Pés

Foto de Foxylady

Masmorra

Final de tarde.
O vermelho no céu anunciava o calor que passara e se iria sentir no dia seguinte.
A luz fugidia desvanece e mal se vislumbram as sombras naquelas paredes semi- rebocadas.
Entram sons quase imperceptíveis pelas grades da pequena entrada, vejo pés que passam e outros que se cruzam indeléveis no caminho a percorrer.

Tento sacudir a cabeça na tentativa falhada de não entrar sangue nos olhos, em vão me debato, o mesmo escorre em gotas finas lânguidas e demoradas e já o saboreio...Posso reparar que pousa nos meus peitos desnudados e hirtos pela frescura do tenebroso lugar.

Virou costas e saiu.
Permaneço imóvel, imutável, imobilizada, mortal...
Desesperadamente indefesa.

A sós com os meus pensamentos encurralada entre 4 paredes decadentes, a ferrugem das grilhetas corrói-me a pele, estremeço no receio e na incerteza do futuro...

Rodas guincham num derradeiro esforço, entra uma mesa putrefacta com uma toalha preta disfarçando o rude artefacto.
Mais relevante o que nela jaz pousado: chibata, correntes...palmatória... venda...Gag...os punhais...velas vermelhas e pretas qual aparato satânico que faz ranger os dentes e elevar cada pêlo do corpo...

Não me atrevo a chiar um "ai". Observo apenas.

Levanta a mão, dirige-se num gesto para mim, calculo que vá aliviar minha dor, da coroa de espinhos que me martiriza mas em vez disso puxa por meus cabelos misturados de vermelho e atira minha cabeça com força para trás na cruz que me segura...

Quer me ouvir a implorar, caso ceda sofrerei torturas.

Meu mestre permanece calado, inamovível, inabalável de sua missão, limpar meus pensamentos de luxúria pecaminosa que me invadem os sonhos e me soltam a voz enquanto durmo, cheiro de mulher para mim estava off limits porque ele assim o ordenava.

De palmatória em riste, olhar maquiavélico que me cega, defere golpes em meu sexo.
Nada posso fazer senão respirar fundo a cada investida, dolorosa, que me arreganha as entranhas e me faz entregar assim de maneira inteira.
Afasta meus lábios, e agora acende a vela, a chama eleva-se majestosa e começa a soltar gotas que me marcam e ferem a fenda humedecida por um turbilhão de emoções, uma amálgama de sentimentos que me faz perder os sentidos.

A cera misturada com meus sucos cai no chão enquanto mais continua a cair em mim, estremeço ainda com cada gota, cada gota me arrepia e ferve o sangue cá dentro na ânsia e receio de o sentir.

Palmatória outra vez, castiga-me friamente, sua respiração denuncia o prazer animal e grotesco que suga de todo o cenário.

Os lábios inchados cobertos de cera começam a ser revelados à medida que a cera vai caindo a cada investida, ora nos mamilos hirtos do frio da noite que nos abraçou.

Engulo os queixumes, debato-me em vão, ele aumenta a intensidade...
Não aguentando mais perco os sentidos, o sentir mata-me aos poucos e colapso no escuro.

Acordo (quanto tempo terá passado?), o seu corpo aperta-me e um punhal no pescoço trava-me um hipotético gesto. Com a lâmina faz pequenos golpes no meu pescoço que chupa sofregamente, eu mal me atrevo a respirar horrorizada pelo seu olhar encerrado naquele capuz hediondo. Respiro tremulamente, dificilmente me lembro do frio, somente sinto o fio que corta minha pele enquanto me aperta cada vez mais.

Sinto seu membro encostado ao interior de minhas coxas, sofro por senti-lo...

O mestre respira ofegante, sinto seu perfume que me entesa mais ainda.
Sem contemplações nem avisos, de uma só golpada sinto-o todo vibrante dentro de mim...A cada investida enterram-se mais os espinhos que me ornamentam a fronte.
Largou do punhal e arranca-me a gag por onde fios de saliva escorrem para me dar a mão inteira na boca antes de poder gritar.
Ferrei com a força toda que advinha do prazer, sei que ele gosta que eu sofra e que me perca nos meandros das sensações do meu corpo...

Banhada na loucura o calor imenso que me sufoca e sobe corpo acima até me deixar desfalecida em seus braços enquanto ele me presenteia com o seu auge...

