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Vários Poemas de Paulo Zamora ( www.pensamentodeamor.zip.net )

Depois das tempestades (10 de 12)
Se não fosse amor não suportaria tantos conflitos, as mentiras contadas foram desvendadas, você me amou em cada momento desse impulsivo ato de tremer; pra que ter medo do amor?

Não preciso mentir, no início parecia um inferno, mas depois vi que de paixão se tornou amor, eu não tenho medo de traduzir o que sinto.

Melhor ficar contigo neste momento escuro, mergulhar nos temporais e nos salvar das águas. Por que você tem medo? Não é mais segredo, aliás; entre um homem e uma mulher não pode haver segredos.

O monstro da solidão terá que sair daqui e partir rumo ao infinito desconhecido.

Percorra minha liberdade, acalme meus nervos, repita bons gestos, multiplique o que sente, diminua a raiva; deixe os outros pensarem o que quiserem, isso não nos importa. Você não precisa fugir de nada, nem de ninguém, nem mesmo do amor.

O terror já passou, portanto, lágrimas ficaram, discussões terminaram, e ficaremos juntos por amar a vida, e nos amar também.
(Escrito por Paulo Zamora em 03 de fevereiro de 2009)

Sentimento que castiga (09 de 12)

O sentimento que nos castiga,
Nos fazem prisioneiros;
Navegadores num navio perdido no mar;
Sem entender porque aconteceu.

Façamos exames mentais,
Revisamos a vida,
Nada explica a força dessa motivação,
Uma canção de dor,
Não podemos aceitar que seja amor.

Você gosta dos meus carinhos;
Você permanece ativa na vontade,
E acordamos para a realidade;
Que esse sentimento somente nos castiga.

Vou remar contra minha vontade,
Servir a um desejo,
A um momento sólido e depressivo,
Quem cativa?
Quem cria?
Acontece.
Precisamos compreender...
Acontece.

Não dá mais para negar os contatos,
Discutir o assunto nos levará a termos mais dúvidas;
E nos deixará frágeis e sensíveis;
Correndo perigo dentro do próprio espírito.

É amor.

Nos negamos a sentir e isso nos castiga;
São feridas ardendo sem serem curadas;
Terá que ser assim pelo resto da vida;
Você terá que me amar,
Terei que amar,
Teremos que nos conformar com essa atitude.

O não querer faz com que isso nos castigue;
Deixa de ficar pensativa;
Deixe o tempo correr e nos levar sem termos que remar;
E veremos sem grandes esforços;
Que esse sentimento que nos castiga;
É amor.

(Escrito por Paulo Zamora em 03 de fevereiro de 2009)

Em busca do verdadeiro amor (08 de 12)
Quanto mais perto desse mundo mais distante estou do verdadeiro amor, me ouça, me envolva com palavras que não sejam doentias, eu não quero mais ser sobrecarregado, nem me sentir inútil, porque sou simplesmente uma pessoa que planta o amor, e que sofre; quem me entende? Perto do verdadeiro amor eu preciso estar, eu preciso alimentar-me desse consolo, aquelas novas esperanças precisarão permanecer até além dos meus limites de emoções, esses pensamentos negativos por conseqüência do cansaço deverão se desfazer, dissiparem pelo ar.
O mundo bate em que não quer aprender, em mim ser sozinho é como usar uma arte de viver, e ser feliz pelo pouco que tenho e que sou, na certeza Deus me dá o suficiente; vou esquecer as velhas histórias, vou sonhar futuros momentos de glórias, ao lado de quem? De quem estiver por perto.
O verdadeiro amor abre seus braços e chama por mim, mas quantos obstáculos terei que enfrentar? Onde está a felicidade plena? Dentro de mim? Em meu coração que pensa? O mistério da mente ameniza minha resposta, e tenho a certeza de que existe tal felicidade, ao ponto que amo sem medidas, vou perdoar ainda quantas vezes for necessário; não precisam me entender, sou mesmo romântico, sentimental, as vezes triste, as vezes feliz por fazer parte de outros sonhos, mas movido pelo simples e verdadeiro amor que há em mim.
(Escrito por Paulo Zamora em 03 de fevereiro de 2009)

