com as lágrimas que ensopavam meu rosto. Esfregava a boca e assoava o nariz. O lenço de papel estava ensopado. Precisava pegar outro. No entanto entrar na casa àquela hora?
Queria vê-lo chegar. Queria. Queria falar com ele.
Sofrer mais um pouquinho? ─ Diria minha sábia mãe.
Esticava a perna e recolhia, esticava de novo. Ela estava adormecendo de tanto tempo que ficara sentada ali. Uma hora, duas. O telefone cansou de tocar, o celular também. Não atendi.
Devia ser algum chato. “Poderia ser até meus filhos – mas eles ligariam outra hora”. Ou minha mãe. Ela também ligaria depois e faria milhares de perguntas. Sabia que não estávamos bem e estranharia meu silêncio. Conhecia meus hábitos e sabia que eu estava sempre em casa no final da tarde.
E se fosse ele? Ele não ligaria. Terminamos tudo e ele estava apenas aguardando que terminassem uns detalhes de pintura na casa que alugara. Levaria tão pouco, o indispensável eu diria.
Havia me dito que partiria bem cedinho.
Não brigamos desta vez. Só escutei e foi como se uma montanha de gelo despencasse sobre minha cabeça.
Nos últimos dois anos discutimos tanto que tudo se esgotou. O carinho morreu.
Houve um tempo que o medo de perdê-lo era maior e aí eu tentava reconquistá-lo. Depois fui me sentindo tão vazia e via que tudo era inútil.
Ele dizia coisas que me feriam fundo. Será que tinha noção do que estava fazendo? Não sei.
Acabei por feri-lo também. Não entendia ainda que estava agindo de forma errada.
Cada carro que passava fazia meu coração disparar, pois pensava que era Augusto que estava chegando.
De onde estava podia ver o sol descendo lentamente na linha do horizonte. Tínhamos uma vista privilegiada.
Quando compramos a casa comentamos que ninguém no mundo tinha uma vista igual. Até nosso ocaso era diferente, porque éramos muito especiais e nosso amor era exclusividade.
Nunca que terminaria um romance destes, nunca.

