Noite

Foto de Paulo Zamora

Perdi a razão

Quando de repente perdi a razão, perdi você, antes morava em meu coração, o que essa distância sabe fazer é destruir a boa lembrança do que juntos comemoramos desse sentimento,confraternizado por nós em instantes inesquecíveis...
Perdi a razão quando não lhe encontrei na mesma cama.
Perdi a razão quando precisei de alguém e me vi sem você.
Perdi você quando não poderia ficar sem ninguém.
Se aparecesse agora e me dissesse para perdoar... eu perdoaria sem medir esforços, apesar de tudo sei que não vai rir, um dia quem sabe precise de mim...
Por onde vai o horizonte se esconder logo vou eu, pro escuro da noite; infelizmente sem você; que ainda amo, que ainda é desejo; mantenha meu coração aceso; um dia quem sabe precise de mim.
Estou vivendo sem razão porque de saudade calou-se meu coração.
Quando... de repente perdi, o efeito da paixão, partes do coração, afeição, perdi a razão; perdi você...
(Escrito por Paulo Zamora em 28 de fevereiro de 2007)

www.pensamentodeamor.zip.net
paulozamoracontato@bol.com.br

Foto de Paulo Zamora

O vento do esquecimento

O vento que entrou nesta noite pela janela me trouxe o inesquecível perfume teu.
Vejo que você me esqueceu no esquecimento.
Me tire de lá, o meu lugar é ao seu lado, mesmo que não se deu conta ainda como o tempo já se tenha passado. A imagem que perdura o pensamento é a mesma, de você comigo parecendo estar feliz; por que errou comigo sabendo o resultado, que foi como deveria ser; a partida.
Me olho no espelho e vejo você.
Sento-me ao sofá e sinto a sua presença, exatamente como se estivesse ali me fazendo um segundo do seu carinho; pra saber sempre como é o amor.
A despedida... o pranto... a volta; são coisas da vida.
Já não sinto a paz e a calma, tem noites em que não durmo por conta de tantos delírios...
Vem me tirar dessa saudade, vem me ajudar a conter os olhos e não chorar.
O vento entrou triste como o coração que aqui habita o espaço, eu... esquecido no teu esquecimento.
Amanhã será outro dia, outro momento haverá em que o vento irá entrar pela janela, e com ele lembranças inesquecíveis do que fomos um dia; em que o vento nos separou porque me mostrou aonde você errou; onde seu coração pecou.
Pensando em tudo, vejo que também me esqueci no esquecimento, desiludido, partindo um pouco a cada dia, morrendo aos poucos pela solidão trazida do teu esquecimento...
(Escrito por Paulo Zamora em 21 de fevereiro de 2007)

Foto de HELDER-DUARTE

NO PRINCÍPIO

No princípio, criou Deus, os céus e a terra.
E a terra era sem forma e vazia...
E sobre a face do abismo, trevas havia.
Se movia sobre a face das águas, o espírito, daquele que é vem e era.

E ele disse: Luz haja e houve luz...
E Deus se glorificou n'ela...
Porque verdade e vida produz.
Então as trevas, correm, com medo d'ela.

Porque as trevas são noite...
Mas a luz é dia...
E Deus fez assim o primeiro tempo que existia...

Deus fez tudo, com amor, eis que logo amou e amou-te.
Eis que tudo criou e originou...
Porque em mim e em ti, pensou!...

Helder Duarte

Foto de Lou Poulit

Poulit em Versos

Quando eu era adolescente, meu pai incentivava os filhos a estudarem, para as provas finas, usando uma estratégia muito sedutora: Me diga o que quer ganhar no fim do ano, se for aprovado em lhe dou. Era um tal de estudar como nunca antes. Em certa ocasião meu irmão Aristeu, tratado por Teco, um ano mais novo que eu e hoje arquiteto, pediu um violão, de verdade, e se comprometeu a estudar para passar de ano. O Velho achou que ele poderia ter escolhido uma coisa mais apropriada a um garoto de 12 anos, mas não deixaria de cumprir sua parte no trato. Pois bem, o Teco passou de ano fácil.

Numa noite, chegando das minhas amadas peladas em rua de paralelepípedos, ou das caronas, pendurado nos estribos dos bondes, até hoje tradicionais do bairro Santa Teresa, morro contíguo ao centro do Rio de Janeiro, entrei em casa todo suado e sujo. Eu amava, mas minha mãe detestava isso: Direto pro banho, menino! Não encosta em nada! Como eu adorava esportes. Sentir o corpo suado, o corpo-a-corpo às vezes perigoso das peladas. Gostava de sentir o limite dos músculos, de ser íntimo da dor física controlada. Jogávamos mesmo à noite, a luz tênue dos postes distantes, ainda do tipo incandescente, refletindo nas pedras do calçamento. Que saudade da minha meninice... Bem, então voltando ao violão, entrei em casa e dei de frente com ele em cima da cama do meu irmão.

Fiquei fascinado. Era lindo e novinho em folha, brilhava demais. De boa marca e corpo grande, era até algo desproporcional para meu irmão. O velho não fizera por menos, mas era seu jeito. Era calado, emburrado em casa, gastava dinheiro nas farras, porém nunca foi sovina com os filhos. Não resisti à tentação e peguei o violão para experimentar. O som era bem mais alto do que o dos violões que conhecia, e chamou a atenção do Teco, que logo apareceu. Reconhecendo-me suado, devolvi o instrumento ao seu dono. Afinal de contas, eu também havia passado de ano.

Começaram as aulas de acompanhamento, os primeiros acordes, mas também logo vieram as primeiras bolhas na ponta dos dedos. Meu irmão não superou essa fase e em alguns poucos meses, o violão já havia ganho um lugar escondidinho para ficar, entre o guarda-roupas e a parede, no canto quarto. Ficou ali por vários meses. Um dia, vendo-o ali abandonado, tornei a pegá-lo e me assustei quando ouvi algo cair no chão. Despencado sobre os tacos de madeira clara, estava um livreto que me apressei em pegar do chão. Era um Método Prático Para Violão e Guitarra. Folheando-o compreendi que eram cifras para acompanhamento. Foi um momento mágico. Não pude naquele momento imaginar, que era apenas um pequeno instante, o despertar de um amor que me acompanharia, uma emoção que se repetiria pelo resto da vida.

Lendo o método, exercitando e, principalmente, observando alguns colegas que já sabiam tocar mais que eu, em pouco tempo já sabia o básico de acompanhamento e já me arriscava em solos iniciais. Gostava tanto que suportei as bolhas. Como bom aqüariano, não me contentava em tocar e cantar as músicas da moda. Com pouquíssimo tempo de aprendizado, já fazia minhas primeiras composições, ainda muito simples e com letras ingênuas. Mas era nisso que queria chegar desde o início desse texto: o violão me levou a começar a compor letras. Na escola, minhas notas em Português (na época se dizia Linguagem) eram sempre as mais baixas, detestava. Que ironia, hoje amo escrever.

Embora adolescente, muito novo e sem experiência de vida, quando escrevia letras para as minhas músicas (compunha ambas ao mesmo tempo) tinha a sensação plena de ter domínio sobre o que escrevia. E vivenciava aquelas emoções de verdade, sem tê-las jamais experimentado. Os adultos da família não entendiam bem. Mas nunca me senti inseguro. Era como se eu já soubesse fazer aquilo há muito tempo. Vejam como, com cerca de catorze anos ainda, eu me via “grande”, até pretensioso, nessa letra que pertence à minha primeira composição:

“Vida, vida minha
Não te perdoarei jamais
Por ter levado o molequinho...
Isso não se faz”.

Ora, eu me esqueci de que ainda não era mais que um moleque! Embora já andasse com mania de ralador, não tinha ainda tramas de amor para contar. Mas vejam o tipo de sentimento implícito nessa outra letra, da mesma época ou pouco mais:

“Vou partir
Pra bem longe
Vou-me embora
Deixo aqui meu coração
Minha casa, meu portão.

Ah, se um dia
Eu pudesse voltar
Eu iria ver de novo
Minha terra, meu lugar
E os meus tempos de criança
Poderia recordar”.

Alguns anos depois, pela primeira vez na vida senti a receptividade de pessoas que não eram familiares. Me inscrevi, por exigência de um grupo de amigos, num festival escolar de música. Escolhemos juntos quatro músicas minhas. Aquela que mais gostávamos foi apresentada pelo grupo todo, mas estávamos tremendo demais para tocar e cantar no palco improvisado. Os jurados não ouviram nada e “Santa Terra” foi desclassificada. Vendo minha tristeza, uma jurada, professora de inglês, veio me explicar o critério utilizado diante da dificuldade de julgar. E nesse dia aprendi a amar e odiar os critérios.

