Olhos

pouco tempo... mas já uma história...

início mágico, despretensioso, não planejado. o tempo nos mostrou o caminho certo. festas, problemas, situações, nervosismo, confusões. meu coração quase saiu do meu corpo por diversas vezes.

uma história. cheia de "contos". experiências, contatos, sentidos, sensações. uma vida sendo escrita a dois. uma estrada sendo traçada com segurança. teus olhos nos meus estão, nos teus os meus, entre eles o amor, nos lábios o desejo, no beijo o sabor, no corpo a necessidade, no abraço o aconchego, na voz o tremor, no final uma lágrima, um suspiro enternecedor.

espero minuto a minuto, dia após dia, pela tua presença. posso ser considerado até egocêntrico pela minha angústia por te ter por perto, mas acredite em mim... é só o amor. posso nem sempre corresponder com totalidade o que tu esperas de mim, mas isso é culpa do meu medo e dos meus receios. quem não tem seus próprios receios? muitos são até incompreensíveis para os outros. afinal, um sentimento só é conhecido quando é sentido, então... aproveite. e agradeça. nenhum de nós sabe se estarei para sempre aqui, nem sei se tu estarás sempre aqui comigo. por isso: vivamos! e façamos de nossos momentos lembranças das quais vale a pena lembrar, e daquelas que um dia poderão ser contadas com lágrimas nos olhos e saudade na voz... seja cada um em seu lugar contando para os amigos, ou juntos contando à última pessoa que restou na jantinha de final de semana.

vamos fazer um futuro do qual jamais nos arrependeremos, pois a nós foi dada a graça do setimento recíproco e natural, verdadeiro e profundo. não vamos deixar isso de lado.

te amo e tudo o que estiver ao meu alcance farei para te manter aqui, sempre do meu lado, e estarei sempre contigo, te amparando quando necessário, te abraçando quando preciso, vivendo à companhia da pessoa que me completa, como pessoa, como ser humano, como alguém que faz a vida valer a pena.

jamais esqueça, e aqui deixo dito aos semblantes de todo o mundo, que te amo de um modo que jamais poderei explicar...

no final... se eu cantar é porque fui feliz, se eu sorrir é porque amei, se eu chorar é porque o amor valeu a pena...

já é tarde...
preciso descansar...
já não vejo as cores...
já não destilo ar...*

'no princípio, apenas nuvens, depois, os pingos.
como a dor. no início, aperto, depois, desespero na forma de lágrimas. assim foi este meu dia. tão ruim quanto eu pudesse ter previsto. prevê-lo teria sido a antecipação de um sofrimento necessário, mas somos tão pouco astutos no que diz respeito aos sentimentos.
eu não sou diferente, não em tudo.

me detive a deixar tantas palavras soltas que desolado caí numa penumbra de emoções. são tantas promessas feitas, algumas descumpridas, outras não provadas, ditas, revistas, mentidas. sou vítima de um esquema que talvez eu mesmo tenha criado, um meio de relacionamento que não interpõe muitos parênteses, que se baseia na companhia do próximo.

sou feliz ao dizer que fui agraciado com inúmeros momentos memoráveis, alegrias, risos, até o choro compartilhado. jamais teria a ousadia suficiente para contradizer os dias felizes que vivenciei ao lado de quem amo. como já disse, sou apenas uma vítima de mim mesmo.

mas eu chorei. eu derramei lágrimas por motivos tão óbvios que posso considerar, por ora, incabível a idéia de permitir a mim mesmo sofrer por isto. condicionei minhas próprias crenças a um estado de importância quase irracional. deixei-me afundar no pranto de um coração machucado, até que meus olhos ardessem em amargura, que minha cabeça latejasse em fúria e que meus lábios tremessem em mágoa.

mas todos sabemos que os contos de fadas existem único e exclusivamente no papel e na imaginação de seus autores. somos tão cruéis com nós mesmos que costumamos deixar de lado a nossa proteção, o nosso sentido crítico e nossa segurança. constantemente abrimos nossa defesa para um amigo, um amor, uma lágrima do mais desconhecido, sem nos darmos conta de que isso pode trazer consequências, ainda que isso, nem sempre, seja a pior causalidade.

quase sem sentidos...
mal posso respirar...
preso a mim mesmo...
meus pés não tocam o chão...*
dói-me, sobretudo, saber que tudo pudera ser evitado, mas foi por insistência de uma solidão duradoura que procurei me entregar ao calor de braços sinceros. eu quis perder meu tempo com quem merecia... meus passos já não condizem com meu caminho... agora só me resta chorar, chorar para encontrar, no fundo de meus olhos e de minha dor, a resposta para o que eu quero da minha vida.

'e senti como se alguém apertasse meu coração, e o choro veio, sem impedição, sem fraquejar, tomar conta do meu profundo olhar azul... nada pode ser mais sincero do que meu olhar...

'como a dor, um aperto. caminhando na chuva, escorrendo a água aos ombros, no choro. cada poça nesta longa estrada contém resquícios de minha tristeza.

Olhar já sem cor
Num sorriso de menino
Pelas ruas eles andam
Vagueiam sem destino.

De coração rachado
Sem esperança pela vida
Eles andam pelas ruas
De alma sofrida

De pés descalços
Sorrisos abafados
Sentimentos doridos
Olhos molhados.

De olhar brilhante
Continuam a vida
Não sabem porque vagueiam,
Com a alma partida

Parecem uns heróis
Os meninos que aqui estão
Pedem a paz ao mundo
Numa única oração.