Rotina

Foto de sonhos1803

Te amo, mas ...

Essa noite tive um sonho,
Sonhei como muito não fazia,
Em meus braços você ria,
Ainda estávamos cansados,
Eu saciada do teu corpo,
Minhas mãos descansavam em teu peito,
Sentia a paz do mundo,
A tua pele em meu rosto,
O teu jeito ainda cansado,
Te observava de olhos fechados,
Aos poucos minhas mãos te tocavam,
Queria gravar em minha mente,
Cada centímetro do teu corpo,
Amava,
Teu cheiro, teu gosto,
Afagava teus cabelos tentando te fazer me notar,
Te sentia de olhos fechados relaxar,
Sorrindo te acariciava novamente,
Parava um pouquinho e te via se mexer como que a procura do afago,
Rindo ao final me abraçavas firme e assim ficávamos,
Escoavam minutos, horas,
Todo o tempo do mundo,
Cada segundo e o desejo,
Minha fome de teu amor.

Acordei e senti o frio dos meus lençóis, sentia o teu perfume assombrando as minhas lembranças, a saudade arranhando minha alma,
Sei de todos os erros, nem sei ao certo o que aconteceu, sei que te perdi,
O teu jeito mudo me deixou sem saber como confiar,
Nem sei como explicar o que aconteceu,
Sei que me sinto só,
Sem respostas,
Sei que te amo,
Posso até parecer piegas, mas nunca disse para outro homem,
Sempre disse a verdade, assim por mais que doesse nunca fingi amar,
Se te confessei que te amo,
Quantas vezes passei para ter a coragem de falar,
Tentei te esquecer pois talvez assim fosse melhor,
Mas eu te amo,
Essa certeza me assusta,
Me sinto só,
Ai tento novamente te fazer parar,
Mas tudo sai errado,
Você some e eu fico aqui,
Entre linhas, frases, e muita pena de mim.
Se alguns anos me perguntassem, eu afirmaria firme que nunca faia a metade das coisas que fiz,
Mas nada do que faço te faz feliz,
A cada dia me torno mais um pouco fria,
Crescendo? Não eu dia morrendo aos pouco dolorosamente,
Que droga me escute,
Nada do que faço irei me arrepender,
Mas estou cansada de tentar e muito triste,
Sinto que somos estranhos, talvez nunca fossemos mais do que isso?
Droga, se te amar é um erro, então eu mereço o teu desprezo,
Não sinto mais vontade de lutar,
Estou só, ferida , confusa e isso é tudo,
Um silencio absoluto,
Se assim o queres,
Podes continuar fingido pra si mesmo,
Viva a sua vida, se assim o queres,
Não vou mais derramar uma lacrima por ti,
Es o homem que eu amo desejo, mas nada do que eu faça irá nós mudar,
Aos teus olhos, aos meus,
Não estou te chantageando e nem blefando,
Mas te ver me fere,
Mata-me,
Deixa-me sem chão,
Cega de tudo e isso não é justo,
Se assim o queres vou embora,
Desejaria que me alcançasse antes de atravessar a porta,
Terás dias, enterres se na tua rotina,
Me vez sumir da tua vida,
Só mais uma?
Nada importa não é?

Esqueça e adormeça, enquanto a vida se escoa.
Somos as nossas escolhas.
Perfeita simetria - engenheiros do Havaí
de ana cecilia ao seu poeta

Foto de sonhos1803

Faça algo

Não vou ser uma borboleta morta nas tuas mãos,
Não vou mais viver como irmãos,
Não vou mais te esperar a porta,
Não quero mais escutar o silencio da noite,
Não vou mais lembrar da tua boca na minha,
Não vou mais esperar pra você me dispensar,
Cansei de brincar,
Cansei de tanto ansiar,
Cansei de me consolar com tão pouco,
Cansei de teu jeito morno,
Quero o fogo que me queime,
Quero que se lembre,
Quero que acordes com minha voz,
Quero tudo que puder,
Não me importo mais,
Só quero mais,
Mais de nós,
Ficar a sós,
Ter-te quieto cativo em meus lençóis,
Quero brigar,
Fazer-te parar,
Quero te abraçar,
Ver-te calar,
Quero colar minha boca na tua,
Quero virar a tua rotina,
Quero me afogar,
Queimar,
Mas te fazer gritar,
Prefiro que me odeie,
Se queixe, me deixe,
Faça-me calar, me faça mal, me faça sofrer,
Mas faça logo,
Faça algo.

Foto de Anjinhainlove

Felicidade arrancada

Se pudesse voltar atrás nada teria sido assim. Infelizmente, aconteceu, e terei de carregar com a minha sina até que o meu coração deixe de bater.
Perder um amor é sempre difícil, mas, e quando esse amor jamais voltará? E quando uma simples briga se transforma num castigo eterno? Então passo a contar.
Era Inverno, nevava intensamente, mas no meio de tanto frio, algo ainda mais frio estava para acontecer…
Era só mais uma briga, parte da rotina de um casal funcional, tinha chegado mais tarde do trabalho e deixado ela à minha espera. Mas estava cansado. Cansado do trabalho, cansado das brigas que, ultimamente, se estavam a tornar mais frequentes, cansado de tudo, e não queria ter de suportar mais uma briga por uma razão que não podia controlar, então virei as costas, abri a porta e saí. Encaminhei-me para o meu futuro. Ai se soubesse o que me esperava teria voltado atrás e beijado aquela mulher com todas as forças que me restassem. Mas não sabia.
Fui a caminho daquele novo bar que tinha aberto, gastar os meus últimos lucros. Embebedei-me tanto que posso jurar que não me lembro realmente do que aconteceu, só mais tarde soube pela nova pessoa que entraria na minha vida.
Ao embebedar-me perdi a consciência de tudo, até de que amava uma pessoa que me esperava em casa, num sofrimento calado, e entreguei-me aos braços de uma mulher. Não a conhecia nem tinha amor por ela, mas no estado em que me encontrava não podia lutar, apenas entregar-me.
Não é muito difícil adivinhar o que aconteceu. Fomos para o apartamento dessa mulher e entreguei uma noite a uma desconhecida completa, mas, claro, não me lembro de pensar, não me lembro de mais ninguém.
Voltei para casa com aquele nó na garganta… Tinha traído a pessoa que eu amava e que me amava, tudo por uma briga sem razão. Dava tudo para voltar atrás, mas não podia, era tarde demais. Mas sei que contar a verdade ia ser demasiado doloroso para ela e seria um acto egoísta meu aliviar a minha dor para ela e deixei passar o tempo, mas o pior ainda estava para vir.
Meses mais tarde aquela mulher apareceu em minha casa. Tinha uma cara angustiada e muito diferente da que tinha quando a conheci. Senti um aperto no coração quando a vi, se tivesse um buraco no chão entrava lá e não voltava mais, mas tinha de enfrentar, mesmo sabendo que a visita dela não era casual. A notícia finalmente chegou. Produto daquela noite, uma vida estava dentro dela. Uma vida inocente, mas que, mesmo assim, iria provocar uma volta na minha vida. Aquela que eu amava deixou-se cair no chão e só me lembro de a ouvir dizer “Porquê?”, deixando-se cair em lágrimas, prantos e gritos desesperados. O coração daquela mulher estava despedaçado, completamente partido em pedaços que nunca voltariam a ser colados.
Não sabia que fazer, só sabia que tinha errado profundamente e acabado com 3 vidas.
Ela mudou, decidiu que perdoar-me-ia, mas eu sabia que lá no fundo eu não estava perdoado. Os seus lindos olhos castanhos e grandes tinham-se tornado em abismos negros, sem expressão, sem felicidade. Tinha-se tornado numa caixa… uma caixa que segurava os bocadinhos do seu coração. A sua alma tinha-se ido mas eu sabia que ela me amava, agora mais que nunca, e sabia que vivia num profundo desespero. Eu não tinha esse direito. Sentia-me uma pessoa sem coração, mas que, mesmo assim, amava aquela mulher tanto que estaria disposto a morrer por ela, mas não foi assim.
O bebé nasceu. Era um ser que eu amava, mesmo sendo produto de uma noite fria e sem amor, mas era meu filho. Seria uma criança feliz, foi uma promessa que eu fiz a mim mesmo. Mas a pessoa mais importante da minha vida vivia infeliz e isso estragava qualquer oportunidade que eu teria de ser feliz eu próprio.
Mais tarde, num dia como qualquer outro, em que as negras e pesadas nuvens se abatiam sobre a minha cabeça, tive a pior notícia da minha vida. Ela desaparecera. Sem um único bilhete, sem um único adeus, sem um único rasto. Desaparecera da minha vida, tal como a felicidade tinha desaparecido naquela noite fatal. Vinte e quatro anos já se passaram e nunca mais ouvi falar dela.
Sou um ser vazio de amor, tudo me foi retirado. O meu filho era feliz, mas passados os dezoito anos tinha seguido a sua vida para longe e já há dois anos que não me tenta contactar.
Limito-me a colher a vida que eu próprio plantei. Vivo dia após dia em arrependimento. Nunca deixei de amar aquela mulher que sofreu por mim. Desejo todos os dias que ela seja feliz e que tenha encontrado uma pessoa que lhe dê a felicidade que eu não consegui dar. Até lá espero… e desespero… coberto pela eterna infelicidade de saber que podia ter sido feliz, mas uma noite fria de Inverno roubou-ma.
Se pudesse voltar atrás nada teria sido assim. Infelizmente, aconteceu, e terei de carregar com a minha sina até que o meu coração deixe de bater.

Foto de MIRLES

AMOR PLATÔNICO

AMOR PLATÔNICO

(AUTORIA DA MILLY)

SE TE ENCONTRAR EM ALGUM LUGAR

NÃO SEI SE CONSIGO RESISTIR AO TEU OLHAR

TENHO VONTADE DE SORRIR COM TEU SORRISO

SINTO QUERER BEM MAIS, QUE SE PODE QUERER DE UM AMIGO

PARO MUITAS VEZES PARA OBSERVAR A TUA BOCA SENSUAL

O QUE ME ENVOLVE, PARECE SER UMA MAGIA, UM RITUAL

É UMA ENERGIA FÍSICA, CHEIA DE EMOÇÃO

É UMA CARGA EMOTIVA, QUE VEM DO MEU CORAÇÃO

NÃO DEIXA DE SER AMOR, NÃO DEIXA DE SER AMIZADE

NÃO ME FAZ MAL ALGUM, CONTRÁRIO, ME DÁ FELICIDADE

SÓ É MEIO COMPLICADO, INCOMPREENSÍVEL

PORQUE SEI QUE PRA MIM É INACESSÍVEL

NÃO É DE NINGUÉM, E A NADA SE NEGA

MAS SE FICAR PRA MIM, MUITA COISA SE QUEBRA

ESSE É O PLATÔNICO, O UTÓPICO SENTIMENTO

QUE NOS RETIRA DA ROTINA, QUE NOS SERVE DE ALENTO

ESTE É O MEU AMANTE, IMAGINÁRIO, VIRÍL

QUE SEMPRE VEM APAGAR O MEU FOGO, O MEU ESTADO FEBRIL

QUE ME LEVA A CONHECER NOVOS CAMINHOS

QUE ME COBRE DE ATENÇÃO, DE BEIJOS E CARINHOS

É A FUGA DA REALIDADE !

É A BUSCA DA SAUDADE !

É A LOUCURA DA FANTASIA !

SERÁ QUE É LOUCURA, EU TE QUERER POR UM DIA ?

Foto de sonhos1803

Amigo diferente

Meu querido amigo,
É meio esquisito,
Descrever, testar,
Uma forma certa de te ver,
Por vezes te admiro,
Prendendo um sorriso,
A observar,
Tua forma reservada de pensar,
Conversas com calma,
Outras me faz perder a alma,
Em meio as tuas palavras e enredos,
Criticas,
Conversas,
Coisas sem reservas,
Sinto-me forte e às vezes fraca,
Sob a tua voz,
Em meu ser meio que cala,
Um pássaro selvagem,
Que esquenta meu sangue,
Em uma revolta,
De por tudo sempre a prova,
Procurando defeitos,
Até quanto?
Perco a noção do tempo,
A discordar,
A recortar da tua boca,
Da minha,
Uma implicância,
Fruto da arrogância,
Mas só assim,
Me sinto meio alegre,
Com teu jeito moleque,
A curtir, palavras, que rolam, se enrolam aos nossos pés,
Trocamos as vezes de papeis,
Não és mau,
Apenas representas,
Um desafio,
A espantar o frio da rotina,
Em nossas brigas,
A encobrir,
A falta quando o dia escoa,
Em um rio calmo,
Sem te ter em meu encalço,
Escoando,
Estorvando.

Foto de Mor

UM MENINO NUM JOGO DE INTERESSE

UM MENINO NUM JOGO DE INTERESSE

Em época não muito distante, duas mulheres se encontram na maternidade de um hospital.
Joelma chega de uma cidade do interior e é internada, pois estava próximo o dia em que deveria dar a luz a uma criança. Lúcia, a enfermeira que atendeu Joelma sentiu naquele momento uma sensação estranha que nem sabia explicar.
- Qual é o seu nome?
- Joelma, Cláudia da Silva.
- Solteira ou casada?
- Solteira.
- É o seu primeiro parto?
- Sim.
- De onde é natural?
- Carminha.
- A que município pertence essa localidade?
- Canto Novo em Santa Catarina.
- Tem algum plano de saúde?
- Não tenho, vim encaminhada pelo SUS, meu parto pode ser difícil por esse motivo fui encaminhada para uma maternidade que tenha mais recurso.
Carminha fica no interior do estado sem qualquer recurso, nem Posto de Saúde existe naquele ermo sertão.
Fez o prontuário da futura mamãe e encaminhou a mesma para o setor de internação da maternidade.
Logo em seguida fez o relatório da situação da paciente, nos mínimos detalhes para ser entregue ao ginecologista de plantão daquele dia.
- Doutor a paciente vem do interior do estado, cuja localidade não tem condições de atender em caso de um parto difícil, o médico da cidade encaminhou a mesma para um hospital que tenha mais recursos.
- Você trouxe roupas para usar aqui na maternidade?
- Não, só trouxe comigo roupas que vim vestida e uma outra para quando retornar como também para o bebê, já tinham me informado que aqui na maternidade as roupas de uso durante a internação são fornecidas pela maternidade.
- Nem sei bem porque a maternidade fornece as roupas?
- Aqui temos os mais rigorosos controles de infecção hospitalar, para garantir a saúde da mãe e do bebê.
A enfermeira da ala de internação da maternidade recebeu Joelma, anotou seus dados levando-a ao quarto indicando a cama que por ela seria ocupada, mostrou o local onde ficava o botão para acionar a campainha em caso de emergência.
Joelma levava consigo somente as roupinhas para o futuro bebê, que ficaram guardadas no setor de internação.
As roupas para seu uso, bem como para o futuro bebê eram fornecidas pela maternidade, com isso evitaria o problema de infecção hospitalar. A maternidade tinha um bom conceito em relação ao problema citado.
Mais tarde, Lúcia a enfermeira plantonista, que recebeu Joelma foi até o quarto, para saber se tudo estava em ordem.
Ela ainda estava impressionada com o que tinha acontecido quando da chegada de Joelma, pergunta:
- Está bem acomodada não falta nada para você? Estava preocupada, pensei que não tivesse um bom atendimento, muitas pessoas que chegam do interior são relegadas a um segundo plano no atendimento.
- Até parece que seu relato mostra que o atendimento pelo Sistema Único de Saúde deixa algo a desejar.
Despediu-se de Joelma dizendo:
- Se necessitar de alguma coisa durante sua estadia aqui na maternidade, peça para a enfermeira de plantão me chamar, meu nome é enfermeira Lúcia, meu plantão está no fim logo eu retorno para casa, até amanhã.
E Joelma responde:
- Até amanhã e bom descanso.
Lúcia chega ao final do seu turno de trabalho, bate o ponto, troca sua roupa e vai para casa pensando:
- O que aconteceu comigo hoje? O que tem aquela mulher que vi pela primeira vez até parece um imã a me atrair, nunca me vi numa situação dessas.
Lúcia entra em seu carro, demora para acionar a chave e seguir em frente, até parece hipnotizada, diante daquela situação liga a chave e aciona o carro, sempre pensando:
- Será que o caso de Joelma é tão complicado? Como vai ser o nascimento da criança?
Claro que Lúcia como boa profissional estava preocupada, mas será que era só isso?
Finalmente chega a sua casa, entra no condomínio estaciona o carro e fica imóvel dentro dele e pensa:
- Como cheguei aqui, nem sei por onde passei, nem me lembro de quem encontrei no caminho.
Estava realmente fora de si diante de tal situação, finalmente sai do carro, dirige-se para o elevador e sobe para o seu apartamento.
Joga-se sobre a cama e fica delirando:
- Como pode acontecer tal coisa comigo, quem é ela, de onde veio, porque logo fui eu que tive que atender essa pessoa? Ela vai ser bem atendida, o caso dela pode ser grave se vier a falecer durante o parto, com quem vai ficar o bebê, será que vai nascer sadio?
Finalmente depois de algumas horas naquela situação Lúcia acorda daquele torpor e se levanta toma um banho e vai preparar o jantar, pois morava sozinha e não tinha companhia.
Sua mente ainda não tinha se acalmado daquela situação, continuava pensando.
- O que vou fazer, como vai ser amanhã quando chegar na maternidade, como terá ela passado a noite, certamente é a primeira vez que é internada em um hospital.

...

O pessoal da cozinha serviu o jantar para todos os doentes.
No hospital, ao cair da tarde, serviram o jantar para Joelma que estava calma, mas pensativa pela acolhida dada pela enfermeira Lúcia.
- Que bondosa ela foi comigo quando cheguei à maternidade, que primor de atendimento, muito diferente do atendimento dado nos Postos de Saúde do interior, me impressionou.
A enfermeira de plantão passa no quarto faz as recomendações necessárias e fala:
- Em caso de emergência acione a campainha que logo atenderemos.
Ela respondeu.
- Obrigado pelas orientações.
No quarto do hospital tinha televisão, assistiu o noticiário depois desligou, e fez suas orações.
- Senhor, protegei-me nesta noite, bem como meu bebê que está prestes a nascer, a todos que trabalham nesse hospital, principalmente a enfermeira que me recebeu quando aqui entrei, que ela seja feliz, peço pela minha família que ficou no interior, agradeço por tudo meu bom Deus Pai nosso que estais nos céus...
Logo em seguida adormece.

...

Lúcia em seu apartamento continua a pensar em Joelma.
- Será que serviram o jantar? Como deve estar pensativa longe de seus parentes.
A imagem daquela mulher não sai da sua memória, mas finalmente ela adormece.
...

Durante o sono já de madrugada acorda assustada, pois sonhara que a paciente que havia atendido a tarde tinha morrido na hora do parto naquela noite. Ao acordar fica pensativa:
- Será que esse sonho significa? Terá ela morrido, ou só foi um sonho meio maluco desses que sempre acontece comigo de vez em quando?
Vira para o lado e logo dorme novamente. Quando acorda com o ruído do despertador pensa:
- Vou levantar tomar banho e depois tomar meu café.
Em seguida ela vai até a garagem retira o carro; sempre impressionada com o sonho da madrugada, estava um pouco fora de si, na saída da garagem quase bate em outro automóvel que ia passando na rua pensa:
- Meu Deus o que estou fazendo? Quase bati meu carro.
Sai com mais calma e segue até a maternidade, ansiosa para saber como está passando a paciente que tinha chegado para a internação, estaciona o carro e vai direto até o setor da Maternidade e fala com a enfermeira chefe:
- Como vai Joelma aquela moça que foi internada ontem à tarde?
- Ela vai bem, entrou em serviço de parto na madrugada passou um pouco mal, pois o menino era grande pesou seis quilos é muito lindo e gordinho.
- Qual é o quarto que está?
- Está no quarto anexo a enfermaria número 3 e está passando bem.
- Vou fazer uma visita.
Lucia vai até o quarto que Joelma está internada bate na porta e entra.
- Bom dia como está passando?
- Agora estou boa, mas o parto foi difícil, o menino era grande e demorou mais, para nascer.
- Há pouco, ele estava aqui mamando depois levaram para o berçário.
- Qual é o número que tem no braço?
- É o número 3A.
- Depois eu vou lá ao berçário ver o menino.
Lúcia retorna, pois está na hora de começar o seu trabalho na recepção da Maternidade, continua pensando:
- Como será o menino; branco, moreninho e seus cabelos que cor têm, tudo imaginação.
Mas realmente quem não saía de sua memória era Joelma:
- Continuava pensativa. O que vou fazer quando entrar no berçário para ver o menino? Deixa isso pra lá.
Depois do almoço, Lúcia vai até lá, para conhecer o filho de Joelma, nesse horário quem estava atendendo o berçário era sua amiga Maria. Chegando Lúcia fala:
- Oi! Maria que bom que é você que está aqui, vim ver o menino que nasceu essa noite passada.
- Você sabe o número que ele tem no braço?
- Sim sei é o número 3A.
- Ele está no berço número 6.
- Lúcia chegou perto do berço e viu um menino robusto gordinho bem claro cabelos pretos ele estava enrolado numa faixa e dormia.
Lúcia se despede de Maria e volta para seu posto de trabalho. Quando na portaria chega um senhor de mais o menos 50 anos e pergunta:
- É aqui que está internada Joelma?
- Ela responde sim, é aqui que ela está internada e ontem a noite deu a luz ao um lindo menino, ela está passando bem.
- Quem é senhor?
- Sou o pai dela.
- Qual é o seu nome?
- João da Silva.
- Posso visitar ela?
- Sim pode, espere vou preparar seu crachá.
- Aguardo.
Lúcia chama uma atendente:
- Nair venha aqui leve o senhor João até o quarto anexo da enfermaria número 3 ele é o pai da Joelma que deu a luz a um menino ontem à noite.
- Sim, por favor, senhor me acompanha até o quarto.
Nair bate na porta e pede licença e fala:
- Joelma seu pai veio lhe visitar.
- Obrigada por ter trazido ele até aqui.
- Até logo, eu já vou.
O pai de Joelma entrou, cumprimentou a filha e perguntou:
- Como foi o nascimento do menino?
- Apesar de ter sido um pouco difícil ele nasceu forte e robusto.
- E onde ele está?
- Está no berçário.
- Ele não fica com você?
- Só vem aqui na hora de mamar e só faltam cinco minutos para o trazerem aqui, quando o papai vai conhecer seu neto.
Nesse momento Maria a atendente do berçário chega com o menino para ser amamentado e pergunta:
- Dona Joelma quem é esse senhor?
- É o meu pai ele veio me visitar e conhecer o seu neto.
- Pensei que fosse o pai do bebê.
Maria por curiosidade olha a ficha no pé da cama e nota que Joelma é mãe solteira e quem sabe nem saiba de quem é seu filho e pensa:
- Posso ter cometido uma gafe, em não ter olhado essa ficha antes, posso ter melindrado os dois com essa minha pergunta boba.
Maria aguarda até o final da amamentação, e do avô ver seu neto e ficar um pouco com o bebê no colo para, na volta, contar a sua esposa Virginia. Seu pai pergunta:
- Quando vai ter alta e voltar para casa?
- Não sei bem certo, mas devo ficar internada segundo o médico por mais quatro dias, mas depende de quando vem à ambulância para que eu possa voltar.
- Logo, que chegar à cidade irei falar com o prefeito para saber esses detalhes para telefonar e informar o dia que eles vêm.
- Quando o senhor for sair fale com a enfermeira Lúcia e ela lhe dá o telefone da Maternidade com todos os detalhes do dia da alta.
Estava chegando o fim do horário de visitas e o pai da Joelma iria se retirar à noite retornaria a sua cidade de origem, e disse:
- Eu vou até a Portaria falar com a enfermeira e depois vou voltar com a Ambulância da Prefeitura, espero que logo você retorne para casa, todos querem conhecer o bebê.
- Boa viagem papai; que Deus o proteja um abraço para a mamãe. Quando eu voltar vou relatar o que aconteceu aqui.
- Fique com Deus minha filha.
Chegando à Portaria a enfermeira Lúcia já tinha tudo pronto, entregou todas as informações ao pai de Joelma e disse:
- Obrigado por tudo que fez pela minha filha, que Deus lhe proteja em sua atividade profissional.
O senhor João partiu de volta para sua cidade de origem no interior do Estado, levando a lembrança do bom atendimento que recebeu quando da visita que fez a sua filha e pensava:
- Vai ser uma festa quando ela voltar no dia do batizado. Vou começar a preparar tudo antecipadamente. Qual será o nome que vamos dar a esse pimpolho? Bom, isso eu vou deixar para quando ela voltar.
Durante a viagem de regresso no final de outono início de inverno, as noites eram frias ainda mais a cada cem quilômetros ia subindo até chegar à altitude de mais novecentos metros acima do nível do mar. Em alguns trechos durante a madrugada se via fina geada nos campos quando o sol raiou trazendo um calor que foi aquecendo aos poucos e derretendo a geada. Quando já chegava o fim da viagem de retorno, o senhor João perguntou ao motorista:
- Quando será a próxima viagem a capital?
- Não sei bem certo temos alguns pacientes que tem que fazerem exames especiais, mas temos um pequeno problema, no momento esses exames estão suspensos, por falta de verba; pode ser que surja alguma emergência, porque da sua pergunta.
- Você sabe a Joelma está internada na Maternidade e deve receber alta dentro de poucos dias e ela poderia voltar na ambulância para casa, depois vamos conversar com o pessoal da prefeitura.
Finalmente chegaram à cidade. O motorista foi até a prefeitura, para saber se tinha alguma coisa a fazer com a ambulância o responsável pela saúde disse:
- Vá para casa dormir, viajou toda à noite e tem que descansar. Volte amanhã no horário normal.
O Senhor João foi para casa e sua esposa já o esperava para saber as notícias de sua filha e também saber se tinha nascido o filho (a) de Joelma. Na chegada foi uma festa e todos a rodeavam fazendo perguntas:
- Como foi a viagem?
- A viagem foi boa com muito frio na volta.
- Como vai a Joelma?
- A Joelma vai bem, nasceu o seu filho é um pimpolho muito lindo, gordinho e saudável.
- Quando ela vem daqui a alguns dias depois de estar recuperada o parto não foi fácil.
Na capital ficou a Joelma na maternidade pensando em seu pai que viajou de volta para casa, ela pensava:
- Como foi a viagem essa noite foi fria lá na serra devia estar mais frio, será que tudo correu bem e quando chegou em casa quais foram às perguntas?
De manhã serviram o café e logo mais tarde a enfermeira Lúcia veio visitá-la e saber com tinha passado aquela noite e perguntou:
- Seu pai viajou ontem à noite?
- Sim ele retornou com a ambulância da prefeitura deve ter chegado hoje de manhã em casa.
- Quando ele vai voltar para levar você de volta para casa?
- Vai depender de saber o dia da minha alta e se a prefeitura naqueles dias tem uma viagem até a capital para eu retornar.
- Posso fazer uma pergunta?
- Sim, pode fazer.
- Você gostaria de ficar morando aqui?
- Como vou ficar aqui longe de meus pais e como vou cuidar de um filho? Sem emprego isso seria difícil.
- Sei que pode ser difícil, mas não impossível.
- Com pode ser isso se não tenho ninguém por mim aqui?
- Isso se dá um jeito.
- Qual seria o jeito?
- Depois vamos falar sobre o assunto.
Tinha chegado a hora da enfermeira começar seu turno de trabalho, então se despediu dizendo:
- Antes de você voltamos a falar sobre esse assunto.
Joelma ficou pensativa todo o dia a imaginar o porquê daquela proposta da enfermeira Lúcia pensava em tudo:
- O que realmente ela quer fazendo essa proposta para mim, mas nem posso fazer isso e minha família o que vai dizer? Na certa, papai foi preparar a festa para quando eu chegar e já tenha marcado o dia do batizado do meu filho. Nem posso imaginar alternativa para ficar aqui, deixa para depois quero ver em que vai dar.
No dia seguinte quando o médico fez a visita de rotina, como vinha fazendo todos os dias desde sua internação, ele disse:
- Dona Joelma, eu vou marcar o dia da sua alta para que você comunique a seu pai para providenciar seu retorno para casa.
- Qual vai ser o dia Doutor?
- Daqui a três dias será o suficiente para se comunicar com ele?
- Ele deverá ligar amanhã para a portaria da maternidade.
- Eu vou falar com a enfermeira Lúcia e deixo o comunicado com ela.
- Assim ele terá dois dias para providenciar com a prefeitura para mandarem a ambulância me buscar.
- Nesses dias farei as visitas normais até o dia da alta.
- Doutor muito obrigado pela sua amável atenção.
- Tenha um bom dia.
Joelma fica a pensar:
- O que vai acontecer quando o Doutor falar para enfermeira Lúcia que vou receber alta daqui a três dias, ela vai vir aqui insistir naquela sua proposta, mas não posso aceitar sem voltar para casa, quem sabe depois.
Naquele dia a enfermeira não visitou Joelma, como de costume. Ela estava preocupada pensou:
- Deve estar com muito serviço por isso não veio até aqui.
No dia seguinte cedo seu João telefonou para a Portaria da Maternidade, para saber noticias do dia da alta de sua filha Joelma. Quem atendeu foi à enfermeira de plantão:
- Alô! Que fala?
- É a enfermeira Lúcia.
- Aqui é o pai da Joelma queria saber se o médico marcou o dia da alta.
- Sim ele marcou ontem e deu a contar de hoje três dias.
- Ontem fui à prefeitura saber do dia a ambulância vai até a capital informaram que vão viajar daqui a três dias chegarão aí no amanhecer do terceiro dia, ela que fique com tudo pronto para voltar para casa, aqui todos estão com saudades dela. Vou comunicar para ela daqui a pouco.
- Obrigado pela sua atenção e tenha um bom dia.
- E o Senhor também.
Naquele momento a enfermeira Lúcia levou um choque, não sabia o que fazer, ir logo ao quarto avisar Joelma? Seria uma saída, iria ela tentar mais uma vez convencê-la da sua intenção. Chega lá discretamente e pergunta:
- Já tem uma resposta para a proposta daquele dia?
- Pensei muito nesses dias, mas vai ser difícil estou esperando que ele telefone para saber do dia da minha alta, ou ele já telefonou?
A enfermeira Lúcia fica num êxtase nesse momento sem saber o que responder Joelma pergunta:
- O que aconteceu Lúcia? Parece que morreu, meu pai ligou ou não ligou?
- Ele ligou agora de manhã eu passei todos os dados que o doutor deixou comigo ontem e ele disse que a prefeitura está mandando a ambulância para buscá-la no dia marcado.
- Quanto a sua proposta depois que eu voltar para casa e ajeitar tudo por lá voltamos a conversar sobre o assunto com mais detalhes.
Naquele momento chega ao quarto a chefe do berçário com seu filho e diz:
- Está na hora de amamentar o nenê.
Lúcia sai cabisbaixa sem nada falar. Joelma amamenta o nenê e no final entrega dizendo:
- Daqui a três dias retorno de volta para casa.
A chefe do berçário tomou o menino no colo e levou para sua cama sem nada falar. Aquele foi o dia mais nefasto para a enfermeira Lúcia, uma noite interminável, estava mesmo atordoada e só pensava:
- Porque ela não aceitou a minha proposta, nem me deixou apresentar o que e tinha a dizer a ela.
Chegou o dia da partida de Joelma tudo tinha sido preparado na véspera recomendações médicas e quando deveria retornar para uma nova consulta. O motorista da prefeitura chega à portaria da maternidade e pergunta:
- A dona Joelma está pronta para viajar?
Lúcia responde que tudo está pronto.
Logo ela chega na portaria cumprimenta o motorista:
- Bom dia o senhor veio me buscar?
- Sim daqui a pouco vamos partir tudo está pronto para carregar na ambulância?
- Sim tudo está aqui às malas e mais o meu filho que ainda não escolhi o nome dele.
Joelma se despediu de todos e também da enfermeira Lúcia. Agradeceu a atenção e o atendimento que deram a ela no tempo que esteve internada embarcou e partiu de viagem. Lucia com os olhos cheios de lágrimas ficou pensando.
- Será que ela vai voltar um dia...
A viagem transcorreu dentro da normalidade e no final da tarde chegaram à cidade, em frente à prefeitura estava a família de Joelma esperando-a. Quando ela desceu sua mãe falou:
- Que bom minha filha que você voltou com um neto para sua mãe.
- Obrigada mamãe por essa recepção.
- Filha, no domingo será batizado o meu neto, o padre vem rezar missa na Igreja e seu pai já providenciou tudo só falta escolher o nome e os padrinhos.

Foi a mais bela festa realizada na cidade. Com muita comida, churrasco, porco assado e galinha recheada.

São José/SC, 9 de maio de 2.006.
morja@intergate.com.br
www.mario.poetasadvogados.com.br

Foto de Sil

Imagem

Trago vaga a lembrança
Do teu olhar ,do teu jeito
Do teu sorriso meio criança
Um quê diferente ,inusitado
Um desejo aparentemente inesperado.
Apenas um reflexo da vida
Espelhando um ponto fora da rotina.
Um silencio inquieto que se inicia
Na distância que insistentemente se cria
Entre o dia que te vi repentinamente
E a vaga esperança de te ver novamente

Foto de Cinthyas

Esperança

Sabe quando chega aquele dia em que você não quer mais nada a não ser de um ombro pra chorar e desabafar?
Sabe quando a tristeza invade seu coração e uma voz, lá no fundo, te diz: "Não há solução".?
Eu sei que você sabe. E, infelizmente, eu sei que todos nós já passamos por isso.
Nossa vida tem uma rotina cruel. Trabalhamos, estudamos, vamos à igreja, ao clube, a festas, mas quando chegamos em casa e fechamos a porta do nosso quarto, percebemos que estamos sozinhos. Nos olhamos no espelho e imaginamos: o que será que tem de errado comigo?
Saiba que não há nada de errado com você. Deus te fez perfeito. Você tem cinco sentidos que podem te ajudar a ser mais feliz. Sem dizer daqueles sentimentos, a mais, que temos quando sentimos que somos amados ou odiados, queridos ou repelidos, felizes ou tristes...esses sentimentos vivem em nosso coração, e você os tem. Levante a cabeça e tome coragem de dizer: EU POSSO!!, EU CONSIGO!!, EU SOU FELIZ!!, EU VENCEREI!!.
Mesmo que aquela voz, lá do fundo, insista em te dizer o contrário, seja e forte e decida ser feliz. Pois queira você ou não, há poder em suas palavras. E elas podem mudar a sua vida para sempre.

Foto de eterno apaixonado

Por um segundo

Dói meu coração ao sofrer outra ilusão, ter que aceitar que não vai dar, que tudo foi em vão.
Já ta virando rotina essa triste sina de decpção.
Estava apaixonado, agi no impulso deu tudo errado.Calei a voz do coração, quis seguir meu coração.Estou pagando um alto preço que eu não mereço.
Sofro por não te ter.E como esquecer?
Se quando eu te vejo me vem o desejo de te beijar, te abraçar, te amar e t efazer a mulher mais feliz do mundo mundo, nem que seja por um segundo.

Foto de Marcelo Souza

Carta ao meu anjo

Doce; simplesmente surpreendente
A flor mais bela e rara da minha vida
Meu doce anjo, te vejo em meio a tanta gente
Sorria pra mim, sorria.
Amenize meu pranto
Alegre meu coração
Dê cor a minha vida.
Sorria pra mim, sorria meu doce anjo

Descendo do céu de onde era descrente
Mudou minha vida
Mudou minha rotina
Encheu-me de luz
Trouxe-me paixão
Súbita e sincera paixão.
Descendo do céu, por isso és surpreendente
Meu coração não te esquece.
Sorria pra mim, sorria meu doce anjo.

Sorria e erga-me
Sorria e me dê asas pra voar ao teu lado
Sorria e faça a musica tocar novamente
Conte-me sua verdade, o que há em teu coração?
Busque no mais intimo do teu ser a resposta que creio não ser um não.
Te vejo tão distante mais te sinto a todo momento
Te vejo tão longe mais estás em meu coração.
Sorria pra mim, sorria meu doce anjo.

Sorria e torne-se um mortal como eu sou, ou apenas sorria e torne-me um anjo tu és, para que estejamos ligados por nossa existência, com compreensão e divisão de sentimentos.

Sorria pra mim, sorria meu doce anjo,
E seja meu sonho, sonho de um amor de verdade.
Torne-se minha realidade, quem eu quero do meu lado.
A pessoa por quem me apaixonei, a pessoa a quem um dia confidenciei e entreguei, todo meu amor, em minha verdade.

Páginas

Subscrever Rotina

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma