Promessas

Foto de joaobala

Nas asas do tempo

Nas asas do tempo, o amor voa,
Leve como a brisa da manhã,
Trazendo consigo promessas sussurradas,
De eternos momentos sob o céu de verão.

Em cada olhar trocado, uma história,
Nas palavras não ditas, uma canção,
O amor, em sua forma mais pura,
Une dois corações em uma só paixão.

João Antônio, com sua pena,
Poderia ter escrito em versos dourados,
O amor que transcende a própria vida,
E nos campos verdes, eternamente enamorados.

Mas na ausência de suas palavras,
Eu ofereço este humilde verso,
Para celebrar o amor que inspira,
E em cada coração, deixa seu universo.

joao antonio (joaobala)

Foto de Jardim

não fui o primeiro a comer-te

não fui o primeiro a comer-te
a tantos fizeste juras de amor eterno
com tantos tiveste a certeza
de ter encontrado teu par.
com a tua mesma antiga convicção
ouvi as mesmas promessas.
fui apenas mais um
entre os tantos que comeram-te.
se em algum tempo desejei-te
agora é tarde para cobiçar-te.
já não arde a antiga chama
nem teus lábios aplacariam
a sede que já não existe
em minha boca antes ansiosa por provar-te
a desejar-te tanto, tanta a vontade.
a fome de ti que antes me consumia
nem minha podia ser
tantos foram os que a provaram.

Foto de Poetando

Mulher

Que vais a passar toda airosa
De cabelo solto a esvoaçar
Quem te vê não imagina
Que por dentro estás a chorar
São tantas as feridas que te causaram
Por promessas não cumpridas
Mas continuas no teu porte altivo
Não tens de que te envergonhar
Nem te deixes abater
Quem devia ter vergonha
Foi quem te andou a enganar
Tu que mostras um teu passo firme
Mostra sempre também altivez
Não vás na conversa fiada
Podem-te enganar outra vez
Tu que és uma beleza de mulher
Cuidado com a maralha
Muitos parecem ser uns anjos
Mas são uns autênticos canalhas
Não lhes interessa se ferem ou não
Pensam só no seu divertimento
Não têm mais nada no coração
Muito tempo te vai levar
Até que as feridas te sarem
Muitas lágrimas vais ainda chorar
Até elas te cicatrizarem
Mas um dia tu irás encontrar
O homem que te ame e respeite
A vida é assim e não à volta a dar
Muito ainda vais tu chorar
Até conseguires ultrapassar a dor
E esquecer como foste enganada
Por quem tu tanto tinhas amor

De: António Candeias

Foto de Jardim

ando só pelas ruas desta cidade fria e vazia

ando só pelas ruas desta cidade fria e vazia.
carrego comigo o hiato das impossibilidades
e a carga dos desenganos que fazem
da noite de sábado um proscênio solitário.

encarnação de vazios, deixo para trás
pontos de interrogação e concluo
que há muita incerteza nos caminhos
que se abrem à minha frente.

dialogo comigo mesmo, danço a coreografia
dos absurdos, réquiem inevitável
de um futuro que nunca existirá,
passos em terra de ninguém.

na praça dos consolos inúteis
distribuo a piedade que só os miseráveis
são merecedores, na minha andança
sem fim recebo do passado arrepios,
os sorrisos compartilhados são a véspera
dos desassossegos futuros.

ando sem rumo por ruas movimentadas
tentando olhar dentro dos olhos
das minhas verdades e sentindo
a batida do martelo dos remorsos
que só as escolhas erradas trazem.

fragmentos de promessas espalhadas
pelo chão, vestígios pelos muros
de possibilidades impossíveis
originadas no âmago das minhas covardias.

ando só e por aí me perco, uso a bússola
da minha inquietude, sigo as placas
dos meus medos, arranco da memória
uma fatia de sonhos que está guardada
em um frigorífico abandonado
e que quebra quando a toco, algumas coisas
são tão sagradas que não podem ser tocadas.

ando sem rumo, rumo ao improvável,
por alamedas, atalhos, pontes
e abismos que me conduzem.
andanças intermináveis, pelo caminho
questões sem respostas,
respostas sem perguntas,
coisas que não são nada,
nadas que me deixam mudo,
promessas que ouço do luar,
das gotas da chuva que nunca choveu.