Dentro de um livro (07 de 12)
Encontrei na leitura de um livro uma mensagem perfeita de amor, vivi o personagem de um conto, de repente eu estava naquele louco amor, percorrendo estradas estreitas em labirintos, era impossível amar aquela pessoa, mas eu lutei, conquistei; virei a página e vi você se dedicando a outro alguém, meu mundo caiu, meus sonhos sumiram...
Seria uma fantasia? Seria imaginação? Mas o personagem chorou, ficou olhando para o nada, e não conseguiu voltar pela mesma estrada porque não a encontraria, ela já estava noutros braços, dedicando seu coração...
Nem minhas orações fizeram seu retorno, você não teria o sentimento prometido, a chave desse amor estava em outra porta. O personagem mais triste da história agora estava sentado no banco de uma praça refletindo a vida, sozinho, como alguém sem destino, sem final feliz, restara esperança, chances, motivo para ela voltar ; por ter muito amor daria o verdadeiro perdão; mas acabou acordando para a verdade da vida; não adiantaria viver ao lado de quem não o ama; você foi cruel, maltratou-me, iludiu-me, me fez acreditar que eu seria o personagem principal e terminaria feliz; olhei para o céu, olhei para todos os lados, e não vi ninguém, me desculpe; mas rasguei o livro...
(Escrito por Paulo Zamora em 01 de fevereiro de 2009)

O costume (06 de 12)
É hora de perder o costume, já crescemos, não somos mais descobridores dos novos prazeres, já sabemos o que queremos, não agüento mais viver assim me escondendo, você ama em meus beijos, ama nos detalhes da minha fala, ama percorrer meu corpo; pertenço a você, é o melhor acontecimento.
Para onde vai se estou aqui esperando sua resposta? Todavia minha moral de homem precisa ser mantida, se te quero tenho motivos para requerer respeito, decida sua vida, porque decidi a minha para ficar com você pra sempre.
Paro pelos cantos da casa, encontrando bilhetes, roupas, lembranças... nada serei se a distância me tomar você, de que valeriam minhas vaidades?
Me encontre no tapete da sala, sente-se comigo na sala de jantar, vamos fazer um brinde porque agora vamos ficar juntos, nada vai nos separar, diz que vai ser assim...
Você perto de mim e eu perto de você, amor pra valer, noites inteiras de sensações, acorde amor, perca o costume de me querer por segundos, eu sou todo seu, agora e sempre.
(Escrito por Paulo Zamora em 01 de fevereiro de 2009)

Depois (05 de 12)
Depois que o tempo passou, depois das maiores confusões que uma cabeça poderia suportar, depois de tudo percebi que renega mas me quer; sabe fingir, mas não me engana, vejo seus desejos à flor da pele, querendo me tocar a qualquer preço, depois de sumir por um tempo, volta e me seduz, e quando me entrego faço coisas que nem imaginaria fazer. Não sei ao certo o que eu sinto por você, quero descobrir o mundo, quero desvendar você...
Ficar olhando a passagem do tempo apenas me faz relembrar e desejar mais e mais; defina-se amante ou o par perfeito, porque esconder a liberdade se ela está tão próxima de você e de mim?
Quer deixar sempre pra depois, e fala de amor quando todo pensamento é somente satisfação de um desejo, depois você vê tudo, sente tudo e volta para as mesmas atitudes incompensadas.
Me chama de o pensador, diz que amor não existe, que paixão é para crianças curiosas, mas no fundo sabe o que sente, que pode ser paixão, amor, é certo que é mais que atração, porque nos momentos que passamos juntos, você se entrega de corpo e alma, vejo sua felicidade, depois de tudo; não quer compromissos, não quer me aceitar para enfrentarmos a realidade que nos compete a vida, esse amor por assim ser tão complexo e insuficiente; depois... depois foge mas não me esquece...
(Escrito por Paulo Zamora em 01 de fevereiro de 2009)

Preocupações de adolescente (04 de 12)
As preocupações de um adolescente, encontrar alguém para compartilhar carinhos, viver pequenos romances, traçar nos beijos metas a cumprir para sua satisfação. Quem nunca foi adolescente? A vida é feita de fases e essa nunca poderia passar, é nessa fase que as vezes ingênuos nos apaixonamos, pensamos que essa paixão nunca vai passar, poderia voltar...
Marcar encontros, esperar disfarçadamente no portão da escola, sonhar em ser alguém, e aquelas loucas travessuras...
Nem parece que o tempo passou.
Me dá tantas saudades, daquelas preocupações de adolescente, a roda de amigos, os passeios da juventude, e quando aconteceu a “primeira vez” o que era sensação passou a ser apego, como controlar esses desejos? Não enganamos nossos pais, mas pensamos, inocentemente acreditamos que o mundo é nosso, que as pessoas nos pertencem, é fase, que passa, deixa história pra contar. Meu Deus, aquele meu primeiro amor, beijos de selinhos, beijos demorados, eu queria mesmo voltar no tempo...
Eu era sentimental, qualquer coisa me deprimia, mas logo passava, as brincadeiras também faziam parte da juventude. Tudo refletia, até o modo de me vestir. Estou com saudades, de tudo, de todos, dos tempos, das preocupações de adolescente.
(Escrito por Paulo Zamora em 31 de janeiro de 2009)

