Palavras

Foto de Anjinhainlove

Razão ou Coração?

Dediquei os meus últimos dias
A esperar por ti
Disse “adeus” segura
E enquanto sonhava contigo
Estavas tu a viver o teu sonho.

Sonhava com teus lábios
Enquanto que os partilhavas com outra pessoa;
Lembrava as tuas palavras
Enquanto as partilhavas com quem não as ouvia;
Pensava em nós
Mas o nós agora era eu e tu e ela.

Como magoa não te ter só para mim,
Pensaste em mim?
Quiseste dizer “não”?
Voltarias a fazê-lo?
As perguntas enchem a minha cabeça…

Sinto-me posta de parte,
Mas mesmo assim
És tudo para mim.
Deverei seguir a razão ou o coração?

Foto de Dom Quixote - crítico amador

Literaturas Lusófonas

Bem mais que dança, bailado;
que som, melodia;
que voz, sobrecanto;
que canto, acalanto;
que coro, aleluias;
que cânticos, paz.

Bem mais que rubor, saliência;
que encantos, nudez;
que imoral, amoral;
que bosques, fragrâncias;
que outono, jasmins;
que ventos, orvalho;
que castelo, arredores;
que metáforas, rios;
E um pouco além: tsunamis.

Bem mais que naus, sentimento;
que excelsa, nascendo;
que olho, contemplo;
que invade, arrebata;
que vitrais, catedral;
que versos, vertigens;
que espanto, tremor;
que êxtase, pranto;
que apatia, catarse.

Bem mais que contas, rosário;
que prece, amplidão;
que o menino, sua mãe;
que Império, regresso;
que palmas, martírio;
que anúncio, Jesus;
que Ceia, Natal.

Bem mais que alegria, ternura;
que espera, esperança;
que enlevo, paixão;
que adeus, solidão;
que dor, amargura;
que mágoas, perdão;
que ausência, oração;
que abandono, renúncia;
que angústia, saudade.

Bem mais que anciã, joyceana;
que lógica, onírica;
que o Caos, Amadeus;
que ouro, tesouro;
que ode, elegia;
que amiga, inimiga;
que insensível, cruel;
que signos, símbolos;
que análise, síntese;
que partes, conjunto.
E um pouco além: generosa.

Bem mais que efêmera, sândalo;
que afago, empurrão;
que clássica, cínica;
que exceto, inclusive;
que inserta, incerta;
que adubo, arrozal;
que oferta, procura;
que unânime, única.
E um pouco além: tempestade.

Bem mais que ouvida, vivida;
que austera, singela;
que pompa, humildade;
que solta, segredos;
que fim, reinício;
que um dia, mil anos.

Bem mais que reis, majestade;
que jus, reverência;
que casta, princesa;
que moça, menina;
que jóia, homenagem;
que glórias, grandeza;
que ocaso, esplendor;
que espadas, correntes;
que fatos, História;
que Meca, Lisboa.
E um pouco além: messiânica.

Bem mais que pingos, Dilúvio;
que água, Oceano;
que mares, o Mar;
que porto, Viagem;
que cais, caravelas;
que rochedos, neblina;
que vôo, Infinito;
que Abysmo, gaivotas.

Bem mais que a tribo, navios;
que lanças, tristezas;
que campos, senzalas;
que bodas, queixumes;
que soul, sem palavras;
que o tronco, maldades;
que ais, maldições;
que feitor, descorrentes;
que mandinga, orixás;
que samba, kizomba;
que “meu rei”, Ganga Zumba;
que olhos baixos, quilombos;
que discordo, proponho;
que cedo, concedo;
que escravos, Zumbi.

Bem mais que brisas, Luanda;
que ondas, Guiné;
que amarras, Bissau;
que o azul, São Tomé;
que náutica, Príncipe;
que axé, Moçambique;
que opressão, Cabo-Verde;
que fragor, linda ao longe;
que injusta, perversa;
que abutres, pombinhas;
que trevas, pavor;
que rondas, terrores;
que bombas, crianças;
que tágides, ébano;
que o Sol, rumo ao Sol.

Bem mais que luar, nua e crua;
que longínqua, inerente;
que ornamento, plural;
que ira, atitude;
que abstrata, denúncia;
que conceitos, Nações;
que Camões, mamãe África.

Bem mais que ética, ascética;
que pro forma, erga omnes;
que embargo, recurso;
que emoções, decisão;
que rodeios, sentença;
que Direito, Justiça;
que leis, Lei Maior.

Bem mais que flor, Amazonas;
que improviso, jeitinho;
que frágil, incômoda;
que alvor, cisnes negros;
que escrita, esculpida;
que lírios, o campo;
que veredas, suindara;
que denúncia, ira e dor;
que bonita, pungente;
que amena, os sertões.
E um pouco além: condoreira.

