Princípio

Foto de Graciele Gessner

Somos Pequenos Perante a Natureza. (Graciele_Gessner)

Diante dos destroços, diante da destruição que o Médio Vale do Itajaí sofreu, a bela e Santa Catarina arregaça as mangas em busca dos seus sonhos. Nesta reconstrução de identidade, muitas coisas não serão mais as mesmas.

A destruição foi o alerta total, muitas vidas se perderam; muitas casas arrastadas e desfeitas em segundos; muitos sonhos apagados... Infelizmente seremos sempre pequenos perante a natureza. Jamais poderemos ir contra o “manifesto natural”, pois teremos a devida resposta com o passar do tempo.

Os deslizamentos de terras, casas submergidas das colinas e vindo a destruir os demais em terrenos planos. A natureza mostra como destruímos a sua verdadeira geografia. A avalancha de terra foi uma amostra que a natureza está revoltada e não está mais suportando as nossas irresponsabilidades.

Será que ainda insistiremos em denegrir a natureza? Será que aprendemos com o sabor amargo da perda? Será que teremos que sofrer outras catástrofes para entender que somos pequenos? O que falta para termos a consciência de que não devemos destruir o que Deus criou?

Pense! A natureza está se manifestando e não estamos dando a sua verdadeira importância. Será que precisaremos perder mais entes queridos para perceber que estamos vivendo contra o princípio da vida?

Somos os únicos responsáveis por tudo que está acontecendo. Esta é a verdade! O aquecimento global tanto comentado e ninguém fazendo nada para evitar. As enchentes que sempre foram a nossa maior manifestação natural e continuamos a construir residências perto das margens.

Não adianta! Seremos sempre pequenos perante a natureza.

Ninguém precisa concordar comigo, mas pode refletir um pouco sobre tudo que já fez a favor e contra a natureza.

30.11.2008

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de pttuii

'Mutatis, Mutandis'

A quem conseguir captar a essência do que é ser feliz, e vendê-la como patente registada,.....alvísseras. Diz quem o tentou, que a dificuldade está sempre no processo de selecção de odores. A brevidade de uma experiência, de um momento, de um cenário idílico, torna quase impossível reunir tudo num único composto.
Admite-se, quase 10 mil anos depois de o ser humano se ter levantado para começar a caminhar, que já houve quem chegasse perto. Mas a fugaz capacidade de compromisso do homem, torna esse desígnio quase impossível. Quem vive muitos anos com a felicidade de chegar à recta final da existência, com a ilusão de que está apto a compreender o motivo pelo qual não se matou logo depois de nascer, pode sem problemas assumir-se como um ser humano realizado. Assentar arraiais num planeta fétido, e poder viver consciente de que nada se deve a ninguém, é bom. Deve aliás ser o prazer supremo da existência humana.
No mapa genético do homem que, neste momento, está a ser baleado numa favela do Rio de Janeiro, por simplesmente estar no sítio errado, no momento impróprio, deveríamos todos encontrar um espelho. O reflexo das virtudes dos que almejam o sucesso ao virar da esquina, e dos defeitos da irredutível aldeia de gauleses que morreu à espera do colapso do universo.
É confuso, quase até sinistro, raciocinar sobre algo que, provavelmente, é o mais insondável dos mistérios da criação. A falta de pureza da condição do Homo ‘Sapiens’, torna o conceito de felicidade mutável, mutante e, no limite, perigoso até de abordar. Queima sentir o bem-estar interior, o ‘Nirvana’ dos momentos de perfeição. Mas também deve doer a quem luta por os conseguir captar e, em permanência, falha esse desígnio.
A bíblia diz que, no princípio, era o verbo. Eu cá sinto que antes do verbo, já provavelmente andavam no ar uns espermatozóides que, ao encontrarem o óvulo do conhecimento, se juntaram para produzir a mais tortuosa das criações. A mente humana.

