Reação

Foto de Oliveira Santos

Carta

Meu amor

Sei que talvez não dê mais tempo de lhe dizer qualquer coisa para tentar uma reconciliação...

Errei muito, eu sei, e nem é necessário dizer o quanto você tem razão em tomar essa atitude. Mentiras, omissões, palavras mal ditas ou não ditas entre outras coisas permearam o nosso relacionamento e o conduziram até este ponto.

Durante todos esses dias de um quase desprezo seu tenho sofrido tanto...

Não lhe beijar antes de trabalhar nem depois de você chegar, não apertar seus pés vendo nossos programas preferidos ou uma série interessante e até um filme "mamão com açúcar", não dormir no chão da sala como um cão de guarda do seu lado porque você pega no sono no sofá e eu não quero interromper seu descanso, não ficar azul de fome esperando você para jantar, não lhe ouvir dizer que meu estrogonofe está "top, amor!" ou aquela picanha de forno... essas são só algumas das pequenas coisas que me martirizam por não ter mais.

...E tudo minha culpa!

Aproveitei esse tempo para refletir, recapitular nossa vida juntos na tentativa de encontrar o momento em que me perdi pelo caminho...

Isso mesmo, me perdi. Em qual bifurcação eu peguei o lado errado? Em qual rótula eu peguei a saída errada? Difícil responder... O que eu sei é que fiquei dando voltas e voltas sem chegar a lugar algum, ou melhor, sem sequer sair do lugar.

Preciso achar aquele homem por quem você se apaixonou... Resgatá-lo! Aquele que se encantava com seu sorriso; que você flagrava absorto te olhando e dizia que só estava babando; que sempre fez questão de dizer o quanto você é linda; aquele te agarrava cheio de vontade de você! Ele não morreu, está vagando, mas já estou indo buscá-lo mesmo que eu precise fazer uma terapia de regressão!

Brincadeiras à parte, eu sei que caí em descrédito. Não reguei a plantinha e ela secou... Mas não posso ficar de braços cruzados vendo a banda passar e se existe alguma esperança, por mínima que seja, preciso me mexer, aliás, já estou me mexendo! E isso não é só por você ou pelas crianças, é por mim também.

Fico olhando nossas fotos juntos, com nossos filhos lindos... Que família maravilhosa eu estou perdendo! Que mulher espetacular eu afastei de mim! Olho para cada canto da casa e chego a nos ver ali em algum momento passado de alegria ou simplesmente do cotidiano, como você sentada no sofá comigo e as crianças ou no computador trabalhando. Fecho os olhos e até consigo sentir seu cheiro!

Mas em lugar disso tudo eu dei vez ao orgulho, à teimosia, à intransigência, à falta de sensibilidade... falhei como homem e marido com você sem que merecesse e agora pago o preço por isso: o nada, o isolamento, a solidão.

Me magoar? Sim, você já me magoou com suas palavras duras. Mas pensando bem era uma reação ao meu descaso em relação a nós dois. Meus erros foram maiores que seus sermões.

Por fim quero dizer que TE AMO COM TODAS AS FORÇAS e vai ser assim por um longo tempo, queria poder fazer tudo diferente, recomeçar, não tentar de novo! Re-co-me-çar... Mas acho que não tenho mais vez na sua vida... então só posso agradecer por tudo que fez por mim, pedir desculpas por tudo que fiz e desejar que seja feliz como sempre sonhou ser, se cuide, seja sensata e cautelosa nas suas decisões. Vá e vença!

...De um homem que não soube te amar.

11/09/2018

Foto de Ivone Boechat

SOS - misericórdia para as crianças

A sociedade vive sobressaltada, de cabelo em pé, com o resultado do seu próprio estilo de vida. É muito barulho pra todo lado. Aí, a própria família, essa que reclama tanto do incômodo, basta alguém comemorar o aniversário e o barulho é o primeiro convidado a chegar. Nas festas de casamento então, o barulho chega de fraque e cartola. Os convidados, coitados, que imaginavam rever amigos e botar o assunto em dia, nem pensar. Ninguém consegue falar, só se gritar para saber, pelo menos, como o outro vai. Aliás, na primeira chance as pessoas vão saindo, estressadas e frustradas. É para economizar o consumo? É chic? É moda? É claro que um fundo musical na festa é maravilhoso! Mas, por que tanto volume? E não adianta pedir para baixar o som, o profissional contratado, o dj, tem poder; manda na festa e você pode morrer fuzilado com uma guitarra apontada para o seu ouvido que ninguém socorre ninguém.

Por onde anda a educação?

As crianças não escapam dessa maluquice de botar o som em último volume nas comemorações, pasmem, a partir de um ano de vida! Mas reparem como os pimpolhos homenageados se comportam na festa: desesperados, choram, querem tirar a roupa, os sapatos, os penduricalhos do cabelo, e geralmente os avós ou algum voluntário bom samaritano sai com a vítima aos farrapos, para dar uma volta lá fora, onde o aniversariante acaba dormindo, aliviado, longe dessa zoeira horrorosa! É um caos! Enquanto isso, uma nuvem de sofredores de tenra idade se esforçam para ficar na festa, anestesiados pela esperança de ganhar os brindes. Ufa! Que sacrifício! A maioria chega a casa e haja mecanismos para baixar a overdose de adrenalina.

A Escola não pode de maneira nenhuma se omitir na educação sobre o uso inteligente do som.

Os profissionais têm também que baixar o volume dos equipamentos utilizados nas aulas. É um horror! Os professores devem reduzir o volume da voz. Por que gritar tanto assim? Numa conversa normal, com pessoas educadas falando, o decibelímetro marca 30, 35 decibeis! Imagina o incomodo de quem é obrigado a participar de uma aula com 60 decibéis ou mais dos professores que só gritam? O resultado é este que se registra: de cada cinco crianças, nas três primeiras séries do ensino fundamental, somente uma é capaz de ler e entender uma frase escrita! É só porque o professor grita? Não! Claro que não, mas que a gritaria interfere, ah! Interfere, sim.

“O excesso de ruído causa na massa cinzenta um estímulo desnecessário, que a deixa acelerada, sem motivo. Ficamos em alerta, como se estivéssemos em perigo", explica Fernando Pimentel de Souza, neurofisiologista da Universidade Federal de Minas Gerais. Isso significa produção em excesso de cortisol, o hormônio do estresse, em picos indiferente”.
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Excesso de som altera a química cerebral: barulho excessivo das indústrias, canteiros de obras, meios de transporte, áreas de recreação, recreio da escola, festas, reuniões, etc. estratosféricos, no organismo. "É uma estratégia de defesa, que o próprio cérebro, agredido, articula", justifica o psicólogo Esdras Vasconcellos, da Universidade de São Paulo. Faz sentido, por se tratar de uma reação que prepara o corpo para se proteger de um possível problema”.

“O ouvido é o único sentido que jamais descansa, sequer durante o sono. Com isso, os ruídos urbanos são motivos a que, durante o sono, o cérebro não descanse como as leis da natureza exigem. Desta forma, o problema dos ruídos excessivos não é apenas de gostar ou não, é, nos dias que correm, uma questão de saúde, a que o Direito não pode ficar “A Escola localizada no centro nervoso das cidades tem o ensino prejudicado. Pesquisadores da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, ao avaliar os efeitos do som do trânsito diurno em alunos do 7º ano, chegaram à conclusão que alunos que estudam em escolas localizadas em áreas de tráfego intenso tiveram pior resultado nos testes de leitura - uma defasagem de sete meses - em relação às turmas de instituições situadas em áreas mais silenciosas”.

“Primeiramente, devemos educar a alma através da música e a seguir o corpo através da ginástica” Platão.

Então, mãos à obra: família, escola, igrejas, amigos, todo mundo; baixem o volume do som! Use-o, com inteligência!

Ivone Boechat

Foto de Costa e Abrantes

100º C

Seios imensos de belos
Mamílos enrrigecidos de tesão
Na viagem até o céu
Até o ponto de ebulição
Mais que 100º C
Mais que fissão por fusão
Gozo, ação e reação.

Foto de Costa e Abrantes

A língua

A língua

Transmitido de boca em boca
Cheiro peculiar
Que xana boa!
Um oral para ficares louca.
Língua que um oito faz
Língua que faz uma letra
Mostrar-te-ei “O paraíso”
Por esta boca que não boceja

Aqui não há inércia
Há ação e reação
Língua na pepeca

São as nossas preliminares
Prova, prove!
Uma vez não, mas dezenove
A posição sessenta e nove.

Foto de Rosamares da Maia

CRÔNICASA DA SAUDADE – Meu Vício é Você.

O que você pensaria se depois de quase três anos, o seu telefone tocasse num sábado às oito horas da manhã e a voz do outro lado da linha dissesse: “... Só liguei para dizer que eu te amo.” E com aquela voz quente que você lembra tão nitidamente continuasse repetindo: “Eu te amo”.
Acho que como eu você tomaria aquele baita susto. Ficaria muda por um tempo, enquanto tenta se recompor. Depois, ensaiaria alguma coisa meio disfarçada, para dizer, perguntando: - Ah! Alô! Como vai você? Que bom te ouvir. Quanto tempo! Está tudo bem?
Mas a pessoa do outro lado, com aquela voz de travesseiro, que você gostaria de escutar toda noite no seu ouvido responde displicentemente as perguntas que você fez, e que você mesma já nem sabe quais foram, e ele repete: “... Eu só liguei para dizer que eu ainda te amo muito”.
Você fica sem saber o que fazer. Toda atrapalhada, pergunta pelo trabalho dele, filhos e até pelo atual casamento, mas, chega a um ponto da conversa que só te resta dizer a verdade. – “Eu também continuo te amando”.
Ai que raiva! Isto foi coação psicológica. O pior é que você realmente disse a verdade. Mas, a dúvida gigantesca mora do outro lado da linha. Todas as palavras ditas nas juras de amor - da voz de travesseiro, não te trazem certeza alguma. Ainda bem que ele está do outro lado da linha, a quilômetros, porque se não, você já era – lençol e fronha.
Você fica envergonhada pela fraqueza, pela parte que você não consegue controlar. Você devia era ter batido com o telefone no nariz dele, ou melhor, no ouvido. Mas como se privar da voz, da descarga elétrica que ela provoca em seu corpo? Como poderia?
Você é como um alcoólatra em recuperação, já superou a fase da abstenção, mas sabe que não há cura, qualquer pequeno gole te faz querer mais e mais. Aliás, devem existir doze passos para esta loucura que é a dependência do amor.
Temos que aprender tal qual dependentes químicos, porque o amor também é química e física e aerodinâmica. Foco! Vamos voltar ao ponto.
Devemos aprender a dar um passo de cada vez, ação e reação proporcional ao amor recebido. Aprender a dizer: ... “Só por hoje.” Só por hoje eu consegui ficar longe de você. Somente por mais um dia eu vou atender ao telefone, ouvir sua voz de travesseiro falar todas as mentiras e aprender a dizer um eu também te amo sem verdade. Eu te amo, mas não quero você na minha vida. Só por hoje.

Rosamares da Maia – 17. 11. 2014.

Foto de Bruno Silvano

Comparações e Metáforas

O nosso cotidiano é cercado pelos mais belos e fantásticos fenômenos da natureza, seja eles animais dóceis, fofos, exóticos, comidas boas, medias ou tapiocas. Até mesmo pelas auroras boreais ou astrais, astros, tudo isso que faz parte de um conjunto chamado mundo, ou planeta. Que há ainda nele o luxo, a fama, o lixo e the vampire diares. Muito disso que embora passe despercebido, forma um contraste perfeito com a nossa vida.

Não basta de muito para perceber que o mundo não é mais como era há algumas décadas atrás, até mesmo olhares menos apurados são capazes de notar que o brilho das estrelas já não é mais o mesmo. Que a água, por mais insípida que seja, já não dá aquele gosto tomar e que as correntezas famintas e descontentes, sentem-se no direito de procurar por novos mares e lares, invadindo e devastando cidades na busca pela retomada de seu líquido precioso.

A cada aniversário que completa, o mundo se desenvolve, algumas vezes atraindo um caráter devastador, mas na maioria das vezes adquirindo características modernas, mais maduras, harmoniosas, inteligentes, tecnológicas que acabam por ser necessárias para as pessoas que o cercam, por mais que muitas dessas acabam por esquecer dessa relação de reciprocidade com o mundo, que não cobra e não se acha por estabelecer essa relação com as pessoas.

Assim como em todo universo, nas ciências, na química e na física todo lado positivo, tem seu lado negativo e que quando incomodado, o mundo pode gerar uma reação de igual ou maior intensidade, prova disso tem-se as catástrofe naturais. A quietude do mundo, por vezes conforta o coração dos mais depressivos, porém deixa com que as pessoas má intencionadas se aproveite e faço o que bem entender com ele, ou com ela. Já que no meio disso tudo, o planeta é uma mãezona pra humanidade, e como uma grande mulher, tem seus momentos de tpm, e acaba por provocar algumas mudanças climáticas em determinados períodos de tempo, as glaciações, por exemplo.

Porem, apesar de todos altos e baixos, pelo tamanho da sua importância, sem o planeta, talvez não seriamos nada, e a pesar de não ter o reconhecimento que deveria ter, pelas suas atitudes filantrópicas, solidárias, humanas e mundanas, o mundo mesmo que não tenha o mesmo brilho que outrora, as estrelas continuam brilhando, na perspectiva de um resgate. Em um olhar ingênuo é possível ver que o céu continua azul e imensurável e que as águas continuam correndo, ganhando uma sobrevida a cada dia e boa ação, alias, o mundo não precisa de esperança, pois ele é a esperança de quem o cerca. E é por essas e outras, que não existe algo mais bonito e fantástico que o planeta, que por sinal, não faz aniversário, hoje ou amanhã e sim todo dia. E é por isso que eu digo, PARABÉNS mundo, planeta, Larissa Duarte, ou seja lá mais como for chamado(a).

Foto de michelle machado

DESEJO DE RECONCILIAÇÃO

PELAS FORÇAS DO TROVÃO QUE A MINHA IMAGEM ENTRE EM SEU CORAÇÃO, PARA QUE (MRM) NUNCA DIGA NÃO.
FAZEI COM QUE (MRM) SINTA UMA REAÇÃO POR MIM(MVGM), Ó GRANDE UNIVERSO, TRAZEI PARA MIM (MRM), ASSIM COMO O GALO CANTA, O BURRO RINCHA, O SINO TOCA, ASSIM TU (MRM) HÁS DE ANDAR ATRÁS DE MIM(MVGM),, ASSIM COMO O SOL APARECE E BRILHA, ASSIM COMO A CHUVA CAI, FAZEI CO QUE (MRM) SEJA DOMINADO POR MEU AMOR, QUEM ME AME LOUCAMENTE E QUE SINTA DESEJO SÓ POR MIM (MVGM), E NÃO CONSIGA OLHAR NEM FALAR COM OUTRAS MULHERES COM DESEJO, QUE NÃO SEJA EU. (MVGM),
QUE ATENDA TODAS AS MINHAS (MVGM), VONTADES E NECESSIDADES, QUE NUNCA ME FAÇA SOFRER, QUE DURMA E ACORDE PENSANDO EM MIM (MVGM), COM MUITO AMOR E GRATIDÃO.
QUE NÃO CONSIGA VIVER SEM MIM(MVGM), E QUE SEUS PENSAMENTOS E DESEJOS SEJAM SEMPRE VOLTADOS A MIM (MVGM), QUE ELE SEJA CARINHOSO, ROMATICO E TRANSPARENTE COMIGO (MVGM),, HUMILDE E MANSO PARA QUE POSSAMOS TER UM BOM CONVÍVIO E HONRAR NOSSO SAGRADO CASAMENTO, ABENÇOADO POR DEUS.
PEÇO AO INFINITO PODER DO UNIVERSO QUE O MEU AMOR (MRM) ME PROCURE (MVGM), PARA FAZER AS PAZES E VOLTAR E HONRAR NOSSO CASAMENTO.
PEÇO ISSO AO PODER DO TROVÃO QUE LEVE AGORA MINHA IMAGEM(MVGM), AMOROSA E SORRIDENTE, MESMO EM SEUS SONHOS, PARA DENTRO DO SEU CORAÇÃO PARA QUE SINTA UMA ENORME EMOÇÃO E MINHA FALTA (MVGM), AO LEMBRA-SE DE MIM (MVGM),, QUE PASSE POR UMA TRANSFORMAÇÃO E QUE MEUAMOR (MRM) SINTA UM DESEJO POR MIM (MVGM), TÃO FORTE COMO UM LEÃO.
AMÉM DEUS PAI, DEUS FILHO E DEUS ESPIRITO E TODAS AS ALMAS ILUMINADAS QUE NOS CERCAM E QUEREM NOSSA FELICIDADE (MRM & MVGM).

AMÉM.

Foto de Eliseu Pompeo

Amor voltou

Quando nada dava certo
outro caso dava errado
no meu peito um deserto
me sentindo abandonado
Quando vi o amor voltou
invadindo meu coração
de repente você chegou
e me deixou sem reação.

Acreditava que o amor
só nascia uma vez
mas aí você chegou
dando luz a tudo outra vez
Escutar meu coração
me entregar mais uma vez
só sei que não vou aguentar
se perder tudo outra vez...

Foto de William Contraponto

Advertência

Eu bem que resisti
Já que nada ganharia
Mas resolvi advertir
Sobre tudo que é hipocrisia
E contar segredos estruturais
Dos templos espirituais

Ontem eles riam da diferença
Hoje agem por influencia
Tão intelectuais guiados em crença
Semelhantes descrentes na ciência

E vão vivendo assim
Seguindo com suas guerras
Julgam quem deve ter fim
Como se fossem os melhores da Terra

Uma situação parece inesperada
Esquecida, porém sempre eficaz
A reação vem sem hora marcada
Trazendo resposta e algo mais...

As mensagens enviadas do céu
Orientam profetas ocasionais
Na caminhada que busca o troféu
Para comandar poderes temporais

Toda religião tem o absurdo
De enfrentar a razão
Todas desejam ser Estado
Onde dogmas o conduzirão

Eu bem que resisti,
Mas resolvi advertir...

Foto de Bruno Silvano

A Mafia

O Vento batia continuamente na fresta da janela do quintal e produzia um leve e suave assobio, que embalava a mais belas das bandeiras, em tons cintilantes, simples e repletos de significados, que naturalmente se encaixava com aquela cidade e atraiam a atenção das pessoas que por ali passavam, os raios solares realçavam o amarelo, as nuvens em tom de algodão o branco e a camada escura de solo fértil que abria por instantes rente a neve derretia, representavam o preto. Era uma bandeira tricolor, que apesar de poucos saberem o que ela realmente significava, já a adoravam. Essa era a minha vista de quando olhava através das janelas de vidro.
Era apenas um brasileiro, criciumense para mais ser preciso, ou apenas mais um criciumense perdido e sozinho na Europa. Havia mudado recentemente para a cidade de Oxford, cidade essa cheia de cultural e beleza, um dos principais centros universitários do país. A oferta de estagio da garantia de experiências e grandes aventuras me atraíram àquele lugar. Não foi uma das escolhas mais fáceis que tomei em minha vida, longe disso, teria que abrir mão de muitos hábitos e principalmente do meu amor.
Minha cidade de natal fazia muita falta, costumava falar com as estrelas, dizem que as estrelas são boas companheiras, principalmente pra alguém quanto eu que precisa de alguém para se animar, pedia todos os dias para que meus amigos pudessem estar comigo, não que eu estivesse descontente com aquilo ali, talvez a imaturidade e inexperiência me fizesse sentir medo, me fizesse questionar o que estava fazendo ali, muitas vezes acordava assustado ao ver as arvores, os carros, os jardins repleto de neve, acreditava ainda estar dentro de um sonho. Meu passatempo era acordar cedo todos os dias, tomar um cappuccino quente e ficar em frente a lareira observando a bandeira do meu time do coração, que havia cuidadosamente enfiado em frente a casa. Esse era o meu hobbie enquanto não precisa ir trabalhar.
Seguia o mesmo caminho quase todos os dias para ir trabalhar, morava a 3 quadras da empresas, sempre ao sair de casa encontrava dois meninos e uma menina jogando futebol no pouco espaço onde a neve ainda não tomava conta, justamente em baixo aos redores da bandeira, que além de bonita servia como trave pra diversão da criançada. A cada dia que se passava o numero de crianças aumentava e todos tomavam gosto pela bandeira pela sua capacidade de iluminar e proporcional diversão para os mesmo.
Minha vida se tornava uma mesmice naquele lugar, chegara a imaginar que meu um dos meus maiores sonhos, acabara por se tornar pesadelo, era uma ainda muito sozinho repleto de solidão, mal eu imaginava que aquilo pioraria muito, mas que também passaria por muito bons momentos.
Não me importava que as crianças jogassem ali, muito menos com as varia perguntas tolas que recebia de pessoas curiosas sobre a bandeira.
Não me lembro ao certo que dia era, mas a previsão do tempo apontava a vinda de uma forte nevasca para a região, porém muitas crianças ainda brincavam no meu jardim, muitos se assustaram com o barulho das fostes rajadas de ventos que se aproximavam e saiam correndo para suas casas, mas um deles o mais novo da turma que tinha por volta de 4 anos ficou tonto, completamente desorientado, não sabia à que lado ir, logo corri par retirar o menino da rua e leva-lo pra dentro de casa, porém a hora que cheguei ele já não estava mais lá,. Apenas ouvi o barulho de um grande estouro e desmaiei, daí em diante não lembro mais nada.
Quando acordei, demorei a conciliar onde estava, o ambiente cheirava a hortelã, mas tão logo percebi que estava em minha própria cama, no lado tinha uma xícara com chá de hortelã com mel, acompanhado de um bilhete com as seguintes palavras “Cuide-se e da próxima vez tente não sair correndo como um louco na rua, no meio de uma nevasca. Da-lhe Tigre!” Seguido de risos e um beijo estampado a batom. O Chá ainda estava, ainda sentia um cheiro de perfume no ar, tão cheiroso quanto qualquer um outro que já senti outras vezes. Corri a porta pra ver se encontrava alguém, porém tarde demais, a porta estava emperrada devido o excesso de neve. Meu guarda-roupa estava um tanto quanto bagunçado, mas talvez já estivesse assim, devida a minha organização. O dia estava amanhecendo, foi ai que me dei conta que fiquei desacordado por mais de 12h.
Os telejornais avisavam a paralisação em algumas escolas e empresas devido a nevasca. Não iria precisar trabalhar, então fiquei deitado o dia inteiro tentando entender e lembrar de mais alguma coisa sobre o que havia acontecido no dia anterior. Porém todos os meus pensamentos foram interrompidos pela noticia de que entraram o corpo de um menino, por volta de 4 a 5 anos de idade, morto com sinais de asfixia, em um terreno próximo ao da minha casa.
Estava extremamente curioso para descobrir o que havia acontecido, e ainda mais quem era a pessoa que havia me trazido pra dentro de casa, minhas únicas pistas eram, o perfume, o idioma e a letra com que a pessoa havia escrito, e a julgar pelo batom imaginava se tratar de uma mulher, de fato não estava errado. Mas a questão é, o que estaria ela fazendo ali, se a única pessoa que vi era um menininho inocente e indefeso? Ao menos foi isso que imaginei ter visto, pelo menos através do vidro fosco das janelas.
Passaram-se dois dias sem que eu tenha mais informações sobre o caso, porém através de denuncias, feita por uma mulher, que não quis se identificar, que relatou me ter visto com a criança. E como a criança costumava brincar sempre no meu jardim, fiquei sem ter como me defender e as suspeitas sobre a morte do menino recaíram todas sobre mim.
Passei varias tardes respondendo inquérito e prestando depoimentos, haviam encontrado luvas com o emblema do Criciúma perto da cena do crime, o mesmo que estava na bandeira, que por sinal também havia sumido. Peritos constaram que a luva me pertencia e que eu havia sumido com a bandeira, pra não levantar suspeitas e ligações entre luva e bandeira. Mal eu sabia, que a profissão que sempre sonhava em ser, se voltava contra mim, em um mero descaso do destino.
Não entendia o que fazia uma luva do criciúma, era o único criciumense que morava na região. Tentava montar em minha cabeça parte por parte, mas faltava um detalhe, pra mim essa historia não fazia o menor sentido, quanto mais para um chefe do departamento de investigação. Que por sinal era mulher, uma bela mulher, muito me parecia familiar, era baixinha, não tinha mais do que 1,65 metros de altura, possuía cabelos ruivos puxando pra loiro, seu perfume, ela era misteriosa, e isso me atiçou a desvenda-la.
A luva era a prova concreta contra mim, pelo menos para me deportarem para o Brasil, alguns dias antes essa seria uma boa noticia, mas agora já estava muito envolvido no caso e faria de tudo para desvenda-lo, e por ventura provar minha inocência.
Em um dos depoimentos cara a cara com a chefe do departamento criminal de Londres, ela deixou cair alguns relatórios de perícia em cima de mim, havia algumas anotações em português, logo reconheci a letra, como a mesma do bilhete deixado em meu quarto. Estava ai, frente a frente com a pessoa que poderia me salvar, me defender. Ela leu em meus olhos que havia descoberto quem se trava ela, porém não me deu tempo de reação, me deu um beijo, tão suavemente quanto um de cinema, e mandou eu segui-la rapidamente e que me explicaria no caminho, mas que precisa que eu embarcasse no avião e voltasse para o Brasil. Não sei se essa foi uma das atitudes mais inteligentes que tomei, porém segui-la.
Ela me levou a um depósito velho onde trabalhará sozinha como detetive particular, e um dos seus casos era de uma máfia formada dentro da empresa em que estava trabalhando. Máfia essa que aliciava e menores idades inclusive eles que haviam cometido o assassinato do pequenino e estavam me usando pra atrair as crianças. Explicou ainda que se a culpa do assassinato caísse sobre mim era a única maneira de me defender da máfia, e por isso ela se encarregou de implantar as provas.
Detalhou: “Você estava indo salvar a criança, eles estavam atrás dela, ao perceberem que tinha alguém por perto tentaram lhe matar, porém apenas te desacordaram, e antes que tivessem mais tempo, cheguei e eles recuaram, então levei você até a cama e tratei de você, até porque temos muito mais coisas em comum do que você pensa..” Nessa parte fomos interrompido por barulhos de tiro. Corremos em direção ao carro, porém cai na armadilha e fiquei na mira da arma de um dos membros da máfia, um tiro e era certo que eu morreria. Ele engatilhou e atirou, fiquei meio surdo com o barulho do tiro, porém ela a delega havia se joga em minha frente, rebateu o tiro, porém não se livrou do ferimento. Havia sido atingida a altura do pulmão, dava pintas de que não resistiria, deu-me mais um beijo, o melhor deles, e desmaiou.
A ambulância não demorou a chegar, porém não escondia a aflição do medo em perde-la em nunca mais a ver. Porém vi em seus braços uma tatuagem “Da-lhe tigre” e logo entendi que não era apenas destino. Os médicos disseram que ela havia perdido muito sangue, porém ficaria bem. A partir desse dia descobri o que era a paixão, algo que começou a alguns anos em jogos do criciúma, e que se estendeu mais além, além de continentes, um clube que reuniu meus dois amores

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