Orgasmo

Foto de vilma angel love

eu existo

meu corpo,me olho nua
e nenhum defeito vejo
minhas curvas são perfeitas
minha pele alva e macia
tudo em perfeita sintonia
então porque meu amor
você não consegue me notar
faz amor tão automático
sem ao menos me beijar
me possui com seu desejo
não se importa com o meu
e depois do seu orgasmo
você vira para o lado
preocupado com seu eu
eu me viro para o outro
reprimindo meu tesão
as lágrimas caem livres
vindas do meu coração...

Foto de MALENA41

O ÚLTIMO POR DO SOL ANTES DO ADEUS

Olhava meus dedos dos pés e chorava. Chorava por ele, por ele que logo partiria.
As malas estavam prontas...
Era a última noite que dormiríamos sob o mesmo teto. Na mesma cama já estava fazendo alguns meses que não dormíamos.
Eu já passava dos quarenta e cinco, porém, me sentia tão imatura.
A borboleta amarela e o beija-flor vieram me visitar. A tarde devagarzinho morria. Como eu, como eu.
Eu poderia chorar, desfazer as malas, me esgoelar. Ele desistiria da partida se eu implorasse.
Mas ficar com alguém desta forma? Como se ele estivesse me fazendo um favor?

A franja me caía nos olhos e eu a afastava, molhava suas pontinhas com as lágrimas que ensopavam meu rosto. Esfregava a boca e assoava o nariz. O lenço de papel estava ensopado. Precisava pegar outro. No entanto entrar na casa àquela hora?
Queria vê-lo chegar. Queria. Queria falar com ele.
Sofrer mais um pouquinho? ─ Diria minha sábia mãe.
Esticava a perna e recolhia, esticava de novo. Ela estava adormecendo de tanto tempo que ficara sentada ali. Uma hora, duas. O telefone cansou de tocar, o celular também. Não atendi.
Devia ser algum chato. “Poderia ser até meus filhos – mas eles ligariam outra hora”. Ou minha mãe. Ela também ligaria depois e faria milhares de perguntas. Sabia que não estávamos bem e estranharia meu silêncio. Conhecia meus hábitos e sabia que eu estava sempre em casa no final da tarde.
E se fosse ele? Ele não ligaria. Terminamos tudo e ele estava apenas aguardando que terminassem uns detalhes de pintura na casa que alugara. Levaria tão pouco, o indispensável eu diria.
Havia me dito que partiria bem cedinho.
Não brigamos desta vez. Só escutei e foi como se uma montanha de gelo despencasse sobre minha cabeça.
Nos últimos dois anos discutimos tanto que tudo se esgotou. O carinho morreu.
Houve um tempo que o medo de perdê-lo era maior e aí eu tentava reconquistá-lo. Depois fui me sentindo tão vazia e via que tudo era inútil.
Ele dizia coisas que me feriam fundo. Será que tinha noção do que estava fazendo? Não sei.
Acabei por feri-lo também. Não entendia ainda que estava agindo de forma errada.
Cada carro que passava fazia meu coração disparar, pois pensava que era Augusto que estava chegando.
De onde estava podia ver o sol descendo lentamente na linha do horizonte. Tínhamos uma vista privilegiada.
Quando compramos a casa comentamos que ninguém no mundo tinha uma vista igual. Até nosso ocaso era diferente, porque éramos muito especiais e nosso amor era exclusividade.
Nunca que terminaria um romance destes, nunca.

Um menino gritou na rua e fez meu coração pular e pensar nos meus filhos pequenos. Que pena que cresceram! Era tão bom tê-los sob a barra da saia.
De repente me via pensando no poema de Gibran: Vossos filhos não são vossos filhos.
Claro que não. Os filhos são do mundo. Só somos os escolhidos para colocá-los no mundo e orientá-los. E amá-los.
A menina se casara tão novinha e eu pensava que ela poderia ter esperado mais. Todavia havia o tal do livre arbítrio...
Meu filho estava cursando a universidade noutro estado. Foi o caminho que ele escolheu.
O menino continuava gritando e eu ficava ouvindo seus berros. Aquilo mexia com meus nervos que já andavam à flor da pele. O sol descia, descia.
Aí o carro estacionou. Era Augusto. Ele ainda tinha as chaves e o controle do portão. Foi abrindo e percebi que estava aborrecido.
Ele se mudaria no dia seguinte e nunca gostara de mudanças.
Na minha concepção meu esposo já tinha partido fazia bom tempo.
Olhei aquele belo homem estacionando na garagem e comecei a pensar quando nos conhecemos. Como ele era bonito!
Lógico que com os anos ganhara uma barriguinha, o cabelo diminuíra um pouco.
Mas num todo o corpo estava bem e o rosto sempre lindo.
Ele vinha em minha direção e meu coração disparava.
─ Você está bem?
─ Estou.
Minha voz saía rouca e eu pensava que precisava fazer aquele pedido, antes que nosso tempo se esgotasse.
─ Posso lhe pedir algo, Augusto?
─ Diga, Solange.
─ Não vai se aborrecer?
Que pergunta idiota! Eu o conhecia bem e sabia que estava arreliado.
─ Diga logo, que preciso tomar um banho. Tenho um compromisso daqui uma hora.
A frase veio como um balde de água fria me fazendo quase desistir de falar, Acontece que se não fizesse naquele instante não teria outra oportunidade e resolvi perguntar de uma vez.
─ Lembra-se quando ficávamos assistindo o sol se esconder de mãos dadas?
Ele pigarreou (andava fumando muito). Só que estava pigarreando neste momento para disfarçar.
E por fim falou baixinho:
─ Claro que lembro. Certas coisas não conseguimos esquecer por mais que tentemos.
─ Eu posso lhe pedir uma coisa?
─ Não se estenda, Solange. Já falei que estou apressado.
Outro balde.
─ Quero lhe pedir que sente aqui comigo para ver o sol se esconder. Falta pouco. ─ coloquei mais doçura na voz ─ Nem precisa segurar a minha mão.
Ele me olhou sem ternura no olhar, mas com pena.
Estaria eu fantasiando?
─ Augusto. Onde você vai morar dá para ver o sol se escondendo?
Ele virou o rosto na direção do horizonte e seu rosto parecia esculpido em pedra.
O telefone voltou a tocar e eu rezei baixinho:
─ Quieto, telefone. Fique quieto, por favor.
Por coincidência ou pela força de meu pedido depois do terceiro toque o telefone silenciou.
Em alguns instantes a magia daquele instante terminaria. Aquele corpo amado jamais estaria tão próximo ao meu.
Não resistindo eu busquei sua mão e ele estreitou a minha da forma que sempre fizera, apertando fortemente o mindinho.
Se eu chorasse naquela hora estragaria tudo. Ele havia me dito que não suportava a mulher chorona que eu me transformara.
Banquei a forte e nossos rostos estavam bem próximos. Os dois olhando o sol alaranjado e faltava apenas uma nesginha para o nosso astro rei se esconder.
Ele se levantaria em segundos e entraria no banheiro. Tomaria um banho e sairia. Chegaria tarde em casa e eu nem o veria chegar. Na manhã seguinte se mudaria e fim.
Um tremor percorreu meu corpo e de repente me vi estreitada em um abraço.
Aquilo não poderia estar acontecendo.
Sua boca sôfrega procurava a minha e eu me entregava inteira.
O sol acabava de desaparecer lá distante.
Eu já não via, mas sabia.
A língua dele tocava o céu da minha boca.
Estaria ficando louca?
Estaria sonhando?
Queria falar, mas o encanto se acabaria se falasse qualquer coisa.
Pressentia que não poderia me mexer, senão a poesia daquele instante se acabaria. Então fiquei bem quieta. Esperando. Esperando para saber se tinha escapado da realidade e entrado no sonho.
Eu não tomara absolutamente nada. Estava sóbria.
O corpo dele se estreitava ao meu.
Estreitava-se tanto que eu chegava a pensar que me quebraria algum osso.
Estava tão magra. Ossuda mesmo.
Ele é que rompeu o silêncio.
─ Desculpe.
─ Desculpar o quê?
Deus! Ainda era meu marido. Ainda era. Não tínhamos tratado da separação.
Augusto não sentia assim e provou isso pedindo desculpas.
─ Não tenho que desculpar nada, meu bem. Eu queria que acontecesse. E acho que você também.
Parecia que meu tom melodramático não o abalara em nada.
─ Foi um momento de fraqueza. Vou tomar um banho. Espero que você entenda que me deixei levar...
Eu o agarrei pelas costas e fiz com que se virasse e me olhasse nos olhos. Ainda haveria tempo de salvar nosso casamento?
─ E se eu mudar o meu comportamento?
─ Não há o que mudar. Tudo está resolvido. Amanhã cedo eu vou embora. Nossos filhos entenderão.
─ Será? Será que tudo é tão simples como diz?
─ Não vamos recomeçar.
E foi entrando porta adentro.
Eu fui seguindo-o. Se me beijara daquela forma ainda sentia amor e desejo. Ou estaria equivocada?
Ele colocou a chave do carro e a carteira sobre o rack e eu fui ao nosso quarto.
O que eu poderia fazer ainda? Jogar charme por cima dele não adiantaria de nada. Pedir? Implorar?
Deitei na cama e ele entrou no banheiro social e ligou o chuveiro.
Imaginei seu corpo nu e senti vontade de fazer amor com ele. Senti vontade de sentir de novo um abraço apertado, como o que acontecera há alguns minutos.
Que foi feito de nós? Fiquei me perguntando.
Em seguida desligou o chuveiro e fiquei pensando.
─ Ele nunca tomou um banho tão rápido.
A porta do quarto foi aberta abruptamente e molhado como estava ele me puxou para seus braços e me carregou para o nosso banheiro.
Usou a mão esquerda para ligar o chuveiro e com a destra livre foi me arrancando a roupa.
Será que em outras ocasiões fora tão impetuoso?
Era tudo tão espetacular e louco que eu custava a crer que estava sendo real.
Ele descia a boca para meus seios e mordiscava os mamilos.
Fizera isso milhares de vezes aqueles anos todos, mas estava sendo diferente, pois parecia haver uma raiva nele. Um desespero por me possuir.
Pensei se estava me violentando.
Acontece que eu estava querendo tudo aquilo e também o amei desesperadamente.
Também eu o mordi e o apertei.
Também eu quando tomei seu órgão genital nas mãos fui agressiva. Apertei mais do que devia.
Fazia-o não como uma fêmea no cio, mas como uma mulher desesperada.
Sabia que era a última vez e estava sendo maravilhoso e maluco.
Nunca nos amamos brutalmente antes e não estava sendo propriamente brutal. Era diferente. Era como se nós dois estivéssemos morrendo de sede e água nunca conseguisse nos saciar.
A relação sexual ocorria num ritmo alucinado. Bocas e mãos procuravam, deslizavam, corriam pelo corpo todo.
Palavras não existiam e antes falávamos tanto enquanto fazíamos amor.
Eu nem conseguia pensar direito tal a intensidade do que estava vivendo. Era como estar com um estranho. Aquele homem não era o Augusto de todos aqueles anos e aquela Solange exigente eu nunca fora.
Eu queria mais e mais e mais.
Antes nunca ocorrera comigo o orgasmo múltiplo e nem tinha conhecido que de repente pudesse senti-lo e sentia. O êxtase chegaria para nós? Ele aguentaria até quando?
Taxativamente eu desconhecia naquele homem meu companheiro de tantos anos e ele também devia estar me desconhecendo.
Prolongou-se ainda por meia hora o coito e quando por fim caímos exaustos na cama estávamos suados e arquejantes. Tão exaustos que não tínhamos forças para mexer um dedo.
Envergonhada pensava que não conseguiria mais encará-lo depois de tudo aquilo e foi ele que quebrou o silencio.
─ Estou desconhecendo-a, dona Solange.
─ E eu também não o reconheci ─ falei com débil voz.
Ele tinha se esquecido do compromisso?
Fiquei quietinha e nem queria pensar que ele pudesse se levantar e sair.
Augusto colocou o braço em volta do meu ombro e me puxou para seus braços.
Pensam que ele partiu no dia seguinte?
Está até hoje comigo e nossas noites costumam ser muito agitadas. Muitas vezes ele vem almoçar e esquecemos completamente da comida.
Ele perdeu a barriguinha e diz que eu acabo com suas forças, que sou a culpada.
Eu penso que sou a salvadora.