Porém, como reaprenderia em muitas outras ocasiões futuras, a tristeza dá sentido à alegria, assim como as sombras à luz. Com as três músicas restantes, que apresentei sozinho, voz e violão, consegui o segundo (Vou Partir), o terceiro e o quinto lugares do festival. Não obtive o primeiro lugar, mas os prêmios foram pagos em dinheiro e voltei pra casa rico, considerando a situação financeira da época. Mais rico do que o vencedor, que tinha uma música belíssima.

Os anos vieram e a vida mudou muitas vezes. Os campeonatos estaduais de vôlei, o trabalho, a faculdade, o casamento e o descasamento, a vida é uma sucessão de sonhos e pesadelos. Mas também uma grande escola e isso se reflete no produto do artista. A poesia seguinte na verdade é letra de uma música, composta no anos noventa. Sempre fui um apaixonado pelas manhãs. Em uma prosa cheguei a afirmar que elas também foram feitas à imagem e semelhança do criador. Tendo que recomeçar minha vida, tornei-me um amante ainda mais apaixonado pelas manhãs, a ponto de amalgamar as minhas amadas e as “Nossas Manhãs”:

“Porque são as manhãs
tão humildes manhãs
Saram o que as noites cortam
Lavam, abortam estrelas vãs
Vem, que me desperta
Essa rosa madura
Sob a renda flerta
Captura o meu instinto, vem
Me joga no orvalho do jardim.

Vem de mim por ruas dormidas
Que dores banidas
Não despertarão tão cedo
E ninguém contará a ninguém
Que ainda tenho medo
Porque são as manhãs
Tão humildes manhãs.

Porque são as manhãs
Tão lúcidas manhãs
No estreito vão da janela
Um corpo que foi meu se esfarela
Num rastro distante
Guardo os pássaros no peito claro
Ardo e perto me declaro amante
Vestindo as chamas
Que restam das velas
Dançando com elas beijo
Beijo e protejo o seu despertar.

São nossas primícias, nossas milícias
Cavalgadas e reconquistas
Quando o sol entrar pelas janelas
Jamais sairá nas revistas
Mas são nossas manhãs
As mais belas manhãs
As mais belas manhãs”.

Não considero que esse texto tenha esgotado o assunto. Gostei da idéia de mostrar poemas e letras de músicas como pedaços pedaçudos de uma sopa auto-biográfica. Creio que aqueles que tenham gostado poderão esperar mais.

Foto de Thyta2000

Lua, Amada lua

Lua, Amada lua!
Sou eu a noite escura
Que conhece teu segredo
eu tenho tanto medo
da tristeza que procura.
A tristeza que reflete teu olhar
Lua, que tão triste anda a vagar!
Que sera da noite escura?
Oh, amada lua!!!
Triste caminhar,
Tuas fases de tristeza
Eu trago no peito a soluçar.
Se vive triste a chorar,
O que sera dos poetas
que se inspiram no teu brilho lunar??

Foto de Lou Poulit

Soneto Inglês Para Um Sonho

Hoje sonhei com as suas palmas tão preclaras

Roçando esses meus cabelos agrisalhados

Mas lutando em si, para não despetalar

A sã flor lúcida dos meus sonhos escuros.

Com que desespero louco quis despertar

Percorrer com os meus dedos cada linha sua

Onde caminha esse meu amor penitente?

Onde me levará dar-me sem condições?

Porque em sua emoção, meiga, não me acordou

Lamentei não ser meu caminho pertencido

E assim ainda eu pertencer a ele, infindo...

Silêncio das chamas que à noite me devassam.

Quando torpe, enfim me apossei desse meu corpo

Dei-me conta de uma devassidão voraz

Entranhada nos meus pacificados músculos

E emergindo do pântano, qual doce bruma...

Soube porque as suas palmas não me pisaram.

Não vinham, partiam... Para poder voltar.

Foto de Carmen Lúcia

Evocação à Lua

Quero te sentir bem perto, coração irrequieto,
Pisar de leve tua aura branca, clara, mansa,
E derramar recônditos sentimentos
Em teu manto de luz que a dor abranda.

Levam-me a ti, meus pensamentos,
Teleguiados por anseios e tormentos,
Que de tão sedentos já chegaram aí
Em busca da mais pura inspiração,
Latente, na alma ardente dos amantes
E que aflora, submissa à tua atração,
Quando à noite tu despontas tão vibrante.

Não... Não ouças as serenatas doidivanas,
As juras mentirosas, dolorosas, levianas,
Nem uivos de lobos, falsos, traiçoeiros,
Agourando desventuras aos amores verdadeiros.

Ouve-me hoje... tão somente a mim,
Pois, desafiando a noite, abraçar-te vim,
Estou só e minh’alma clama tua afável chama,
Ajuda-me a delinear palavras, que apagadas,
Tento reacender com tua magia, imbuídas de poesia,
Veste-me com as rimas mais ousadas, mais lunáticas,
Pra compor meus versos de amor sem fim...

Batiza-me em tuas fases, com o teu luar,
Pra que eu consiga transcender e ser lunar,
Capta minha essência, me vejas nua,
Intensifica meus sonhos, clarifica meu poetar,
Envolve-me em teu fascínio...Possui-me, lua pura,
Torna-me, enfim, poeta... para que eu possa gritar
Com as inaudíveis vozes da alma, o que é amar!

E ainda que as nuvens te encubram, já dormente,
Ver-te-ei reluzir como um céu torvo que se estrelasse
de repente!

Foto de Anandini

visita noturna

Meu amor...
A noite passada,sentí sua presença em mim...
Senti o calor de seu corpo,quando se aproximou;
exalando o cheiro do prazer...
e aos poucos e bem devagarinho
vieste para me possuir.
Chegaste com tanta paixão,que
imediatamente me entreguei
e me abandonei em suas mãos...
Suas mãos com suavidade buscaram com
toque inebriante cada parte de meu corpo.
Delirei com sua lingua passeando em minhas curvas.
Sentí-lo respirar ofegante,
elevou-me as alturas
e dali somente desceria
após concluido o ato
que de fato,nos consumiria
Entregue a tí,meu tesão foi crescendo
Me fez buscar sua pele, suada e quente
e meus labios com voracidade foram de encontro
a seu sexo delicioso ,sentindo ali,
o prazer de devora-lo com perfeição
ouvindo-o gemer,e quase
soltar seu liquido quente
em minha boca,em minhas mãos...
Meus seios rijos passearam pelo seu corpo
e com seus lábios macios os sorveste
como o mais doce mel, que já experimentaste.
Alimentando sua sede de possuir-me completamente
A cada momento nosso prazer aumentou
e,tornou-se especial
quando senti,penetrar-me
com destreza sem igual
fazendo-me chegar
ao êxtase total
num vai e vem tão compassado
que qualquer ser mortal
desejaria estar ali .
E neste vai e vem aluscinado,
e com explosões de tesão
com plena satifação
visitamos outras galáxias
transcendentes a este mundo
extasiados,e completos
concluimos nosso ato
num gozo delicioso
e descansamos abraçados
até o amanhecer...

Foto de Andrea Lucia

Meu Corpo Clama...(Andrea Lucia)

Meu Corpo Clama...(Andrea Lucia)

Hoje meu corpo clamou pelo seu
Não pude tê-lo, você não foi meu
Uma tola represaria à noite passada
Faz-me aqui sozinha, na madrugada

O desejo ainda é forte e premente
Minha vontade é grande e ardente
Meu corpo ainda clama e reclama
Querendo seu cheiro, a sua chama

Meu corpo se arrepia só de lembrar
Suas mãos incansáveis a me acarinhar
Deslizo minhas mãos sobre meus seios
Tentando aplacar meus insanos anseios

Queria ser só sua, sua puta, sua dama
Queria você deitado na minha cama
Mas, inutilmente, faço carinhos em mim
Meu corpo sabe de quem ele é afim

Seu cheiro, sua pele, seu toque e sua voz
Únicos a me despertarem um desejo atroz
Se ainda estou aqui louca a lhe relembrar
Que me resta, senão amanhã lhe aguardar?

Pois fique certo que estarei ainda sedenta
Só sua seiva me completa e me alimenta
Ficarei divagando sozinha na madrugada
Almejando amanhã, por você ser tocada!

Foto de JG_essicas

Esquecer jamais

Lembranças apagadas da minha vida,
Queria poder sentir o gosto da doce despedida.
Sua voz suave,
Brisa doce da manhã,
Sua pele alva e macia,
Parece a rosa que na primavera surgia...

Minha mente pode estar vazia
Me lamento disso noite e dia,
Mas meu coração percebeu,
Ele acorda a cada toque seu...

Nos meus sonhos te vejo,
Trazem lembranças do teu beijo...
Tão doce e carinhoso,
Fragmentos de um sonho formoso...

Buracos foram feitos em minha memória,
Olho nos teus olhos e posso ver a nossa historia,
Passamos de uma amizade incomparável,
A um amor indecifrável,
Um sentimento sublime,
Só o mais puro coração exprime...

Sei que as lembranças um dia irão voltar,
Dias, meses, anos... Não importa,
Quando minha vida regressar,
De nada seria sem você pra me amar...

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