Foto de Sonia Delsin

ELEONORA

ELEONORA

Conheci Eleonora numa festa há alguns anos. Ela era uma mulher pequenina e muito bonita. Meu filho caçula se a tivesse conhecido decerto diria que ela era uma "baixinha gostosa". O mais velho diria que era uma pequena sereia.
O fato era que Eleonora era uma bela mulher e tinha o corpo muito bem feito. O rosto era sensacional, a boca carnuda; olhos oblíquos, intensamente azuis. O bumbum era redondinho e arrebitado e levava qualquer homem a olhar mais de uma vez.
Quando ela soube que eu gostava de escrever quis me contar sua história e eu tento transcrevê-la aqui neste conto:

Cresci numa fazenda do interior do Brasil em meio a bois e cavalos. Meus pais eram moralistas e criaram a mim e a meu irmão na mais rígida educação. Minha mãe não me deixava jamais vestir calças compridas e montar.
Eu via Jorginho montando lindos cavalos e aquilo me deixava enfezada. Por quê não eu? O que havia demais em ter nascido sem aquilo no meio das pernas?
Claro que eu sabia a diferença que existia entre nós dois. Eu nascera com aquela fenda e ele com um apêndice. Escondidos de mamãe nós tomávamos banho de cachoeira completamente nus. Foi o idiota do Chicão que nos surpreendeu um dia e contou ao papai.
Jorginho era um ano mais novo que eu e me adorava. Eu também amava aquele menino sardento e irrequieto.
Havia também na fazenda os filhos dos colonos: Mariana e Marcelo. Eles eram mulatinhos e muitas vezes também conseguimos driblar a vigilância de mamãe e brincamos juntos. Marcelo era uns dois anos mais velho que eu e tinha o pênis bem maior que o de meu irmão. Quando nadávamos nus ele encostava aquele enormidade em mim e eu achava tão bom.
Papai me dizia que eu precisava tomar cuidado com a minha fenda porque ela poderia ser o motivo de minha perdição. Na época eu não conseguia entender o porquê de uma coisa daquelas ser prejudicial a alguém.
Eu era uma menina esperta e aos doze anos parecia ter pelo menos quinze. Foi nessa época que Marcelo mudou-se da fazenda.
Antes de mudar-se ele me pediu uma prova de amor e eu me entreguei a ele. Foi em meio ao feno e ao fedor de estrume que nós nos pertencemos. Ele estava trêmulo quando arrancou meu vestido. Foi uma penetração difícil porque ele era muito bem dotado e éramos completamente inexperientes. Sangrei muito e chorei de dor. Nós dois queríamos que o pênis dele me penetrasse inteira; mas não conseguimos de forma alguma. Nós nos movimentávamos para baixo e para cima como estávamos acostumados a ver os cavalos fazendo com as éguas --escondidos espiávamos, é claro). Depois de várias tentativas Marcelo acabou gozando nas minhas coxas. Eu não conseguia crer que fosse assim.
Tempos depois nós também nos mudamos para a cidade e conheci Alfredo. Este era um vizinho e possuía os olhos mais azuis deste mundo. Esqueci-me completamente de meu amiguinho de infância e me apaixonei por ele. Alfredo era um rapagão esnobe e não me dava a menor bola. Tinha treze para quatorze anos e ardia por ele.
Nas noites intermináveis eu precisava masturbar-me para conseguir conciliar o sono. Era pensando naqueles olhos intensamente azuis que eu me masturbava. Nunca parei para pensar como seria transar com ele. Era pelos olhos dele que eu havia me apaixonado.
Fomos apresentados um ao outro numa festinha que meus pais deram para comemorar os treze anos de Jorginho.
-- Prazer. Você é bonita. -- Pensei que você nunca houvesse me notado.
-- Não dá para não notar você, apesar de ser tão baixinha.
Os olhos eram ainda mais lindos de perto. Mas a voz tão arrogante!
Ainda nos falamos umas banalidades e só no final da festa ele me arrastou para um canto escuro e esfregou-se em mim.
-- Quero você.
-- Agora?
-- Encontre-se comigo amanhã atrás da varanda, embaixo daquela grande figueira.
Não consegui dormir a noite toda. Como seria transar com aquele gato?
Ele estava lá na hora combinada e nos deitamos no gramado. Alfredo me garantiu que todos da casa haviam saído. Ele arrancou rapidamente minha saia e minha calcinha e abaixou a calça. Foi tudo muito rápido e só depois de tudo terminado é que pude notar que ele era muito magricela e que tinha um pinto pequenino que não poderia nem ser chamado de pênis comparando-se com o do primeiro homem de minha vida.
Não me satisfez em absoluto e depois desta transa eu nem quis mais encontrá-lo.
Nos anos subsequentes dediquei-me de corpo e alma aos estudos.
Os rapazes começaram a dar em cima de mim e não achava graça em nenhum deles. Jorginho vivia rodeado por garotas e reclamava com mamãe que eu acabaria ficando solteirona.
Nessa época eu já completara dezoito anos e nunca tivera sequer um namorado. Minha experiência amorosa era nenhuma e sexual só acontecera de ter tido aqueles dois encontros que marcaram a minha vida.
Sentia um medo danado de não sentir prazer da próxima vez e vivia adiando um novo encontro com alguém.
Conheci Sérgio quando passei no vestibular para Odontologia. Eu vivia dizendo a papai que não era o que eu sonhava para meu futuro, mas ele praticamente me obrigava a estudar o que achava que seria bom para mim.
-- Você gosta de Odonto? Perguntou-me ele.
-- Não é bem o que eu queria.
-- Então por que optou por isso?
-- Não foi bem assim. Optaram por mim.
Sérgio olhou-me com seus enigmáticos olhos pretos.
-- Você parece ter personalidade. Não consigo entender.
-- Quero evitar discussões inúteis.
-- Mas trata-se de sua vida.
Pegando minha mão na sua ele puxou-me para um banco.
-- Quer namorar comigo?
Eu precisava tentar pelo menos. Vivia tão só nos últimos anos.
-- Topo.
Ele beijou-me e a sensação foi boa. Senti ferver novamente um vulcão que eu imaginava extinto. Sua língua começou a explorar a minha boca, suas mãos acariciaram meus mamilos e eu senti que poderia sentir prazer ao lado de um homem.
Nos primeiros dias ficávamos nos abraçando e nos beijando até que ele me levou para seu apartamento, e lá eu pude descobrir que mesmo um homem de pênis tamanho normal poderia me proporcionar muito prazer.
Ele me beijou inteira e deixou meu corpo todo desejando-o. Sua língua me explorava toda enquanto suas mãos também procuravam pontos em mim que me deixavam completamente excitada.
Foram as duas horas mais loucas de minha vida e jamais pensei que um dia pudesse ser daquela forma. Eu nem imaginava que um dia faria sexo oral e anal. Aconteceu com ele e foi muito bom.
Sérgio deitou-se relaxado ao meu lado e perguntou-me baixinho se havia gostado. Ele sabia que sim e só perguntara por perguntar.
Namoramos por dois anos. Eu continuava a estudar Odontologia.
Papai faleceu quando eu começava o terceiro ano. Desisti do curso e comuniquei a todos que voltaria a morar na fazenda. Era o que eu queria para mim.
Neste meio tempo acabamos terminando o namoro.
Mamãe também disse que ficaria morando na cidade com Jorginho, que também já estava na faculdade.
Não me importei de voltar só para lá; pois era o que eu sonhava. Viver entre bois, cavalos, estrume. Eu adorava cavalgar pelas nossas terras e mamãe não tinha pulso com os empregados. Eu sim saberia lidar com eles.
No início senti falta de Sérgio, das vezes em que ficávamos em seu apartamento; mas sexo não era tudo na vida. Era muito bom, mas não era tudo.
Em poucos meses na fazenda eu soubera me impor e todos os empregados me respeitavam muito.
Vivia vestindo roupas de montaria e foi cavalgando que conheci Luciano.
Era um homem feio. A pele marcada por acne, olhos verdes e frios. Ele vestia um jeans imundo e as botas estavam sujas de estrume. Era verdade que eu também vivia no meio de bois e minhas roupas eram grosseiras, mas procurava me manter limpa.
A princípio aquele homem rude me causou asco.
-- Pode me dizer que horas são?
-- Por que quer saber as horas neste fim de mundo?
-- Talvez pelo mesmo motivo que a senhorita esteja usando este relógio no braço.
Não gostei dos modos daquele estranho que encontrei enquanto cavalgava. Apertei o pé no estribo e Samara disparou num galope. No início ele pôs-se a me seguir, mas o cavalo em que estava montado não era um puro sangue como a minha Samara.
Chegando em casa desmontei a bela égua e deixei-a aos cuidados do Namberto. Tomei um banho e desci para almoçar.
A Albertina me avisou que tínhamos visita.
-- Quem está aí?
-- O novo vizinho.
-- Como é ele?
-- Um homem estranho. Fede que só ele.
Imediatamente lembrei-me do homem que havia encontrado. Seria o mesmo?
Chegando à varanda eu o vi parado, me esperando.
-- Peço que me desculpe pelo ocorrido, vim só para oferecer meus préstimos.
-- Fico agradecida -- disse sem saber se devia estender a mão.
Ele notando meu constrangimento foi dizendo:
-- Não se preocupe em me estender a mão senhorita. Desculpe-me pelo estado em que me encontro. Foi um problema que tivemos esta manhã. O touro rompeu a cerca e tivemos um trabalho danado para juntar a boiada. Fui grosso lá na estrada e vim pedir desculpas.
Ele se apresentou e eu pude observar que era realmente um homem feio, mas havia alguma coisa diferente nele. A verdade é que ele me atraia.
Dias depois ele apareceu na fazenda montando um lindo cavalo árabe.
-- Acabei de comprar. Gostou?
Eu era uma admiradora de cavalos de raça e lhe disse que era lindo demais.
Conversamos algum tempo sentados nas grandes cadeiras de vime da varanda e Albertina nos trouxe um suco de frutas bem geladinho.
Pouco tempo depois já nos falávamos como dois conhecidos de longa data. Ele me contou que havia se separado da mulher e que comprara aquelas terras para se instalar de vez ali.
Eu também lhe falei que pretendia passar o restante de minha vida naquelas terras que eu tanto amava.
-- E sua mãe? Seu irmão?
-- Mamãe gosta demais da cidade e meu irmão está estudando medicina.
-- Não se sente só aqui?
-- Às vezes.
Ele me disse que poderia voltar mais vezes para conversarmos.
Na despedida segurou algum tempo minhas mãos nas suas e uma corrente elétrica passou por todo meu corpo.
Luciano voltou outras vezes e acabamos nos tornando amantes. Descobri que ele conseguia me envolver emocionalmente mais do que sexualmente, mas era bom. Ele tinha um charme especial e sabia agradar uma mulher.
Um dia lhe perguntei porque não dera certo o primeiro casamento e ele me disse que a ex-mulher se apaixonara pela amiga.
Eu não me casaria com ele mesmo que me pedisse. Queria deixar as coisas como estavam. Quando ele queria vinha me ver e quando eu o queria ia ao seu encontro. Para que modificar o que estava sendo tão bom?

O nosso capataz sofreu um acidente fatal e eu precisava urgentemente de outro. Foi Luciano que sugeriu um homem que ele conhecia bem.
-- É um mulherengo, já aprontou das suas. Tenho um amigo que já perdeu a mulher por causa dele, mas acho que não tem nada a ver.
-- Então o que está esperando? Preciso deste homem para ontem.
-- Se tudo correr bem amanhã mesmo ele estará aqui.
No dia seguinte à tardinha Albertina veio me informar que o rapaz havia chegado.
Fui rapidamente atendê-lo. Precisava logo resolver aquela situação.
Um mulato alto estava de costas para mim e ele olhava tudo à sua volta.
Quando ele voltou-se para mim um sorriso enorme se estampava em seu rosto.
. Então era ele o tal homem? Agora eu podia entender o porquê de um homem perder a esposa para tal sujeito.
Fiquei sem ação. Marcelo estava diante de mim.Devia correr para seus braços, estender a mão?
Sorri gostosamente e gaguejei:
-- Que saudades! Que surpresa boa!
Foi ele que correu para me abraçar e sussurrou em meu ouvido:
-- Desculpe-me se faço isso. Fui louco em vir até aqui. Não conseguirei jamais ser um empregado seu.
Afastei-o delicadamente e pus-me a examiná-lo de cima a baixo. Vi que se tornara um homem alto e bonito demais. O corpo atlético e atraente. Lembrei-me de quando nadávamos nus em nossa infância. Lembrei-me daquela vez em que me entreguei a ele no meio do feno.
Só então me dei conta de que nunca quis um homem em minha vida mais do que quis aquele.
Foi a minha vez de abraçá-lo.
Albertina que se empregara na casa há pouco tempo estranhou aquela cena.
Era verdade que o tempo tinha passado, mas ele havia voltado e só isto me importava naquele instante.
-- Nunca consegui esquecê-lo.
-- Nem eu consegui esquecê-la.
Olhei-o diretamente nos olhos procurando a verdade e convidei-o para conversarmos sentados na varanda.
Albertina entendeu que eu queria estar a sós com ele e afastou-se.
Perguntei por onde andara, o que fizera da vida e se ainda estava solteiro. Ele respondeu que ainda estava "solteirinho da silva". Tivera um caso ou outro.
Sorrindo ele não se cansava de repetir:
-- Nunca me amarrei a ninguém. Acho mesmo que nunca a esqueci. Lembra-se daquela vez? Eu fiquei tão preocupado achando que a tinha machucado. Parti daqui me sentindo um verme. Tinha medo de me aproximar de uma moça e machucá-la. Fiquei mesmo traumatizado e foi só depois de muitos anos que consegui estar com uma mulher. Aos poucos fui apreendendo a lidar com ele -- dizendo isso ele abaixou os olhos em direção ao seu pênis. Você me perdoou por ter agido daquela forma?
Não pude deixar de rir e dizer que éramos completamente inexperientes. Fora só por isso.
Ele foi taxativo em afirmar que jamais conseguiria ser meu empregado e quando já ia se despedir sugeri que ficasse mesmo assim. Teríamos uma relação de amizade e ele me ajudaria enquanto eu não conseguisse outra pessoa.
Marcelo concordou em ficar, por uns tempos.
Luciano ficou me olhando com aqueles olhos gelados enquanto eu lhe contava que o Marcelo crescera na fazenda ao meu lado.
-- Você fala dele de um jeito.
-- Não diga que está com ciúmes!?
-- E não é para estar? Seus olhos brilham enquanto você fala dele. E pensar que eu é que tive a idéia de trazê-lo para trabalhar aqui!
Luciano socou a mesa violentamente.
Eu nunca soubera lidar com um homem violento. Procurei agradá-lo, mas só consegui piorar a situação.
-- Ele a atrai, dá até para um cego ver. E você também o atrai.
Luciano saiu resmungando, montou o belo cavalo árabe e saiu galopando feito louco. Suspirei fundo.
Marcelo se aproximou de mim e pegando a minha mão foi dizendo:
-- É melhor que eu me vá logo daqui. Estou atrapalhando a sua vida. O seu namorado está com ciúmes de mim. Não significo mais nada para você, não é mesmo?
-- Não é assim.
A sombra de um sorriso passou pelo seu rosto.
-- Você ainda sente alguma coisa por mim?
Hesitei em dizer que sim. Ele estava um homem feito, já não tinha mais nada do menino que crescera conosco na fazenda.
Disfarcei dizendo que as recordações eram tantas.
-- Você não está sendo sincera, sente alguma coisa ou não?
-- Não sei.
Sei que fui evasiva, mas estava tão confusa. Os homens que cruzaram meu caminho deixaram marcas e aquele que estava à minha frente fora o que mais me marcara.
Eu poderia assumir o que estava sentindo. Poderia brigar até com o mundo por ele. Teria forças para isso. Mas ele corresponderia?
Ainda segurando minha mão ele me cobrava uma resposta mais direta. De repente perdeu a compostura e beijou-me ardentemente.
Segurou-me apertadamente de encontro ao corpo másculo e senti que iria mergulhar de cabeça nessa nova situação.
Foi a minha vez de colocá-lo contra a parede.
-- Você me ama de verdade? Se disser que sim eu enfrentarei qualquer coisa neste mundo.
Ele respondeu-me com um beijo e perguntou-me se poderia ser como da primeira vez naquele paiol que soçobrara ao tempo.
Meu Deus! Naquela altura de minha vida! Eu já não era uma menina de doze anos!
Fui caminhando abraçada a ele de encontro ao paiol. Não precisava dar satisfações de minha vida a ninguém. Era dona de tudo ali, dona de minha vida.
Como da primeira vez foi em meio ao feno e ao cheiro forte de estrume. Ele delicadamente tirou minha roupa e fez coisas que eu nunca sequer pude imaginar que aquele menino de antigamente iria aprender. Beijou minha boca suavemente e depois passou a beijar meu corpo inteirinho.
Quando finalmente ele me penetrou eu compreendi que com homem algum seria igual. Ele era fabuloso. O pênis se tornara ainda melhor com os anos. A minha obsessão na vida fora pênis avantajado e descobri que ele conseguia me penetrar inteira. Havia espaço suficiente sim!
Depois de completamente saciada de amor eu repousava em seu peito forte quando ele me perguntou se desta vez também eu iria começar a chorar.
Sorri e contei-lhe que andara pela vida procurando um homem com os requisitos dele. Não encontrara, era evidente.
Casamo-nos em dois meses e continuamos fazendo amor nos lugares mais estranhos e diversos. Nem preciso dizer que continuamos apaixonados um pelo outro e que o que mais desejamos é estar juntos.

SONIA DELSIN

Foto de Carmen Lúcia

Os teus poemas...

Quando chegam aos meus olhos...
Há uma ligação direta que acolho
Como a leve carícia de uma brisa
Que me toca, seduz e me eletriza

Fazendo nascer em mim a poesia

Não sei como explicar tamanho fascínio
Pelo qual fico tomado ao seu domínio
Só sinto que sem você eu não mais vivo
Porque o dia inteiro sem ti apenas sobrevivo

Do princípio ao fim você está aqui comigo

Sem a tua lembrança eu nem consigo
Meu cérebro... Intelecto... Não respira!
A minha pele tudo repele e não transpira
Tudo se espelha no alimento de tua alma

Nem mais sei quem sou eu ou quem é você

Agradável mistura sadia, amorosa e interativa
Que nos une na melhor eletricidade proativa
Do mais sublime e delicado dos sentimentos
Onde o amor pulsa soberano a todo o momento

Não concebo mais a natureza e sua grandeza
Sem que a tua presença empreste tanta beleza
E foi assim que me conquistastes... Com certeza!
Pelos teus encantadores versos simples e complexos

Mas repletos e completos... Plenos de pureza!

Muito obrigado pelos ‘seus versos’ de leveza!
És a poetisa, a companheira, a mulher e a parceira
Que enaltece, realça e enobrece as minhas preces
Que o Cordeiro de Deus a abençoe e lhe dê a PAZ!

Com todo o carinho, respeito e amor do teu eterno...

APRENDIZ DE POETA!

Hildebrando Menezes (Hilde)

" Poema em homenagem às poetisas desse site, que Hilde tanto admira e por quem nutre grande afeto, e que viverão eternamente em seu coração."

Carmen Lúcia

Foto de Joaninhavoa

O QUE MAIS DESEJO...

*
O QUE MAIS DESEJO...
*
É ter um amigo!
*

Se você soubesse o quanto entendo
O que quer dizer com seus escritos
Eu diria o mesmo assim em versos
Ou prosa, textos, não importa o jeito

Em vice-verso o contrário de fêmea
É macho! O que interessa aqui é o sentir
Nesta forma éterea e liquida, água
Das nascentes dos rios dos mares, o devir

Não me vire as costas, fala comigo
Agora e sempre desde o princípio
O que mais desejei e sempre quis
Foi ter um amigo, camarada, ou lis

Não sou bastarda nem mesmo
que o fosse! Merecia tal desprezo
De ver-me assim rejeitada
A toda a hora vezes sem conta

Quantas! Voltas de costas

Joaninhavoa
(helenafarias)
21 de Setembro de 2008

Poema/resposta, inspirado no poema
de "SE TU SOUBESSES", de Anninha,
A Flôr-de-lis
(21 de Setembro de 2008)

Foto de Marta Peres

Frágil

Frágil

Cheguei bem fundo, dentro de um poço
onde minh’alma perdeu-se, meu princípio
tornou-se o fim! Enlouquecida tentava
subir, ir à tona, arranhando as laterais,

quanto mais tentava a subida, mais descia,
voltava com mais força, sem ar, não conseguia
sonhar, estava cega, os olhos não enxergavam,
minha história triste de amor, chegava ao fim!

Na fragilidade do meu ser, entreguei-me
por completo, arrastei-me por um amor
que nada valia, mistério da vida, li em seu livro
de venturas, acreditei cada palavra pronunciada,

mentiras deparei no caminho, razão do meu viver,
jamais passou de mentiras, farsa, meu castelo
desmoronou, rastros se apagaram, meu mundo
de sonhos já não voa, foi o princípio e o fim!

Marta Peres

Foto de Carmen Lúcia

"É"...(de Gonzaguinha, com minhas considerações)...rs.

11/07/2004 15:24

É.
(Gonzaguinha)

É...
A gente quer valer o nosso amor,

(Brasil:Ame-o ou Deixe-o!Mesmo amando-o, muitos o deixam em busca de uma vida digna).

A gente quer valer nosso suor,

(Nosso suor, que enriquece cada vez mais a Classe A).

A gente quer valer o nosso humor,
(Mesmo assim fazemos piadas de nossas tristezas.Brasileiro é bem humorado).

A gente quer do bom e do melhor...

(Grande utopia:querer do bom e do melhor!Só para os peixes grandes).

A gente quer carinho e atenção,
A gente quer calor no coração,

(Mesmo não tendo esse carinho, esse calor, essa atenção, o brasileiro é carinhoso, caloroso, povo de sentimentos nobres.Ops:Os menos afortunados!!!Porém há excessões na regra).

A gente quer suar mas de prazer,

(Com a mesma intensidade com que sofre, também ama, sente tesão, paixão).

A gente quer é ter muita saúde,

(Saúde:O maior desrespeito que há com nosso povo, que morre em filas imensas do SUS).

A gente quer viver a liberdade,

(Sim,vivemos numa democracia:falamos, reivindicamos, brigamos, gritamos, indignamo-nos, protestamos, manifestamos nossa decepção, damos $$ à mídia...E eles fingem que escutam...rs).

A gente quer viver felicidade.

(Quem sabe um dia?????)

É...
A gente não tem cara de panaca,

(A gente "tem"cara de panaca;a gente é panaca sim!!!)

A gente não tem jeito de babaca,

(Como não, se deixamos chegar no ponto em que está???)

A gente não está com a bunda exposta na janela
Pra passar a mão nela.

(Discordo:A gente está com a bunda exposta para que a grande massa do poder use e abuse dela.)

É...
A gente quer viver pleno direito,

(Mas por enquanto nosso direito é dizer "SIM"às injustiças, à fome zero???, ao desemprego, à violência, à corrupção...etc)

A gente quer viver todo respeito,
A gente quer viver uma nação...

(Nação:agrupamento político, onde os membros respeitam instituições compartidas:leis, constituições, governo.?????)

A gente quer é ser um cidadão...

(Ser um cidadão é ter como prioridade a "Educação", princípio básico, que é o alicerce do país, tendo direitos e deveres, saber como exercê-los e cumprí-los na hora exata.)

A gente quer viver uma nação!
(Sim...é isso que a gente quer!!!)

Mas tenho a certeza de que no coração de cada brasileiro, mora a "ESPERANÇA" de que ainda seremos um povo feliz...

E seu grande sonho, Gonzaguinha, será enfim concretizado.

_ Carmen Lúcia_

Foto de ddi

Tornou-se tudo tão confuso...

Foste no princípio e no fim a minha inspiração
Inspirei-me na dor que me causaste
No desespero que passei
No amor que (afinal) não tive
Em ti que me partiste
Tornou-se tudo tão confuso
Tao prolongadamente doloroso
Tão isto, tão aquilo
Tão tanto, muito, pouco, e nada
Só assim me liberto
Não conheço outro meio
Para além do fechar os olhos e adormecer
Não ter que lutar dia-a-dia para (de ti) me desprender
Sem estes dois meios perco-me em pensamentos
Em recordações, em sonhos
Em tudo aquilo que agora é o nada
Vou-te dizer:
Quero-te e não te quero !
Não te quero, Amor, que me fazes chorar
Quero-te, Ódio, que me fazes libertar
Disto, daquilo, de tudo e do nada
Volta e não voltes
Deixa-me assim perdida que alguém me há-de salvar...