Sem exageros (03 de 12)
Foi realidade de um sonho lhe encontrar. O que me faz feliz é saber que todas as crises já passaram, e se hão de haver outros temporais confesso estar disposto a lutar sempre por você.
Nos sentimentos mais profundos do meu ser você ocupa todo espaço, sem exageros; mas te amo com um amor infinito ou talvez maior que o universo.
Se distante escutar uma canção, é como se todas as letras me fizessem relembrar momentos vividos contigo, esse amor que sinto não pára no tempo, ele cresce a cada dia, aumenta velozmente e faz de tudo para não deixar fechar a porta do coração.
O amoroso que eu sou reflete a vida na imagem desse ser deslumbrante, inquestionável, que avalia a idéia do sempre como o mais perfeito caminho por onde seguir.
Sentir é algo que dificilmente vamos explicar, é como se esse tal sentimento ultrapassasse a velocidade do pensamento, permitindo existir em todas as gerações passadas e das que hão de vir. Assim que eu te amo, assim que eu te quero, sem exageros; porque teremos que viver o amor, somente assim saberemos desfrutar partes do que é perfeito em uma vida.
(Escrito por Paulo Zamora em 31 de janeiro de 2009)

Pesadelo (02 de 12)

Outra noite sem sono, caminhando pela casa, contando as mesmas paredes, falando o nome das mesmas cores, falando de você...

Me entregue a sabedoria, pedi a Deus que me entregasse meus antigos sonhos de volta, e no meio deles encontrar partes da nossa história de amor, da mulher mais linda que minha vida já conheceu e tocou...

Vamos juntos contar os detalhes, reclamar das falhas e sorrir por reviver momentos felizes, queira; diga a verdade que há contida nos seus pensamentos...

Escuto a insônia falar de solidão, será que ela me encontrou nessa noite? Terei que fugir, não posso revelar os meus segredos, não posso chorar na frente do espelho, prefiro não ver marcas cabais...

Outra noite olhando pela vidraça as plantas no jardim, as rosas estão dormindo, os lírios abraçados a elas, e eu... sem ninguém, acompanhando um colchão frio...

Os alvos diminuíram, perdi o sono da vida por ser abandonado por aquela delícia da minha vida, eterna...
(Escrito por Paulo Zamora em 31 de janeiro de 2009)

Entre a saudade (01 de12)
Quando fico por entre a saudade, me invade loucas sensações incentivadoras do pranto que rola por força desse amor. Um dia você meu bem, flor da minha vida esteve aqui, passou como passa o tempo, esqueceu de ver que eu não merecia perder minha pedra angular...
A saudade bate forte, arrancando suspiros, emergindo cinzas, levantando momentos irretornáveis, quando acordo pra vida e não te vejo segurando em mim com suas belas mãos, meu corpo deixa de ser suave, essa saudade invade intermináveis recordações, não podem me levar à loucura, apenas amo, nada mais que isso, e isso nunca foi proibido.
Entre tudo o que há em mim, nada foi mais forte que a dor de te perder quando ainda poderíamos viver romances, desejos, e caminhos...
Sou tomado por essa saudade, nada mais faz sentido, eu quero ver você retornando, voltando a me afagar, dizendo lindas frases tentando me emocionar, é quando me lembro; você ainda não veio, andou, andou e fez questão de se perder de mim; mas te procuro, mesmo quando sem rumos estou entre essa saudade.
(Escrito por Paulo Zamora em 31 de janeiro de 2009)

Motivos
Para tudo há um motivo, tanto faz se esse motivo gera a dor ou mesmo alegria (Um dos frutos do amor), causamos tais motivos, e se pensamos que a vida neste instante está sem motivos e sem razões, nada mais é que o fruto da árvore que plantamos com nosso próprio comportamento diante da vida, da vida que levamos, dos rumos que perdemos, as esperas que não tivemos paciência; mas sempre hão de haver motivos pelos quais superar as perdas, as dores, as conquistas não realizadas, você encontrará motivo quando perceber que amar é algo essencial, e quando reconhecer quais os comportamentos que devem ser adquiridos por motivações desse amor que sente e produz a cada novo dia.
Você descobre quais motivos estão faltando para completar sua vida, seja em família, amizade ou até mesmo consigo...
Aprendemos a viver não somente pelas experiências vividas, mas também pelas observadas, somos seres frágeis, sensíveis até quando nos negamos, mas há sentimentos que jamais o homem será capaz de fugir e dizer que não possui. Goste da paz, construa a paz, seja alguém notado pela brandura, pelo jeito de tratar outros, você terá motivos para superar crises, para vencer na vida conquistando qualidades e lugares dentre as pessoas que amam como você, e querem viver ao seu lado, porque encontraram motivos para isso.
Quais os motivos? Quais as razões? Saiba que há motivos e razões à flor de sua pele, vindos do seu coração, que um dia numa outra desilusão disse se cansar da vida, mas Deus nos garante em seu poder muitas reconstruções, isso será alimentado de acordo com sua fé, com os motivos contidos em você. As discussões geram planos negativos dentro da mente humana, aquela vontade de fazer outra pessoa compreender que estamos amando até em palavras é uma tarefa aparentemente impossível. Mas é possível mesmo quando estamos nos limites da nossa enorme imperfeição.
Não queremos levar uma vida de tristeza, de angústia e desilusões, não queremos perder nosso tempo precioso com coisas que não valem a pena, a impressão que temos, é que os erros e os defeitos são sempre dos outros, mas e você em que tem colaborado para a paz ou desunião? O que tem feito por você e pelos que te amam? São perguntas que faço sempre aos meus leitores; o que você tem feito?
Não tem como querer boas motivações se as formas as quais reflete a vida fala numa voz de negatividades; você precisa gostar do sorriso, assim como da tranqüilidade, dos momentos em família, dos momentos em trabalho, com amigos, seja como for, vamos reduzir, “nos momentos com a vida”.
Alguma vez notou seu comportamento realizando más motivações?
Alguma vez notou seu comportamento realizando boas motivações?
Há motivos, sempre há motivos e precisam ser descobertos em você, as perdas fazem parte da vida, mas há perdas causadas por nós mesmos, isso mesmo, como nos comportamos faz a diferença, e se um dia no futuro chorar leites derramados, então verá que o tempo passa e que já é tarde para se recompor. Mas no presente, como andam seus motivos?
(Escrito por Paulo Zamora em 26 de janeiro de 2009)
Acorde com Deus
Acordar com Deus nos permite ter um dia de muitas conquistas, e quando todas as nossas emoções estão fracas e oprimidas é como se Deus recarregasse nossos estímulos.
O isolamento somente gera dependências de negatividades, porque vão nos reduzindo a menos do que somos, enquanto ainda somos muito mais do que nós mesmos podemos imaginar.
Há tantos motivos para viver, há tantos frutos gerados pelo amor, amor que cura qualquer ferida e alivia almas causando momentos para serem eternos.
Acorde todos os dias com Deus no coração, e terá razão para meditar em como construir a paz, isso significa que você precisa fazer a sua parte e conquistar as belezas de tudo o que você já tem, e talvez nem perceba.
O sorriso não gera mau-humor, mas o amor gera união, fraternidade, bondade e brandura, quando tudo isso habita em seu coração; mas que dorme. Acorde com Deus no seu coração e perdoe as imperfeições, deixe de ver apenas os defeitos e olhe para tantas qualidades contidas nas pessoas que você ama e que muito te amam, e vivem na espera do cultivar desse amor. Porque você tem infinitos motivos para viver, para sorrir e sonhar, é que as vezes pequenos problemas nos sufocam e representam serem maiores por conseqüência do nosso cansaço; mas é possível vencer, é possível dispensar a solidão que nos escuro invade nosso quarto no momento do sono. Nós, não precisamos da escuridão em nossas almas, precisamos todos os dias agradecer a Deus pela existência e por tudo o que nos acontece, pelo o que somos e pelo o que temos. Somos grandes seres humanos nos esquecendo de que foi Deus quem nos criou, e muitas vezes deixamos de entendê-lo para entendermos a TRISTEZA, e deixamos ser levados pelo tempo momentos em que poderíamos estar mais alegres ao lado das pessoas que amamos.
Acorde pra vida, você precisa de amigos, e já tem... Você precisa de família; já tem, você precisa desabafar, já tem alguém; Deus é formado de todas as qualidades e quando pedimos a ele a paz, então nos mostra o motivo para encontrar essa paz, e se estamos esquecendo de ver a vida com amor, ele nos sustem e nos motiva a vivermos sempre com mais e mais amor no coração e na alma. Acorde com Deus, ele te ama.
(Escrito por Paulo Zamora em 15 de janeiro de 2009)

Foto de samorito

Primavera

Com o seu brilho maravilhoso ela chegou

As plantas de cores vivas se pintaram

O rio de água cristalina se encheu

Os animais aos seus lugares voltaram

Ela chegou e de vida encheu o vale

De um manto verde cobriu o solo

onde o esquilo traquina colhe a bolota

e a vaca teimosa rumina pacientemente.

Com ela trouxe os ruxinois e os pardais,

que de cantos enchem a fesca manhã

as gazelas, a cabra do mato e os chacais

que aos saltos sacodem as cãimbras da manhã.

O leão observa os bufalos e as zebras,

Tranquilamente descansa o leopardo

os lobos atentos guardam as ninhadas

Sob o olhar inquieto e melindroso do bufalo

O sol radiante estende o seu manto morno

As plantas espreguiçam laguidez e prazer

empurradas pela ténue brisa sem contorno

e nenhum, nem ninguém com nada se preocupa sequer

Ela chegou e trouxe a alegria

a esperança bordada no seu verde manto

ela chegou, ela é a primavera

e com ela carrega todo o seu encanto.

Samory de Castro Fernandes

Foto de Carmen Lúcia

A acompanhante

(texto inspirado no conto “O enfermeiro”, de Machado de Assis, em homenagem ao centenário de sua morte.)

Lembranças me vêm à mente. Ano de 1968. Meus pais já haviam falecido e me restara apenas uma irmã, Ana.
Foi preciso parar com meus estudos, 3º ano do Magistério, para prestar serviços de babá, a fim de sobrevivência.
Morava em Queluz, cidade pequena, no estado de São Paulo, quando, ao chegar do trabalho, bastante cansada, recebi a carta de uma amiga, Beth, que morava em Caçapava, para ser acompanhante de uma senhora idosa, muito doente. A viúva Cândida. O salário era bom.
Ficaria lá por uns bons tempos, guardaria o dinheiro, só gastando no que fosse extremamente necessário.Depois, voltaria para minha cidade e poderia viver tranqüilamente, com minha irmã.
Não pensei duas vezes. Arrumei a mala, colocando nela o pouco de roupa que possuía e me despedi de Ana.
Peguei o trem de aço na estação e cheguei ao meu destino no prazo de uma hora, mais ou menos.
Lá chegando, fui ter com minha amiga Beth, que morava perto da Praça da Bandeira e estudava numa escola grande, próxima de sua casa. Ela me relatou dados mais detalhados sobre a viúva, que, não fosse pela grande dificuldade financeira que atravessava, eu teria desistido na mesma hora.
Soube que dezenas de pessoas trabalharam para ela, mas não conseguiram ficar nem uma semana, devido aos maus tratos e péssimo gênio da Sra Cândida.
Procurei refletir e atribuir tudo isso a sua saúde debilitada, devido às várias moléstias que a acometiam.
Os médicos previram-lhe pouco tempo de vida. Seu coração batia muito fraco e além disso, tinha esclerose, artrite, bicos-de-papagaio que a impossibilitavam de andar e outras afecções mais leves.
Depois de várias recomendações de paciência, espírito de caridade, solidariedade por parte de minha amiga e seus familiares, chamei um táxi e fui para a fazenda, onde morava a viúva, na estrada de Caçapava Velha.
A casa era de estilo colonial e lembrava o passado, de coronéis e escravos.
Ela me esperava, numa cadeira de rodas, na varanda enorme e mal cuidada, onde vasos de plantas sucumbiam por falta de água.
Percebi a solidão em que vivia, pois apenas uma empregada doméstica, já velha e com aspecto de cansada, a acompanhava.
Apresentei-me:-Alice de Moura, às suas ordens!Gostou de mim.Pareceu-me!
Por alguns dias vivemos um mar de rosas.Contou-me de outras acompanhantes que dormiam, não lhe davam seus remédios e que a roubavam.
Procurei tratá-la com muito carinho e ouvia atentamente suas histórias.
Porém, pouco durou essa amistosa convivência. Na segunda semana de minha estadia lá, passei a pertencer à lista de minhas precursoras.
Maltratava-me, injuriava-me, não me deixava dormir, comparando-me às outras serviçais.Procurei não me exaltar, devido a sua idade e doença.Ficaria ali por mais algum tempo. Sujeitei-me a isso pela necessidade de conseguir algum dinheiro.
Mas, a Sra Cândida, mesmo sendo totalmente dependente, não se compadecia de ninguém.Era má, sádica, comprazia-se com a humilhação e sofrimento alheios.
Já me havia atirado objetos, bengala, talheres, enfeites da casa.Alguns me feriram, mas a dor maior estava em minh’alma.Chorava, às escondidas, para não ver a satisfação esboçada em seu rosto e amargurava o dia em que pusera os pés naquela casa.
Passaram-se quatro meses.Eu estava exausta, tanto fisicamente, quanto emocionalmente.Resolvi que voltaria à Queluz.Só esperaria a próxima rabugisse dela.Foi quando, de sua cadeira de rodas, ela atirou-me fortemente a bengala, sem razão alguma, pelo simples prazer de satisfazer seu sadismo.
Então eu explodi. Revidei, com mais força ainda.Mantive-me estática, por alguns minutos, procurando equilibrar minhas fortes emoções e recuperar a razão.
Foi quando levei o maior susto de minha vida. Deparei-me com a viúva, debruçada sobre suas pernas e uma secreção leitosa escorrendo de sua boca.Estava imóvel.
Já havia visto essa cena, quando meu pai morrera de ataque cardíaco.
Aos poucos, fui chegando mais perto, até que com um esforço sobre-humano, consegui colocá-la sentada na cadeira e com o xale que havia caído ao chão, esconder o hematoma no pescoço, causado pela minha bengalada.
Pronto!Tornara-me uma assassina!Como fui capaz de tal ato?
Bem, fora uma reação repentina, em minha legítima defesa.Ou quem sabe, a morte tenha sido uma coincidência, justamente no momento em que revidei ao golpe da bengala.
Comecei a gritar e a velha empregada apareceu. Ajudou-me a levar o corpo até o quarto.Chamei Dr. Guedinho, médico da Sra Cândida e padre Monteiro, que lhe deu extrema unção.
Pelo que percebi, o médico achou que ela fora vítima de seu coração, um ataque fulminante.E eu tentei acreditar que teria sido mesmo, para aliviar a minha culpa.
Após os funerais, missa de corpo presente na igreja Matriz de São João Batista, recebi os abraços de algumas poucas pessoas que lá estavam, ouvindo os comentários:
-Agora você está livre!Cândida era uma serpente!Nem sei como agüentou tanto tempo!Você foi a única!
E, para disfarçar minha culpa, eu retrucava:
-Era por causa da doença!Que Deus a tenha!Que ela descanse em paz!
Esperei o mesmo trem que me trouxera à Caçapava e embarquei para minha cidade.Aquelas últimas cenas não saíam de minha mente. Perseguiam-me dia e noite.
Os dias foram se passando e o sentimento de culpa aumentando.
-Uma carta para você!gritara minha irmã.-E é de Caçapava!
Senti um calafrio dos pés à cabeça. Peguei a carta e fui lê-la trancada em meu quarto.
Que ironia do destino!Eu era a herdeira universal da fortuna da viúva Cândida!Logo eu, que lhe antecipara a morte.Ou teria sido coincidência?
Pensei em recusar, mas esse fato poderia levantar suspeita.
Voltei para Caçapava e fui ter com o tabelião, que leu para mim o testamento, longo e cansativo.
Realmente, era eu, Alice de Moura, a única herdeira.Após cumprir algumas obrigações do inventário, tomei posse da herança, à qual já havia traçado um destino.
Doaria a instituições de caridade, às igrejas, aos pobres e assim iria me livrando, aos poucos, do fardo que pesava em minha consciência.
Cheguei a doar um pouco do dinheiro, mas, comecei a não me achar tão culpada assim e passei a usá-lo em meu benefício próprio. Enfim, coincidência ou não, a velha iria morrer logo mesmo e quem sabe se era naquele momento.
Ainda tive um último gesto de compaixão à morta:Mandei fazer-lhe uma sepultura de mármore, digna de uma pessoa do bem.
Peço a quem ler essa história, que após a minha morte, que é inevitável para todos, deixem incrustada em meu epitáfio, essa emenda que fiz, no sermão da montanha:
_”Bem aventurados os herdeiros universais, pois eles serão respeitados e consolados!”

(Carmen Lúcia)

Foto de Sonia Delsin

ANOS DE TERNURA

ANOS DE TERNURA

Hoje uma libélula entrou pela porta aberta da minha sala de visitas e por um tempo ficou debatendo-se tentando encontrar a saída. Quando ia ajudá-la, ela acabou por si mesma encontrando-a.
Lembrei de meus tempos de criança. Tive mesmo uma infância encantadora e desde pequena sempre adorei insetos, animais, a terra, as plantas. Eu me sentia parte integrante daquela natureza que me rodeava.
Vou contar um pouco do lugar onde passei toda minha infância. Era naquele tempo uma terra agraciada com recantos deliciosos (o tempo passou e muitas coisas mudaram).
Entrando por uma velha porteira seguíamos por uma estradinha muito singela, onde meu pai havia plantado de cada lado coqueiros de pequeno porte. Um verde e um roxo. Ele tinha verdadeiro amor pela estradinha, e todos os dias a varria com uma vassoura de bambu. Essa estradinha passava por um velho paiol onde guardávamos o milho que mais tarde se transformaria em fubá.
Andando mais um pouco já avistávamos o jardim de mamãe. Belo jardim! Rodeava a casa, que era muito simples. Andando mais pela estradinha chegávamos a um rancho, que foi o cenário de muitas fantasias minhas.
Tínhamos várias cabras sempre e me lembro de muitas aventuras que tivemos com elas. Todos os filhotes ganhavam nomes. Lembro-me como se ainda estivessem diante de meus olhos, e pareço ainda sentir os puxões de cabelos (tentando mastigá-los) que elas davam quando me aproximava.
Na chácara tínhamos muitas jabuticabeiras, talvez umas noventa. Não sei se exagero, mas eram muitas. Próximo ao nosso jardim havia uma fileira de umas cinco delas, muito altas; onde meu pai fazia balanços para brincarmos.
Deus! Quando floriam, que perfume! Aquele zum zum zum de milhares de abelhas... as frutas nas árvores depois de algum tempo!
O pomar era uma beleza, tínhamos grande variedade de frutos e nos regalávamos com toda aquela fartura.
Havia o moinho de fubá que foi o meu encanto. Aquele barulhinho, parece que ainda o ouço.
O vento nos bambuzais, aquele ranger e os estalos. Gostava de caminhar entre os bambus, mas meu pai nos proibia de freqüentarmos aquele lugar, devido a grande quantidade de cobras que costumava aparecer por lá.
Havia dois córregos e mesmo proibida de entrar neles eu desobedecia algumas vezes.
Tínhamos um cão muito bonito que participou de toda a minha infância, recordo-o com seu pêlo preto brilhante, e meus irmãos se dependurando nele para darem os primeiros passos.
No meio do jardim tínhamos uma árvore que dava umas flores roxas, São Jorge nós a chamávamos. Não sei se é esse mesmo o nome dela. Ela tinha um galho que mais parecia um balanço e estou me lembrando tanto dela agora.
Eu, vivendo em meio a tudo isso, estava sempre muito envolvida com a natureza que me cercava e muitas vezes meus pais surpreendiam-me com os mais variados tipos de insetos nas mãos. Eles me ensinavam que muitos deles eram nocivos; que eu não podia tocar em tudo que visse pela frente; que causavam doenças e coisa e tal. Mas eu achava os besouros tão lindos, não conseguia ver maldade alguma num bichinho tão delicado. Não sentia nojo algum e adorava passar meus dedos em suas costinhas.
As lagartixas, como gostava de sentir em meus dedos a pele fria! Eu as deixava desafiar a gravidade em meus bracinhos.
Muitas vezes meus pais me perguntavam o que eu tanto procurava fuçando em todo canto e eu lhes dizia que procurava ariranha. Eu chamava as aranhas de ariranha e ninguém conseguia fazer-me entender que o nome era aranha e que eram perigosas.
Pássaros e borboletas, eu simplesmente adorava. Mas fazia algumas maldades que hoje até me envergonho de tê-las feito. Armei arapucas e peguei nelas rolinhas e outros pássaros mais, somente para vê-los de perto e depois soltá-los.
Subia em árvores feito um moleque e quantas cigarras eu consegui pegar! Também fiz maldades com elas e como me arrependo disto! Eu amarrava um barbante bem comprido no corpo das pobrezinhas e deixava-as voar segurando firmemente a outra ponta nas mãos, claro que depois as soltava.
Mas se por um lado eu fazia essas coisas feias, por outro eu era completamente inocente e adorava tudo que me cercava.
Os ninhos, eu os descobria com uma facilidade incrível porque acompanhava o movimento dos pássaros que viviam por lá. Adorava admirar os ovinhos e os tocava suavemente. Eu acariciava a vida que sentia dentro deles. Visitava os filhotinhos quando nasciam e quantas vezes fui ameaçada pela mãe ciumenta.
Estas são algumas das recordações de minha infância, do belo lugar onde tive a graça de ter vivido, acho que é por este motivo que gosto de contar sempre um pouco dela. Era mesmo um lugar privilegiado aquele e gostaria que todas as crianças pudessem também desfrutar de uma infância tão rica em natureza e beleza como foi a minha.

Foto de Graciele Gessner

Uma Carta de Solidão. (G.G.)

Oi, meu amor!

Mais uma vez, um início de semana chuvosa. Isto me destrói, me consome e me devora. A chuva combina com cama, cobertores, filme e sua companhia. Esta chuva abençoada que refresca a terra e faz das nascentes secas brotarem olho-d'água. A chuva também é o alívio refrescante das plantas e serve como antídoto de inspiração para escrever. Em resumo, a chuva tem seu lado abençoado e o meu desgaste emocional. Prefiro sol, ao invés de gotas. Prefiro o azul dos seus olhos ao oposto de céu cinzento.

Mais uma vez, não estou feliz. Falta você ao meu lado. Os dias estão passando e a cada instante me sinto num campo de batalha. O que mais me importa é que amo-te e do resto não tem muita importância.

Os dias passarão e a chuva cessara. Estou aqui solitária nesta noite fria pensando em você, imaginando por onde deve ter andado... Será que me procurou em algum canto?

Amor! Cuida de mim. Tira-me desta solidão.
Jamais esqueça que te amo!

Beijos desta solitária...

29.10.2007

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de Carmen Vervloet

SERENATA DE AMOR

SERENATA DE AMOR

Acordo no meio da noite a sonhar!
A lua desliza com as bochechas cheias de vento.
Ouço ao longe uma voz a cantar
E o som não identificado de um doce instrumento!

Levanto-me silenciosamente e abro a janela.
Reconheço o som suave do violão.
A natureza pálida, linda aquarela,
Borda em estrelas meu coração!

O som agora nítido e forte.
“Carmen te amo... Te adoro... Te quero...
Outra vez!”
Meu coração viaja lânguido, sem passaporte...
Entrego-me ao momento que tanto espero,
Sem talvez!

Serenata de amor ao luar!
A beleza da noite flutuando no ar!
As flores umedecidas pelo sereno!
Fazem um bailado em êxtase pleno!

Toda a natureza baila ao ritmo do violão!
Meu amor soltando a voz na canção!
“Carmen, a hora é agora não vamos deixar passar!”
Sou apenas um sonho de amor ao luar!

As plantas se agitam no meu jardim!
As trepadeiras sobem, enroscam-se, caem de novo...
O perfume exala dos brancos jasmins!
O pintinho feliz, piando, deixa seu ovo...

Pequenos detalhes que só enxerga o coração!
Detalhes de vida, de luz, de amor em ação!
Detalhes que se tornam gigantes como o mar!
Detalhes sutis percebidos pelo amar!

E a serenata continua
Seguindo o deslizar da lua!
Num violão chorado...
Acordando o passado!

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados à autora.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"QUANDO VOCE PARTIR"

“QUANDO VOCÊ PARTIR”

Por favor, leve as fotos...
Todas tuas roupas também...
Aquele quadro com um momento nosso...
Leve tudo, leve ele também!!!

Aqueles vasos com plantas...
Que eu te presenteei...
Dê ou jogue fora...
Não quero lembrar que te dei!!!

Vou mandar pintar o quarto...
Que tão carinhosamente pintei...
Quem sabe eu ouse de fato...
E arranque você do meu coração de vez!!!

Nunca mais vou comer macarrão...
O único prato que sabias fazer...
De hoje em diante vou ser um ermitão...
Só vou sair quando souber viver!!!

Vou trocar o numero do telefone...
Até acho que vou mudar de casa...
Só não consigo mudar o meu nome...
Tua lembrança me arrasa!!!

Por fim, vou arrumar vida nova...
Respirar um ar mais saudável...
Quem sabe eu esteja à prova...
Se passar, serei mais sociável!!!

Foto de Mario de Almeida

O fim da minha vida

O fim da minha vida

A minha vida…
Não vai sentir o amanhã,
O dissipar da aurora, nem o sol brilhar.

Ela vai depressa passar
Sem tempo de observar o sol
As flores, os montes, os mares, os amores…

A minha vida…
Não terá amanhã
O brilho do sol, o frescor da aurora.

Ela dissipará antes do amanhecer,
Levando o ar dos amores, das flores,
Das plantas, dos pássaros em cores…

A minha vida…
Não chegará amanhã
Para ver o brilho do amanhecer,
O vento, as nuvens que irão chover.

Ela terminará antes da luz aparecer
Levando do meu peito a alegria de viver
Deixando saudades das horas do amanhecer
Deixando-me sem tempo para amar você.

* Por Mario de Almeida
O poeta Castanhalense
Posado 07/07/2008

"Viva o AMOR!!""

Foto de Wilson Madrid

SONHO E IDEAL

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SONHO E IDEAL

Sonhar com um mundo ideal
Um planeta azul onde a generosidade supere o egoísmo
Aquele onde a fraternidade sempre vença o individualismo
Aquele onde a liberdade responsável seja um direito de cada um
Aquele onde a igualdade, educação, saúde, vida e prosperidade seja comum...

Sonhar com uma mulher ideal
Uma companheira incentivadora que esteja sempre ao teu lado
Aquela que comungue das tuas idéias e participe das tuas conversas
Aquela que regue e cuide da beleza das flores do jardim que tu plantas
Aquela que se orgulhe da aliança do amor e do elo entre o azul e o amarelo...

Sonhar com a verdade banindo a mentira
Sonhar com a justiça algemando toda corrupção
Sonhar com a alegria eliminando a tristeza e a depressão
Sonhar com a natureza resistindo ao poder econômico que delira...

Idealizar e lutar por um mundo de justiça, paz e amor para todos
Pensar, falar e atuar constantemente em favor do bem comum
Ser sempre coerente mesmo enfrentando dificuldades
Transformando sonhos e ideais em realidades...

Sonhar, idealizar e semear a justiça, a alegria e a paz
Regar, cuidar, colher e distribuir a linda flor do amor...

Foto de Sandra Ferreira

O tempo....

Serei vento agitado

Que despercebidamente rodeia todos os mortais

Jamais deixarei alguém entrar no meu pensamento

Doando o meu sentimento…

Serei mar solitário e revolto

Vendo as pessoas partir e chegar

Não permitindo que bulam com as minhas emoções

E dos meus olhos jorrar lágrimas de amargura e dor…

Serei chuva fria,

Saciando a sede das plantas, animais, mendigos e dos demais,

A única coisa que levarão de mim, breves momentos

Pois regressarei para a segurança do Céu

Onde estarei rodeada das nuvens

Frias e cinzentas…

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