Um menino gritou na rua e fez meu coração pular e pensar nos meus filhos pequenos. Que pena que cresceram! Era tão bom tê-los sob a barra da saia.
De repente me via pensando no poema de Gibran: Vossos filhos não são vossos filhos.
Claro que não. Os filhos são do mundo. Só somos os escolhidos para colocá-los no mundo e orientá-los. E amá-los.
A menina se casara tão novinha e eu pensava que ela poderia ter esperado mais. Todavia havia o tal do livre arbítrio...
Meu filho estava cursando a universidade noutro estado. Foi o caminho que ele escolheu.
O menino continuava gritando e eu ficava ouvindo seus berros. Aquilo mexia com meus nervos que já andavam à flor da pele. O sol descia, descia.
Aí o carro estacionou. Era Augusto. Ele ainda tinha as chaves e o controle do portão. Foi abrindo e percebi que estava aborrecido.
Ele se mudaria no dia seguinte e nunca gostara de mudanças.
Na minha concepção meu esposo já tinha partido fazia bom tempo.
Olhei aquele belo homem estacionando na garagem e comecei a pensar quando nos conhecemos. Como ele era bonito!
Lógico que com os anos ganhara uma barriguinha, o cabelo diminuíra um pouco.
Mas num todo o corpo estava bem e o rosto sempre lindo.
Ele vinha em minha direção e meu coração disparava.
─ Você está bem?
─ Estou.
Minha voz saía rouca e eu pensava que precisava fazer aquele pedido, antes que nosso tempo se esgotasse.
─ Posso lhe pedir algo, Augusto?
─ Diga, Solange.
─ Não vai se aborrecer?
Que pergunta idiota! Eu o conhecia bem e sabia que estava arreliado.
─ Diga logo, que preciso tomar um banho. Tenho um compromisso daqui uma hora.
A frase veio como um balde de água fria me fazendo quase desistir de falar, Acontece que se não fizesse naquele instante não teria outra oportunidade e resolvi perguntar de uma vez.
─ Lembra-se quando ficávamos assistindo o sol se esconder de mãos dadas?
Ele pigarreou (andava fumando muito). Só que estava pigarreando neste momento para disfarçar.
E por fim falou baixinho:
─ Claro que lembro. Certas coisas não conseguimos esquecer por mais que tentemos.
─ Eu posso lhe pedir uma coisa?
─ Não se estenda, Solange. Já falei que estou apressado.
Outro balde.
─ Quero lhe pedir que sente aqui comigo para ver o sol se esconder. Falta pouco. ─ coloquei mais doçura na voz ─ Nem precisa segurar a minha mão.
Ele me olhou sem ternura no olhar, mas com pena.
Estaria eu fantasiando?
─ Augusto. Onde você vai morar dá para ver o sol se escondendo?
Ele virou o rosto na direção do horizonte e seu rosto parecia esculpido em pedra.
O telefone voltou a tocar e eu rezei baixinho:
─ Quieto, telefone. Fique quieto, por favor.
Por coincidência ou pela força de meu pedido depois do terceiro toque o telefone silenciou.
Em alguns instantes a magia daquele instante terminaria. Aquele corpo amado jamais estaria tão próximo ao meu.
Não resistindo eu busquei sua mão e ele estreitou a minha da forma que sempre fizera, apertando fortemente o mindinho.
Se eu chorasse naquela hora estragaria tudo. Ele havia me dito que não suportava a mulher chorona que eu me transformara.
Banquei a forte e nossos rostos estavam bem próximos. Os dois olhando o sol alaranjado e faltava apenas uma nesginha para o nosso astro rei se esconder.
Ele se levantaria em segundos e entraria no banheiro. Tomaria um banho e sairia. Chegaria tarde em casa e eu nem o veria chegar. Na manhã seguinte se mudaria e fim.
Um tremor percorreu meu corpo e de repente me vi estreitada em um abraço.
Aquilo não poderia estar acontecendo.
Sua boca sôfrega procurava a minha e eu me entregava inteira.
O sol acabava de desaparecer lá distante.
Eu já não via, mas sabia.
A língua dele tocava o céu da minha boca.
Estaria ficando louca?
Estaria sonhando?
Queria falar, mas o encanto se acabaria se falasse qualquer coisa.
Pressentia que não poderia me mexer, senão a poesia daquele instante se acabaria. Então fiquei bem quieta. Esperando. Esperando para saber se tinha escapado da realidade e entrado no sonho.
Eu não tomara absolutamente nada. Estava sóbria.
O corpo dele se estreitava ao meu.
Estreitava-se tanto que eu chegava a pensar que me quebraria algum osso.
Estava tão magra. Ossuda mesmo.
Ele é que rompeu o silêncio.
─ Desculpe.
─ Desculpar o quê?
Deus! Ainda era meu marido. Ainda era. Não tínhamos tratado da separação.
Augusto não sentia assim e provou isso pedindo desculpas.
─ Não tenho que desculpar nada, meu bem. Eu queria que acontecesse. E acho que você também.
Parecia que meu tom melodramático não o abalara em nada.
─ Foi um momento de fraqueza. Vou tomar um banho. Espero que você entenda que me deixei levar...
Eu o agarrei pelas costas e fiz com que se virasse e me olhasse nos olhos. Ainda haveria tempo de salvar nosso casamento?
─ E se eu mudar o meu comportamento?
─ Não há o que mudar. Tudo está resolvido. Amanhã cedo eu vou embora. Nossos filhos entenderão.
─ Será? Será que tudo é tão simples como diz?
─ Não vamos recomeçar.
E foi entrando porta adentro.
Eu fui seguindo-o. Se me beijara daquela forma ainda sentia amor e desejo. Ou estaria equivocada?
Ele colocou a chave do carro e a carteira sobre o rack e eu fui ao nosso quarto.
O que eu poderia fazer ainda? Jogar charme por cima dele não adiantaria de nada. Pedir? Implorar?
Deitei na cama e ele entrou no banheiro social e ligou o chuveiro.
Imaginei seu corpo nu e senti vontade de fazer amor com ele. Senti vontade de sentir de novo um abraço apertado, como o que acontecera há alguns minutos.
Que foi feito de nós? Fiquei me perguntando.
Em seguida desligou o chuveiro e fiquei pensando.
─ Ele nunca tomou um banho tão rápido.
A porta do quarto foi aberta abruptamente e molhado como estava ele me puxou para seus braços e me carregou para o nosso banheiro.
Usou a mão esquerda para ligar o chuveiro e com a destra livre foi me arrancando a roupa.
Será que em outras ocasiões fora tão impetuoso?
Era tudo tão espetacular e louco que eu custava a crer que estava sendo real.
Ele descia a boca para meus seios e mordiscava os mamilos.
Fizera isso milhares de vezes aqueles anos todos, mas estava sendo diferente, pois parecia haver uma raiva nele. Um desespero por me possuir.
Pensei se estava me violentando.
Acontece que eu estava querendo tudo aquilo e também o amei desesperadamente.
Também eu o mordi e o apertei.
Também eu quando tomei seu órgão genital nas mãos fui agressiva. Apertei mais do que devia.
Fazia-o não como uma fêmea no cio, mas como uma mulher desesperada.
Sabia que era a última vez e estava sendo maravilhoso e maluco.
Nunca nos amamos brutalmente antes e não estava sendo propriamente brutal. Era diferente. Era como se nós dois estivéssemos morrendo de sede e água nunca conseguisse nos saciar.
A relação sexual ocorria num ritmo alucinado. Bocas e mãos procuravam, deslizavam, corriam pelo corpo todo.
Palavras não existiam e antes falávamos tanto enquanto fazíamos amor.
Eu nem conseguia pensar direito tal a intensidade do que estava vivendo. Era como estar com um estranho. Aquele homem não era o Augusto de todos aqueles anos e aquela Solange exigente eu nunca fora.
Eu queria mais e mais e mais.
Antes nunca ocorrera comigo o orgasmo múltiplo e nem tinha conhecido que de repente pudesse senti-lo e sentia. O êxtase chegaria para nós? Ele aguentaria até quando?
Taxativamente eu desconhecia naquele homem meu companheiro de tantos anos e ele também devia estar me desconhecendo.
Prolongou-se ainda por meia hora o coito e quando por fim caímos exaustos na cama estávamos suados e arquejantes. Tão exaustos que não tínhamos forças para mexer um dedo.
Envergonhada pensava que não conseguiria mais encará-lo depois de tudo aquilo e foi ele que quebrou o silencio.
─ Estou desconhecendo-a, dona Solange.
─ E eu também não o reconheci ─ falei com débil voz.
Ele tinha se esquecido do compromisso?
Fiquei quietinha e nem queria pensar que ele pudesse se levantar e sair.
Augusto colocou o braço em volta do meu ombro e me puxou para seus braços.
Pensam que ele partiu no dia seguinte?
Está até hoje comigo e nossas noites costumam ser muito agitadas. Muitas vezes ele vem almoçar e esquecemos completamente da comida.
Ele perdeu a barriguinha e diz que eu acabo com suas forças, que sou a culpada.
Eu penso que sou a salvadora.