Foto de Carlos Lucchesi

Uma agulha no meio do caminho

Quando eu era ainda bem menino, gostava de rodear meu avô e ouvir suas histórias. E eram tão sábias, que fazia isto sempre que o visitava, naquela velha casa, no interior de Minas Gerais.

Sentávamos a beira do fogão de lenha e, enquanto a lenha ardia no fogo, ele fazia seu costumeiro cigarro de palha e começava a narrar:...

- "Certa vez, dois amigos estavam muito desanimados com as coisas da vida e souberam que andava pelas redondezas um velho sábio, que ninguém sabia sua origem. Assim, decidiram ir até ele e ouvir os seus conselhos...

O sábio os ouviu com atenção e, após alguns momentos de reflexão, disse-lhes que colocaria uma agulha naquela estrada de terra de quarenta quilômetros no meio da mata, que começava logo ali adiante, e que teriam a tarefa de encontrá-la. Saiu assim para realizar o que havia proposto...

O primeiro amigo era um homem sensato, com os pés no chão e logo entendeu que seria uma tarefa impossível de realizar e não pensou muito para recusar a proposta do velho sábio; não perderia seu precioso tempo à procura de uma agulha em lugar tão remoto.

O segundo homem, vendo a decisão do amigo, hesitou a princípio, mas era um sonhador, duvidava do impossível, acreditava nos seus sonhos e decidiu se por a caminho em busca da tal agulha...

Procurou por todo lado; perguntou as pessoas que passavam se haviam visto a tal agulha e caminhou dias seguidos nesta busca...
Alguns lhe ofereceram pousada, outros ajudaram a procurar, tomou o café da manhã com muitos. Brincou de roda e pique-esconde com algumas crianças que encontrou pelo caminho e chegou mesmo a empinar o papagaio que o menino tentava sem êxito.
Quando a tarde caía, banhava-se nas cachoeiras que encontrava a beira da estrada... E nada da agulha!...

Acordava bem cedo, a tempo de ver o boiadeiro tanger o gado e andou na garupa de um deles, que lhe ensinou a tocar o berrante e, neste caminho, gostava de ouvir o som estridente do abrir das porteiras para passar a boiada.
Ouviu o canto dos pássaros e conheceu alguns que jamais pensou que existissem, de tanta beleza. Maravilhou-se com tudo que viu e descobriu o prazer de viver. Contudo, chegou ao final da estrada, sem conseguir encontrar a tal agulha, e retornou ao sábio para dar notícia disso...

Surpreendeu-se quando o sábio lhe disse que, na verdade, jamais havia colocado agulha alguma no tal caminho e que, mais importante que as coisas que buscamos, são as experiências que vivemos, no caminho que percorremos para encontrá-las".

E, concluiu meu avô que, o segundo amigo havia passado pela vida e o primeiro, a vida havia passado por ele...Hoje, possso entender melhor o verdadeiro significado das suas palavras!

Foto de Paulo Gondim

O que é a verdade?

O QUE É A VERDADE?
Paulo Gondim
29/06/2008

Buscamos, cada um de nós, nossa verdade
Em nossos sonhos, nossos anseios
Nossos projetos, nossas ilusões
Pagando o preço alto de nossas intenções
E nos decepcionamos com o tempo
E não encontramos nossa verdade

E o que é o tempo? O limite.
Não tem princípio nem fim
Apenas nos leva para o fim
Mesmo que não reconheçamos o início
Só nos damos conta perto do fim
Quando percebemos o que se perdeu

E o que é a verdade? O medo.
Medo do insucesso, da perda
Medo do pensamento superior
Medo do que não somos
Medo da idade, medo da morte.

E nossa verdade nos questiona
No que somos e o que devemos ser
O querer ser se esconde no querer ter
No pensar que a meta é o poder

E aí se estranha essa verdade
Que nos faz vazios, medrosos
Isolados em nossa vaidade
O que é o tempo?
O que é a verdade?

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