Foto de SYLVIO ÉDISON MARTINS

LOUCURA

LOUCURA

Marque a fogo o meu corpo!
Marca mais fundo do que tatuagem,
Marque a ferro em brasa,
Escreve em todo o meu corpo palavras insanas,
Palavras profanas, dizeres pecaminosos
Asperge sobre ele, como padre asperge água benta
Quando encomenda um corpo,
Crie metáforas libidinosas, lascivas, obscenas, pecadoras
Pra retratar todo esse tesão guardado!

Circunda-me, contorne-me!
Passe sua língua quente e molhada em meu corpo
Rastreie, como se rasteia uma trilha,
Encontre os pontos escuros de nosso mistério de amor!
Decifra-os na escuridão do nosso quarto,
Decifra os enigmas dos desejos contidos
Dos desejos reprimidos.

Explora-me!
Como o explorador explora os mares
Como o explorador explora as selvas recônditas,
Encontre o fogo, a brasa que você acendeu
Queime-se nela,
Queime seu sexo, seus sentidos, sua língua neste corpo quente
Quente de desejo, quente de tesão, quente de volúpia.

Entrego-me por inteiro
Por completo,
Entrego-me entorpecido, como se drogado por ópio estivesse
Sou seu, passivo, inerte, parado
Age! Use! Cavalgue! Beije! Lamba! Sugue!
Faça-me ter um orgasmo como nunca tive
Um gozo explosivo de gosto e prazer
Onde seu instinto selvagem aflora
Na perdição do seu corpo perfeito e gostoso

Faz-me arrepiar
Tocando minhas partes sagradas que só você conhece
Só você sabe manipular, seja com a boca ou com suas hábeis mãos
Que tocam, que empurram, que esfregam, que puxam
Mãos úmidas, mãos extasiantes que me tocam
Levando-me à loucura
Como que levitando eu estivesse

Queime-me
Com as labaredas vivas desse fogo não refreado
Fogo devasso, fogo que lateja, que arde e que fere
Junte teus beijos, iguais aos que sonhei
Ofusque meu olhar com o brilho dos teus olhos desejosos

Rasteje junto ao meu corpo
Como uma serpente rasteja pela terra
Seja meu corpo o terreno fértil de amor
Que seja esse vai e vem constante, o ápice!
Enroscada e presa em meus braços
Façamos amor entre beijos e amassos, apertos, carícias e gemidos!

Deixe-me louco!
Deixe-me desordenado, deixe-me num caos!
Num desatino inexplicável,
Onde o bem e o mal se forjam, onde a luxúria, o pecado,
Aonde a devassidão, a obscenidade venha nos arrebatar!
Mata minha sede de amor criatura!
Mata essa vontade louca e notória de te querer
Deixa escorrer em mim a simetria morta da tua loucura
Faça do meu orgasmo,
O sacrifício de nossas penitencias.

Foto de anas

Seduzi-te

Seduzi-te
Seduziste-me
Quase que instantaneamente
Num delicioso sonhar
Despias-me lentamente
Louca varrida
Meu corpo ansiava
Teu olhar excitava-me
Tuas mãos percorriam meu corpo
Que jeito de tocar
Tua envolvência
E tua maneira de penetrar
Que quadril
Que me faz delirar
E que sensações
Que viajar
Que lasciva
Que vontade mais louca
Alucinantes posições
E ai que orgasmos…
Teus beijos provocantes
Enchiam-me de tesão!
Que orgasmos sentia
Ápice de minha entrega
Que sensações
Urrar do meu realizar
Nossas línguas atrevidas
Ágil miscelânea de fluidos
Que te levavam ao ápice do orgasmo
E nossos olhares presenciavam
E deliravam com o jorro do néctar do nosso amar…
E que rios transformavam em minhas entranhas
Após o delírio do nosso amar…
E as sementes da saudade
São regadas com as lágrimas do meu coração…
Ana

Foto de Ozeias

Gozo eterno

E quando despertou do que os humanos chamam de morte, viu que o que o esperava para além da vida era algo extraordinariamente fantástico.
Um infinito campo de corpos misturados, sem preferência de beleza ou físico se mostrava diante dele. O som ambiente eram gemidos de prazer, sons maravilhosos das bocas masculinas e femininas.
-Seja bem vindo!-Disse uma majestosa mulher nua indo ao seu encontro com um belo sorriso.
-Que lugar é este?-Perguntou confuso, olhando para aquela enorme suruba.
-Aqui é onde todos vão depois do que vocês chamam de morte. O que imaginou que fosse, o inferno?
-É que me ensinaram que quando se peca demais, vai para o inferno...
-O inferno é a abstinência sexual, querido.
- Quer dizer então que estou no paraíso? Cadê Deus?
-Bom, apenas está com Deus quem tem o grau de experiência sexual avançado. Você ainda não chegou lá.
- E quando é que ocorre isso?
- Quando você tiver o orgasmo infindável, quando não se cansar do sexo. Aqui estão todos no aprendizado. Como você pode ver, não há orientação sexual: Todos transam sem nenhum pudor, entregando-se ao prazer. Não se sinta envergonhado caso sentir-se atraído por um homem.
-Então quer dizer que aqui não existe homossexualidade?
-Exato! Há só o prazer!
Ele ficou um longo período observando aquele monte de corpos entregues ao prazer. Reparou que o prazer dali parecia ser muito melhor do que os que se sentia em vida na Terra.
- Deve ter reparado que aqui o prazer é muito maior. Algo que em vida essas pessoas nunca sentiram,não é?
-Foi o que reparei agora.
A mulher sorriu.
-Venha, vamos que há mais coisas a ser mostrada.
Enquanto caminhava por entre os montes de corpos, ele reparou na natureza. Ela parecia de alguma forma proporcionar prazer. O brilho do sol acariciava-o calorosamente, a fragilidade da grama produzia uma sensação leve de cócegas. Depois, ele passou a ouvir gritos e barulhos de objetos, como chicotes.
-Aqui há também o sadismo e o masoquismo. –Disse apontando para um enorme grupo com diferentes espécies de objetos sado masoquista.
- Meu Deus... – Disse ao ver uma mulher sendo lambuzada por uma substância que parecia ser parafina.
-Vejo que você aceitou facilmente esta idéia a respeito do paraíso.
-É que... Isso tudo ainda me parece um sonho, embora eu tenha certeza que não seja.
-Tudo bem... Sei perfeitamente como é.
Continuaram a prosseguir e ele pôde ver coisas que enchiam seus olhos. Coisas que ele jamais poderia imaginar ser possível na Terra.
- O que você vê aqui não é nada comparado às que há no plano de Deus.
- É mais extraordinário ainda?
- Não há palavras para descreverem.
Ele, atordoado, tentou imaginar como seria o plano sexual de Deus. Não conseguia imaginar algo mais extraordinário que aquilo. Depois de muito refletir, voltou a si com algumas questões.
- Escuta, e as crianças?
A mulher riu, como se já esperasse essa pergunta.
-As crianças que morrem antes mesmo de aprimorarem suas experiências sexuais, voltam imediatamente para o planeta de onde vieram.
Ele assentiu com a cabeça, pensativo. Mas logo voltou a falar.
- E por que essa verdade além da vida não é exposta aos seres de uma vez? Por que nós humanos não fazemos sexo a vida inteira ao invés de trabalho, comida e outras coisas que julgamos necessárias?
- Assim quiseram vocês viver. Os primatas passavam a maior parte do tempo transando, o único trabalho era para o alimento. Mas com o tempo,vocês foram se adestrando, criando o pudor e tudo que você vê. Mas há planetas que são voltados apenas para o sexo. São os planetas evoluídos.
- E aqui vocês não comem?
- Nos alimentamos com a troca de energia, entende?
-Perfeitamente.
- Mas não pense você que só transamos o tempo todo. Conversamos, fazemos nossas artes,também.
-Arte?
-Sim, criamos coisas...
-Coisas?
-Sim, mas isso você verá com o tempo. Vamos caminhar que há muito mais coisas a ser mostrada.
Enquanto caminhava, ele viu diferentes espécies de animais em meio aos montes humanos.
-Zoofilia?
-Sim, por que não? Os animais também sentem e produzem prazer!
Continuaram a caminhada até o anoitecer. A noite tinha uma atmosfera prazerosa, o brilho da lua tornava as coisas mais desejáveis. As estrelas eram mais brilhantes e ajudavam na iluminação do infinito campo. Uma música sensual vinha de algum lugar que ele não sabia onde. Só depois foi ver que era de um enorme palco onde se encontravam pessoas que tocavam instrumentos de diferentes sons e formas que parecia provocar sensações de prazer em quem os manejassem.
- A cada segundo aqui me surpreendo!
-É assim, mesmo.
- Mas por que não me lembro de ter vindo pra cá antes?
- Porque esta é sua primeira vez neste plano. Logo entrarás no lago das recordações.
-Lago das recordações?
- É onde lhe é devolvido todas as lembranças de cada vida sua no seu planeta e em seus planos.
-Fabuloso!
Mais coisas lhe foram sendo revelado, e a cada revelação, mais maravilhado e excitado ele se sentia.
- E ao amanhecer, já podes começar sua prática sexual aqui no campo. Começarás comigo.
-Mal posso esperar-Respondeu ele sentado, ereto, olhando sorridente para ela.
- E posso sentir que tens uma boa experiência- Ela pegou em seu pênis. Pegada esta que fez com que ele tivesse uma maravilhosa sensação.
- E bem cedo, logo que o sol nascer, você vai ao Lago das Recordações.
Ele adormeceu ali, sobre os gemidos e sons decorrentes dos prazeres, ao lado de sua primeira parceria sexual.
Até o sono e o repouso ali era mais fantástico. Algo que ele não soubera descrever a si mesmo após acordar.
- Então, como se sente?-Perguntou sua orientadora.
- Estou ótimo!
- Agora vamos ao lago das recordações.
Quando aproximou-se do lago, encantou-se com a visão. A água do lago era colorida e tinha um aroma Fechou os olhos e aspirou, vendo alguns flashes de suas vidas. Espantou-se.
- Não se preocupe, essa visão é natural. Agora entre.
Todas as recordações das vidas e estadias em planos anteriores lhe vieram.
- Pode ver suas vidas anteriores?
-Sim. Tenho consciência de tudo! Absolutamente tudo!-Disse admirado, fazendo com que ela sorrisse.
Naquela manhã, os dois eram os únicos a estarem acordados. Até o silêncio ali era mais prazeroso.
E após novas contemplações, os corpos dos dois se juntaram na beira do lago. E ali começou o início de um prazer longo, onde cada segundo são eternos, onde o prazer não cessa.

