Saber

Foto de MariiSiqueira

Te encontrei

Tanto tempo procurei,
tanta coisa encontrei,
Pude ver o que queria
E saber que ele existia.

Não era apenas um sonho,
Era mais do que realidade,
Você foi feito para mim,
E eu sou a sua metade.

Como a lua que me ilumina,
Seu amor me faz menina,
A menina mais feliz,
Pois encontrou o que sempre quis.

Desde aquele olhar faceiro,
Aquele jeito de menino arteiro.
Desde aquele olhar, aquele cheiro,
Roubou meu coração inteiro.

Te encontrei, depois de tanto procurar
E pedi aos céus que você pudesse me amar.
Graças a Deus minha prece foi ouvida,
E eu te encontrei, Amor da minha Vida.

Foto de Ayslan

Caminho das Palavras

Estou escrevendo uma carta pra te... Não sei se te deixo saber que estou sofrendo ou apenas tento fingir que superei sua partida. Mas não posso ignorar sozinho essa saudade. Todas as noites sinto que estou morrendo aos poucos me sinto distante de te sinto-me perdendo o teu amor que ainda hoje sinto nos meus lábios frios e ressecados. Eu posso sentir a noite começando...
- Meu coração eu te peço, encontre as palavras hoje que possa trazê-la pra junto de me.
Embora eu te peça todas as noites pra voltar... Você não vem.
Não sei o que seria de mim se não pudesse lembrar-se de te e sobre esse amor escrever... Dedicar todas minhas noites pensamentos e sonhos só pra você... Fecho os olhos paro minha respiração e as lagrimas se escondem por trás de um sorriso tímido e sem jeito, sim um sorriso tímido e sem jeito não digo de dor, saudade por que esse sorriso que esconde as lagrimas cale-me quando na verdade quero dizer “Eu te amo”
Meu amor quando cruzar todos os caminhos volte pra me estarei a te esperar... Siga o caminho das minhas palavras que tracei para você voltar.
Deixarei essa carta no lugar onde te beijei pela primeira vez, se outra pessoa te entregar é por que minhas palavras encontraram você.

Para: Priscila

Foto de Sactra

O mesmo amor que nasce nos faz morrer

Amamos incondicionalmente sem saber até onde e que ponto vai esses sentimento.
Somos tolos ao achar que o amor é eterno, não vivemos eternamente para desfrutar desse amor, ninguém ama para sempre porque não vive para sempre.
O amor é uma sensação assim como a felicidade crê que é passageira a única diferença é que o amor e mais duradouro, porém algumas vezes nos faz morrer!

Sim, o amor nos faz morrer.Nos faz sangrar, e chorar infinitas vezes.Podemos dizer que amor não passa de um sonho, como se estivesse em coma esperando a hora de acordar ou simplesmente morrer.
Quando se encontra alguém que julgamos especiais temos a tola idéia de que será um amor eterno, que seja um único amor e que depois desse jamais amaremos outra vez.
Quando ele acaba tudo que era eterno não passou de fantasia, tudo que era único não passou de simplesmente mais uma pessoa em sua vida e assim como sua vinda te vez viver, sua ida te matará.
O mesmo amor que nasce nos faz morrer, alguns morrem aos poucos, outros de uma só vez, pois ele é tão único aos nossos olhos que ao mesmo tempo em que encanta é avassalador.O pior erro do ser humano é acreditar que dessa vez vai ser diferente e esquecer de descer das nuvens, abrir os olhos para realidade e ver que a o mesmo amor que nasce nos faz morrer.

Foto de Graciele Gessner

A Morte não Elimina a Saudade. (Graciele_Gessner)







Desde mais nova sempre tive receio do que poderia vir acontecer quando fosse adulta. Digo, tive muito medo da morte e quais seriam as consequências. A morte nos leva embora, mas deixa rastro de destruição por um longo tempo para quem fica. Hoje, não tenho mais pesadelos horríveis sobre esta questão, porém, a morte já me assombrou muitas vezes.

