Rancor

Viajei durante horas até chegar à velha casinha
No alto da colina.
Cansada respiro aliviada.
A pequena ponte de madeira feita com cordas de cipó
Continua inteira.
Balança! Pra lá e pra cá!
Que vista maravilhosa que alimentam minhas ilusões.
O pequeno rio de água flutuante, calmo e claro:
A branca espuma desmancha-se em esperança.
O cansaço que invade meus ossos trezes a realidade.
Esse aglomerado de esforços, em caminhos tão solitários.
Essa viagem incessante em busca do desconhecido deixou marcas
Que nunca serão curadas.
Tudo é passado então porque aqui estou?
Que vida eu tive para que hoje volte ao teu regaço...
Há! Em teus belos campos antes de vir à tempestade...
Que só deixou saudade.
Os amores vividos em teus campos divididos.
Os sorrisos, as lágrimas...
Agora atento para o a que vim buscar...
Quero curar o meu vicio do que aqui apreendi amar.
Quero o abraço perdido, e tudo que eu poder resgatar.
De tudo que vim buscar o mais difícil será assumir minha dor
De tanto tempo longe de ti ficar.
Quero sorrir e esconder o meu rancor, afogar em teus rios minha dor.
Esmagar a vida do nada acontecido.
Aqui em teus seios quero descansar, ver as nuve douradas;
Que surgem com a alvorada.
Estou tão cansada!
Estou definhado meus dias estão findando.
Vem e me abraça eloqüente saudade.
Que minha carne consome sem piedade.
Suga todo meu ser neste breve instante de prazer.
Cansei de revira-me do avesso em busca do que aqui deixei.
Cansei de chorar, cansei de inundar com meu pranto, o doce campo branco que em minha alma passou habitar.
Há! Como é forte o cheiro das flores que ajudei cultivar!
Como bom pisar o seu solo!
Como é bom saber que estou de volta.
Que aqui ficarei até que a morte venha me abraçar.
Lanço sobre ti pela última vez esse olhar que misturei
A poeira que aqui deixei.
Tantas vezes enxugou-me com teu orvalho frio.
Doce terra minha, que bela é a minha casinha!
Estou em teu braço minha linda colina...
Começo a desfalecer... Meus olhos estão escurecendo,
O meu inocente morrer, entre a colina que nasci é dádiva de Deus.
Nunca haverá outro tão belo desabrochar.
A morte é minha estrada certa.
Descanso em teu leito ainda vê os campos brancos.
Que belo é morrer aqui na terra em que nasci!
Estou de volta! Terra minha entre seus jardins descansarei.
Vem morte iminente... Abraça-me acolha- me junto aos meus amados
Que sem me despedir aqui deixei.

A vida é como um jogo que se ganha ou que se perde.
Na vida ou se sorri ou se chora.
Na vida ah o bem e mal.
Na vida sempre existe amor.
Na vida ah desejos e rancor.
Na vida ah um corpo que se move com o vento, vem e vai a cada momento.
Na vida ah uma estrela que me guia, que me mostra o meu caminho, a estrada que eu poder pisar, onde vou poder caminhar, sempre com o risco de cair.
Na vida ah um sol que nos aquece, dá carinho, que não nos deixa viver na escuridão.
De uma vida pode vir outra vida, que ao principio parece indefesa, mas com o tempo irá se tornando mais poderosa.
Na vida ah pequenos sons que fazem a diferença.
Uma vida só acabe quando a própria morrer.

Sem ti nada mais sou,
Senão uma vida sem sentido,
Um coração vazio,
Um barco naufragado e perdido…
Um coração despedaçado,
Pela dor de não te ter tido…

Mas essa dor não conheço,
E jamais irei conhecer,
Tu es flor que brota e floresce,
Tu es o dia que amanhece…

Sem ti nada faz sentido,
Porque se o mundo gira é por ti,
E é para ti que eu vivo,
Sem ti não há paz,
E o louco homem a guerra faz…

Sem ti as estrelas não conseguem brilhar,
Sem ti a lua perde o luar,
E eu perco a ternura e pureza,
Que florescem da tua beleza…

Minha alma hoje é pura,
Porque conheci o divino amor,
Tal como um felino passa pela flor,
Eu passei por ti,
E nesse momento loucamente me perdi,
E só me reencontrei em ti,
Dentro desse olhar que me encantou,
Tu és a deusa que os meus pecados perdoou.

Tu és a luz infinita,
Que minha alma purifica,
Hoje renasci porque te conheci…

Hoje sou diferente do que fui,
Não guardo mais ódio nem rancor,
Simplesmente anseio pelo teu amor…

Como uma criança que anseia o carinho de mãe,
Eu anseio o teu amor,
Como a água que me sacia,
Eu sou cavaleiro,
E por ti combatia,
Matava e morria,
Só para te agradar,
Tu és minha deusa,
A única que quero amar….