Pele

Foto de Welington de Haia

Nem um segundo

Meus ouvidos precisa da sua voz
Meus olhos precisa da sua imagem
Minha boca precisa dos seus lábios
Meu olfato precisa do seu cheiro

Minhas mãos precisa da sua pele
Na sua pele minhas mãos te saborear
Meus passos precisa do seu caminho
Meus pulmões necessita do seu ar

Meu peito precisa da suas mãos
Mãos que neles desejam tocar
Meu sexo precisa do seu sexo
Como café, almoço e o jantar precisa de alguém para o devorar

Meu dia precisa de suas horas
Minhas horas do seus minutos
Não quero contar o tempo nem de um segundo
Segundos que o tempo tardia o nosso provar...

Foto de Samoel Bianeck

Jogral da Solidão

-I-
Solidão; porque coloca esta sua mão fosca
sobre minha inocente cabeça?
Destilas a tua seiva, não doce, que vai ao poucos
se misturando com meus maus pensamentos
e descem lentamente até meu coração.
Nada te fiz - porque me persegues?
---
Olha quem diz; sou a solidão sim; mas é você quem me segue.
Estou sempre a seu lado – sou tua aprendiz.
Nunca amaldiçôo quem na minha frente não se ajoelha.
II
Me enganas, sua loba com pele de ovelha,
Invades o meu ser e ainda me aconselha!
Espedaça a minha vida; fico sangrando então se apresenta
- camuflada de remédio.
Me arrebata para o tédio; te trago e me sufoca no isolamento.
Em minha pele injeta seu veneno - não suporto este tormento.
---
Sou um pleonasmo inverso – “a bebida que você não bebeu”.
Sou gustativa - “a delícia de mulher” que você não degustou.
Sou utopia da sensação - “o corpo que você não sentiu”.
Sou o paradoxo da companhia – “comigo; sempre estará só”
III
Não entendo teu linguajar, basta; já esta me arrancando tudo.
Sinto ira; ordeno, suplico - alguém me conte uma mentira!
Grito; vou para rua, lá você está, como um rolo compressor.
Não ouve meu brado; me esmaga, tritura – fico quebrado.
Levanto arrasado e você só diz – veja mais um pobre diabo!
---
Sou a mescla rara de um néctar maldito - tudo que te magoa.
Sou a mãe da tristeza - filha primogênita da angustia.
Me chamaste; vem tristeza - agora sou sua pele, “sua beleza”.
Me atiras para o alto; sou bumerangue – circulo com teu sangue.
--IV--
Sigo a rua, estou só, mas você me segue e grita – não esqueça de mim.
Olha um manequim: escute estão rindo, não tem ninguém - só pode ser de mim.
Sussurras no meu ouvido; sou invisível, é de você; viro e olho para eles.
Fazem cara de sério, não digo nada, mas te interrogo – eles são felizes?
Sim; não sabem que vão morrer; só porquê estão rindo?
---
Porque usas de metáforas para me atingir? Vai indo!
Teus passos sabes dirigir? – acha que agora vou rir.
Estou aqui para: com dor te atingir – não vou fingir.
Nem pense que vou te acudir, no chão pode cair.
Tenho uma missão a cumprir - tenho que te punir.
--V--
Logo decido, vou seguir - mas como posso?
Você é uma sombra, me segue como fantasma – não posso fugir.
Angustia-me, me faz mal, olha a manchete no jornal
– a felicidade está mais à frente.
Mas não sou crente, me empreste o pente, não te; esqueça
– nunca mais coloque a mão sobre minha cabeça.
---
Conheço tuas sensações tácteis – e sempre estarei te atormentando.
E fui, eu fiz, eu sou, tudo de bom que você queria ter vivido
pequenas e grandes coisas, um amor querido – sem viver, ficou inibido.
Alguém querido que não ajudou – uma conquista interrompida.
-VII--
Escute é a voz do mar; na esquina vou virar - acho que é lá seu ninho.
Chupo-te como uva, urino no esgoto - mas voltas com a chuva.
Tenho preguiça; tento correr e me seguras - como a areia movediça.
Na hora derradeira; sem querer te chamo de companheira.
Sei que és a antítese – do meu viver sem vida.
---
Esqueceu; sou o acróstico das iniciais de todos os teus males.
Mas lembre-se; sou tua companhia mais sociável - não te deixo ao léu.
E nem te quero no mausoléu – sempre te alcanço um chapéu.
--IX--
Esta é boa, agora você é meu anjo da guarda, minha amante.
Lembrei estou precisando é de uma amante, duas ou três
– quem sabe a solidão espante.
Estou ilhado preciso de alguém, vou ver uma boneca ou uma madona
- se não tiver vou para zona.
Vejo uma; grito; estou aflito - vem meu amor, me tira da solidão.
---
Engana-se; sou insubstituível; nem amor, dor ou pudor.
Sou a esfinge; ninguém me decifra; não tenho cor – sou ilegível.
Sem pudor dou a luz à angústia – e batizam meu filho de dor.
--X--
A festa acabou, vem comigo - mas não sei aonde vou.
Virei olhando seu rosto; uma lágrima rolou; ela chorou - que foi?
Tu és uma flor; sim mas você vai - a solidão me atacou.
Sai em silêncio, bati a porta, corri, gritei, adeus - nunca mais solidão.
Deixei-a com ela, ela ficou com minha solidão - estou livre!
Como um pássaro; quase seminu - atirei minha penas para o ar.
---
Pare, pare, aquela solidão era a dela - eu sou a sua.
Cada um tem a sua companheira que é a solidão verdadeira.
Sempre te acompanhei, acompanho - nunca largarei.
Senta ai e se acalme, volte a ser triste – nada de alarme!.
--XII--
Se cada um tem a sua; porque ninguém gosta da solidão?
Quero distância, vou embora - você é bem sem elegância.
Há quem se queixe; nas festas, nos amores – lá você está presente.
Veja quanta gente; fernandinhas e caubóis – mas tua marca os corrói.
---
É filho; estou com os poderosos, incapazes e medrosos.
Nova; sou invisível, nada aparece, com o tempo meu ser se fortalece
– junto com tuas desilusões meu poder cresce.
Sou abstrata, imaginária mas todos sentem o peso de minha mão
– minha maldade sempre aparece.
--XIII--
Não me chame de filho. Alguém disse que você é a praga do século.
Tem muita gente sofrendo por tua causa, até se matam ou matam.
Você leva a depressão; a tristeza, que deve ser tua irmã ou irmão.
Toda vez que sua sombra cinza visita um ser - sempre rouba um pouco.
Solitário ou nas festas, sempre tem alguém sofrendo – aqui acolá.
---
Amigo; nós da família solidão não temos culpa – cada vez tem mais espaço.
Estamos só cumprindo nossa função; tem gente que vive em uma eterna solidão
- sempre me chamam com a droga, intrigas, brigas – dizem que são amigas.
Você é um que sempre fica comigo. A propósito gostou de te chamar de amigo?
--XIV--
Amigo está melhor; já que não posso me livrar - vou te aceitar.
Chamarei-te de Teresa, ela também cansa a minha beleza.
Responda-me com certeza; e esta gente que só enxerga seu umbigo?
Sim mesmo aquele que se dizem bravos; também são seus escravos?
---
Amigão; para estes tipos de coisa eu nem ligo, são estúpidos sem receio.
Cá entre nós; são os que mais vivem a sós - e para solidão é um prato cheio.
Não invento, e ao ver eles afundando na amargura – só contemplo.
Ainda é tempo, me entenda; me aceite como sua amiga – sou pura.
Fico má, te afogo no veneno quando você quer – o sabor é da tua mistura.

Foto de Fernanda Carneiro

ATÉ QUANDO...

Olhando seus olhos que mais posso esperar?
Que vc se transforme em outra pessoa?
Que vc não fira mais meu coração?
Não posso aceitar que vc faça de mim sua escrava
Sua dependente, seu anexo, seu eterno segundo plano
Por vezes achei que seria tudo
A mão que acariciava hoje é fria
As palavras antes suaves, ternas
Hoje são como navalha em pele
Cortam, dilaceram, destroem
Até quando brincar com pessoas
Até quando rebaixar o próximo para se sentir melhor
Até quando ser orgulhoso e matar seu próprio sentimento
Até quando ser apenas um ser egoísta, egocêntrico,
quando se pode ser muito mais, ser dois, ser simplesmente amor
único sentimento, única alma
Até quando suportar você se transformando em pó, em nada
Um ser pretensioso, cego para a realidade da vida
Realidade de que quem vive só morre só
Que sua ambição é sua perdição e seu fim
Que fui aquela que vc amou
Mas sua personalidade agressiva, rude
O faz um ser atípico, cego
Adeus para sua frieza, sua insensatez, seu desamor
Sou muito mais que uma mulher
Sou imensa de amor, calor, vida
E tu?
Um corpo vazio, uma alma calejada
Que ainda não aprendeu a viver
Por isto vou e te deixo
Siga e vá até onde seus passos possam caminhar
E para sempre Adeus

Foto de Samoel Bianeck

Jogral da Solidão

-I-
Solidão; porque coloca esta sua mão fosca
sobre minha inocente cabeça?
Destilas a tua seiva, não doce, que vai ao poucos
se misturando com meus maus pensamentos
e descem lentamente até meu coração.
Nada te fiz - porque me persegues?
---
Olha quem diz; sou a solidão sim; mas é você quem me segue.
Estou sempre a seu lado – sou tua aprendiz.
Nunca amaldiçôo quem na minha frente não se ajoelha.
II
Me enganas, sua loba com pele de ovelha,
Invades o meu ser e ainda me aconselha!
Espedaça a minha vida; fico sangrando então se apresenta
- camuflada de remédio.
Me arrebata para o tédio; te trago e me sufoca no isolamento.
Em minha pele injeta seu veneno - não suporto este tormento.
---
Sou um pleonasmo inverso – “a bebida que você não bebeu”.
Sou gustativa - “a delícia de mulher” que você não degustou.
Sou utopia da sensação - “o corpo que você não sentiu”.
Sou o paradoxo da companhia – “comigo; sempre estará só”
III
Não entendo teu linguajar, basta; já esta me arrancando tudo.
Sinto ira; ordeno, suplico - alguém me conte uma mentira!
Grito; vou para rua, lá você está, como um rolo compressor
Não ouve meu brado; me esmaga, tritura – fico quebrado.
Levanto arrasado e você só diz – veja mais um pobre diabo!
---
Sou a mescla rara de um néctar maldito - tudo que te magoa.
Sou a mãe da tristeza - filha primogênita da angustia,
Me chamaste; vem tristeza - agora sou sua pele, “sua beleza”.
Me atiras para o alto; sou bumerangue – circulo com teu sangue.
--IV--
Sigo a rua estou só, mas você me segue e grita – não esqueça de mim.
Olha um manequim: escute estão rindo, não tem ninguém - só pode ser de mim.
Sussurras no meu ouvido; sou invisível, é de você; viro e olhos para eles.
Fazem cara de sério, não digo nada, mas te interrogo – eles são felizes?
Sim; não sabem que vão morrer; nem porque estão rindo?
---
Porque usas de metáforas para me atingir? Vai indo!
Teus passos sabes dirigir – acha que agora vou rir.
Estou aqui para: com dor te atingir – não vou fingir.
Nem pense que vou te acudir, não chão pode cair.
Tenho uma missão a cumprir - tenho que te punir.
--V--
Logo decido, vou seguir - mas como posso?
Você é uma sombra, me segue como um fantasma – não posso fugir.
Me angustia, me faz mal, olha a manchete no jornal
– a felicidade esta mais à frente.
Mas não sou crente, me empreste o pente, não te; esqueça
– nunca mais coloque a mão sobre minha cabeça.
---
Conheço tuas sensações tácteis – e sempre estarei te atormentando.
E fui, eu fiz eu sou, tudo de bom que você queria ter vivido.
Pequenas e grandes coisa, um amor querido – sem viver, ficou inibido.
Alguém querido que não ajudou – uma conquista interrompida.
-VII--
Escute é a voz do mar; na esquina vou virar - acho que é lá seu ninho.
Te chupo como uva, urino no esgotos - mas voltas com a chuva.
Tenho preguiça; tento correr e me seguras - como a areia movediça.
Na hora derradeira; sem querer te chamo de companheira.
Sei que és a antítese – do meu viver sem vida.
---
Esqueceu; sou o acróstico das iniciais de todos os teus males.
Mas lembre-se; sou tua companhia mais sociável - não te deixo ao léu.
E nem te quero no mausoléu – sempre te alcanço um chapéu.
--IX--
Esta é boa, agora você é me anjo da guarda, minha amante.
Lembrei estou precisando é de uma amante, duas ou três
– quem sabe a solidão eu espante.
Estou ilhado preciso de alguém, vou ver uma boneca ou uma madona
- se não tiver vou para zona.
Vejo uma; grito; estou aflito - vem meu amor, me tira da solidão.
---
Engana-se; sou insubstituível; nem amor, dor ou pudor.
Sou a esfinge; ninguém me decifra; não tenho cor – sou ilegível.
Sem pudor dou a luz à angústia – e batizam meu filho de dor.
--X--
A festa acabou, vem comigo - mas não sei onde vou.
Virei olhando seu rosto uma lágrima rolou; ela chorou - que foi?
Tu és uma flor; sim mas você vai - a solidão me atacou.
Sai em silêncio, bati a porta, corri, gritei, adeus - nunca mais solidão.
Deixei-a com ela, ela ficou com minha solidão - estou livre!
Como um pássaro; quase seminu - atirei minha roupas para o ar.
---
Pare, pare, aquela solidão era a dela - eu sou a sua.
Cada um tem a sua companheira que é a solidão verdadeira.
Sempre te acompanhei, acompanho - nunca largarei.
Senta ai e se acalme, volte a ser triste – nada de alarme.
--XII--
Se cada um tem a sua; porque ninguém gosta da solidão?
Quero distância vou embora você – é bem sem elegância.
Há quem se queixe; nas festas, nos amores – você está presente.
Veja quanta gente; fernandinhas e caubóis – mas tua marcas os corrói.
---
É filho; estou com os poderosos, incapazes e medrosos.
Nova sou invisível - nada aparece, com o tempo meu ser se fortalece
– junto com tuas desilusões meu poder cresce.
Sou abstrata, imaginária mas todos sentem o peso de minha mão
– minha maldade sempre aparece.
--XIII--
Não me chame de filho. Alguém disse que você é a praga do século.
Tem muita gente sofrendo por tua causa, até se matam ou matam.
Você leva a depressão; a tristeza, que deve ser tua irmã ou irmão.
Toda vez que sua sombra cinza visita um ser - sempre roubas um pouco.
Solitário, nas festas, sempre tem alguém sofrendo – aqui acolá.
---
Amigo; nós da família solidão não temos culpa – cada vez tem mais espaço.
Estamos só cumprindo nossa função; tem gente que vive em uma eterna solidão
- sempre me chamam com a droga, intrigas, brigas – dizem que são amigas.
Você é um que sempre fica comigo. A propósito gostou de te chamar de amigo?
--XIV--
Amigo está melhor; já que não posso me livrar - vou te aceitar.
Te chamarei de Rodrigo, pelo menos rima com quem
- da felicidade é mendigo.
Agora te pergunto ou digo; e esta gente que só enxerga seu umbigo?
Mesmo aquele que se dizem bravos; também são seus escravos?
---
Amigão; para este tipos de coisa eu nem ligo, são estúpidos sem receio
Cá entre nós; são os que mais vivem a sós - e para solidão é um prato cheio.
Não invento, e ao ver eles afundando na amargura – só contemplo.
Ainda é tempo, me entenda me aceite como sua amiga – sou pura.
Fico má, te afogo no veneno quando você quer – o sabor é da tua mistura

Foto de RoseGomes

Fantasias

Atiças-te em mim um fogo intenso.
lembranças suaves me dizem o que fazer.
Solto minhas fantasias guardadas em segredo.
Forço a lembrança do meu afeto;
Carícias, que vão e voltam,
Beijos e toques que se trocam.
Sensações que à pele afloram;
Lábios quentes que se colam.
Seios que te chamam irados,
Anseiam por ser tocados.
Corpos apertados,
Juntos, um no outro entrelaçados;
Suas doces palavras ao meu ouvido...
E o prazer que irrompe,
Num desatino ...
Sensações ao vento.
Sentimentos...
Me sinto livre e bela nesse momento

Foto de jgdearaujo

Metafísico

Há muita metafísica em pensar em nada...
Há nada em que pensar... a vida não se explica.

O brilho das estrelas, por quê?
O calor do sol, por você?
A existência de Deus, crê?

Viemos? ...
Se vamos? Para onde...
Algum propósito?
Divino?

Poeira cósmica não pensa...
Não interpreta...
Resultado dos elementos
Combinados... Átomos, meros átomos
Não compreendem... A vida não se explica.

Pra que explicação? Pra quê?
Se a beleza da poesia é pra ser intuída,
Se o brilho das estrelas é pra ser admirado,
Se o pôr-do-sol é pra ser cultuado...
Se a sua pele é pra ser sentida.

Pra que ciência, se o sabor da sua boca
Persiste... insiste... existe. Com certeza existe.
Se o pulsar do seu sexo domina
Envenena...fascina... sobretudo alucina.

Há realmente muita metafísica em pensar em nada,
Por que pensar leva a nada... O caos não se explica.

O que importa, sente-se... Jamais se compreenderá...
Jamais se explicará a sensualidade do vermelho
A preocupação em agradar o espelho
A corrida por mais e mais dinheiro...
Se a morte é certa... Uma porta aberta.
(eu preferia que fosse uma janela ... Queria escapar).

Estava certo Pessoa... Pensar faz mal
E não ajuda... Não faz entender...
Há muito mais encanto em pensar em nada,
Há muito mais encanto em viver...

Foto de Isaias Merli J

Não é o Fim

Olhos tão profundos e obscuros quanto à mentira.
Boca amarga como fel.
Cabelos tão duros quanto pedra.
Pele seca como o deserto.
Lembranças já não têm mais.
Cheiro horrível como lixo.
O corpo é sujo.
Falas não existem mais.
Os olhos sem o brilho.
Face com feição podre.
Veias sem corrimento.
O coração já não bate mais junto ao meu.
Nem aquele lindo sorriso ela tem mais.
É fria como o gelo.
Fica deitada sem saber o quanto sofro.
Mas mesmo assim continuo a amando.
Até que um dia tudo isto volte a ser igual.
Igual a imagem que guardo até o fim de meus dias.
Em minha memória.

Foto de Fatima Cristina

So Deus sabe se Voltaras! ( estou de volta ) Conto Real

Olho seu rosto, belo, perfeito, a sua inocencia, seu riso ate quando eu choro, esta presente, seu abraco, sua forca e coragem que se torna minha... Um anjo de tres ano e meio, que `e a minha razao de viver, meu dia, e meu sol...Fruto da ilusao de um amor que a gerou, nasceu e cresce hoje como uma flor sem ser regada, vivendo apenas de esperanca...Seu nome, Akissana! Meu nome, pra aqueles que nao sabem ainda a minha historia, Cristina.

-Mamae, aonde esta meu papai? ( Akissana )
Me ajoelho a sua altura, penteio seus cabelos pretos como cachos de uva, seus olhos castanhos cor de mel, sua pele morena...
-Filha, mamae nao sabe onde esta seu papai.Vamo indo, temo que ir no mercado, e depois vamos visitar seus tios.
Saimos a rua, o calor quase que sufoca, seu vestidinho rosa leve, seu cabelo espera voar com a brisa, sua sandalia branca, protejendo seu pe tao pequeno.
Agora no mercado Akissana olha bem atenta pra todo o lado, esperta e rindo pra todo o mundo, as pessoas param, olham e falam "que menina linda", Akissana responde: "Obrigado senhora".

- Mamae aquele senhor ali nao `e meu papai???
Eu olho, meu coracao desespera, vejo Danilo com sua outra filha de mao dada e sua mulher do outro lado, em frente ao banco dos docinhos.
Olho Akissana, e digo " Filha temos que ir embora, seus tios tao esperando por nos pra almocar"
- Mamae por favor, deixa eu falar com meu papai so cinco minutinho?!
- Akissana agora nao da filha, mais tarde.

Alguem grita meu nome, do outro lado da estrada. Maria (mulher de Danilo) chama por mim " Vem aqui Cris!"
Akissana me pucha " Vamo la Mamae"

- Oi cris, como vc ta ? opa sua menina ta tao grande e linda. Oi minha querida Akissana como vc ta indo ?
- Tou indo muito bem Maria, obrigado.
- Eu tou bem senhora. (Akissana)
Ana Paula ( filha de Danilo e Maria ) se joga em meus bracos, me da um beijo e diz "Cris voce ta linda!"
- Quer um doce Akissana? (Maria )
- Obrigado senhora mas mamae ja comeu um comigo, muito doce faz mal pro meu dente!
Danilo olha atento, meu coracao quer sair do meu peito...
- Ai vc tem visto o pai da menina? (Maria)
- Nao Maria, nao tenho visto nao!
- Akissana vc gostaria de conhecer seu papai? (Maria)
- Eu sei quem `e meu papai, ele pode nao gostar de mim, nem da mamae mas eu nao importo porque agente gosta muito dele.( Akissana)
- Que menina inteligente! (Maria)

Akissana se afasta um pouco com Ana Paula e vao brincar juntas, Danilo olha a feira e as mulheres que vao passando!

- Cris como pode esse homem, nao querer saber de vc e nem de sua filha??!!
Vc tem que fazer ele pagar a pensao alimenticia, pelo menos.Que cafagesti, vc nao tem ligado nem pra ele? Quer dizer que quando ele soube que vc tava gravida, pediu pra vc fazer aborto e acabou te deixando sozinha com uma filha pra criar?!! Como vc ta aguentando? (Maria)
- Eu tenho meu negocio, minha banca e minha loja, eu tou bem, serio.
- Aparece la em casa pra almocar um dia destes, com Akissana, ai as meninas podem brincar.Eu fiz um chinelo lindo pra Akissana. Danilo aponta ai no celular o nr da Cris.Aponta o nosso tambem. Vc mudou de casa ne ? Mas ainda mora aqui em goiania ?( Maria)
- Sim Maria ainda moro aqui, e eu passo la um dia sim, so nao sei quando, porque tenho muito que faca, mas obrigado.
Akissana chaga rindo e brincando, me despeco de Maria.
Danilo pega em Akissana e da um abraco...
Akissana fala no ouvido dele em tom baixinho " Eu sei que voce `e meu papai, eu nao importo se vc n gosta de mim, nem da mamae, porque agente te ama muito, nao esquece de nos papai"
Danilo me da um beijo na face, por pouco meu desejo foi que aquele momento nao passasse e o tempo parasse ali.
Olho Maria e sinto pena, por ela nunca ter percebido o que o Danilo fez com ela, da minha boca ela nunca sabera de nada, jamais seria capaz de terminar com o casamento deles, doi saber que foi o Danilo que pediu pra eu o deixar, ainda choro, ainda doi muito, demais.E eu sou tao mulher dele como Maria! E minha filha `e tambem sua filha!
- Fique com Deus Akissana ( Maria )
- Minha mamae `e meu Deus senhora. Obrigado.
Akissana me da a mao e diz " mamae ta na hora da agente ir embora"
Seguindo as duas, eu olho pra tras, vejo Danilo sorrindo e brincando com Ana Paula, beijando a mulher, ele me olha e baixa o olhar.
As lagrimas me caem pela face...
- Mamae nao chore nao, papai um dia vai voltar pra nos e ai vamo ser todos felizes.
Akissana me limpa as lagrimas com suas maos pequenas, me abraca forte, me beija e diz " mamae eu te amo muito".
Eu sou forte porque minha filha me ensina como lutar, todo o dia `e um melhor dia quando ela ri, quando ela me abraca, diz que me ama...`E pra ela que eu dou todo o amor que eu tenho pelo papai dela, e ela me da o amor mais puro e lindo que pode existir, que `e o amor de uma crianca, e minha filha estara sempre comigo, do meu lado, e eu estarei tambem sempre com ela, todos os dias de nossa vida, com ou sem o Danilo.
E so Deus sabera se o papai de Akissana voltara ou nao!Ninguem mais!
A nossa porta estara aberta, mas o meu coracao pra ele ja se fechou, so quero que Danilo ofereca o mesmo amor que ele oferece pra Ana Paula pra Akissana tambem, porque ela merece, e minha filha nao tem culpa da besteira que eu fiz na vida por amor!

