Ombros

Foto de Marilene Anacleto

A Menina Esquecida

A MENINA ESQUECIDA

O vento açoitava as árvores,
Folhas fugiam desesperadas,
A chuva chicoteou casas e praças
Do anoitecer até alta madrugada.

Pequeno raio de luz
Da aurora, inda embaçado,
Mostra a transeuntes menina
Encolhida na calçada.

Uns a chamam de vadia,
Alguns, de pobre coitada,
Tremia de frio a criança
Por toda a noite lavada.

Outros lhe “davam de ombros”
Dizendo “está acostumada”.
“O corpo pode acostumar
Mas é diferente a alma.”
Assim a menina pensava.

Durante essa triste noite
Pediu a Deus misericórdia:
“Não esqueças de mim, meu Pai,
Leva-me contigo embora.”

Ao sentir que soluçava,
Mãos generosas a afagam,
E ela não falou nada.

Surgiu então personagem,
Tal príncipe em conto de fadas.
Diante de todos os olhares,
Com a criança pela mão,
Condoeu-se o coração,
Levou-a à sua morada.

A menina o seguiu,
Como se estivesse encantada.
A multidão o aplaudiu
Com grande salva de palmas.

Eis que, ao voltar ao caminho,
A comitiva, assustada,
Ouviu apenas, em gritos,
“A menina jaz na calçada!”

Um misto de horror e êxtase
Apunhalou corações.
De joelhos puseram-se a orar,
E chorar aos borbulhões.

Voltou a açoitar, a chuva;
Pôs-se a chicotear, o vento;
Ali, molhados, sentiram
O que é viver ao relento.

À menina foi atendido
Do coração puro, o lamento.
E o povo, por muito tempo,
Teve a culpa por sentimento.

Marilene Anacleto - 16/03/99 – 01:10h

Publicado em: http://rotadaalma.spaces.live.com/ , em 01/09/07
Publicado no site http://www.itajaionline.com.br, em 22/02/01
Publicado no Jornal Folha do Povo – Itajaí – SC, em 27/05/00
Publicado no livro Jardins, Jardins : [poemas[ / Marilene Anacleto. – Itajaí (SC) : 2004. 72 p. : il.

Foto de Leo_20

Pedras

Parecem pedras sobre meus ombros
Já nem consigo olhar pra tras
Como coisas que me fugiram pelas maos
Assim é o que sinto
Sem vc aqui

Tento me manter vivo
Há um coração ainda batendo
Não sei de onde ele tira forças
Nem qual sopro ele ainda resiste
Perdido, partido como ele só

Balas me atingiram em cheio
Aparelhos já nem fazem mais efeito
É como o tempo que teima em não passar
Perdido no meio da selva
Esperanças perdidas de ser encontrado
Um abraço que não vem mais

É como dizer que basta acordar
E tudo se acaba
Como nem tivesse existido
Mas quando mais tentamos subir e buscar o ar
Mais as pedras nos puxam pra baixo
Assim é o que sinto
Te vendo partir

Foto de Runa

7º Concurso Literário - Amores moribundos

Ouço ainda o rumor dos teus lábios de cinza
a espernear de encontro às tábuas gastas do meu peito,
e dou por mim, num delírio febril,
a murmurar as sílabas nostálgicas do teu nome,
que dançam, numa vertigem de fumo,
ensombrando os versos obscuros do poema.
Um pássaro de cera derretida,
pousado no luar arruinado dos meus ombros,
digere a ressaca de um eco distante,
no vazio destroçado do papel
onde tento fixar as últimas sombras
do teu sorriso desfeito.

Vozes escondidas murmuram nos recantos da memória
a litania decadente dos ventos,
invocando, num ranger de ossadas,
a réstia contaminada de remotos sonhos
enterrados dentro de mim.
Sacudindo o feitiço,
acendo as palavras efervescentes do teu nome
e deixo-as, a queimar, no rebordo encardido do cinzeiro,
entre duas baforadas de fumo baço
e a insónia lenta da tua ausência,
renegando para os confins do poente
aquilo que já não me serve.

Esta noite, num derradeiro gemido,
entrego o teu rosto calcinado
às chamas fugazes do esquecimento
e, definitivamente, te fecho a porta.

Foto de Clayton Milanez

O piso, o prato e o pano

O pano limpa o piso, o pano seca o prato, a água lava o pano.
Por mais sujo que o piso esteja sempre é possível o pano limpar.
Por mais encharcado que esteja o prato, o pano pode secar.
Mas o piso se desgasta, o prato se quebra e o pano se rasga.
Nesta relação harmoniosa, estamos nós, meros mortais. Ora como piso que precisa ser
limpo, outro momento como prato molhado em busca de alguém que possa
secar nossas lagrimas e muitas vezes como o pano que limpa as
perturbações, os maus pensamentos e tudo que possa ser limpo, ou dando
apenas nossos ombros para enxugar as lagrimas cansadas.
Sou piso, sou prato, quero ser pano.
Ser piso é por natureza, ser prato é uma fase, ser pano é
um desejo.

www. claytonmilanez . com

Foto de Oliveira Santos

Volúpia

Estou deitado feito coisa quase morta
E, de repente, a luz invade o ambiente
Eu abro os olhos a buscar quem abre a porta
Lá vem um ser como algo quase transcendente

Os seus cabelos vão pendendo sobre os ombros
O manto fino revelando suas formas
Imóvel penso: ilusão ou algum assombro?
Atento ao corpo que a intensa luz contorna

O mesmo corpo exala um cheiro assim tão rico
Intenso, que convida o alguém que sente
Quanto mais perto chega o ser mais pasmo fico
E algo voraz floresce dentro da minha mente

Me ponho de pé e frente a frente nós estamos
E os seus lucíferos olhos me hipnotizam
O leito é o barco e o mar da noite desbravamos
Enquanto sonhos e fantasias se realizam

11/01/99

Foto de Cecília Santos

CORPO NÚ

CORPO NÚ
#
#
#
Teus ombros nus, desperta fantasias.
Desperta antigas lembranças,
Desperta saudades quase esquecidas.
Teu corpo nu, induz a malicia.
Traz à tona momentos inesquecíveis.
A blusa que se abre, mostra a beleza,
De um corpo lindo e perfumado.
Esse perfume, que vem de você eleva a alma.
Perfuma a noite, acende as estrelas.
Permite sonhar, tocar sua pele macia,
Que se mistura aos lençóis de cetim.
Que desnuda seu corpo e sua alma,
Em oferenda de um amor sem fim.
A brisa suave eriça a sua pele,
Brinca com seus cabelos em desalinho.
Enquanto o pensamento se devaneia.
Enquanto o dia não chega, vejo-te feita de sonhos.
Vejo-te feita de ternura, no teu corpo nu.

Cecília-SP/09/2010*

Foto de jessebarbosadeoliveira27

Á MARGEM DA EQUAÇÃO DA ALEGRIA

Lá fora,
A chuva molha o asfalto;
Aqui --- dentro de meu peito,
A imensurável savana indomável ---
Sinto-me perpétuo amanhecer calcinado.

Tenho tantas dúvidas
Pesando sobre meus ombros:
Ah, a mente prefere, entretanto,
O elixir da solar primavera
Á indigesta verdade impressa
Nas dolentes páginas gélidas
Do inexorável inverno-escombro.

Quero chegar ao cume
Da montanha dos sonhos:
Pegar seus atóis e espólios
Á mão do arco-íris-estanho,
Convertendo-os em estela de ouro
Ou num esplendoroso sol de titânio.

Todavia,
Quando regresso
Desta tão libertária viagem-gerânio,
Novamente me encontro
Aprisionado em nosso cotidiano-escafandro:

Aí, então,
Eu me readapto
E me rearranjo,
Esperando que um dia talvez
A nossa consciência
Reduza a pó
O cárcere-verdugo
Da sua Fogueira-Soprano,
Tornando-se --- enfim ---
O eterno, libérrimo, belo,
Etéreo e soberano
Pégasus-Oceano!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

Foto de jessebarbosadeoliveira27

Á MARGEM DA EQUAÇÃO DA ALEGRIA

Lá fora,
A chuva molha o asfalto;
Aqui --- dentro de meu peito,
A imensurável savana indomável ---
Sinto-me perpétuo amanhecer calcinado.