Foto de Marilene Anacleto

No Breu da Noite

No breu da noite ela me olha.
E pisca, e faísca.
De repente some.
Era avião? Disco voador?
Não. Volta ao mesmo lugar,
Reaparece a piscar
Para desaparecer no ar.

De novo volta a luzir:
Estrela de cinco pontas,
Estrela que a todos aponta
Mistérios a descobrir.

Ouro que reflete o sol?
Luzeiro de diamantes?
Coroa do Rei do mundo?
Uma tiara de brilhantes?

No breu da noite ela me olha
Com mil faces faiscantes.
Pouco importa se estou no escuro,
A minha janela é alba:
Ilumina-a a estrela Dalva
E descobre meus pensamentos:
Onde está .minha alma gêmea?

Marilene Anacleto
Publicado em http://www.option-line.com/members/pensador/poemas/nobreu.htm em 17/01/00

Foto de eda

Saudade"

"Saudades"

Durante o anoitecer
eu tinha tanto a lhe dizer
mas ao silencio escolhi,
para nao estragar um momento
um momento ao seu lado.
Pouco a pouco fui me apaixonando.
Por este sorriso deslumbrante,
que sempre que ele se abria para mim
eu sentia meu coração pulsar,
e uma enorme alegria que nao cabia no peito
e me fazia feliz.
Mesmo que por um instante menor que tudo,
sinto como se durasse toda a eternidade.
E quando este se acaba.
É como se minha vida se encerrace.
Ao lhe encontrar novamente!
Sentia-me como dono do mundo.
Sabe por que? Voce me da essa sensação?
Simplesmente por estar-mos próximos!
Mas quando o silencio nos consome
sem motivo ou razão,
sinto um vazio no meu coração.
Que percorre todo o meu corpo,
como se já nao houvesse mais vida.
uma dor descomunal rasga o meu peito
que clama seu sorrizo.
Mas você mantem o olhar distante. O que faz minha dor somente aumentar.
mas nada posso fazer, nao ser escrever,
mais um poema.
Que por algum instante me lembra
dos bons momentos em sua presença
em que alivia a minha dor...

Foto de Ana Vasques

Liberte-se

Não chore
Enxugue suas lagrimas
Vc está seguro aqui
Foi tudo um pesadelo
Volte a dormir
Vc tem outra chance
De transformar seu pesadelo em um sonho bom

Existe um lugar em que gosto de me esconder
E vc tem acesso livre a ele
Venha quando quiser
É um lugar onde você aprenderá
A encarar seus medos
E dominar os caprichos de sua mente

E onde quer que eu esteja
Estarei cuidando de você
Eu vou te ajudar até o fim
E te protegerei na noite
Porque vc sabe que tem o meu coração

As vezes se esconde de mim
Mas se abrir sua mente
Vais perceber que os muros que você construiu por dentro
Estão desmoronando e um novo mundo começará
Você pode se salvar da dor
Sua alma é livre para voar
Seu sonho está vivo e vc pode ir mais

E onde quer que eu esteja
Eu estarei sempre cuidando de você
Eu vou te ajudar até o fim
Eu te protegerei na noite
Porque vc sabe que tem o meu coração

Páginas

Subscrever Mundo

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma