Rios

Foto de Maiakovsky

Contornos

Acaso me chamo um felino sobre ti;
Sem caso, imito um vendaval em tuas curvas.
Tu abres universos decorados por nobreza,
luares planejados, braços, olhares e bocas.

Acso te chamo Ártemis nascida de meu peito,
lúcida erva brotada de minha Babilônia,
doce sabor das ondas que vem e vão.

Satirizo e repulso os dias sem teu perfume,
rios que correm vilas onde tu estás ausente.
Desvairado, busco os lagos florais de tua pele,
contornos em tua grande selva de delícias.

Por acaso, me chamo trovador de teus passos;
Sem vestígios, encontro jóias de tuas mãos.
Chamo-te guerreira branca em vestes brancas,
lábios infinitos em suave carmesim.

Foto de Jósley D Mattos

chagas

A sombra enxuga os rios
secam ao sal das lamurias
turvo, hibrido das cores...
O cimento violenta o verde
violetas, cinzas do jardim
aço a fio corte cega iris que ti vê
emissário da polvora,
pavorosa paz de não ser
Assombra, expurga o Rio
seco de morrer...
Cercam ao sol, sem muralhas
exsuda, sequestra, estuga a vida
no vermelho sem por quês...
No sal mar que, afogo doce lentas lágrimas...
universo de espera nos canteiros do silêncio...lápides quando há...
Pois o ocaso achado numa bala perdida é o averso que não era
Um verso a quem não sei
um pouco de amanhã
um púcaro de quimera.

Foto de Remisson Aniceto

Insurrecto

Misérrima
vida de favela
que vivi!
Desvalida
vida ávida,
desprovida.
Vida sem brios,
sob pontes,
sobre rios...
Vi-a vil,
hostil,
dividida.
Quisera vê-la
à luz de velas,
baixelas...
Ah! Vida vil,
vil vida.
Viu vida mais vil?
Viu?
Ó Orco!
Ao me vires,
vil verme,
ousarei vê-la
in extremis
à luz de velas!

Foto de Remisson Aniceto

Convite

Cantai, amor, cantai à beira-rio,
cantai enquanto o sol vos acalenta,
pois logo vem a noite e a tormenta
cobrir-vos-á com a dor do manto frio.

Chorai, amor, chorai rios de sangue,
chorai que sois culpada do meu Orco.
Deveis compartilhar da dor do morto
que vaga n`águas sujas deste mangue.

Vinde, amor, viver ao léu.
Aqui há vinho, harém, violoncelo...
Vinde, amor, que o Inferno é belo,
mil vezes mais belo que o Céu...

Foto de cathy correia

O meu amor

O meu amor...
Deixem-me gritá-lo por todas as montanhas
Espalhá-lo por todos os rios
Deixá-lo correr por todas as estradas.
O meu amor
Existe em cada criança que nasce,
Em cada velho que ri,
Em cada pessoa que se apaixona.
O meu amor
É algo especial
Não vai existir outro igual
Porque é meu...
O meu amor
É dar aos outros Felicidade
Poder retribuir Amizade
E, encontrar-te sempre que te procuro
Meu amor...

Foto de Enilton

Brasil 500 anos depois

Brasil 500 anos Depois

Ouvimos os tambores batendo
Na selva, na relva da mãe natureza
Vimos índios primorosos mais que amistosos
Com grande beleza.

Corpos esculpidos, rostos coloridos.
Combinavam com suas vestes
Belos colares, enfeitem de penas de varias espécies.

Quão grande formosura,
Liberdade naquela pele vermelha - escura a brilhar
Pés firmes no chão tocar
Recepção, convidando-nos a dançar.

A terra se abrindo; o ouro surgindo
Tamanha riqueza
Matas e cascatas de eximia beleza.
Nas matas, árvores frondosas,
Prata e pedras preciosas...

Hoje quem somos nós?

Invadimos a sua aldeia
Introduzimos as nossas doenças...
Comemos de sua ceia,
Roubamos seus costumes e crenças.

Poluímos os seus rios,
Destruímos as suas florestas
Iludimos com o nosso “brio”
Não cumprimos com nossas promessas.

Mantivemos na escravidão
Dizimamos em massa
Não respeitamos a sua religião,
Sua tradição e sua raça.

Quem somos nós?

Com presentes enganadores
Tornamos hipócritas invasores
Fizemos de nossa ambição um mito
Não ouvimos mais tambores
E sim gritos e horrores
Desses escravos heróis
Que fizeram de nós senhores.
Autoria Enilton Santos Morbeck

Foto de Carmen Lúcia

...e o planeta chora...

...e o planeta chora lágrimas de ácido,
Que caem sobre os rios como aço
E retornam num ciclo plúmbeo, sarcástico,
Gerando nuvens de plástico,
Exalando gás carbônico que se alastra,
Penetrando os pulmões numa devassa,
Poluição, fumaça, desgraça...
É um vaivém que nunca passa.
A terra seca se racha,
O que beber já não acha...
Precisa se fortalecer
E seus filhos socorrer...
Cicio de cigarras...
Tempo quente, o sol abrasa...
Novas enchentes vêm de repente,
Corpos emergem, cidades imergem,
As camadas de ozônio sequer protegem.
O mar se revolta, sem volta...
E ondas cinzentas, pusilânimes,
Transformam-se em tsunamis...
El Niño (Jesus Menino) roga por preservação,
Mas a ambição, a autodestruição,
Acelera o seu ritmo num sádico delírio,
Desequilíbrio mental, desequilíbrio letal...
E nossa casa chora o descaso e o abandono
Lixos contaminam a consciência ambiental.
É a lei do retorno...
Almas enlatadas antecipam o final.

Foto de HELDER-DUARTE

Macieiras

Vós macieiras de Alcobaça,
Rios Alcoa e Baça,
Alfeizerão, de mouros terras.
E vós de Leiria, pinhais e serras.

Deixai que Deus vos use, para dar-me alegria,
Nestas terras de Leiria...
Pois agora vosso sou...
E convosco estou...

Mas sofro por Lamego ainda amar,
Mas a vós outros também amo,
Igual amor tenho para vos dar...

Consolai meu coração,
Amai-me como, amor, por vós e Lamego eu sinto,
Que podeis crer é mais alto que uma emoção!

Helder Duarte

Foto de Zedio Alvarez

Duo poesia

A união poética de duas monstruosidades
Fez a arte ficar íntima de um pensamento,
Tirando do sério qualquer sentimento.

Com cenas extasiantes de um poema
Fazendo-nos voar na nossa alma inquieta,
Deixando a imaginação falar pelo poeta.

Vou represar as águas dos seus rios de versos
E que eu possa mergulhar no cheiro da poesia.
Para que a realidade não seja uma mera nostalgia

(De um comentário: Dueto de Insana e Francinete

Foto de Senhora Morrison

Feliz ser em você

Feliz ser em você

Seguem-se os passos
Atravessando pontes
Acima de turvos rios
Oscilando imagens
Sonhos, realidades
Ofuscando minha passagem

Suscetível caminhar
Renova-se a cada aurora
Escabroso e relutante
Numa guerra constante
De se fazer acreditar

Que você tornaria tudo afável
Propondo-me partilha
De tudo que nos diz respeito
Caminharíamos ao léu, ao fel em mel.
E nas dores que nos vão ao peito

Justo seria? A mim? A ti?
Dúvida cruel
Manchando as esperanças
Degolando as fantasias
Inebriando corações

Ao fim da ponte chego
Seguindo sua voz
Tecendo enfeites ao meu ego
Fazendo-me flutuar
Avisto seus olhos dignos
Pura avidez a me enaltecer
Saceio-me de certezas
Ludibrio minha destreza
Rendendo tenaz vontade
De feliz ser em você.

Senhora Morrison
14/03/2007

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