Passos

Foto de Rute Maria

Sou eu a querer te amar

quem será eu,
eu sou a rosa a se brotar na primavera,
sou o calor do verão,
sou a folhar que cai no outono,
sou o frio do inverno,
sou a brisa fria da manhã ,
sou a chuva que cair,
sou o sorriso em teu rosto,
Sou a sombra que te guia,
sou o vento que toca você,
sou a tua lagrima quando começa a chorar,
sou o teu abraço a me abraça,
sou o seu beijo a querer me beija,
sou a lembrança que te faz lembrar,
sou a noite a te iludir,
sou a estrela a iluminar,
sou o sol a brilhar,
sou o mar grande e infinito,
sou a escuridão que te persegui,
sou a luz a iluminar seu caminho,
sou o seu eu que se esconde,
sou os teus passos,
sou apenas eu a querer te amar!

Foto de Rute Maria

Você ao meu lado

Vejo em seu olhar uma força que me faz sorri
É lindo e diferente mais é só você que sabe explicar
Sigo seus passos pra onde você vai
Desfaço minha dor enquanto as lágrimas vem
Lembro que você nunca me deixou
Eu olho pra trás e vejo quantas coisas mudou!

Foto de layellen

Você Alegrou o Meu Coração

Lembro…
Quando te encontrei na madrugada
Pude sentir os teus passos na calçada
Vi quando surgiu no meio da escuridão
Foi maravilhoso ver você chegar
Trazendo aquele teu brilho no olhar
Alegrando o meu triste coração

Antes de você chegar
Eu já estava a imaginar
O teu rosto lindo sorrindo
Depois eu parecia uma criança
Te olhando cheio de esperança
Te vendo ali, com teus braços se abrindo

Agora, minha querida…
Eu tenho muita alegria na vida
Pois você está sempre ao meu lado
Não preciso mais viver sonhando
Em vir você de madrugada chegando,
O meu coração não vive mais angustiado!

Foto de carlosmustang

'UM LEÃO POR DIA'

É tanta gente que briga implora
Gente que chuta, implica que chora
Murmura, falseia ignora
É fumaça evasiva, do sonho, estoira

Amor e ódio impera incompreensão
Sentimento da alma, vieis desilusão
Correria acalma, luta sobrevivencia
Medo, sofrimento, carência, vencer

É correr pela vida, frieza, entender
Contando os passos, não relembrar
Se iludindo, pra não chorar

É correr pra vencer, surpreender
Ficar pra querer, poder e lutar
Sem entender que a morte,é pra ganhar

Foto de Rosamares da Maia

CRÔNICAS DA SAUDADE - Solidão é Fundamental

CRÔNICAS DA SAUDADE – Solidão é Fundamental.

Hoje eu preciso de um tempo para ser só. Isto mesmo! Sentir a solidão necessária para me reencontrar com a minha paz, ouvir atentamente o silêncio. Assim, só e ouvindo o silêncio como se no Mundo não houvesse mais ninguém, eu mergulho no tempo, um tempo todo meu, sem controle de nada e de ninguém. Como se a minha própria cabeça fosse uma poderosa máquina, percorrendo os tempos idos e avançando para tempos futuros.
A viagem me leva a lugares em que estive e vivi, trazendo a tona sensações e sentimentos, uns muito bons e prazerosos, outros, nem tão bons e alguns muito ruins, mas nada se perde, na realidade é um resgate da costura das experiências, da capacidade humana de sentir e desenvolver o raciocínio analítico. Pesar todas as coisas vividas e rastrear momentos e pessoas que de alguma maneira fazem parte da costura na construção das nossas vidas.
Preciso da minha solidão para recompor a logística de mim mesma, ela me possibilita a reorganização da maneira de estar neste mundo, também de traçar rotas para percorrer caminhos futuro, fazendo projeções a partir do meu presente, planejando passo a passo a conquista de novos espaços. Considerando se eu devo dar estes passos ou se quero ocupar estes novos espaços.
Solidão é fundamental! Não para sempre, mas para considerar que em alguns momentos a minha é a melhor companhia que eu posso ter. É algo fantástico, acreditem! Alguns podem considerar que este desejo de me revisitar de vez em quando seja apenas saudade, vontade de mergulhar no passado. Não. Definitivamente ele é também, para fazer projeções do futuro. É claro que algumas vezes o passado desperta a nostalgia. Mas quem não sente saudade de alguém ou de alguma época?
Se a esta necessidade de solidão alguém atribuir os sinônimos de saudosismo, nostalgia, ou as projeções para o futuro alguém quiser chamar de sonhos, delírios e/ ou ambição, que seja, mas a ela, acrescento também, o conceito da necessidade humana de olhar nos olhos de sua alma, se encontrar periodicamente consigo mesmo, não se permitindo tornar baú trancado, cheio de sentimentos, pessoas e momentos esquecidos com fantasmas ameaçadores.
Quero o meu baú todo aberto, meus fantasmas exorcizados. Quero sentir a minha solidão até os ossos, com a vida povoada das minhas saudades e sonhos, assim, corrijo cada rota, cada rumo que me recompõe cada vez mais humana.
Rosamares da Maia

Foto de Carmen Lúcia

Quero

Quero...
Ser o elo entre o mundo e a paz,
a vida simples de quem é capaz
de unir humildade e grandeza,
sabedoria e beleza
com a mansidão de um barco
aportando o cais...

Quero...
Ser rio que chega ao mar
vencendo as batalhas de seu fluxo
ao tornear pedras , colidir em rochas,
modelar-se à opressão das margens,
nortear as águas durante seu percurso,
único recurso para estancar a sede.

Quero...
ser o filme dos instantes felizes,
o ancoradouro das melhores lembranças,
a saudade que faz companhia
quando a ausência marca triste mudança
e a vida mostra o outro lado da face,
um lado sombrio, que se desconhecia.

Quero...
ser a frágil bailarina,
girar o corpo ao redor da rima,
de seu interior ouvir a melodia
inspirada na arte que combina
passos , compassos, coreografia ,
todo espaço irreal, sua geografia
sendo transformada em poesia.

Quero...
ser a tarde e sua nostalgia,
cores indecifráveis a findar o dia
num céu que rouba toda a magia
na transição de fim e recomeço,
reverenciando a noite, o luar,
as constelações do espaço estelar
preparando mais uma manhã.

_Carmen Lúcia_

Foto de carlosmustang

VENTOS DE VIDA

Há um mundo
Onde Wosniak pisa
Onde Jobs flutuou
Mundo este que vejo

E há sonhos e desejos!
Desesperançã também há
Em viver e estar
Ver passos a seguir, imaginar

Tem motivo pra amar inverosímel
E voar, navegar, indomável
Há um mundo, onde pisar, é preciso

Sonhei, vivi, Bill, te vi!
Ser um mundo, preciso, existir
Há sonhos, não vou dormir

Foto de Delusa

Cidade

Cidade, cidade!
De corridas ofegantes,
Milhares de habitantes,
Saturada de maldade.
Atmosfera viciada,
Que a todos embriaga.

Cidade, cidade!
Onde o mal se pega,
E a simplicidade,
A cada passo se nega.
Mares de gente,
Aqui e além,
Mas não se conhece ninguém!

Cidade, cidade!
Mundo artificial.
Conheces tu,
A beleza natural,
A mansidão do sossego,
O voar do morcego,
O chilrear dos passarinhos,
E os solitários caminhos?

Conheces o aroma do campo,
O perfume natural das flores,
A lealdade das pessoas,
Ligada aos seus amores?
O espírito fraternal,
E a simplicidade dos pastores?
Conheces os que amassam
Com dureza,
O seio da própria natureza?
O cantar da água nos regatos
E a sua pureza?
A claridade do luar,
O ralo,
E o grilo a cantar à luz da lua?

O silêncio da noite,
Onde as pessoas conhecem,
Pelos passos,
Quem vai na rua?
Cidade, cidade!
Não me julgues mal,
Mas onde está a tua beleza,
Afinal?

Delusa

Foto de Rosamares da Maia

Melodia da Vida - Renovação

Melodia da Vida- Renovação

Ouço o ritmo da melodia, atento acompanho.
Vejo que o mundo todo suavemente dança,
Os passos cadenciados revelam o meu sonho.
Novamente tenho os olhos vivos de criança.

Tudo é somente som, mágica melodia.
Minha alma é uma partitura, simples,
E o meu corpo flutua sem peso, leve.
Passos no tom da vida em pura harmonia.

A água corre, canta em ritmo natural,
O vento sopra lufadas nas folhas que sobem,
Em seu balé dançam cantam, se encantam.
Não é sonho, o mundo que vejo é real.

Acho graça nas asas do pequeno beija-flor,
Que para no ar faz a corte e beija a sua flor,
Admiro as abelhas trabalhadeiras em sua obra
Buliçosas borboletas ao sol fazendo manobras.

Todos engravidam de pólen a natureza,
Promovem o encontro de amantes distantes.
Que olhos não veem, mas o amor tem certeza.
Toda a vida se renova em ritmo constante.

Fecho os meus olhos, deixo fluir a melodia,
Sou a orquestra, meu corpo é instrumento.
Que toca no mesmo diapasão em total sinergia.
Com os pés na água que corre, sou parte da magia.

A vida com mais capricho me desenha natural.
E sou como a folha flutuando ao vento, breve.
Renovada no encontro distante dos amantes.
Gravida do amor que não vejo, mas sei, é real.

Foto de Carmen Lúcia

Morada da poesia

Ainda não sabia de poesia...
E seus olhinhos percorriam a fantasia.
Tudo podia...
Estar aqui ou alcançar estrelas...
e sem nenhum esforço, conseguir detê-las.

Ainda não sabia de poesia...
E de seus passos, a mais linda coreografia...
De sua alma, a expressão que traduzia
naquela dança, a vida que em si surgia...

Ainda não sabia de poesia...
Fixava seus olhos no desabrochar da flor.
E a via pequena, gigante, de toda cor...
Nenhuma outra magia a tiraria desse torpor...

Ainda não sabia de poesia...
Seus pés descalços na água do mar
transformavam sal em açúcar;
E as ondas brancas, golfadas de algodão-doce,
batizavam seu corpo de menina e moça.

Percebeu a poesia...
Ao descobrir o descompasso de seu coração;
Pulsações irreverentes, batidas diferentes,
e no papel
registrou o que sentia...

Sentiu a poesia...
Descobriu sua morada...
Por todos os cantos, recantos,
encantos e desencantos...
Viu-se cercada...

E a poesia mora
na lágrima que rola,
no sorriso que esconde a dor,
no riso anunciando amor...
No botão que se transforma em flor...

Ela está por toda a parte...
Basta apenas perceber
e do estado latente,
fazê-la acontecer.

Carmen Lúcia

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