Também nunca escondi o meu desejo de ter uma morte tranquila – como aconteceu com o meu avô e a minha tia. Ninguém merece ficar sofrendo com dores ou por doenças antes de partir. Se tiver que passar por algum sofrimento que seja em plena vida saudável. Sei perfeitamente que as escrituras sagradas mencionam tal pensamento: “Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer”. Espero que o meu tempo não seja longo demais e tampouco que seja curto, mas que haja tempo suficiente para aproveitar bem a vida.

Há muitas perguntas no espaço: O que é a vida? O que é a morte? O que podemos fazer para evitar a perda? Como suportar a saudade que fica? Como esquecer quem nos deixou? Uma verdade tem que ser dita, a morte não elimina a saudade. O tempo se encarrega de dar suporte para quem ficou. No entanto, por mais que se tenta levar a vida de forma normal, nada pode preencher o vazio que fica.

O tempo passa e nada foi possível de evitar a perda. A morte me parece ser uma viagem pelos mundos, como se nossas almas pudessem voltar a viver em outro (novo) corpo. Bom seria! Contudo, resta a saudade que jamais será esquecida... A vida é esta mesma, é preciso saber vivê-la, aproveitar o máximo cada momento.


21.01.2010

Escrito por Graciele Gessner.


*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!

Foto de Aparecida Apaixonada Melo

AS MÚSICAS FALAM: COMO É GRANDE O MEU AMOR POR VOCÊ

Quando estamos nos sentindo sozinhos
Sempre queremos um pouco de carinho
E, por sentir uma ausência, lembramos saudosos os Detalhes
De quem amamos, do que sonhamos, dos famosos olhares...
Que traduziam mimicamente e falavam por si:
Como é grande o meu amor por você
E em cada instante bate uma forte emoção em mim
Que envolta na saudade que o peito invade
E por mais que eu faça, o coração cobra e insiste,
Que Não quero ver você triste.
Espero que algum dia possa te abrigar
Debaixo dos caracóis dos meus cabelos
E tranqüilamente contemplarmos juntos o mar
E carinhosamente eu possa afagar teus cabelos
Como num apelo abrir O Portão e te deixar entrar
Quero ser tudo para você
Porém quando te fazes indiferente
Sou a Fera Ferida que te encara de frente
E embora não dê o braço a torcer
Quero sempre saber: Como vai você?
E num rompante de ousadia
Saio da monotonia e te faço uma Proposta
Para juntos nos perdermos numa Cavalgada
E esperarei por você para ser amada.
Quero lhe falar do meu amor
E num Desabafo mostrar o que sou
Falar do que sinto ao te ver, das Emoções
De tudo o que sinto por você
E mostrar que todas estas canções
Apenas traduzem o meu desejo de te ver
Falando sério, quero te dizer Outra vez que você foi
E continua sendo o meu Assunto Predileto
O meu Café da manhã completo
Enfim, você será Para sempre
O meu Amor sem limites...
O meu Amor perfeito!

Foto de onil

DESEJO

SE UM DIA APARECER EM MEU SONHAR
OUTRO AMOR QUE NÃO SEJA AQUELE QUE É TEU
SERÁ RAZÃO PARA MEU PEITO SE ORGULHAR
RECUSANDO ESSE AMOR QUE ALGUÉM ME DEU

POIS SEMPRE ESSE DESEJO INFINITO
DE SÓ TE DAR AMOR E RESPEITAR
GRAVOU-SE NESTE SONHO TÃO BONITO
TODA ESTA FORÇA DE VIVER E DE TE AMAR

OUVINDO O TEU NOME SEM SABER
TUAS FEIÇÕES OU A CÔR DO TEU OLHAR
JÁ MEU PEITO ASPIRAVA CONHECER
QUEM ERA ASSIM A RAZÃO DO MEU SONHAR

E ENTÃO NESSE TEMPO JÁ PASSADO
QUE EM SONHOS DE LOUCURA ME ENVOLVI
GRAVEI TEU ROSTO NOS MEUS OLHOS, E A TEU LADO
CULTIVEI NO MEU PEITO AMOR POR TI

