Perfeição

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Super Humano

Abre-se o gibi. A primeira página está colorida por tons fantásticos, criaturas flamejantes saltavam aos olhos sem sair do papel. Um herói, na sua superioridade, resguardava seus poderes das identificações em um segredo. Voava feito pássaro ou avião, era forte como uma manada inteira, via o que só as máquinas perfeitas tinham alcance.

Nos mais recentes dias da sua jornada, lutando contra os piores tipos de adversários maléficos, rasgando os céus da metrópole recebendo aplausos da população em peso, o herói de ritmo automático persistia em manter a justiça na cidade que amava. Não havia tempo hábil sequer para pensar. A velocidade lhe empurrava ao próximo desafio.

Mal reparava no que rodeava sua existência magnífica. Os pais de família se apertando nas conduções, as mães solteiras entregando panfletos nos faróis, os avós vigiando os netos. Não havia reparado que na prática a importância de uma pessoa não se determina pelo seu cargo, mas pela sua dedicação. A embriaguez de seus poderes o induziria à tragédia.

Desta vez, o que se abria era a primeira página do jornal da trama. Os cidadãos se apinhavam para ler as fofocas do incrível astro. Incompleto nas conquistas afundava no existencialismo frívolo e no doce dos ópios. Sua cabeça não suportava mais a consciência, pesada pelas derrotas nas quais falhava. Seu ideal era a perfeição.

Mas, a mais humilde das pessoas lhe ensinaria a lição mais valiosa. Era um chefe de família. Ele, que sempre observara com certo desdém quem estava nessa posição, que parecia não aproveitar o que a vida tem de bom, viu em um ato de heroísmo que só um pai faria o sentido que faltava ao seu preciosismo, sua coragem inabalável.

O heroísmo aqui citado chama-se sacrifício. É o ato de levantar-se cedo, trabalhar, ser honesto em um mundo repleto de trapaça, continuar humano, aliás, nunca deixar de ser humano, e do mesmo jeito ter ações extraordinárias. Sacrifício de ser de verdade em um mundo de mentiras. O herói, humano na sua essência, era humano também no seu heroísmo.

Enfim, a superioridade dos poderes deu lugar à simplicidade dos afazeres, e o herói finalmente decidiu sê-lo na realidade. O herói, agora um também um patriarca, sabia que a felicidade é como uma plantação, que se semeia na menor dos grãos e se colhe na maior das árvores. Esse foi o seu alimento, a fé dos que acreditam que o bem resolve os problemas.

Foto de Lorenzo

Nóis é pobre e nós somos "ricos"

Comu teim genti bura
Resorveno os póbrema
Enquanto, nós poetas
Enfrentamos nossos dilemas

Nossas criança se mata di estudá
Dimanhã iscola, di tardi trabalhá
Nós na faculdade nos instruindo
Para mais tarde a esses explorar

As pele tem manxa, os dente tem cári
U cabelo é cri-cri e o corti custa um vaule
Nossas mulheres com perfumes importados
E os seus filhos fazendo pegas de carro

Eles falu tudu errado
Iscrevi ainda pió
Você ri da ignorância deles
Por que você seria melhor?

As rôpa é di mal gostu, pele preta e o cabelo lôro
Os pescoço vive enfeitado, cheio de folhado de ôro
Nós temos montblanc, rolex e armani, tudo do mais caro
E gastamos numa noite o que lhes leva um mês de salário

Eles xama baiano, paraíba, cabeção
Xinga eles que eles num liga não
Nós somos superiores então?
Só porque tivemos mais "educação"

Eles são pobre, burro não sabe se arrumá
Mas eles aprende no barraco que se deve respeitá
Enquanto nossas crianças lá no play a brincar
De como se faz o filho de uma empregada chorar

Nóis é simples, não tem curtura e nem foi letrado
A gente quer oportunidadi di sê bem tratado
Nós queremos ser mais que eles, humilhá-los
Cultos tem de ser os bons. Pobres: jamais educa-los!

E nóis paga tanto imposto que nóis nem sabe de onde é
E bota a cupa nu guverno, o feijão tá caro púquê eles qué
Nós rimos fazendo riqueza com o suor de seus rostos
Sonegando do governo o que eles pagam em dobro

Meu filho pidiu um sapato de natal, mas tá caru dimaís
Num vô dá não, foi assim que meu pai mi tratô
O meu quer um novo computador, que droga!
Nem tem aqui, mas pelo e-bay vem do exterior

As palavra eu num sei como arruma pra ficarem bunita
Mas eu digo que amo minha nêga lá em casa
Meu vocabulário é perfeito, tenho perfeição na gramática
Mas só trato minha mulher na base da pancada

Ganho pôco, mas pago tudim o qui eu devo
Até devôvi a cartêra dum dotô que incontrei
Eu passo a perna em quem posso
Achado não é roubado e eu achei

No meu verório têvi muita gente choranu em vôta do caxão
Imagina como fico]ô meus filho qui amo di coração?
No meu enterro lápide de granito, letras em ouro na oração
Mas pra se despedir do corpo, só o coveiro, porque é sua profissão.

Lorenzo Petillo.

Foto de Allan Sobral

Justiça ao Amor

Dentre tantos sentimentos em particular um nos intriga, o tal Amor, sentimento que tem sido acusado de sentimento injusto, pobre do Amor que é tido como louco e inoportuno, pois não pede permissão, e nem escolhe o coração que repousará, e não pré escolhe quem realmente merece ser amado.
Mas disponho-me a defende-lo, pois sei e proclamo que o mesmo é perfeito e justo,pois só erramos porque não amamos, e só choramos, pois não aceitamos o amor como ele realmente é, simples, e ingênuo como uma bela criança. Sua justiça moldada em nos dar todos os dias a chance da redenção, pois todos dias o sol beija a nossa face ofuscando nossa visão das coisas que trarão tristezas, coisas que só vemos se aceitamos; ainda assim sentimos a brisa nos dizer, que jamais estaremos sozinhos se amarmos.

Amor, és a chama que me mantém em vida,
És eros, amor fileo e também és amor ágape,
És a essência das palavras não ditas, e a busca incansável de minha lida.
És a lagrima que contenho mas deixo que escape.

Amar, fazer de uma gota o oceano,
É afogar-se em nossas fragilidades,
Voar nas asas do vento, sem nos fragilizar em nosso plano,
Ver beleza pura e suprema, alem das beldades.

Amo, e nego-te farpas cortantes, mas não pouparei nenhum sorriso,
Amo, e curvo-me para beijar tua mão e te buscar onde estiver,
Amo, e peço perdão por não perdoar-te em meu cego juízo.

Amo, pois sou fraco, e ainda me resta um coração,
Ainda que ferido em sua falta de amor,
Mas com a fé de que há nele perfeição.

Allan Sobral

Foto de betimartins

O Choro Do Triste Anjo...

O Choro Do Triste Anjo...

Beti Martins

No lindo paraíso,
onde reina o amor,
se vê a perfeição
e a total harmonia.
Tudo era tão belo,
intenso em sintonia
mas algo, ali aconteceu
porque se ouvia um choro.
Triste choro, como lamento,
da tristeza que ele sentia
e num grande desespero.
Era apenas um lindo anjo,
com as suas lágrimas caindo,
que chorava, chorava sem parar
e como estava sufocado.
Ele chorava, triste, tão triste
pela destruição do lindo planeta
pelas guerras, pelas loucuras,
e pela falta de respeito dos homens
Estava completamente desesperado,
ele tremia, ele morria de compaixão
e de tristeza por não fazer nada.
Mas quem era ele, ele apenas era anjo amigo
um anjo cheio de esperança do amor
que habitava dentro do seu lindo coração.
Meu anjo de luz e amor, não chores,
lindo anjo de luz, não percas a esperança
pois o meu mundo vai mudar, acredita!

Foto de betimartins

Hino de amor à natureza

Hino de amor à natureza

No verde que minha vista já não alcança, no espaço repleto de beleza eu vejo as rolinhas, felizes e contentes debicarem seus petiscos, os insetos soltos por ali...

Entre os vôos de marcar territórios, os bem-te-vis são agressivos por demais, disputa o pobre pica-pau de penas avermelhadas, fazendo mesmo assim as suas graças na árvore...

Olho o lago com suas imensas águas, espelhando Dourado do Sol, refletindo as nuvens e as árvores dali, e na beira do lago os canto agitados dos quero-queros, querendo eu longe dali...

Entre os pulares nas árvores gigantes, olho e não consigo entender vejo misturados no verde os belos periquitos a namorar, que algazarra eles fazem ali...

Observo as outras árvores e vejo os ninhos do joão-de-barro, quanta perfeição e observo ali e quanto trabalho árduo ele tiveram pelos seus amados filhinhos...

De repente escuto o barulho na água de um mergulhão quase azul e esverdeado a pescar, que belos vôos ele fazia na água, rumando para a enorme castanheira descansar...

Ruídos estranhos e estridentes me fazem olhar para as arvores vizinhas, qual é o meu espanto que vejo famílias de sagüis espreitarem-nos, alguns ainda muitos bebezinhos...

Perdemos em breves pensamentos, ao ver tanta união ali, os bebês seguirem suas mães e lembrar quantos de nós os humanos mataram e maltrataram as nossas crias...

Jamais são deixados ao esquecimento, nem deitados ao lixo, apenas são animais, mas que cuidam verdadeiramente das suas crias como as mães devem ser de verdade...

Olho para o relógio e vejo que são onze horas, vejo gente com seus lanches, para ficar a descansar do trabalho, ficando apreciar o que a natureza ali oferece...

Rasga o silencio da represa, o trem que esta chegando ali, sãos os mais variados vagões de mercadoria, onde outrora era o café que mais se transportava ali...

O Sol se esconde por breves momentos, ficando tudo no mais absoluto silêncio, a penumbra sobressai ali recolhendo os nossos pensamentos...

As nuvens são arrastadas pelo vento que suavemente se faz sentir, deixando o Sol, emergir trazendo o calor e iluminando tudo por ali...

Uma pequena serenata se escuta ali, como agradecimento á vida que corre ali, de novo o barulho das águas, são a belas famílias de capivaras, que vem descansar ali...
Na cor prata da água, vejo emergir os peixinhos, buscando os restos de comida, deixados para as famílias de patos que vivem espalhados ali...

Observo a vida em forma bruta, quanto ela é majestosa, recheada de coisas tão belas como o amor, partilha vivida por eles ali...

Imaginei um verdadeiro artista pintando aquele quadro visto ali, quais seriam as cores pintadas, até os detalhes das minúsculas borboletas e as belas libelinhas voando por ali...

Alegre e completamente feliz, quis dançar ali, esvoaçar como os pássaros, cantar como um canário, como se fosse uma oração e agradecimento a vida...

A paz que eu encontrei e senti ali, apenas é a melhor união com Deus, o mais belo hino de amor cantado pela natureza para mim...

Betimartins

www.betimartins.prosaeverso.net 25 de Março de 2011

Foto de Carmen Lúcia

Poeta

Te revestiste dos sonhos
do acervo de meu sonhar,
alçaste majestosos voos
que sempre desejei alçar,
cruzaste o horizonte
convencendo-me a acreditar
que o inimaginável é possível,
passível de se alcançar.

Te embrenhaste entre as brumas
lançadas de meu oceano,
deixaste-me persuasiva
a refletir nossos planos...
transformar nossos sonhos
num único sonhar,
entrelaçar nossas asas
num único voar.

Subiste mais alto que eu...
No arrojo de teu desempenho,
no auge de tua vaidade,
nosso sonho se perdeu.
Não ouviste meu apelo,
não entendeste meu olhar
que mais que uma súplica,
queria te acenar...

Ao ganhares altura,
condor a conquistar os céus
com galhardia e postura
pisaste o mais alto pódio,
olhaste-me lá de cima
com ironia e bravura.

Hoje sou simples gaivota
solitária a rodear o mar,
olho-te voando alto
no ápice de minha coreografia
tentando clamar por tua atenção
e nem sequer me vês,
e nem sequer me notas.
Julgas ter atingido a perfeição
nesse teu mundo de ostentação.
Não foges à regra,
nem és exceção...

Carmen Lúcia

Foto de IPATARO

ME FALTAM PALAVRAS

Falar sobre você é difícil!
Compor então é quase impossível.
Pensar em palavras, já nem sei o que escrever!
Pois o que dizer do que não se tem o que dizer.
Se Deus criou o mistério, a vida, sem que podemos desvenda-la.
Assim é você, que faltam palavras para descrever-te.
Que falta tema para compor uma letra que se encaixe na sua perfeição.
Assim é você, como Deus....simplesmente bom e inexplicável.

Isaac Pataro - 17/03/2011

Foto de Stacarca

Declaração de Amor

A tua beleza formidável exala recônditos turbilhões de sonhos na nevrose de minh’alma luminosa de paixão, sua formosura que concede aos olhos e a pele prosperar emoções contra veneráveis cloroses aos sonhos mais grotescos de meu ser, fazendo o doloroso se tornar miraculosamente tiaras de felicidade e maravilhas indeléveis de orações milagrosas, essa sua beleza perpetuamente contínua que divinamente faz as constelações soarem frêmitos que traduzem e materializam o amor. Essa sua prodigiosa forma de etéreo fascínio que contagia o mais rigoroso e trêmulo dos seres de virtudes perspicazes, Essa dádiva que treme o alicerce dos infernos e que excita o leproso numa tormenta excessiva de prazeres translúcidos. E esse azul de seus olhos que vão além das fúlgidas paisagens de todo o paraíso azúleo e tênue criado por Deus, e que consegue ser mais belo que o mais límpido céu esplendoroso de clarividências. Não sei quanto esse sorriso alvo é capaz de triunfar florescência de ritmos a um romanesco libidinoso e estéril, e o quanto essa brancura estupenda e contagiosa vibra melodias além das harpas dos anjos mais belos e elegantes. Essa sua voz que deixa as cordas à lira em desgosto com a sonoridade tão perfeita e infinitamente perpétua aos ouvidos, e que arroja uma sinfonia de constelações explêndidas. Essa mocidade imune a frigidez e que beneficia ao corpo uma pelúcia de desejos que sensualmente constrói um hipnótico olhar. Com sua gracilidade essas perfeições assombram o pensamento e o coração mais sepulcral e noctâmbulo de indiferenças, e com essa beleza e perfeição faz meus dias e noites serem mais belos e quentes com uma variabilidade absurda de idéias e pensamentos vorazes além do tempo e do espaço.

Foto de Allan Sobral

Em busca da perfeição

Mais uma tarde vazia,
E eu em busca da perfeição,
Mais uma rosa que murcha,
Novamente descompassado bate meu coração

Em ritmo variado, danço com minha inspiração
Em sentimentos desconhecidos busco a perfeição.

Foto de raziasantos

Saudade.

Saudades.
Da sua beleza nos jardins ao amanhecer!
Nas flores orvalhadas...
Das primaveras distantes.
O fulgor e a magia do teu amor!
Á meiguice e beleza dos teus olhos.
Tão belo como um anjo!
Tua imagem em minha lembrança
É a ternura da saudade.
Saudade de seu brilho!
Da luz dos teus olhos...
Você é a imagem da perfeição.
Que hoje busco em meio essa imensa
Solidão.
Procuro-te entre os orvalhos.
Há como sei que estas tão perto
Que nem consigo te ver!
Assim nesta imensa angustia os dias se passam
E as horas se vão...
A saudade é tanta, mas sei que é em vão.

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