Beijou-me.
Soltou minhas mãos, beijou cada uma com devoção.
Soltou meus pés, beijou cada um com igual devoção.
Levou-me ao colo, deitou-me num banho quente com sais...

– Agora és minha Rainha, sirvo-te eu!

Foto de alexandrebatista

Férias Interplanetárias

O meu destino preferido é ir a Marte
Enquanto não é possível só posso andar na Lua
Ou então, ir à praia, apanhar o Sol deste Verão
E tenho Mercúrio para curar as queimaduras deste Sol

E nesses dias de Saturno
Vou mergulhar nesse mar de Neptuno
E ao menos, levantar os pés assentes da Terra
Ir aos saldos das camisas, num planeta que se chama Venús

E uma vez pUrano
Não volta vem o Plutão
Na bola há craques novos, Como o Júpiter ou o Falcão
Os velhotes são estrelas cadentes
E o Real tem constelações, são os galácticos

Tanta conversa,
Mas um um dia hei-de ir a Marte
Enquanto não é possível, vou andar na Lua
Ir a mar, mergulhar, afastar a solidão
E já nem Mercúrio cura as feridas deixadas, no meu coração

Porque eu só quero ir a Marte
Eu sei que um hei-de ir a Marte
Eu sei que um dia vou a Marte.....

Foto de fsossoloti

Adeus Tristeza

Vou por um ponto final
quero acabar logo com essa brincadeira
nem adianta me olhar desta maneira
me cansei de ser legal

Com meus sentimentos você brincou
de minha paciência você abusou
as minhas lágrimas você casou
a minha vida até aqui você estragou
Não coloque mais os pés na minha calçada
não perca tempo pensando em mim
não argumente, quero que fique calada
acredite, serei muito feliz assim

Essa separação é difícil para você
mas isso me traz alívio e alegria
já tenho outra com a qual para sempre vou viver
me sentir feliz é tudo o que quero
Agora vá porque chegou a sua hora
Tristeza, nunca imaginou que lhe mandaria embora?
Só que lhe peço que deixe a porta aberta
porque estou afim de mostrar a alegria que a Felicidade desperta.

Foto de Gabriel Luís

Palavra (...)

Palavra

Ingênuo e apaixonado ponho-te em pedestal,
Com grafia, transmites sedutora mensagem,
O real por ti modelado, assoma-se miragem,
Atabalhoado ser entre letras: meu eu fractal,

És guerreira soberba, manejas muitas armas,
Seduzes ao incauto sob o deleite das metáforas,
Cobres de vinho até do paradoxo as ânforas,
Deusa, vestes de pormenor inexoráveis carmas,

Minha sagrada ideologia pervertes, alma poética,
Lânguida suavidade exala o teu charmoso toque,
Este carrancudo iludes, a alimentar meu fogo coque,
Lambuza-me tua tinta e sabor, cara união profética,

Dos teus pés sou pegadas, nascendo sob tua lavra,
Em palatável tez, és minha bronzeada refeição,
Sobra-me hipálage a definir no texto nobre feição,
Tomas a mim como teu inebriado cativo: palavra.

Gabriel Luís de A. Santos

Foto de M Antonio Marques

A insustentável ausência do ser

Falei apenas para te ouvir
sabia o que ia ouvir
a forma como o ias dizer
o corte abrupto do sonho inalcançável
mas e apesar dos pés bem assentes
do turbilhão em crescendo
para alcançar
apenas alcançar
tenho que sonhar
para acabar com a ausência
a tua ausência
apesar do amor
apesar da companhia
do espírito omnipresente
o acreditar torna-se violento
de uma crueldade extrema
mesmo sem ser difícil
ser fiel
promover lealdade
semear amizade
fazer crescer o amor.

O corpo aguenta
chega a não valer nada
pura ilusão e fraqueza
e a mente governa
cria mundos
fictícias realidades assombradas
mas o amor cresce
tornando insustentável a sua ausência
a nossa ausência.

O amor dilacera
provoca profundas alegrias
ansiedade doentia por não ter.
O amor mata
mesmo que a monotonia não seja nada.
O amor faz-nos mentir à saudade
constrói mundos de ilusão
mas não me governo sem ele...

A concepção de vida sem amor
é puro vazio
é a insustentável ausência dos seres
por isso é cruel amar assim
almas gémeas separadas...