ATÉ AQUELE DIA QUE INSPIRADO
ME ATREVI A CONFESSAR O MEU AMOR
VIVI COMO AMIGO, TEU ALIADO
MUITAS VEZES CONSOLANDO A TUA DOR

NA MINHA MENTE RECUSAVA ESTA AMIZADE
POIS ERA AMOR QUE NO MEU PEITO GUARDAVA
AI QUANTAS VEZES VEIO A FORÇA E A VONTADE
DE DAR-TE A CONHECER QUANTO TE AMAVA

E ENFIM NESSE DIA BEM LEMBRADO
CONFESSEI ESTE MEU AMOR POR TI
FOSTE INSPIRAÇÃO NO POEMA DO MEU FADO
E NOUTROS TANTOS DE AMOR QUE JÁ ESCREVI

DEPOIS DESTES ANOS JÁ VIVIDOS
TU ÉS A MULHER QUE SEMPRE AMEI
NEM QUE OUTROS SONHOS OCUPEM MEUS SENTIDOS
TU ÉS SEMPRE O AMOR QUE EU SONHEI

SERÁS ETERNAMENTE A MEU LADO
A FORÇA QUE ME DÁ INSPIRAÇÃO
TU ÉS A MUSA DESSE FADO JÁ PASSADO
DAQUELE TEMPO QUE TE DEI MEU CORAÇÃO

POR ISSO EU EXULTO DE ALEGRIA
POIS TENHO NO MEU PEITO ESTE FULGOR
A MESMA FORÇA COM QUE TE AMEI UM DIA
NESTA PAIXÃO QUE TE DOU COM TANTO AMOR

PROCURO COM CARINHO E TERNURA
TODA ESSA AMIZADE DESSE TEMPO
AI QUANTAS VEZES EU SONHEI ESTA VENTURA
E NESSES SONHOS FOSTE TU SÓ MEU ALENTO

TU SIM ÉS A RAZÃO DO MEU VIVER
O ALIMENTO DESTA FORÇA QUE HÁ EM MIM
TU SERÁS ETERNAMENTE ESSA MULHER
QUE OCUPA A MINHA VIDA ATÉ AO FIM.

7.10.92
ONIL

Foto de Lou Poulit

UM INCENTIVO À REFLEXÃO DE TODOS OS PROSADORES TÍMIDOS

Continuando uma conversa, esquecida noutro lugar...

Dei-me conta de um outro conceito integrante do curso, que também tem tudo a ver com essa reflexão sobre os nossos personagens na vida. E avança sobre fazer arte, sobre percorrer um trajeto evolutivo, lucidamente. O que inclui escrever prosa (a arte da palavra fluída) de modo mais artisticamente pretensioso, e não exatamente presunçoso...

Depois de entrar no ateliê, com a coragem e a desenvoltura de quem entrasse no castelo de Drácula, e tentar compreender alguma coisa da parafernália que havia ali, que equivalia a uma avalanche de informações visuais e olfativas nem sempre esperada, pinturas e esculturas por toda a parte, rascunhos espalhados como que por alguma ventania, uma infinidade de miudezas, coisas difíceis de imaginar e fáceis de fazer perguntar "pra que serve isso?"... O aluno iniciante dizia, como se ainda procurasse reencaixar a própria língua: eu não sei desenhar nada, sou uma negação, um zero à esquerda, nem sei direito o que estou fazendo aqui...

Eu tentava ser simpático, e sorria sem caninos, para provar que não era o Drácula. Depois pedia ao rapaz espinhento (convenhamos que o fosse neste momento) que desenhasse aquilo que melhor soubesse desenhar, entregando-lhe uma prancha em formato A2 e um lápis. A velha senhora (agora convenhamos assim) procurava uma mesa como se houvesse esquecido a sua bússula, e a muito custo conseguia fazer a maior flor que já fizera, de uns 15 cm numa prancha daquele tamanhão, e muito distante do centro da prancha. Claro, eu não conseguia evitar de interromper, se deixasse ela passaria a tarde toda ali improdutivamente. Aquele desenho já era o bastante para que eu pudesse explicar o que pretendia.

O executivo que arrancara o paletó e a gravata para a primeira aula, depois do expediente, com a gana de quem subiria num ringue para enfrentar um Mike Tison no maior barato e cheio de sangue no álcool, olhava pra mim, a interrompê-lo, como quem implorasse deixá-lo continuar! Queria mostrar talvez que eu deveria investir nele, que estava disposto a tudo, e que ele estava ali para que eu fizesse com ele o que bem quisesse. E eu finalmente explicava: não é necessário, já vi que você pode fazer. Me diga, quantas vezes você estima que já tenha desenhado esse mesmo Homem-Aranha que acabou de rascunhar?... Ah, não contei, mestre... Claro que não, mas talvez possa fazer uma estimativa, em ordem de grandeza. Uma vez? Uma dezena? Uma centena? Mil vezes?...

O velhote, com jeitão de militar reformado, pôs a mão no queixo. Mas em vez de estar fazendo alguma conta para responder, na verdade tentava avaliar (com a astúcia que custa tantos cabelos brancos) que imagem a sua resposta produziria, na cabeça do jovem mestre. Afastou as pernas uma da outra e naquele momento eu pensei que ele pretendia bater continência para mim, mas não, aquilo era um código comportamental. Sempre fui antimilitarista, mas procurei entender o seu personagem íntimo. Afinal, ele resolveu arriscar: Mais para mil vezes... Alguém poderia acreditar nisso – perguntei a mim mesmo? Se o velhote houvesse desenhado Marilyn Monroe, vá lá que fosse. Ou a bandeira do Brasil, um obuz, uma bomba atômica, ao menos um pequeno porém honroso canivete suíço!... Mas não. Um militar que estimava ter desenhado quase mil vezes o Papa-Léguas – antigo personagem de quadrinhos e desenhos de televisão – ou tinha algum grave desvio (talvez culpa do canivete) ou estava construindo naquele momento um personagem específico para a sua insegurança, o que mais convinha deduzir. Antes que ele dissesse “Bip-bip” e tentasse correr pelo ateliê, eu tratei de prosseguir com a minha aula.

Mas qualquer que fosse o aluno, eu pedia então que sentasse nas almofadas que ficavam pelos cantos do espaço, e em seguida me sentava no chão, sem almofada. E perguntava: você já ouviu falar no Maurício de Souza, o “pai” da Mônica?... Sim, das revistas... Isso mesmo. Sabe que ele é capaz de desenhar a Mônica (mas talvez não outro dos vários personagens que assina) de olhos vendados?... O aluno tentava refletir, mas eu não esperava pela resposta. Garanto a você que ele faz isso. Sabe por que?... Acho que não, assim de surpres... Por um motivo muito simples e óbvio: ele já fez tantos desenhos semelhantes, que não precisa mais se preocupar em construir nenhuma imagem do desenhista que ele é. Muito menos com o desenho que vai fazer.

Eu não estou pretendendo estabelecer nenhuma comparação com a sua pessoa, mas somente adiantando para você uma espécie de chave para quase todas as perguntas inerentes a aprendizados. Você pode achar até que é um zero à esquerda, quer diga isso ou não. Não é. Mas a sua memória técnica é. E essa seria a principal razão de você achar que não sabe desenhar, ou não ser capaz de ver-se como artista. Todo mundo nasce com alguma sensibilidade, percepção para o belo, capacidade de fazer associações psíquicas, afetivas, emocionais e tal. Isso tudo é inato, intrínseco à natureza humana. Contudo para transpor o que está dentro de você (imaterial) para fora, de modo que outros, além de você próprio, possam compreender através de alguma sensorialidade, é preciso usar um meio físico, também chamado de veículo. Para fazer essa materialização você terá que lançar mão de uma técnica, e a técnica não é inata (salvo em raros casos).

Essa é razão mais elementar pela qual está me pagando. Mas eu não fabrico desenhistas. Apenas, com base na minha própria experiência e na minha memória técnica, vou traçar um atalho para você chegar ao que definiu como suas preferências, na nossa conversa inicial. Bastará que você faça apenas algumas coisas simples, mas que podem exigir alguma disciplina: que não faça os exercícios como faria um robô, que preste atenção com intuito de memorizar o que vou lhe dizer (como se fôsse um robô!) e que não jogue fora nem mesmo o pior dos seus resultados, pelo menos até que termine o curso. Os seus resultados de exercício, em ordem cronológica ou pelo menos lógica, por mais que pareça entulhar a sua vida, serão como os frames de um filme que só existe na sua memória, e que serve para estruturar a sua memória sensorial. Será a mais eficiente forma de avaliar o processo de aprendizado, e poderá estar sempre disponível para reavaliações.

Sua verdadeira obra, será construir um arcabouço de informações técnicas. Muito naturalmente e sem começar pelo fim ou pelo meio, você irá armazenando o conjunto da sua sensorialidade ao exercitar. Não irá memorizar tão somente o desenho em si, mas a interação entre os materiais, os sons, o cheiro, a impressão tátil de manusear e pressionar, enfim, tudo será memorizado, e a partir de certo ponto, além de saber, você estará compreendendo o que faz. Contudo, não tem que esperar o fim do curso para estabelecer uma relação mais madura consigo próprio, enquanto artista. Poderá começar a amadurecer (e reorientar) desde logo o seu foco preferencial, a sua linguagem e estilo próprios, seus conceitos e o seu próprio personagem de artista...

Isso mesmo, o artista, seja pintor, músico ou escritor, tem um personagem próprio. Para as pessoas que só podem conhecer a sua arte a partir do veículo e não a sua pessoa, será inevitável eleger atributos para agregar referencialmente ao seu nome, ou para humanizar o seu nome, e torná-lo mais compreensível. As pessoas “tocam” o produto artístico como se tocassem a pessoa do artista subconscientemente. Por isso, se você não quiser criar lucidamente o seu personagem e torná-lo compreensível para eles, os admiradores da sua arte o farão instintivamente e você só saberá depois, ou talvez passe pela vida sem saber como é visto, ou pior ainda, imaginando o que não corresponda nem de longe à realidade.

Não importa muito a linguagem artística que se escolhe. O processo evolutivo é muito semelhante. E todo aquele que reluta em mostrar seu trabalho e predispor-se a um julgamento que não se submete ao seu próprio, apenas retarda a sua própria evolução.

Foto de Lou Poulit

O CRONÔMETRO

Há alguns anos, acordei na cama de não sei quem. Eu não sabia o que estava fazendo ali, mas não tinha a menor dúvida sobre o que estava fazendo até adormecer, ou talvez devesse dizer desmaiar. A verdade pode ser muito crua para pessoas que nos amem, e tenham construído uma imagem nossa bem "cozidinha".

Eu não estava seguramente na minha casa, e não havia mais ninguém naquele apartamento. Tomei um banho morno para ganhar algum tempo e por as idéias em ordem, vesti-me, e como ainda não havia chegado ninguém que eu pudesse ver, além das estatuetas de ciganos, bruxas, gnomos e mais uma multidão de sapinhos espalhados (e todos pareciam olhar pra mim!) que acabara de descobrir ali, resolvi ir-me embora. Estranho isso. Ir embora de um apartamento desconhecido, sem despedir-me de alguém, ao menos dizer obrigado...

Na saída, uma espécie diferente de saci (de uma perna e meia, e com dois gorros vermelhos) próximo à porta me estendia a mão. Mais desconfiado do que generoso, eu arrisquei deitar cinquentinha. Mas caí na asneira de olhar mais uma vez para o seu semblante. E acabei deitando cem paus. Antes de bater a porta por fora, olhei pela fresta e, tal como se o moleque fosse eu, vinguei-me: Explorador!... No elevador desconfiei, pelo perfume fortíssimo que dois travecos deixaram ao sair, mas chegando à calçada acabaram-se as dúvidas. Eu estava na avenida Princesa Isabel, a larga entrada de Copacabana (coincidência?), para meu fugaz alívio fora do túnel dito do Pasmado! "Oh, my God! Oh my God... I more don’t want to be fucked"…

À certa distância, na confluência da avenida com o calçadão da praia, uma pequena multidão olhava para um out-door que não estava ali até a última vez. Aproximando-me vi que era um cronômetro eletrônico retroativo, comemorativo dos 500 anos da descoberta do Brasil. Fora inaugurado muito recentemente, deduzi. E eu repeti para dentro, balbuciando: Oh, my God... Em poucos minutos a multidão já não era pequena, e depois de mais algum tempo já me parecia assustadora. Mas não propriamente a multidão. Aquela gente toda, incluindo-se muitos turistas (estes por motivos bem mais óbvios) masturbava-se promiscuamente, para comemorar meio milênio de exploração.

Vagamente eu me lembrava de que alguém se dispusera a fazer algo assim comigo. E o fizera com requintes. Porém a bruma etílica não me permitia lembrar desta mulher mais do que uma meia dúzia de nomes. Afinal, que diferença faria o nome? O fato a moer-me a lucidez que restara, era saber que eu explorara e fora explorado. E ali estava eu cercado de pessoas tão festivas e presumivelmente tão pouco lúcidas, tendo por referência a lucidez que me restara.

Por um quase desespero, vire-me e fui me reencontrar no balcão de um bar. Pedi um café bem preto, alienado, como se estivesse num café expresso. Antes de servirem o café, porém, surgiu, não sei de onde, um negrinho cheio de dentes, com duas pernas normais, e com um pequeno caixote sob o braço, que apontando para os meus chinelos de dedo me pediu para engraxá-los. Lógico, escusei-me polidamente. Então ele fez gestos para que eu lhe pagasse um salgado (com suco). À minha recusa ele aceitaria só o salgado. A seguir disse que aceitaria um trocado mesmo... E para o meu desespero definitivo, a uma nova recusa ele pôs a mão na cintura acintosamente, olhou dentro do bolso da minha camisa, e me pediu um cigarro...

Eu deixei o bar para trás, retomei o caminho da minha casa com quatro certezas: primeira, de que para o negrinho não importava o que me tirasse, desde que tirasse alguma coisa; segunda, de que ele achava que eu era um turista e que tinha medo dele; terceira (oh my God!), aquele cidadão brasileiro aprendera, em no máximo 10 anos, a explorar o medo de um suspeito explorador comemorando os seus 500 anos; e quarta, que me esqueci de tomar o café. Afinal, eu achei que somos poucos, porque nossa população se reproduz a esmo, mas em vez de dias a contagem regressiva devia, ao menos estimadamente, contar as pessoas que se recusam a se abster de votar. Qualquer que seja o voto em algum nome, o sistema se reproduz! Se apossará dos votos branquinhos e dirá que os negrinhos é que se reproduzem como ratos.

(Lou Poulit, 2010)

Foto de Giiih

Tempo

Há pessoas que dizem que o tempo é a melhor coisa para quem quer esquecer algo, ou principalmente alguém.
Eu discordo totalmente
Nada que realmente tenha significado para você é simplesmente apagado pelo tempo
Um amor, por exemplo
Se for verdadeiro e sincero ele dura dias, meses, anos, vidas
E por mais que digam que ele acabou ele vai estar sempre no coração de ambos
É como o amor que sinto
Que será capaz de ir contra tudo no mundo para provar o quanto é forte e puro
É um amor que sei que jamais terei igual
Amor que me enche de esperanças, mesmo quando o mundo parece desabar sobre meus ombros
É algo tão grande que até me assusta
Algo que me faz esquecer do orgulho, do medo e da insegurança para dizer a quem quiser saber que te amo mais que tudo
Que faria tudo por você
Que morreria por ou junto a ti
Afinal como poderia viver sem o amor da minha vida?!
Simplesmente te amor até o fim dos tempos...até bem mais além

Foto de Graciele Gessner

Gota de Felicidade. (Graciele_Gessner)

Saber que ainda tenho a minha mãe viva, só confirma o que sempre pensei, existe realmente a bênção divina. Resta ainda uma gota de felicidade, mesmo que o momento seja turbulento.

19.02.2010

Escrito por Graciele Gessner.

*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!

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