Negrura

Foto de Jardim

eternos dias

foram eternos dias a distanciar nossas vidas.
nossos corpos, separados, recriaram seus instintos,
circunspectos, mesclados a um proscênio fosco
atuamos como se nunca houvéssemos nos encontrado,
nos tocado, nos provado, nos revelado,
determinados, sob um céu ordinário.

foram eternos dias a desamarrar nossos destinos,
a silenciar nossos gritos em nossa cama.
e a cada noite eu os ouvia, nesta cama agora vazia,
nossos fôlegos sob esta mesma lua.
tua saliva e tua secreção a corromper todos os hinos
onde agora só restam demônios.

foram eternos dias apagando nossos nomes,
o céu de tua boca, abrigo do falo insistente,
agora apenas um vácuo inconstante.
tantos foram os nós nunca desfeitos,
éramos anjos tentando saciar nossas fomes,
tentando iludir a dor persistente.

foram eternos dias que escreveram nossa história,
a tua voz persiste ainda na noite escura.
a tua falta ocupa o espaço do ambiente,
doce ausência em minha memória,
amargo sabor neste dia que se inicia.
nossas vitórias, nossas derrotas são um perjúrio.

foram eternos dias que fecharam minhas feridas,
estancaram o sangue à minha revelia
nas avenidas do meu infortúnio,
entre os clamores dos meus dias.
bardo errante sem rumo
imerso em delírios, pecados e loucura.

foram eternos dias a consolidar nossos receios
entre os credos de tua púbis sob esta sombra desnuda
nossa intimidade subverteu nossa lua
renegando a inexistente paz de nossa teia,
do que passou a se chamar presente,
em nossas faces somente a negrura.

Poema do livro Amores Possíveis
A venda em http://sergioprof.wordpress.com
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Foto de Jessik Vlinder

Um Amor Intangível

Acordo às três da madrugada e lentamente desperto
Ocupo mais espaço na cama do que o necessário
E mesmo meus olhos lutando para continuarem fechados
Os obrigo a deslumbrarem o escuro do quarto...

De repente, antes de me encontrar em total lucidez
Teu semblante surge lindamente a minha frente
Parece um sonho, mas estou acordada – ou penso estar
E fico parada, te olhando a me olhar com teu jeito meigo...

Ah... como tu és lindo. Beleza digna de anjo
Tenho medo de me perder totalmente de mim
E acabar descobrindo que só me encontro em ti
Que minha vida agora é vagar pelo teu mundo...

Mas essa ideia me assusta de tal maneira
Que me faz voltar à realidade subitamente
E como numa queda brusca, percebo minha loucura
Você não está aqui, nunca esteve e talvez nunca estará...

Tu és como a aurora. Esplendente, feérico e divino
Porém, intocável. Sempre distante, sempre intangível
E até mesmo para mim que ouso voar os mais altos céus
Deslindando os segredos do alto, permaneces assim...

Me resigno ao silêncio, ao vazio e à negrura de mais uma noite
Volto a fechar meus olhos na tentativa de apagá-lo do meu pensamento
Repito mentalmente pra mim mesma que estou sozinha e que assim devo ficar
E me conforto com a ideia de que ao amanhecer já não saberei mais nem quem tu és...

Foto de Herlânder Lobão

Não sei sorrir

Não sei...
Porque teimo assim
ver o céu cinzento
a alma ao relento
tal negrura em mim

A vida passando
coração sonhando
esperando por ti

Não sei...
Já como sorrir
nem para onde ir
só sinto tristeza
em qualquer lugar

Se esboço um sorriso
nesse momento perciso
fica a alma a chorar

Meu peito...
parece um vulcão
o meu coração
galopa veloz
parece explodir

E eu...
Só sei sonhar
apenas te amar
E eu...
Não sei, sorrir

HerLânder Lobão

Foto de Ricardo felipe

Muros.

Ergui nos arredores de minha vida.
Muros negros de silêncio e calma.
Calei a revolta do mundo, calei o choro da alma.
Partindo sem deixar caminho ou despedida.

E enclausurando-me em virgem mundo,
d’argamassa úmida de que o sonho é erguido.
Não me encontrará nunca, o mal de ter sofrido,
em minha cidadela triste de negrura ao fundo.

Selei a porta da crença, perdi a chave da esperança.
Meu pai é mundo amargo, minha mãe, triste lembrança.
Não sobrou-me nada, nada a que eu tenha apego.
De meu passear contente só fiz, eu, desassossego.

Mas não desejo prece, choro, benção, volta, vida.
De que me serviria esta? Para outra despedida?
Antes estar morto vivo, do que vivo perder sua vida.

Foto de gabriel_de_castro

As linhas, que bem ou mal, descrevem o que sinto (Gabriel de Castro).

O pródromo da semelhança do ser

A praia

gelada e fria,

pelo povo esquecida,

pelo vento arrefecida,

incumbiu-se de eliminar

o som, o cheiro, o sabor,

o futuro ardor

de sentimento ... o olhar.


A negrura

de meu destino,

estranho fado vespertino

criado de torpe cantiga,

ecoava na aurora humana

história antiga,

apagada pela vida mundana,

nefasta amiga.

O tempo

que fecha canções,

abre os corações,

dentro de mim

cria raízes e procura,

numa descida sem fim

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