Tenho tantas dúvidas
Pesando sobre meus ombros:
Ah, a mente prefere, entretanto,
O elixir da solar primavera
Á indigesta verdade impressa
Nas dolentes páginas gélidas
Do inexorável inverno-escombro.

Quero chegar ao cume
Da montanha dos sonhos:
Pegar seus atóis e espólios
Á mão do arco-íris-estanho,
Convertendo-os em estela de ouro
Ou num esplendoroso sol de titânio.

Todavia,
Quando regresso
Desta tão libertária viagem-gerânio,
Novamente me encontro
Aprisionado em nosso cotidiano-escafandro:

Aí, então,
Eu me readapto
E me rearranjo,
Esperando que um dia talvez
A nossa consciência
Reduza a pó
O cárcere-verdugo
Da sua Fogueira-Soprano,
Tornando-se --- enfim ---
O eterno, libérrimo, belo,
Etéreo e soberano
Pégasus-Oceano!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

SACUDIDO

SACUDIDO
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Eu viajarei sozinho
Mas feliz no meu entender
Eu recuso todo seu carinho
Voce e o lado ruim do meu viver

Desbravarei o meu caminho
Sem fincar raiz em nenhum lugar
Se eu me estrepar em algum espinho
Foi porque nao olhei antes de pisar

Todo mundo jura que sera feliz
Mas todo mundo reclama de uma ilusao
Sera verdade o que todo mundo diz?
Ou a dor so conhece o meu coracao?

Seguirei bem devagarzinho
Sabendo que um dia eu estive aqui
Levando o canto daquele passarinho
Que la da arvore me fazia sorrir

Esquecendo nossos encontros
Que foram o comeco de tudo de ruim
Sacudindo os escombros
Que voce derrubou em cima de mim
Sacudindo os ombros
Mas lhe desejando o bem ate o fim

Ferido, sacudido mais ainda de pe
Provando que nao sou um seu igual
Deus da a vida, a sabedoria e a fe
E o mal nao se paga com o mal

© 2010 Islo Nantes Music

Foto de apaixonado por catarina

catarina

Catarina
catarina
O nome do amor.
E com o amor transporta dor,
Com a dor magnitude.
Com a magnitude a virtude.
Apesar de confusa foste tu a 1º.
A 1º a quem disse amo-te.
Mas apesar de tanta sinceridade.
Tu so querias amizade.
Eu com esperança enchi o meu coraçao.
Apesar de saber que isto nao teria salvaçao.
Remei contra a mare.
Enfrentei todo e todos para agora
Acabar como diz a musica de xutos e pontapes.
Sosinho na noite um barco ruma para onde vai.
O eu barco nao sabe nem para onde vai nem o que fazer.
So sabe que o unico porto seguro sao os teus braços.
Mas este barquinho naufragou quando te sentiu cada vez mais distante.
A tripulaçao salvou-se e deixou este barco a merçe de todo.
Este barco sem forças para lutar ou para se defender do mal.
Cai em desgraça quando o teu coraçao me dizia que me amavas
E a tua boca dizia para eu me afastar.
A minha vida desmoronou.
O mundo que me tinhas tirado das costas
Voltou a cair em cima de mim.
Tenho um fardo com um peso que nao consigo suportar.
Agora que seis anos passaram.
Finalmente os tempos bons voltaram.
Finalmente este barco naufragado foi rebocado.
Rebocado e atracado no meu porto seguro.
Nos teus braços me reconstrui e passei de barquinho a vela
Para uma fragata
Uma fragata fortemente armada.
Cuja a unica função era proteger este porto tao seguro
Em troca da portecçao dos teus braços.
Eu agora como fragata amada
E acarinhada acarinhada pelo teu amor
Com o teu amor veio a felicidade
Com a felicidade a leveza
Aquele peso nos meus ombros saiu
Saindo fiquei mas calmo e feliz.
Agora apear de tudo o que passou
A minha alma voltou
Esta alma em tempos perdida a deriva
Agora esta fortemente portegida com o teu amor.
CATARINA
C- Compaixao
A-Amorosa
T- terna
A-Apaixonada
R-Radiante
I-Intelegente
N-Namorada perfeita
A-Alma.
AMO-TE MUITO BEBE LINDA

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