Foto de Gabriel Luís

Prometeu

Esse eu fiz há quase dois anos, após a leitura de Michel Foucault - Vigiar e Punir.

Abraço.

A DAMA E O PROMETEU

Prometeu... Prometeu... Onde foi meter-se o brilho teu?
Surrupiar ousaste o fogo sagrado do Olimpo,
Ferrenha ira sobre teus ombros se abateu,
O semblante nunca mais conservarás limpo,

Rompeste do pacto social o lacre através de tua conduta,
Acima do corpo teu ergueu-se espada cortante,
Temerário és: traíste da justiça a mente astuta,
Encontraste dela a lâmina a te infligir suplício aberrante,

Espatifada jaz em meio a teus pés a desalinhada balança,
Sob o frio das mãos tuas aninhada e com a caixa está a bela Pandora,
Esbaforida começa a se retirar do recinto a sempre fiel esperança,
Que horrível destino a ti revela o implacável Cronos nesta hora?

Acaso pensas ser da dignidade bendita luz a invadir teus olhos?
Muitas são as faixas a encobrir no final do arco-íris o pote de ouro,
Tola retina, distante tesouro: a águia recolhe do teu fígado os retalhos,
Se não guardas contigo a luminescência libertária das moedas - mau agouro,

Infeliz larápio... Cercado estás pelo Código-Esfinge,
Saiba: assim como as cabeças da Hidra de Lerna são as leis,
Ao decapitar de uma, segue-se o nascer de outras seis!
Pena: digo a ti jamais cessar a sanção com a qual a dama cega te cinge!

GABRIEL LUÍS DE ALMEIDA SANTOS

Foto de sonhos1803

Naufrágio

Naufrágio,
Minha sanidade está à deriva,
Como tudo em minha vida,
Fico tonta,
Tento equilibrar,
Realidade e a maldade,
Tento nadar,
Mas, não sei,
Grito por ajuda,
Mas não te vejo,
Meu corpo afunda,
Minha vida afunda,
Minhas responsabilidades afundam,
Minha doçura afunda,
Minha vontade de ser feliz afunda,
Meu estagio afunda,
Minhas notas perfeitas afundam,
Afundo em auto piedade,
Sufoco,
Engulo água,
Grito,
E continuo a deriva,
Morrendo,
Tento me agarrar na rotina,
E meus pés escorregam,
Estou afundado,
Desesperada,
Com saudade,
Confusa,
Mas ninguém me ouve,
Só o barulho do mar,
Me fazendo afundar,
Em dor.

Foto de Sirlei Passolongo

Beijar você...

Beijar você...
É flutuar na imensidão do céu
Sentir os pés tocando a lua
Sentir as mãos brincando com
As estrelas.

Beijar você...
É colher flores no paraíso
Caminhar sob o arco-íris
Juntando todas as suas cores
Num imenso laço de cetim.
É sentir o sol aquecendo
Meu corpo
A brisa do infinito
Acariciando meu coração.

Beijar você...
É apanhar a nuvem branca
e segurar as gotas da chuva
Ah! Beijar você...
É viajar nos meteoros
E aterrizar em perfumadas
Pétalas de rosas.
(Sirlei L. Passolongo)

Foto de angela lugo

Ah! Meu amor

Sentada aqui nesta madeira que algum navio largou a deriva, coloco minhas mãos sob o queixo e pensativa observo ao redor.
O mar calmo e límpido está a minha frente com seu azul infinito, suas ondas num vai e vem incansável, vez ou outra sua água morna alcança meus pés molhando-os delicadamente.
Ao longe montanhas altivas e imponentes que as nuvens encobrem seus cumes tornando-as mais belas, as gaivotas também comparecem com seus vôos rasantes embelezando ainda mais este cenário da natureza.
Aos poucos meus pensamentos chegam a você que és tão belo, como um deus da mitologia grega e te comparo a tanta beleza. Diante do meu olhar vou desenhando sua silhueta e como que por encanto sinto-o a meu lado, aplacando assim um pouco desta solidão que sinto em minha alma.
Desenho um coração na areia escaldante e dentro dele escrevo o teu nome junto ao meu, mas sei que a maré vai subir e levará nosso coração, assim como o destino levou você da minha vida e nem sinal deixou.
Quero que saiba que teu amor deixou marcas profundas em meu coração que será eternizado pelo amor que nutri por tanto tempo por você.
Enquanto falávamos através daquela tela poderia jurar que muitas vezes ouvia sua voz dentro do meu eu e pensar que jamais ouvi sua voz que nunca nem sequer lancei um olhar sobre ti, como fui apaixonar-me por palavras, por uma imagem que na realidade nem sei se era sua. Agora nada tenho nem sua escrita e muito menos a sua imagem, você simplesmente desapareceu da mesma forma em que apareceu e cá estou a me perguntar, onde estará você?
Como pude deixar-me iludir com suas palavras doces, abrindo meu coração deixando estabelecer com prioridade a fonte deste amor virtual, pensei que poderia controlá-lo que doce ironia, não consegui, entreguei minha alma para aqueles momentos mágicos aceitando e devolvendo palavras de amor sem pensar nas conseqüências.
Agora aqui eu e minha solidão pensa, que podes estar além deste imenso mar em terras longínquas ou apenas a alguns kilometros e até mesmo alguns metros, quem pode saber? Somente você. No virtual tudo parece tão próximo e quando se sai da frente daquela tela que nos trás tanto o amor quanto à saudade, nos sentimos tristes e infelizes assim como me sinto neste instante.
Todos os meus sentimentos estão bem guardados no âmago do meu ser e o mais puro deles que é o amor o coloquei num pedestal e o transformei neste poema para você:
Muitas palavras de amor você escreveu
Em todas elas eu acreditei
Tanto que ainda espero por você
Pode o tempo correr...
Até mesmo eu envelhecer
E mesmo assim ainda te amarei!

Foto de angela lugo

Ah! Meu amor

Sentada aqui nesta madeira que algum navio largou a deriva, coloco minhas mãos sob o queixo e pensativa observo ao redor.
O mar calmo e límpido está a minha frente com seu azul infinito, suas ondas num vai e vem incansável, vez ou outra sua água morna alcança meus pés molhando-os delicadamente.
Ao longe montanhas altivas e imponentes que as nuvens encobrem seus cumes tornando-as mais belas, as gaivotas também comparecem com seus vôos rasantes embelezando ainda mais este cenário da natureza.
Aos poucos meus pensamentos chegam a você que és tão belo, como um deus da mitologia grega e te comparo a tanta beleza. Diante do meu olhar vou desenhando sua silhueta e como que por encanto sinto-o a meu lado, aplacando assim um pouco desta solidão que sinto em minha alma.
Desenho um coração na areia escaldante e dentro dele escrevo o teu nome junto ao meu, mas sei que a maré vai subir e levará nosso coração, assim como o destino levou você da minha vida e nem sinal deixou.
Quero que saiba que teu amor deixou marcas profundas em meu coração que será eternizado pelo amor que nutri por tanto tempo por você.
Enquanto falávamos através daquela tela poderia jurar que muitas vezes ouvia sua voz dentro do meu eu e pensar que jamais ouvi sua voz que nunca nem sequer lancei um olhar sobre ti, como fui apaixonar-me por palavras, por uma imagem que na realidade nem sei se era sua. Agora nada tenho nem sua escrita e muito menos a sua imagem, você simplesmente desapareceu da mesma forma em que apareceu e cá estou a me perguntar, onde estará você?
Como pude deixar-me iludir com suas palavras doces, abrindo meu coração deixando estabelecer com prioridade a fonte deste amor virtual, pensei que poderia controlá-lo que doce ironia, não consegui, entreguei minha alma para aqueles momentos mágicos aceitando e devolvendo palavras de amor sem pensar nas conseqüências.
Agora aqui eu e minha solidão pensa, que podes estar além deste imenso mar em terras longínquas ou apenas a alguns kilometros e até mesmo alguns metros, quem pode saber? Somente você. No virtual tudo parece tão próximo e quando se sai da frente daquela tela que nos trás tanto o amor quanto à saudade, nos sentimos tristes e infelizes assim como me sinto neste instante.
Todos os meus sentimentos estão bem guardados no âmago do meu ser e o mais puro deles que é o amor o coloquei num pedestal e o transformei neste poema para você:
Muitas palavras de amor você escreveu
Em todas elas eu acreditei
Tanto que ainda espero por você
Pode o tempo correr...
Até mesmo eu envelhecer
E mesmo assim ainda te amarei!

Páginas

Subscrever Pés

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma