Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo - Capítulo 4

O amor, substantivo abstrato.
Pior que o amor impossível é o amor impossibilitado. O amor da salas de espera do hospital, a espera do milagre, o tubo de ar que oxigena os pensamentos, a falta da memória, a indiferença, a despedida de dentro do ônibus que arranca, o surto soro-positivo, os velórios pelas madrugadas, as visitas nos dias de folga, as exumações, os ossuários, as placas dizendo pare, das pistas escorregadias, os infartos imediatos, sem chance de resistência, os nãos da pessoas bonitas, diante do medo do imerecimento, as flores murchas, o pó caindo do forro sacudido por um caminhão transeunte, a estações de tratamento, as represas, os monóxidos dos aterros à céu aberto e luto fechado, a fuga das prisões, as tomadas de assaltos filmadas pela vítimas, o carro dos bombeiros, os estupro consentido de crianças maiores de idade, o caldo de cana que desce queimando a mata virgem da garganta brasileira, o voto de discórdia, o recusar da aceitação...
E ainda assim o amor persevera, assusta pela veracidade, faz amendrontar aqueles que duvidam do seu potencial.
Amor só pode ser loucura mesmo.

Foto de Leo_20

Guerras que eu criei

Um mundo desabou sobre mim
Foram embora os anjos
E os demonios que pairavam em minha cabeça
Eu nem me preparei pra isso
Foi uma guerra que eu mesmo criei
Preciso aprender a lidar com ela

Agora é remar
Me agarrar a todas as preces
Soltar das grades onde um dia vc me prendeu

Agora é buscar
Um Deus que eu nem sei onde deixei
Achar forças que creio nem ter mais

O castelo ruiu
E nem tive tempo de pular na água
Quanto mais tento nadar e voltar à beira
Mais a correnteza me arrasta para as profundezas
Estou no olho do furacao
Casas e torres viraram pó
Como meu sonho
Que um dia foi prometido não ter fim

E eu que acreditei no mundo perfeito
Quão tolo são os corações apaixonados
Faltam forças para tirar os entulhos sobre mim
Cicatrizes ficam, nunca apagam
E eu achei q sim
É uma guerra diária
Agora preciso derrotar os exércitos
Que eu mesmo dei forças
No momento em que me permiti
Acreditar em vc.

Foto de Richieri

No mundo do imaginário

É quando o impossível no mundo real, o real vira imaginário e num instante, num piscar de olhos, ele se finda, e o imaginário volta ao mundo real;

Suave e serena era sua feição, rosto de expressão calada, cabelos soltos marcavam sua sensatez;

Sua pele clara e quase translúcida, limpa e de cor natural, deixava expor seu interior sereno, calmo e vivo;

Novamente chamava a atenção seus cabelos, eram sutis e parecia planar sobre o espaço da leveza e da calma, no tom quase amarelo, chegando ao ombro seus tingidos e perfeitos caracóis, que de um único ponto parecia prendê-los no mais alto de si;

Envolta em lantejoulas, brilhantes eram fixadas ao fundo branco envolvendo a musa desde punho seu suave ombro;

No jeans tradicional, justo e de tamanho correto esboçavam o ápice do imaginário. Ah! Que foto instantânea!

O meio salto claro e todo fechado, escondia seu caminhar entre plumas e cinza de vulcão, que com sua leveza levantava o pó intrigante e lento, como a neblina esconde a paisagem em dias gelados;

O brilho do ouro reluzia no punho pequeno contrastando o anel prateado, sutil e perfeito;

As mãos finas transmitiam suavidade, destreza e dava o colorido ao gesto insano, incapaz e firme;

No sorriso desabrochava a felicidade, a despreocupação, o anseio pelo tempo, que ali não passava, era o mais perfeito infinito;

Carregava a tiracolo seus pertences no interior de cores firmes, lilás com preto, a bolsa muda e jogada ao canto mudava a personagem exótica e clara, num tom de rebeldia, da mulher a menina solta ao tempo, como quem não tem qualquer compromisso desprendendo a formalidade que sempre se é solicitada;

Há se seu nome eu soubesse! Não mudaria nada, mas ao menos saberia se parecia com Clara, Célia ou Lena, talvez o ideal seria Linda, réplica de si;

Idêntico ao observador ela deslizava uma pena azul, a registrar, em folhas claras e quase amarelas presas a capa escura ou quase preta, registrando uma igual para o observador e assim o sonho se inicia;

Mas a pena logo cessa seu caminhar, na folha quase amarela, parecia apenas registrar alguns números, e tão depressa o sonho findava;

A cena fixa, por um instante é acompanha pelo observador, mais um olhar vem e então os olhos se fecham para a volta, de onde veio, do mundo real.

Foto de jean Batista

7º Concurso Literário - Nunca será pela tua forma que me perderei

Quando te sentires só e descoberta
Lembra-te apenas do meu murmúrio ao teu ouvido;
Recorda o calor e a eternidade das palavras
E abraça-me no teu sonho.

Olha apenas em frente, nos meus olhos
E o alto céu contempla.

E quando tudo te cobrir de cinza
E o verde se converter em pó
E de tudo isto pensares fugir…
Eu pensarei em ti

Sonharei contigo no mais belo prado
Agarrando o teu abraço solto;
Levar-te-ei onde sempre quiseste ir
Aquecer o teu corpo, fazer-te sorrir
Afastaremos do espelho o olhar morto
E juntos, sempre juntos, o mundo enfrentaremos.

Quando de novo acordares
E me sentires encostar no teu peito
Presta atenção ao som do pensamento
Enquanto as eternas palavras ao coração chamo:

Não é por seres a mais bela que te amo

Foto de odias pereira

O MENINO DO CRUZAMENTO...

Parei no farol derrepente,

Aguardando a liberação da via.

E meio que displicente,

Observei um menino que esmola pedia.

Chegava no motorista,

Contando sua historia.

Correndo risco na pista,

Sorrindo com sua gloria.

Quando ganhava um quinhão,

Abria um largo sorriso.

Agradecia ao cidadão,

Com palavras de improviso.

Em poucos minutos que parei,

Naquele farol do cruzamento.

Em minha mente me lembrei,

Daquele menino carente.

O rostinho do menino,

Não sai da minha lembrança.

E foi tão grande o meu fascino.

Com o jeitinho daquela criança.

Eu sei que não devemos dar,

Esmola no cruzamento.

Criança tem que estudar,

E ter nosso acolhimento

E não ao crime alimentar.

Por isso não de esmola,

Mesmo que tenha dó.

De pra ele a escola,

Para a esmola não virar pó...

São José dos Campos SP

Odias Pereira
07/01/2011

Foto de betimartins

Musica para o meu coração

Musica para o meu coração

Escuto leves dedos nos toques mágicos do piano
Que pelo tempo foi esquecido, acumulando pó
A musa da musica, inspirada pelo amor
Deixa confusos os toques da harpa divina
Que no céu são melodias sagradas, nascidas
No confuso toque do batuque, dos nossos ancestrais
Nas suas místicas visões, ensinamentos e lições de vida
O toque da viola, entre cantos dos trovadores da vida
Que entre encantos e desencantos, deixam alguém a suspirar
Escuto as serenatas na noite ainda meio adormecida,
Com o olhar matreiro da lua, entre o código das estrelas
Piscam ao som dos cantares dos grilos, sapos, da coruja
Que se encanta com os vaga-lumes dançando na noite
Escuto o som das águas batendo levemente na praia
Como gemidos, breves lamentos com o canto majestoso
Das belas sereias encantadas, escondidas na profundeza do mar
Escuto a brisa acariciar as flores que estão na pradaria, soltando
Belas fragrâncias de aromas ao som do vento inconsolável
Levando recados ao tempo, do tempo as suas sementes
Espalhando como notas de musica a leveza da vida
No toque do radio na casa sombria, cheia de tanta tralha
Onde a graça vira desgraça, nos toques dos ratos enfurecidos
Onde a pomba namora arteira, fazendo na trave o seu ninho
Mas o toque que escuto agora dentro do meu coração é amor
Bate leve, muito levemente, cheio de segredos, de novidades
E bate descompassada mente ao som do amor, sem regras
As notas são sem rima e nem sequer arrima, mas são as notas
Notas de amor do compositor esquecido, nas pautas escondidas
As canções de amor que somente é musica para o meu coração...

Betimartins

www.betimartins.prosaeverso.net

Foto de Melquizedeque

Alquimista do poder

O mais que posso lidar é o nada!
Não sou egoísta, nem ao menos cruel
Esta é sua parte. De mim tu és herdeiro
Já comi muitas partes do que já foi um alguém
Não vejo a carne, nem sangue ou nome
Mas pra dentro de mim, milhares devorei

Pessoas distintas engoli sem temer
São homens, mulheres, são terra, são pó
Mas saibas que tudo o que fiz que vi ou escutei
Jamais comerás nem ao menos um grão
Pois meu corpo já arde em um fogo imortal
Talvez seja eu um buraco escuro e sugador
Que engole matéria e ilusões... Um infinito de sinápses

De mim não terás nem meu corpo ou migalhas
Sou um selvagem canibal de terras longínquas
Que come seu totem e mais forte que ele fica
Assim vive meu nome: com as lendas e as vísceras

Eu como o que é forte, desse prato eu saboreio
São heróis que introjeto exaltando com o honrar
Sinto apetite em escutar cada nome desses grandes
Mas tu não comeras nenhuma parte do meu corpo
Sou eu um monstro nato, um vácuo sem desvios
Destruo as trilhas mórbidas de vidas temerosas
Sou essa força que tu não compreendes

Em breves milênios então tu saberás
Como é o salivar no mastigar de cada dente
Com sua dor me tornarei um herói ou faraó
Pela vida imolada que me deste ao morrer
Eterno assim serei: um grandioso mercenário
Um alquimista majestoso que se transformou em rei.

Melquizedeque de M. Alemão, 18 de janeiro de 2011

Foto de Runa

7º Concurso Literário - Nas teias do teu rasto

Procuro um rosto na multidão.
Uma luz que alumie as trevas.
Alguém que conheci noutras eras
mas de quem já não recordo o nome.

Procuro na margem dos rios
atento ao murmúrio das águas
e nos desolados caminhos de pedra
onde febril me perdi
sem encontrar sinal de ti.

Vim de muito longe.
Onde o fim da noite pulsa,
nos confins profundos de uma vertigem,
à deriva nos oceanos do tempo.

Já cruzei mil caminhos.
Atravessei céus de luz e escuridão,
esgravatando a imensidão do vazio,
sem sequer cheirar teu perfume
ou o vulto da tua sombra fugidia.

Uma vida inteira não bastou
para achar as pegadas do teu rasto,
afundadas nas ruínas chuvosas do pó
e nas rugas arrefecidas dos milénios.

Talvez não passes de uma ilusão
que o vento murmura à noite nos muros;
esboço inútil que rabisco
nos sonhos cegos que alimentam
a névoa triste da minha passagem.

Foto de Runa

7º Concurso Literário - No fundo das gavetas

Dou uma volta pelo fundo das gavetas
onde velhas palavras repousam
no pó amarrotado de folhas esquecidas

tinta seca de outros dias
na face por polir de versos rejeitados

Dou uma volta pela inspiração gasta
que geme na clausura do tempo
à procura de antigos sentimentos

qualquer coisa que faça renascer
a juvenil fantasia do teu rosto esbatido

Foto de Cecília Santos

ANO NOVO

ANO NOVO
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O Ano Novo está chegando, as esperanças são enormes, os
desejos são renovados!
Mas no fundo sabemos, que não vai mudar radicalmente!
Nossa rotina será a de sempre, trabalho, escola, transito,
filhos e muito mais.
O que muda, é dentro de nós, são os sentimentos, a vontade
de fazer diferente, de acertar, de realizar.
É o momento de olhar-mos, pra dentro de nós mesmos.
É tempo de analisar o que fizemos, e o que deixamos de fazer.
É hora de olhar-mos pra traz e ver-mos que os problemas existem,
que não somos os únicos à carregá-los, que muitas vezes são
maiores que os nossos problemas.
É tempo de parar-mos pra refletir-mos, que mais um ano se passou.
Que as feridas estão mais cicatrizadas.
Que a saudade apesar de imensa, é menos dolorida.
Que alguns problemas, foram solucionados.
Que momentos felizes aconteceram, que apesar do tropeços conseguimos chegar ao final de mais um ano.
Ano Novo, a vida continua, pode ter certeza, que não será tão diferente do ano que termina!
Vai ter um dia que o pó de café vai acabar.
Que o despertador não vai tocar.
Que você vai sair, com uma meia de cada cor.
Que aquele bolo, pra uma pessoa especial, vai solar.
Que o carro vai escangalhar no transito, e as buzinas
vão te incomodar.
Mas nem por isso vamos deixar de viver!
Nem por isso vamos deixar de sorrir, e ser feliz.
Ano Novo é mesmo assim, é tentar fazer tudo diferente do anterior.
Mas, não fique chateado se por acaso, as coisas não derem certo!
Não tenha medo de errar, de chorar, de se irritar, de cantar!
O que de realmente importa, é não deixar-mos de viver a vida e
ser-mos felizes!
Feliz Ano Novo!!

Cecília-SP-12/2010*

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