Obrigado!
Espero que gostem.

Cristina e Akissana Costa

Fiquem com Deus!

Foto de Fernanda Carneiro

O QUE RESTOU DE NÓS

“O que restou de nós?
Por onde andas que não o vejo mais?
O que represento para vc?
Tantas perguntas sem respostas...
Até ontem juras de amor, beijos ardentes
Mãos que amavam, corpos que se entregavam
Caminhos lado a lado,
E de repente tudo mudou
Não mais que de repente minha alma é triste
Meu coração é frio
Minhas palavras rudes
Aonde foi que errei, ou melhor, quem errou?
Será que fui tão egoísta que mal pude enxergar a sua dor?
Será que minha sinceridade matou o seu amor?
Será que vc não está me odiando agora?
Sim, ódio por me amar tanto
Vc busca disfarçar seus sentimentos
Seus olhos revelam que fiquei em seu caminho, em sua pele...
Como nódoa que jamais se apaga
E como nega seu amor?
Como tem coragem de matar a si próprio?
Maldito orgulho, navalha que corta, sangra e não sara
A sua face é tão revoltada, e por dentro uma criança carente
Vc quer meus braços, mas não sabe amar sem maltratar
Vc quer minha atenção, mas não sabe o que é doação
Vc quer meu eterno amor, mas esqueceu de perdoar.
Sim, perdoar, aceitar que sou ser humano igual a você
Aceitar que sem mim não vive
E assim está não só se matando
mas matando duas almas de uma só vez..
Por isto pense.
Volte a viver,
respire fundo...
Volte a sentir,
sinta meu calor....
Volte para mim
não chore mais
Sou seu único amor, sei disso...
Então a vida não será um vazio...
Algo a ser suportado
Mas vivido”.

Foto de Isaias Merli J

Lado Avesso

A pele já não tem o mesmo cheiro.
Os lábios já não tem o mesmo gosto.
Nos braços, já falta calor.
Nas caricias já me faz falta o carinho.
Nas falas já me fazem falta as palavras.
Nos olhares já sinto saudades de saber que ela enxerga.
Na feição do rosto, já desconfio da sinceridade.
Nas afirmações já enxergo a mentira.
Nas amizades um caminho errado.
No andar um certo descompasso.
No jeito de ser, um enorme desacato.
Na forma de pronunciar eu te amo, uma certeza de que é por falar.
Na maneira de me encarar, uma completa desconfiança.
E na ignorância em dizer, tratar, lidar comigo.
Cobrança desnecessária.
Confiança querendo ser ganha com palavras, e não com méritos.
E a tristeza sendo ganha a cada segundo como se o tempo fosse algo de ruim...
Como se o tempo ao invés de trazer sabedoria, me trazia a dor...
A dor da tristeza, de cada dia ser calado por lagrimas...
De cada palavra ser silenciada por um suspiro de dor...
Que corrói a alma, e me deixa vulnerável, fraco, sem forças para resistir...
E é o que pergunto a mim, esperando que meus sonhos se tornem realidade...
E que as tristezas se tornem imensas alegrias...
Que minhas lagrimas se transformem em feições felizes...
Que minha desconfiança se torne certeza de força, força que muda tudo...
Força que me fará feliz novamente...
E assim espero que estes dias acabem em um final perfeito, assim como começou!

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