Ostentação

Foto de Carmen Lúcia

A alma da rosa branca

(para minha amiga e irmã, Susie Sun)

Branca, pura, perfumada, brilhante,
nascida do amor, rara flor, vibrante,
embalada por espinhos quando ainda botão,
regada a orvalho, carinho e dedicação.

Eis que desabrocha, brancura exalada,
eis que enternece, brandura desentranhada,
ainda que rainha, dispensa ostentação,
esconde o glamour, isola a inquietação.

Tenra auréola a coroar simplicidade
faz pulsar um coração, transborda sensibilidade
como se humana fosse a rosa branca
a beijar as mãos que a tornaram bela e branda.

Entre pétalas macias, a maciez de um rosto
refletindo no olhar o verde-claro das folhas,
sua alma (in)visível se desprende, a semear
todo amor e gratidão por quem soube lhe amar.

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Poesia, um caso de amor...

Danço a poesia, sou bailarina no esplendor da arte,
exponho em poesia fragilidades e limitações,
silencio em poesia o meu grito sem fazer alarde,
brado poesia com orgulho e ostentação,
confesso em poesia fraquezas e imperfeições,
bebo poesia com as palmas das mãos,
respiro poesia, perfume das manhãs,
rego poesia com o orvalho da madrugada,
rezo poesia na hora da Ave-Maria,
faço da poesia alegria da chegada,
canto poesia dando ênfase à melodia,
toco poesia com o lirismo da sonata,
vivo a poesia, essência de minh’alma,
choro a poesia movida pela emoção,
expando em poesia mágoas que viram rimas,
sonho em poesia todo encanto da magia,
cultivo a poesia e colho rosas em botão,
caminho com a poesia e afasto a solidão,
voo com a poesia rumo à fascinação,
gero a poesia e é ela quem me dá à luz,
sinto a poesia e me arrepia a inspiração,
navego em poesia ancorando em corações,
penso a poesia e dou asas à imaginação,
amo poesia... e sem mais explicação.

_Carmen Lúcia_

Foto de Riva

A FLOR DE AÇUCENA

A FLOR DA AÇUCENA

Esvelta açucena deste prado florido,
Em versos eu canto a sua divinização;
Branca flor que neste recanto querido,
Sublima minh’alma de tanta emoção.

Lírio-branco, é por muitos conhecido,
Carinhosamente, se faz em profusão;
Sua fragrância me faz o enternecido,
Arte da Natureza para minha olfação.

Como é prazeroso admirar esta flora!
É um arroubo para esta minha visão,
Aplauso festivo a esta flor que arvora
A pulcritude, o encanto, sua ostentação.

Nos meus floridos vergéis posso agora,
Cultivar esta planta em grande adoração.

Rivadávia Leite

Foto de Jamaveira

Amém

Amém

Impuros são os pensamentos dos religiosos
Nas alcovas que vivem sabem lá deus as tramas
Os dramas do dia a dia sem companhia
Em nome do pai do filho e de todas as vontades
Faz-se de rogado onde a tara é o pecado
Desobriga-se de cometer o ato em nome do credo
Dentro do organismo o inferno se abriga
O fogo da paixão abafado explode em erupção
Tantas atrocidades em nome do celibato
Vem a mim vosso reino a tua salvação
União nos becos escondidos ecos dos meninos
Casamento proibido em nome da herança maldita
Riqueza, ostentação, jorra o sangue de tantos irmãos
Arcar com as despesas familiares e de divórcios
Nem pensar, o dízimo é a parte que nos obriga
Já não mais dos Levitas e sim nossa farra e asneiras.

Jamaveira®

Foto de Rute Mesquita

Nos balancés do equilíbrio

Baloiço suavemente…
sinto-me a pairar.
Acordo de repente,
e questiono este lugar.
Nuvens? E mais quatro balancés,
dois em cada lado.
Sinto-me sem pés…
Provo, o meu medo mais flamejado.
Eles bailam,
ao suar uma melodia assustadora.
Temo que eles caiam,
pois ira sentir-me comprometedora.

Sinto uma grande pressão,
em saber o que faço ali,
será uma ostentação?
De algo que escrevi ou li?
E se eu me acalmar
e tentar perceber o que me diz esta imagem?
Talvez, o clarear,
não seja apenas uma miragem.
Quatro bailados,
divididos por igual,
contudo, desequilibrados,
num bailar desigual.
Eu encontro-me precisamente no meio,
como se eu fosse a palavra ‘equilíbrio’.
Quando esta palavra nomeio,
os bailados entram em declínio.
Os meus pés perfuram aquele manto de algodão,
e o ar fica menos denso.
Serei eu a desejar o chão?
Ou será meu imagino?
Penso…
Vou nomear outra e outra vez,
aquela palavra,
agora é a minha vez,
de a fazer minha escrava.

Equilíbrio,
diz-nos estabilidade,
diz-nos moderação.
É tão grande este meu fascínio,
que desta irrealidade,
faço uma canção.
Grito ‘Harmonia!’
e inclino-me para a direita,
tentando equilibrar.
‘Nostalgia’,
leio numa vistosa colheita,
que parece me chamar.

Ficou tudo escuro,
passou uma ventosa.
Será que ainda aqui perduro,
ou estarei venenosa?
Abro os olhos,
e encontro-me num jardim,
baloiçando…
E sorri,
por ter afastado os medonhos,
racionando.

Se terei medo de bailar novamente?
Se serei perseguida por este pesadelo?
Apressasse e responde a minha mente:
‘Numa próxima será belo’.

Foto de Allan Sobral

A Supremacia do Amor

Amor,
Na dança de minhas palavras em meio as roseiras a enrosquei,
Na doçura de sua existência me deitei,
Nas falas de meu coração encantei,
Na supremacia do amor em lagrimas conversei.

Na casa dos anjos, pela fresta a observo, assisto do lado de fora
Só olho, sem o antes ou o logo, assisto a sobrevivência do agora,
Nos desenhos da alvorada vejo-te, imagem divina, divina mulher,
Que como menina, caminha, no mar que banha-te os pés.

Entrego-me.
Meus olhos meninos, navegam os seus traços finos,
Em finos e alegres sorrisos singelos,
Me entrego, não nego ao seu doce dançar,
Na dança salgada na água do mar.

Surreal,
És a guerreira e princesa, és a lenda mais bonita,
Das sereias roubaste o canto, mas fizeste da independência o seu manto,
Ganhaste o mundo e um nome como guerreira amazona,
Por qual muitos lutaram, choraram e banham-se em loucuras,
Loucura, preço por fazer-te um dia deitar em amarguras.
A cobiçando por insígnia de triunfo,
Ou por mera ostentação.

Perdido,
Mas voei, sobre o tempo, nas asas de meus pensamentos,
Pensamentos revoltos, constantes, velozes, e soltos,
Sim voei, em meio a conquistas, em honras um nome ganhei,
Sobre poucas derrotas, no fio da espada o mundo conquistei.
Sim voei, e no mais alto dos céus te encontrei,
Como um anjo perdido em sua ansiedade,
Asas quebradas pelo risco da falsa verdade.

Segredos,
Por de traz de um duro semblante te encontrei,
Te olhei, com os olhos fechado e mãos atadas, abracei.
A mais bela poesia soara sem palavras,
Guerreiros, abaixamos escudos e espadas,
Trocamos mistérios, e respostas sem perguntas.
Com seu nome sobrescrevi a cicatriz de minha alma,.
Fiz por troféu seu sorriso, e morada em minha calma,

Sim, amei,
Sem se quer pensar em um beijo a amei,
Amei sobre a pureza, e dos perfumes a essência,
Amei alem da beleza, alem da demência,.
Amei-te pelo simples fato de amar.
Amar pela complexa soberania do amor,
Na doçura dos deleites amei-te.

Saudades,
Senti o abraço da solidão, apertado na multidão,
Senti saudades, perdi minhas vaidades,
Em todas as presenças, reinou sua ausência.
Em minhas razões e pensamentos só restou incoerência.
Em muitas ocorrências, a sombra de minha existência,
Perdido em procurar-te na agonia de sobrevivência.

Só amei, no apego do apelo de meu medo,
De tornar a molhar os olhos que custou-me a secar,
Mas não nego, a mão que me estende a ser feliz,
Fiz do ontem minha glória, do hoje o meu mundo,
Do amanhã? Deixa que no amanhã veremos.

Só amei, pois na supremacia do amor, só amei.

Allan Sobral

Foto de João Victor Tavares Sampaio

O Orfanato

- O Orfanato

No orfanato
Toda linhagem de enjeitado
Toma a forma de legião

Todo o povo da região
Passa-nos com o ego apontado
Acusando nossa rejeição

E a sombra que aqui relato
Desnuda a treva em ebulição
Sonho irrealizado

Presente desembrulhado
Futuro em suspensão
A humilhação em seu recato
Frio, destrato

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O Sol é falso, losango angular.

Umas poucas crianças cantam.

Outras tantas crianças gritam.

A volta da escola é lenta e singular,
Pois não há ninguém há esperar.

O vento espalhar seu vento, e a folhagem.

Uma nuvem nos faz pajem.

Nosso ritmo é policial e folhetinesco.

Reside o medo do grotesco.

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Os moleques do orfanato são feios e não têm receio em admiti-lo, já que no verso de sua condição morava o adverso, o ridículo dos corações partidos, a brevidade de sua relevância.

Um deles riu-se automaticamente:
- Somos completos desgraçados!

Esta frase correu sem gírias ou incorreções.

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Os moleques
Sabendo serem desgarrados
Destravavam seus breques
Em serem desencontrados

Faltava-lhes o saber da identidade
Descobri-se em um passado plausível
Ver-se na evolução da mocidade
Em um lar compreensível

Mas não lhes foi dada explicação
Nem sentido da clemência
Nem pedido, nem razão
Para sua permanência

Viviam por viver
Por invencionice
Viviam por nascer
Sem que alguém os permitisse

Abandonados
No porão de um orfanato
Sendo assim desfigurados
No humano e seu retrato

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Os moleques eram órfãos
E eu estava no meio deles sem me envergonhar!
Minha vida é curta
Dura, diante dos comerciais contrários!
Meu cárcere é espesso, grosseiro, não derrete nem sob mil graus!
Subo mil degraus e não encontro o final da escada
E a realidade é tão séria como o circo ao incêndio dos palhaços,
Pois nem meu hip-hop consola mais a sombra da minha insignificância
E nem toda a ostentação suporta o peso da veracidade

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O mundo me usa
Ao agrado parnasiano
E me recusa
O verso camoniano
Não tenho honra nem musa
Não tenho templo nem plano
A vida é pouca e Severina
Louca e madrasta carnificina

Solidão
No meu retiro na multidão

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Somos uma falange
Outrora negada pelo sistema
Zunido como abelhas de um enxame
Invadindo os isolamentos propositais;
Nação sem cara
Homericamente mostrando seu rosto
Olhando a palidez da polidez
Sendo enfim mortos de fome.

Sendo enfim cheios de vida!
O braço que nos impede a pedir banha-nos com seu sangue;
Nós somos encharcados
Havendo assim a benção que ignoraram em prestar
A afirmativa de um futuro inevitável;
Matamos e nutrimos
O pavor que nos atira para a vida;
Somos assim não só uma falange como uma visão intransponível.

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Em esperar ter condições
Só restaria estacionar
Ao choro das lamentações

E logo quando o meu lugar
For definido às lotações
Na margem sem quem se importar

Ou mantenho insurreições
Ou vou me colocar
Abaixo das aspirações

Se calar minhas intenções
Alguém vai me sacanear
E se buscar santas missões
Cair no desenganar

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Estamos descontrolados!

- Foi ele, tia, eu vi!
- Não, eu não fiz nada!

- Cala a boca molecada!
Ou vai entrar na porrada
Cambada de desajustados!

Nem suas mães os quiseram
Desde o dia que vieram
E ainda bem que não nasci
No mesmo mal em que estiveram

Enquanto existir distração
Restrito será seu contato:
Problemas não chamam a atenção
Ao veio da escuridão
Silêncio do assassinato

Eu me calo e penso então
Em como o mundo é ingrato
Por sobras ajoelhadas
Firmo-me em concubinato
Em estruturas niveladas
Para minha exploração

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A noite chega aos esquecidos
E com ela sonhos contidos
De um sono forçado

Sinto-me encarcerado
No meu instinto debelado
Pelo pânico dos inibidos

E os olhares entristecidos
Cerram-se em luto fechado
Da morte sem celibato

Estamos envelhecidos
Tão jovens e tão cansados
Estamos aprisionados
Na cela de um orfanato

Foto de Carmen Lúcia

Poesia, um caso de amor...

Danço a poesia feito bailarina no esplendor da arte,
exponho em poesia fragilidades e limitações,
silencio em poesia o meu grito sem fazer alarde,
brado a poesia com orgulho e ostentação,
confesso em poesia minhas fraquezas e imperfeições,
bebo a poesia com as palmas de minhas mãos,
respiro a poesia como o perfume das manhãs,
rego a poesia com o orvalho da madrugada,
rezo a poesia na hora da Ave-Maria,
torno a poesia a alegria da chegada,
canto a poesia dando ênfase à melodia,
toco a poesia com o lirismo de uma sonata,
vivo a poesia, essência de minh’alma,
choro a poesia movida pela emoção,
expando em poesia mágoas que viram rimas,
sonho em poesia todo encanto da magia,
cultivo a poesia e colho rosas em botão,
caminho com a poesia e afasto a solidão,
voo com a poesia e me transporto à fascinação,
gero a poesia e é ela quem me dá à luz,
sinto a poesia e me arrepia a inspiração,
navego em poesia ancorando em corações,
penso a poesia e dou margens à imaginação,
amo a poesia e não tem explicação...

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Poeta

Te revestiste dos sonhos
do acervo de meu sonhar,
alçaste majestosos voos
que sempre desejei alçar,
cruzaste o horizonte
convencendo-me a acreditar
que o inimaginável é possível,
passível de se alcançar.

Te embrenhaste entre as brumas
lançadas de meu oceano,
deixaste-me persuasiva
a refletir nossos planos...
transformar nossos sonhos
num único sonhar,
entrelaçar nossas asas
num único voar.

Subiste mais alto que eu...
No arrojo de teu desempenho,
no auge de tua vaidade,
nosso sonho se perdeu.
Não ouviste meu apelo,
não entendeste meu olhar
que mais que uma súplica,
queria te acenar...

Ao ganhares altura,
condor a conquistar os céus
com galhardia e postura
pisaste o mais alto pódio,
olhaste-me lá de cima
com ironia e bravura.

Hoje sou simples gaivota
solitária a rodear o mar,
olho-te voando alto
no ápice de minha coreografia
tentando clamar por tua atenção
e nem sequer me vês,
e nem sequer me notas.
Julgas ter atingido a perfeição
nesse teu mundo de ostentação.
Não foges à regra,
nem és exceção...

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Poeta

Te revestiste dos sonhos
que deixei de sonhar,
alçaste majestosos voos
que não pude voar,
cruzaste o horizonte
fazendo-me imaginar
que o inimaginável é possível,
passível de se alcançar.

Te embrenhaste nas brumas
de teu oceano,
deixaste-me vazia
a repensar nossos planos
juntar nossos sonhos
e bem alto voar
num único sonhar...

Subiste mais alto que eu
sem ouvir meu apelo,
meu olhar de desespero,
minha mão a te buscar
que no ar se perderam
quando de ti me perdi...

Ao ganhares altura,
condor a conquistar os céus
com galhardia e postura
pisaste o mais alto pódio,
olhaste-me de cima pra baixo
olhar de ironia e bravura.

Hoje sou simples gaivota
solitária a rodear o mar,
olho-te voando ao alto
no ápice de minha coreografia
tentando clamar por tua atenção
e nem sequer me vês
e nem sequer me notas...
Julgas ter atingido a perfeição
nesse teu mundo de ostentação...
Não foges à regra
nem és exceção...

_Carmen Lúcia_

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