Orvalho

Foto de Carmen Lúcia

Sempre contigo

Quero anoitecer contigo,
da estrela-guia desviar o brilho
em tua direção...Serás o meu clarão!
Ser lua para o seresteiro,
doar-me por inteiro, me fazer canção
pra te ouvir cantar
com a emoção que nasce
e me faz chorar...

Quero o prata do luar
pra te fazer sonhar o sonho mais bonito,
um sonho atrevido, ser tua imaginação,
sentir tua paixão só pra me ver corar...
Comigo te levar pra onde haja céu,
transpormos todo o véu,
é lá que Deus está...

Quero entardecer contigo
ser o teu abrigo, o final da tarde, o teu arrebol,
onde cores descoradas, fracas, embaçadas
tornam-se caiadas sem a luz do sol...
E na linha do horizonte onde o céu se funde
com a terra ou mar, pendurar todos os versos
que a própria vida vem nos ofertar...

Quero amanhecer contigo,
recolher manhãs plenas de recomeços,
estender momentos, abrandar o vento
que os quer soprar...
Quero enfatizar o tempo,
ser a ladainha, o poder do mantra,
força que retranca e o faz parar...

E na fria madrugada
ser o teu orvalho, o teu agasalho,
me fazer calada, amando e amada
saber esperar...
Que o dia aconteça,
sempre amanheça,
o amor prevaleça
e eu sempre contigo
pra recomeçar.

_Carmen Lúcia_

Foto de Bruno Silvano

A mais bela da tricolores

A estação era o inverno, um dos invernos mais quentes dos últimos anos, aquele típico “veranico” de agosto com aquele vento forte sem direção, sem rumo. Era um garoto de classe media, morava afastado da centro da cidade, e talvez por esse motivo um pouco tímido, acostumado a falar mais com a plantação de milho, do que com as pessoas.

Passara uma grande parte do meu tempo dedicado a ações sociais, em uma ONG de animais. Muitas vezes ficava horas e horas recolhendo animais feridos, por toda a cidade. Assim eram minhas tardes, e como as outras, essa não poderia ser diferente havia passado rapidamente, minha mão estava toda calejada, pelo duro trabalho realizado. Fiquei cansado, mas não tanto o suficiente para planejar minha vida pessoal, estava ali sozinho no canto da fazenda de quase 2 hectares observando as estrelas, sonhando acordado talvez com o jogo do dia seguinte, que era de suma importância para o Criciúma. Havia achado no meio da tarde uma linda flor, junto a uma gata que havia sido maltratada, a replantei naquele mesmo local. Pensara comigo mesmo, de quantas vez escutara que se fizermos algo de bom a natureza, ela nos retribuiria de tal maneira. Imaginava, se comigo a mãe natureza fizesse a mesma coisa, talvez com mais uma vitória do Criciúma, o meu time de coração. Observava a flor era linda assim como uma daquelas “perolas” torcedoras do tigre,a cada segundo parecia ganhar mais e mais vida. Era uma “Dama da Noite” possuía um perfume doce adorável. Adormeci por ali mesmo.
No dia seguinte teria que me acordar cedo para a aula, mas nada me tiraria de perto daquela flor. Durante o sono como sempre tudo passou rápido e terça feira já havia amanhecido. A flor se adaptou rapidamente a aquele solo fértil, arenoso e decorado com aquele gramado verde, era um verdadeiro espetáculo, principalmente ao orvalho da manhã que em contraste com o sol se formava as mais bonita das combinações de cores, preta, amarela e branca . Apesar de ser um exímio observador, jamais tinha visto tamanho magnitude e beleza em uma planta, seu caule formava um “J” que talvez representasse a juventude.
Por coincidência era dia de jogo do Criciúma, assim como a planta toda a cidade estava no esquenta do jogo. Era Criciúma e Avaí, o interior contra a toda poderosa capital do estado, era o duelo de predadores o tigre contra o leão. Estava tremulo em razão da empolgação, talvez até um pouco demais. Toda apoio do mundo seria bem vindo ao estádio, até pensei em levar aquela planta ao estádio, mas não poderia acabar com tamanha beleza. A escuridão da noite se aproximava, os nervos iam aumentando, a cidade desde cedo estava sutilmente pintada com as cores da camisa tricolor.
O espetáculo já estava todo armado, faltava apenas o time entrar em campo, contávamos com mais de 15000 apaixonados, que apoiaram do primeiro até ao ultimo segundo do jogo. Apesar do transito cheguei em tempo de ver o inicio dessa linda festa, junto a torcida mais amada e bonita desse pais. O resultado da partida foi surpreendente 5x1 para o Criciúma, foi uma chuva de golaços, muitas vezes confundido com o choro de alegria do torcedor, que torcia para o time que acabara de conquistar o simbólico titulo do 1º turno do Brasileirão da serie B.
A flor teria dado uma sorte e tanto, mas não contei que toda aquela chuva de gols poderia prejudicar aquela linda dama da noite, suas pétalas mucharam, nunca mais vi no orvalho da manhã as cores tricolores. Esperei pelas próximas noites atrás de seu perfume, tudo isso em vão, acabei me conformando que a mais linda das tricolores nunca mais abriria. Ainda era muito novo um adolescente e não entendia o porque ela se fechou. Confesso ter deixado algumas lagrimas caírem em suas folhas e suas raízes.
Continuei comparecendo a todos os jogos do Criciúma no estádio Heriberto Hulse mas o time nunca mais havia repetido uma atuação de gala, já não era mais o primeiro, mas era a final do campeonato e o tigre ainda poderia sagrar-se campeão. O jogo se encaminhava para a etapa final, quando depois de muito tempo senti aquele maravilhoso cheiro, daquela jovem plantinha, que tanto teria me deixado saudade, quase que a podia senti-la aos brilhos dos meus olhos novamente, a procurei suavemente, olhei para o lado e o brilho foi quase instantâneo, me encantei com aquela torcedora, Cujo possuía os olhos brilhantes, a pele serena, os cabelos lisos, tal iguais a aquela dama da noite que havia ficado em meu coração, seu nome era Julia, ela podia não ser uma planta mas com certeza era uma flor, das mais lindas, ainda mais realçada com as cores de sua camisa preta amarela e branca, minha euforia foi acalmada por um grito de “Gol”. O Criciúma sagrava-se campeão nacional daquela modalidade de futebol. Embora nunca mais pude ver Julia, na noite em que a vi minha flor havia brotado novamente, me fazendo recordar a cada instante as mais bonitas das tricolores.

Foto de Carmen Lúcia

Poesia, um caso de amor...

Danço a poesia, sou bailarina no esplendor da arte,
exponho em poesia fragilidades e limitações,
silencio em poesia o meu grito sem fazer alarde,
brado poesia com orgulho e ostentação,
confesso em poesia fraquezas e imperfeições,
bebo poesia com as palmas das mãos,
respiro poesia, perfume das manhãs,
rego poesia com o orvalho da madrugada,
rezo poesia na hora da Ave-Maria,
faço da poesia alegria da chegada,
canto poesia dando ênfase à melodia,
toco poesia com o lirismo da sonata,
vivo a poesia, essência de minh’alma,
choro a poesia movida pela emoção,
expando em poesia mágoas que viram rimas,
sonho em poesia todo encanto da magia,
cultivo a poesia e colho rosas em botão,
caminho com a poesia e afasto a solidão,
voo com a poesia rumo à fascinação,
gero a poesia e é ela quem me dá à luz,
sinto a poesia e me arrepia a inspiração,
navego em poesia ancorando em corações,
penso a poesia e dou asas à imaginação,
amo poesia... e sem mais explicação.

_Carmen Lúcia_

Foto de Gideon

Agonia da Noite

Agonia da noite

Ah já sei... Acho que vou deixar esse negócio chato aqui.
Não consigo progredir, não saio da lição 10
Deste método ultrapassado de Violino.
Vou ver Vênus com toda a sua exuberância em Maio
E o seu filhotinho flutuando em torno...

Arrasto o meu telescópio empoeirado para fora.
As lentes estão imundas.
Caço uma flanela úmida para depressa limpar-lhe as vistas...
Posiciono-o e delicio-me com aquele bola enorme
Flutuando no céu de Bangu entre duas montanhas lindas
Que enriquecem a já deslumbrante paisagem do meu Rio de Janeiro...

Canso, logo canso.
Que chatisse esse negócio de ficar madrugada adentro
Observando uma coisa que está lá, no céu, desde sempre.
Retorno meio sem rumo.

Mas já é alta madrugada meu Deus, murmuro.
Por que não vou dormir, penso.
Sento-me na cadeira de praia gelada pelo orvalho da noite.
Agarro o violão que está ao lado
E começo a fazer aquelas escalas infindas
Exercitando os meus dedos ligeiros
Que de tão ligeiros logo devolvem o sofrido magrelo
Para a sua forca na parede...
Ele fica lá, balançando como um pobre condenado
Daqueles antigos filmes de cowboy
Que eu assistia na televisão preto-e-branco
Da sala de minha irmã Sara
Já que lá em casa papai não permitia televisão, coisa do demo...

Ai meu bom Deus, estou divagando nesta madrugada desconexa... Matemática, filosofia, romances, Bíblias...
Muitas delas emparelhadas, da menor para a maior
Como estivessem perfiladas em ordem-unida do quartel
Imagem que assalta sem aviso as minhas lembranças pêndegas
Depois que vislumbro a minha espada e quepe presos na parede...

Agora cá estou eu, depois do violão
Olhando aleatoriamente os meus livros arrumados na estante...
Sono, que nada... Nada de dormir... Nada de descansar...
Estou ligado... Estou acordado... Ai que chato...

Não resisto e religo o notebook prá tentar, talvez pela última vez
Vê-la linda como sempre...
Estou viciado em sua imagem...
Que se não olhá-la, mesmo que de relance e rapidamente...
não durmo...
Ufa.. agora vou dormir...

Gideon Marinho Gonçalves

Foto de Rosamares da Maia

Palavras na Noite

Palavras na Noite

O amor aspira o perfume da noite.
Respira, fecha os olhos e apenas sente,
Olha a brisa suave da manhã e espera.
Bebe as gotas de orvalho no meu corpo,
E bem devagar se deixa embriagar,

Inebriado, ergue a taça de pétalas úmidas,
Promessa de um dia que se abre em flor
Para mansamente embalar a vida.

Meu pequeno pássaro vê o sol que nasce.
Só ele sabe interpretar o despertar do sol,
E eu, sou borboleta que aquece as asas,
Voando para pousar em sua boca e beijar,
Beber buliçosamente seu néctar e voar.

Uno minhas asas a ele e rumo ao horizonte.
É por nós, por este amor que a vida pulsa,
Que meu coração bate e minha pele respira.

Mesmo a quilômetros, sem ver ou ouvir,
Desperto com o perfume, orvalho do seu corpo.
Recolho o as palavras da noite em sua boca,
E sem busca as razões do amor, apenas amo.

Durmo ouvindo a linguagem universal da noite,
Das palavras que não precisamos falar,
Porque sempre entendo todos os seus desejos.
O que sinto é a verdade na manhã que desperta.

Foto de Marilene Anacleto

Natureza em Festa

Abre uma flor no jardim,
Toda a natureza compartilha.

O ar, perfumado se diviniza,
O sereno repousa em orvalho.

As abelhas bailam o infinito,
As folhas despencam em riso.

Beija-flores suspensos no ar
Dançam asas de amor de acasalar.

Reproduzo a natureza em festa
Quando meu amado está bem perto.

Foto de Otávio Gomes

Fada Madrinha

Fada Madrinha sob o luar, que encanta meu mundo,
e com cantos profundos me faz sonhar.
Sonho contigo num campo colorido,
bebendo as gotas de orvalho,
sobre as folhas do carvalho florido.
Fada madrinha, contigo tudo é tão belo,
dês de teu olhar caramelo,
aos seus cabelos loiro amarelo,
fada dos sonhos que habita meu castelo.
Fada madrinha te desejo com apenas uma condição:
Não deixe esse lindo sonho transformar-se em mera ilusão,
assim te farei a princesa;
Aquela que brilhou diante de meus olhos,
e ilumina toda a vida em meu coração.

By: Otávio Gomes.

Foto de Riva

INGRATIDÃO

INGRATIDÃO

Chafariz de lágrimas contidas em meu peito,
Orvalho em gotas que cobre minha alma-flor;
Cristais líquidos e diáfanos em rosto refeito,
Marcas indeléveis que deixaste ao sonhador.

Partiste em silêncio, sem destino a vaguear,
À minha existência só ofertaste a ingratidão,
Dona das calçadas, voltaste ao teu vil lugar,
Não mais te lembres daquele amaro coração!

Julgas-te ovante por esta tresvariada decisão,
Querendo aplausos por um gesto espetacular,
Raia do ostracismo será tua decisiva direção.
Rumo à coita é a lauréola que vais encontrar,

Nocente acanáceo que maldiz a rosa em botão,
Carnífice molesta, madrinha do meu amargar!

Rivadávia Leite

Foto de Remisson

Substância

Para Rosangela de Fátima

Encontro-me tantas vezes pensando em ti
e visualizo tua perfeita forma de mulher,
o dia a aflorar-te nos lábios de veludo,
a noite a escorrer-te pela seda dos cabelos.
Se estás longe de mim, dia após dia
transformo-te na delícia do fruto que aprecio,
no frescor da água que me sacia a sede
e na substância, enfim, que me permite o amanhã.
Posso te sentir na suave brisa matutina,
nos primeiros raios do sol que me aquecem
e ouso ver-te em cada objeto, em cada rosto,
em cada gota de orvalho da verde grama
e no ruflar das asas das andorinhas...
Sou pequenino ante tua presença
e obscuro na tua transparência,
mas meus olhos mantenho cerrados
enquanto o dia corre,
enquanto a hora vital não chega,
até que te encontro, nascida do nada,
florescida, cristalina ante meus olhos,
e bebo da taça dos teus lábios
e aqueço-me do sol do teu sorriso
e me desfaço em infantil alegria...
E vão-se do meu rosto a sombra e a amargura
e tudo o que me faz sofrer quando não te tenho.
Onda que vem
e que vai
e vem novamente
e torna a partir,
mas que não escoa nunca,
neste oceano de delícias que é o teu corpo,
que banha o meu corpo,
que faz nascente o sol no meu rosto.
És a delícia, a doçura dos meus dias
e a cada hora te espero
para reinares sempre em minha vida

Foto de von buchman

SE UM DIA EU TE PERDER !!!

Sei que um dia irei perder-te.
Pois sei que muitas coisas na vida acontecem...
Mais bem saiba meu amor!
Você é única e dona perpetua do meu coração,
Ele estará sempre com você
E para te amar...

Se um dia vier te perder na carne,
Bem sei onde te encontra em espírito!
Te encontrar-rei onde existir amor...

Nos lugares mais lindos e puro,
Onde tenha muitas flores,
Muita paz e um gostoso sonhar,
Pois lá estará seu coração
Seu amor e o seu desejar...

Procurar-te-ei em lugares mui
Abençoados e calmos,
Com muito silêncio,
Ou com muita alegria...

No cantar dos pássaros...
Nos bosques ou na mata virgem...
No orvalho na revoa da madrugada,
Na lua admirada pelas estrelas...
No mar que lança sua ondas sobre a areia,
É só parar fechar os olhos
E poderei sentir a sua presença,
Ali ficarei, meditarei em cada detalhe seu,
Saciando meus desejos em sonhos e fantasias,
Desfrutado do seu mui gostoso amar...

Nas noites de brisa calma do mar
Que sopra e toca minha pele
Ali estarei a esperar por você.
No despertar das manhãs,
No raiar do sol que me trará
A esperança de poder te encontrar,
Poder renascer meus desejos
E o nosso amar..

Procurar-te-ei em lugares ímpares
Longes ou pertos, fácies e difíceis,
Mais em um pequeno detalhe
Saberei te encontrar...

Procurar-te-ei onde as sereias cantam
Onde as águas se encontram.
Até ali, saberei te encontrar...

Bem sei que estarás sempre
Onde houver muita paz...
Num sorriso de uma criança,
Numa lágrima de um ancião
Em uma mão estendida.
Num por de sol,
Num despertar da manhã
Numa pétala de rosa
Numa orquídea em um penhasco
Mesmo ali, saberei que irei te encontrar...

Procurar-te-ei em lugares
Puros e belos, serenos
E se não te encontrar,
Pararei e fecharei meus olhos,
Respirarei mui profundo,
Sentirei lágrimas rolarem em minha face
A paz e a tranqüilidade reinam em mim,
Confirmando a coisa mais gostosa do meu ser,
Você já esta dentro do meu coração...

Fecho meus olhos e já posso ver
Teu sorriso angelical...
Respiro fundo e sinto teu doce perfume..
Que me embriaga levando-me a delirar...
Abro minha mão e sinto tua suave pele
Que é mui delicada como uma pétala
De uma flor do amor perfeito...

Aconteça o que acontecer..
Longe ou perto você!
Você É!
Foi!
E Será meu eterno bem querer...
A eterna rainha do meu viver...
O real sonho do meu desejar,
És a minha mui linda e
Bela musa do meu inspirar...

Te amo eternamente minha CET,
Sem você não sei viver,
Não vivo só vegeto...

És a essência das essências do mais puro amor
E da mais ousada e ardente paixão..

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