estrada feita de horas e horas, o vento
e suas navalhas cortam constelações ilegíveis,
o espelho da finitude desfilando
vácuos inefáveis como se o passado
e o presente andassem de mãos dadas
sorrindo e falando alto nos corredores
desertos da minha intranquilidade:
a sagração de um vazio
que nega a si mesmo.

ando só e sem destino
sob a passarela fúnebre
deste céu de possibilidades mortas
e paixões cegas, enxergo a dureza
dos muros, os papéis levados
pelo vento e os automóveis, converso
comigo mesmo em profundo silêncio,
respiro a textura de um adeus
que faz a alma se encolher
até um canto qualquer
como um detento sem ambição
e sem propósitos, como quem
espera por alguém que não existe.

me prendo a ilusões que escapuliram
de minhas mãos como se nada mais
fosse possível, uma nuvem de poeira
formada por escombros de promessas
não cumpridas sufoca
as minhas esperanças e asfixia
o meu futuro e minhas escolhas absurdas.

tenho uma fascinação pelas coisas
que não existem mais, pegadas invisíveis
pelo chão despedaçado
de um caminho confuso, sonhos fatiados
pela lâmina inexorável dos impossíveis,
minutos perdidos e areias antigas
de ampulhetas emperradas pela desatenção.

encho a taça trincada
pelo grito dos desesperados
e brindo a chegada
da minha própria demolição.

Poema do livro Diários do Desassossego
A venda em http://sergioprof.wordpress.com
Contato:
blog: http://sergioprof.wordpress.com/
facebook: https://www.facebook.com/jardimpoeta
https://www.facebook.com/poetajardim
twitter: http://twitter.com/SERGI0_ALMEIDA
linkedin: https://www.linkedin.com/in/poeta-jardim-a7b0222b
google +: https://plus.google.com/+sergioalmeidaJardim
skoob: http://www.skoob.com.br/autor/7181-jardim

Foto de Jardim

te busco em todas as outras

te busco em todas as outras
no áspero, sinuoso rio dos abraços.
às vezes vejo tuas mãos
outras são teus pelos, outras
teus lábios iguais ao teu sexo.
a vida explode
por todas as frestas da cidade:
pernas, bocas, seios, bundas.
sou apenas carne e osso.

como era teu nome?
helena, vera
sara, daniela?

perdeu-se na desordem
de tantas noites e tantos dias,
perdeu-se na enxurrada
dos acontecimentos.

que importa um nome
a esta hora da noite?
que importa um nome
sob este teto
diante dos copos e talheres
e lâmpadas e torneiras?

quanta coisa se perde
nesta vida,
este deslumbramento que me conduz
por avenidas e vaginas
a me consumir
em noites subterrâneas.

caminhavas comigo
por esquinas de assombro,
teu fogo perpétuo
aguardando que o dia viesse
enquanto nos perdíamos
em sorrisos, em carícias,
em conversas, no amor
feito sem pressa.

desvelo, promessas,
e os carinhos mais doces
e mais devassos a explodir
no centro de tuas coxas,
no profundo de tua noite ávida.

gosto de orelha e de vagina
em minha boca,
língua no cu,
nos pentelhos.
sua maciez chegava
voando por sobre o instante,
por sobre o mar, por sobre o fumo,
sobre a primavera,
quando colocavas
tuas mãos em meu peito
como duas asas.
quando tuas mãos tocavam as minhas
se detinham
como se muito antes
já as tivessem tocado,
como se antes de aqui estar
já houvessem chegado.

nesta cama, selvagem e doce,
eras entre o prazer e o sonho,
entre a fúria e a calma.
ainda quando não existias
eu já te buscava,
buscava em tua boca
o sabor de tua íntima vida.

longe de ti
sigo pulsando como um relógio
entre automóveis e motos ,
entre outdoors,
nos shoppings,
nos bares,
pulsando no meio da noite.
sob o sol, sob a chuva,
debaixo das roupas,
debaixo da pele.

que importa um nome?
posso te chamar nuvem.
posso te chamar horizonte.

Poema do livro Amores Possíveis
A venda em http://sergioprof.wordpress.com
Contato:
blog: http://sergioprof.wordpress.com/
facebook: https://www.facebook.com/jardimpoeta
https://www.facebook.com/poetajardim
twitter: http://twitter.com/SERGI0_ALMEIDA
linkedin: https://www.linkedin.com/in/poeta-jardim-a7b0222b
google +: https://plus.google.com/+sergioalmeidaJardim
skoob: http://www.skoob.com.br/autor/7181-jardim

Foto de Jardim

antes que eu pudesse

antes que eu pudesse me dar conta, desde o princípio, antes mesmo
de te conhecer, já te amava. cultivava este amor repleto de
promessas imprevistas, em outro hemisfério, em terras distantes, em
outro continente, por cruzar mares e oceanos até me encontrar. já
amava a tua cor e o teu toque, tuas palavras antes que as ouvisse, já
previa o emaranhar de nós e nosso abraço, minha ânsia em percorrer
teus relevos e teus segredos, teus pelos em minha boca, a umidade
entre tuas pernas. já tinha minhas mãos à espera das tuas, sempre
aguardando a tua chegada, o momento delas envolverem os teus
peitos. te esperei, repleto de histórias de outras tantas que se
desvaneceram no momento em que teus lábios se encontraram com
os meus.

Poema do livro Crônicas do Amor Impossível
a venda em http://sergioprof.wordpress.com
Contato:
blog: http://sergioprof.wordpress.com/
facebook: https://www.facebook.com/jardimpoeta
https://www.facebook.com/poetajardim
twitter: http://twitter.com/SERGI0_ALMEIDA
linkedin: https://www.linkedin.com/in/poeta-jardim-a7b0222b
google +: https://plus.google.com/+sergioalmeidaJardim
skoob: http://www.skoob.com.br/autor/7181-jardim

Foto de Ivone Boechat

Não faltam professores no Brasil

Não faltam professores no Brasil
Ivone Boechat

O Brasil tem as melhores faculdades de educação, elas têm conceito bom perante os órgãos que as avaliam.
Transbordam especialistas. Se abrissem inscrições para ingresso de professores, em todo o território nacional, ao mesmo tempo, apareceria um milhão de mestres para serem contratados: mas e o salário? Ufa! Milhares de professores desistiriam das promessas centenárias de valorização da profissão e da carreira, virariam as costas para a política pública, iam preferir a privada.

Alunos não desistem de estudar, eles são empurrados para o lado de fora, porque ainda há escolas que não aprenderam a fazer um projeto pedagógico que implante o respeito às diferentes formas de aprender; não respeitam inteligências e caducaram a metodologia de “avaliar”. Confundiu-se currículo com cubículo, onde fazem uma fila desvairada à procura de um prato de sopa de letrinhas, nos refeitórios.

Não faltam livros, estão lá, impressos e distribuídos para quem quiser. Pior é que se os brasileirinhos e brasileirões quiserem ler um conto de José de Alencar, de Machado de Assis ou conhecer as poesias de Cecília Meirelles, de Augusto dos Anjos ou qualquer outro, vão ter que pesquisar nos brechós. É inegável que há escolas fazendo um belíssimo trabalho! Elas fazem, às próprias custas, o milagre da ressurreição do arquivo fantástico que esse Brasil possui.

As crianças não desistiram de brincar de roda, de jogar peteca, de pular amarelinha e nem rejeitam a história dos três porquinhos (tremenda aula de administração) do patinho feio (aula de socialização) ou da branca de neve (aula de tudo): elas precisam das histórias. A ficção educa tanto quanto a realidade. A criança passa a vida toda procurando o valor de x. Na verdade, o que ela quer mesmo é encontrar o valor dela, o valor da vida.

O Brasil não é um país pobre, é a 6ª economia do mundo. Dados indicam que o Brasil investe 4,3% do PIB em educação. E como ensinou D. João VI, o Brasil aplicava até há pouco tempo... seis vezes mais no ensino superior do que em nível básico. Aplicam? As Universidades agora estão caindo aos pedaços.As escolas desabam e quem segura essa zoeira toda? O professor!!!!!

Segundo o Sing – Sistema Nacional de Informações Sobre o Gasto Social: Educação Infantil – 0,4%, Ensino Fundamental – 2,5%, Ensino Médio – 0,5% e Ensino Superior – 0,9%. Piorou!

Avaliações internacionais de que o Brasil participa, como o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), organizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), colocam o Brasil entre os últimos classificados em Leitura e Interpretação de Textos, Matemática e Ciências. Numa amostra de 57 países… o Brasil ficou em 53º lugar. Numa escala de zero a 6, a média obtida pelo País em 2009 equivale ao nível 2 em leitura, 1 em ciências e 1 em matemática. Piorou!

Professor, não desista!