Bem mais que lares, veleiros;
que adeuses, partida;
que feitos, missão;
que honras, repouso;
que canto, epopéia;
que mística, fado;
que areias, miragem;
que sonhos, delírio;
que vozes, visões;
que acaso, destino.
E um pouco além: portugais.

Bem mais que errante, farol;
que ânsia, horizonte;
que distância, presença;
que solo, emoção;
que países, Galáxia;
que estresses, estrelas;
que zênite, impacto;
que intensa, profunda;
que letras, magia;
que formas, sentido;
que textos, teoremas;
que idéias, princípios;
que imensa, perfeita;
que graça, milagre;
que arcanjos, fulgor;
que dádiva, Mãe.

Bem mais que luz, primavera;
que audácia, tumulto;
que estética, rústica;
que em paz, desinquieta;
que estática, cíclica;
que cercas, muralha;
que assédio, conquista;
que plantas, concreto;
que escombros, palácio;
que átomos, Deus...

Foto de Anjinhainlove

Fui aquela

É nas palavras
Que o refúgio procuro
Quando do mundo quero escapar
E o meu “eu” quero encontrar.

Mas à volta do meu coração
Permanece um muro
E sobre ele se abate o escuro.

O Sol resplandeceu
Mas uma nuvem se intrometeu
E a sombra desceu.
A escolha está feita
Mais tarde o pudor virá.

Fui tudo
Mas nada signifiquei,
Amei aqueles de todos os dias,
Ouvi aqueles a quem dei o ombro,
Dei um sorriso mas não mo devolveram.

Amei em vão…
Posso não ser a bela,
Posso não ser um génio,
Posso não ser a que traz a felicidade eterna,
Mas podia ter sido tudo!
Jamais vos abandonei,
Contudo já me sobrecarreguei.

Eu já não quero escutar!
A flor delicada murchou.
Dei tudo o que tinha
Mas nada vejo retornar.

Já me sinto impotente
Um sentimento latente
Que combato secretamente
E guardo para mim somente.
Não quero ser ouvida
Quero ser compreendida
Não quero ser aplaudida
Menos desejo ser iludida
Anseio passar despercebida
E não escondida
Para o resto da minha vida.

Foto de Stacarca

Poeta Maldito

Vida! Vida, que a ti tanto repugno
Morte! Oh morte que a vos tanto ansiava
Enfermiças palavras eu regurgito
Em versos dolentes da era medonha passada?
Pobres ricos com fatuidade que tanto estraga.
A tristeza que impera, Dum momento? Ah eu minto...
A alegria dissipada, há esperança? Ah eu acredito...
Opacos sentimentos à amostra, é amor que exala!

Na vespertina eu escrevo a ingratidão
No cair da noite choro por um Mundo sepulcro
Quão grande é meu amor senhora. Ó podridão!
Púrpura de sangue do indulgente. Ó imundo!
Amo-te cada vez mais, minha amada musa
Não importa a elegia, nem mesmo o pasmar
Escrevo com a alma, com a realidade dura
Escrevo com o coração, por te amar.

O pavoroso sempre volta, não importa o dia
A realidade é sempre a mesma, vida esmaecida
Sua face nunca esqueço, ó traços perfeitos
Seu sorriso áureo, ó lindo, sempre "momentos"
Porque te odeio tanto? Meu Mundo horrendo
Porque te amo ainda mais? Minha divindade clara
Veja, mais um que sucumbiu na existência, Num morrendo?
Deturpa uma noite que o óbvio já dizia, brada!

Ó leitor ignaro, não leia o desgosto
Viva de amor, não do sobreposto
Um poema composto por palavras desgraçadas
Escrito por um poeta triste, que almeja o nada
Acreditas em mim, por favor... Quando digo a verdade
Eu te amo! Mesmo com essa podre gentil realidade
Versos medonhos que machuca a olhos nus
Dum poeta que sangra a cada dia, e exala o próprio pus

O poeta escreve a esperança
O poeta compõe sentimento
O poeta grita o ódio
O poeta maldito te ama!

Foto de flordesal

Mais do que palavras?

Dizes sempre " mais do que palavras, já sei que você me ama, mais do que palavras", dizes tu nesse teu sotaque doce.
Mas que alternativa tenho se o Oceano voltou a separar-nos.
Será que não percebes que as minhas palavras o vento não as leva porque vêm do coração? Será que não sentes que quando digo que te amo, sou eu a dar-te aquele abraço de manhã, o beijo de bom dia e as saudades de ter a tua mão na minha, que não largava nunca?
Mais do que palavras dizes tu....mas deixa-me dizer que te amo, que és a minha vida e que tudo vai dar certo...não só são palavras,<--break--> mais do que palavras porque vêm do coração.

Foto de Anjinhainlove

Relógio

Enquanto te espero
Olho o relógio
Por cada olhar um segundo,
É menos doloroso acompanhar
Cada movimento do relógio,
Do que necessitar de
Cada passo que tu não dás,
Cada palavra que não proferes,
Cada olhar que não trocamos.

Fecho os olhos
Sabendo que um dia estaremos juntos
E o tempo,
Ah! O tempo…
Terá envelhecido
E se terá tornado num grão de areia,
O passado.
Tento dar a volta ao Universo,
Esperando que este
Com pena da minha dor,
Ordene ao tempo que não me magoe,
Mas quando abro os olhos,
Apenas mais um movimento do relógio verifico.

É tanta, a falta que me fazes,
Já não há mais a luz do teu sorriso,
Já não há mais o aroma das tuas palavras,
Já não há mais o calor da tua presença.

Enquanto à noite o meu pensamento vagueia
Por cada parede que te olha,
Os meus olhos fecham-se,
Bloqueando o caminho às lágrimas
Do coração.
Abraço a almofada imaginando ser os teus braços,
Olho a luz da Lua entrando pela janela
E entendo a insanidade do meu sofrer
E aí,
Só aí,
Ganho mais um pouco de esperança,
Porque só o escuro da noite
Me notifica de que, afinal,
Estou um dia mais perto de ti!

Foto de flordesal

Não pudeste

O teu riso tu mo deste,
teu sorriso não pudeste.
O riso é uma boca a abrir,
dentes brancos a surgir.
O sorriso é o coração a falar,
São as palavras que se querem soltar.
O teu riso tu mo deste,
o teu sorriso não pudeste.

Foto de flordesal

A minha voz está muda

Apetece-me gritar que te amo,mas a voz está presa e muda, não consigo.Tantas promessas,juras, planos,será que vai valer?Será que queres que valha?Atravessei o Oceano para saberes que o meu amor ia além das palavras e pude sentir também o teu.Agora voltei, disseste que tudo "ia entrar no jeito certo de nós dois"...é por isso que luto,é por isso que tu dizes que lutas? Será que sim?Será que ainda lutas?Continuarei a acreditar em nós, mas preciso da tua ajuda.Apetece-me gritar que te amo, mas a voz está presa e muda...não consigo.

Foto de PAULO MICHELANGELO

sibele(meu anjo)

O sentido incerto persiste em se manter aqui dentro vivo,
Eu não sei o que pode ser,mas talvez possa ser uma dor,
Mas mesmo eu sabendo ainda continua sem definição, ou sem um querer;
Eu não encontro o sentido exato de tudo isso, ao meu redor tudo parece estar distante.

Diga-me como podes isso ocorrer?As palavras não me encontram?
Parece estarem tão distantes.....e ao menos ninguém pode me ouvir
No surdo som da paixão. . e no céu minha razão incertas e incomuns...
Da prece alcançada, da alma vulgar de meus pensamentos... Não sabendo os tantos motivos... Que não sei explicar somente surgem na nuvem do céu;
De minha própria indecência, crapulosos sentimentos que sinto...

Não pode existir este mundo insano que criei em meu interior.
Pensei que sentir fosse o sol da imaginação, e então seriamos nada.
Por que ser tudo é muito para um simples mortal, sonhador como eu...
Ás vezes meu mundo desmorona, não sabendo muitas vezes quais palavras levaram a isso.Diga-me qual foi o meu erro?ser maior que a própria vida?
Ou ser o inocente a morrer em seu próprio delito?

O mar de profundos desejos jogados ao vento espião do mundo;
Como comecei isto tudo?este mundo dentro de mim?
Que os personagens é sempre eu?assim como a vida possui muitos momentos;
Meu ser existem muitas perguntas... perguntas sem cabeça por que tudo acaba;
Seja enterrado ao chão ou num universo sem homens para que ousem seus murmúrios de gloria...só grito o que quero esconder e o que escondo é uma maneira de viver sobre sonhos juvenis que jamais entenderei..sobre o palio em q adormeci e acredito jamais acordar,por estar longe
e incapaz de voltar, preso em minha própria alma. . .

Foto de BelaCris

Versos Mudos

Olá poetas amigos e amigas !!!
Sumi um tempinho daki , porem muitas mudanças em minha vida !

Versos Mudos

Um sonho que nao sonhei
Um amor que nao senti
Um beijo quenem lhe dei
Algo que nem sei se despertei

Sentimento sem sabor
Chamas sem calor
Nao sei o que por
Nesses versos de amor

Tal sentimento
Existe ?
OU é apenas ilusão?
Daquelas que aparecem
E de vão sem nenhuma explicação

Nem sei se quero viver
tal sentimento
que nao parece ter sentido
Nem sei se sou eu apenas
que o sinto
Se estou só
ou se é correspondido

Não sei se saberei
Nao encontro palavras para perguntar
Mas e o silencio que passo poder lhe explicar
o que sinto sem nada falar

Fazes de meus versos mudos
o que gostaria de dizer
o que sinto
talvez jamais sera dito
e deixe que nessas palavras
pouco a pouco será esquecido!
(22/09/06 13h00)

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