Foto de Gabrielaa

Minhas Mentiras.

Tudo bem,eu vivi a vida diferente.
Eu bebi,eu fumei,eu fiz sexo,eu gozei,eu tive orgasmo e eu pulei.
Ah,como a vida é engraçada,cheia de conversas isoladas e pessoas atrevidas.
Eu beijei quatro numa noite só,eu transei com dois numa semana só,mas me engasguei de amores por um cara apenas.
Na solução extrema e no prazer constante,eu dei valor ao seu amor benevolente.
Eu fiquei com coroas,garotos,jovens,titios,vovôs,amigos,colegas e sem pudor.
Já me entreguei sem amor,mas quando olhei dentro dos olhos daquele cara,eu me apaixonei embriagada.
Fui pega de surpresa e na sua nobreza eu me apaixonei por tanta beleza.
Você foi quem mudou a minha vida,foi a porta e a saída pelo qual eu amei.
E agora se me perguntarem se eu faço tudo por você,eu digo que estou aqui neste papel escrevendo mentiras para me enganar.

Foto de Lu Lena

MEU CORPO NO TEU (em vídeo poema sensual)

*
*MEU CORPO NO TEU
*

Tatue!
em meu corpo palavras insidiosas
goteje nele metáforas libidinosas

contorne-me!
com tua língua e rastreie
pontos obscuros desse nosso
mistério e decifra-o no escuro...

entorpeça-me!
nessa lassidão na penumbra
estonteante, acariciando-me
sem demora, fico indolente e
entrego-me a essa loucura...

faça-me!
ter espasmos orgásticos, nessa
tua aproximação, onde meu instinto
selvagem aflora nessa perdição...

Arrepia-me!
Para que eu possa levitar quando tua mão
numa umidade extasiante vier me tocar...

Queime-me!
em labaredas desse fogo incontido e
devasso, latejante que arde e fere...
quanto tocas com teus dedos em minha pele

aglutine!
teus beijos em meus sonhos
e com tua luz ofusca meu olhar
imersa nas profudenzas desse prazer
eu naufrago em teu mar...

serpenteie-me!
enrosca-me, prenda-me em teus braços
e deixamos nos embalar nesse vaivém
entre beijos e amassos, deslizando em
mim o teu afagos...

Desordene!
a minha razão nessa total
incoerência, nesse desatino inexplicável
forjamos o bem e o mal, a luxúria e o pecado
que nos arrebata nessa inebriante incongruência...

Sacie-me!
nessa vontade louca e explicita de tanto
te querer, deixe escorrer em mim a simetria
morna de tua demência, e faça de meu orgasmo
o apanágio de nossas penitências...

Lu Lena

Foto de Osmar Fernandes

Nosso amor só tem um destino, o amor

Esse amor é desejo infinito, prazer mais bonito
que existe em nós dois.
Como sonho esvoaçante, repleto, digno,
Bate asas excitantes, vive como corso,
Dentro do coração.

Nosso amor jamais será copiado,
Pois é como alma, exclusividade do Criador.
Esse carinho tem o mais belo ninho,
Sagrado berço de amor.

Viver com você é ter vida verdadeiramente.
É andar sobre as águas do mar no meio do paraíso,
É beber água de côco pisando na relva, banhando-se na brisa...
É acordar com seu beijo, dormir com seu cheiro, em noite de amor.

Sua pele macia é meu cobertor, é meu vinho perfeito.
Ao nos entregarmos, tudo é orgasmo,
Antes, durante e depois.
Nos tornamos um só corpo e levitamos em nosso leito.

Nosso amor é um livro que não tem receita...
Pois suas letras estão escritas nas células do nosso coração.
Você é perfeita!
Na hora do amor nossos corpos entoam a mais linda canção.

Esse amor nasceu no dia em que nossas almas foram criadas.
Somos mais que um desejo banal, um momento de amor...
Somos amor espiritual, fatal, indivisível.
Por isso, somos assim, amor sem dor!
Esse amor tem o tempero impossível.
É recheado de encanto, tem magia, tem sabor.

Nosso amor só tem um destino, o amor.
Tudo em nós dois é paz, desejo, fascinação.
Nosso amor tem sangue de vida e só uma cor...
Está obstinado a viver para sempre, dentro do nosso coração.

Foto de F. M.

Delírios solitários.

Um ser que parte de lugar nenhum, um presente de um pretérito imperfeito, um ser perfeito.

Comum espremer da imundície humana o que mais nada se têm, se detêm ao ver que da vida mais nada do que faça vale a pena.

Mas em meio à clareiras de desordem e destruição, uma lúz no fim do túnel, um pequeno beija-flor, que beija e abraça num orgasmo profundo à mais rára e bela flor brejeira, meiga flor... Puro ser no fim do mundo.

Foto de DENISE SEVERGNINI

ORGASMO LÚDICO

Brinquei de boneca
Soltei a peteca

Jogaste bolita
Empinaste pipa

Rodamos o pião
Passamos o anel

Brincamos de roda
Andamos na montanha russa

Chutaste a bola
Marquei um pênalti

Fizemos um gol!
Tivemos um orgasmo lúdico!

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