Foto de Ivone Boechat

Carta a um pai

Eu cresci, papai, pensando que você era um gênio, o homem mais forte do mundo, infalível, capaz de dar soluções a todos os problemas de nossa família ou de qualquer outra.
O tempo foi passando e o contato com o mundo, a maturidade, o juízo melhor de todas as coisas, as experiências pessoais, foram esclarecendo, desmascarando as fantasias sobre a vida e mostrando o homem comum que estava debaixo do invólucro misterioso que se escondia, quem sabe, por detrás dos seus óculos.
Lembro-me, perfeitamente, do seu chapéu de camurça marrom-escuro. Naquele tempo, era a última moda. Como o senhor perdia as abotoaduras todos os dias! ... a gente já estava acostumado a procurá-las. Quem achasse ganhava um beijo. Muitas vezes essa aventura acabava em choro, porque ciúme de um beijo de pai dói muito.
Havia uma reunião secreta dos filhos, quando as exigências eram demais. Reclamávamos uns com os outros que ser criança estava difícil. Meus irmãos afirmavam que, quando crescessem, iriam deixar seus guris fazerem o que quisessem. Filosofia de criança é engraçada, não é?
Hoje, meu pai, entendo você. O seu olhar era um sermão eficiente que penetrava. Suas promessas de castigo eram sempre adiadas, seus pacotes de balas eram um compromisso de todas as viagens e também a sua presença à nossa cabeceira, nas doenças. Quanta chantagem faz um filho nessas horas.
- Papai, quando eu melhorar você compra aquela boneca que vi na loja do seu Waldemar?
- Claro, quando você sarar, papai compra tudo.
Foi muito bom ter você como pai. Um homem honesto, sério, forte., solidário. O senhor foi um guerreiro, um exemplo. Suas lições estão sendo folheadas nas páginas da cartilha de todos os dias. Cada preciosa palavra aprendida tem-me ajudado a entender o rigor da sobrevivência. Tenho feito um esforço imenso para afastar de mim os empecilhos que, às vezes, não me deixam copiar você.
Sua filha.

Ivone Boechat
Publicado no livro Por uma Escola Humana, Ed. Freitas Bastos, pág. 182- 1RJ 1987

Foto de Derinho

Promessas

A solidão é estranha, sinto-a a falar comigo, diz que não presto, que sou uma pessoa inútil, que ninguém me quer, ninguém precisa de mim, e no final de contas vem alguém dizer que precisa, como posso eu acreditar? Como posso acreditar em alguém que me conhece há uns tempos? Não há provas, não consigo acreditar nas ações, nas promessas. Promessas… que nostalgia, palavras tão inúteis, sem sentido, palavras de boca para fora guardadas no baú da memória com raiva e ressentimento. A cara dessa pessoa ficou gravada, nunca me irei esquecer de tanta promessa feita e quebrada. Se não conseguem cumprir, porque falam? Não tenho moral, eu sei, tanto que prometi e ainda não cumpri. “Vou fazer alguém feliz” pensava eu… que ingenuidade a minha, nunca irei ser capaz de fazer alguém feliz, nem nenhuma pessoa será capaz de me fazer a mim feliz. Somos todos uns monstros, uns animais com espírito demoníaco. Nada nem ninguém é capaz de se unir a outrem para fazer o bem.

Foto de Rosamares da Maia

Não há tempo

Não há tempo

Não, não há tempo,
O tempo das esperas acabou,
Temos pressa, muita pressa.
O tempo de viver é volátil.
Construímos um novo calendário,
Alteramos o nosso relógio biológico.
Modificamos o cenário.
As flores da primavera florescem no outono.
Realidades de rotas alteradas, inacabadas,
Não importa, não há tempo para o perfeito.
Não queremos pensar,
Queremos soluções prontas, sem dor.
Queremos fetiche e paixão – não amor.
É tempo demais pra construir.
Queremos nos gastar, consumir e sumir.
Satisfazer ansiedades, sem nada assumir.
Não necessitamos de relações de qualidade.
É tempo de marés e modas, pirotecnia.
Fugas planejadas da realidade,
Das promessas mágicas dos ilusionistas.
De oferecer tudo num piscar de olhos.
Num segundo vender tudo barato.
A Humanidade barateou o seu custo,
Vivemos a lei do mercado – oferta,
Mesmo sem procura - vida e loucura.
E num gole profano afoga-se o humano,
Over dose inconsistente de gente
Gente pra que?
Se não há o tempo de Ser.

Páginas

Subscrever Promessas

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma