Seios

Foto de PCoelho

AMOR MAIS QUE SELVAGEM

Quando me aproximo de ti, sinto
Um cheiro forte no ar que respiro
É um cheiro de bicho no cio! Quanto mais
Chego junto, exalas teus perfumes, teus hormônios
Com maior intensidade. Aguça-me as vontades
De homem vadio e os instintos de macho selvagem.

Quando meu corpo toca o teu corpo
Tua libido de fêmea estremece! Quando minha
Boca abraça a tua boca, teus olhos brilham
Os seios arrepiam com a troca de calor que acontece.

Ardemos, queimamo-nos vivos nas chamas
De um incêndio criminoso, culposo, doloso
Devastador... E bom de mais!

Passeio minhas mãos por tuas curvas
De pele macia, mostra-me vadia, faz-me deslizar
Montanhas a baixo, faz-me cair em teus abismos
Num encaixe que arde, queima, machuca
Deixa-te maluca a gritar meu nome
Chama-me de teu homem
E faz-me juras de amor que não acabam mais!

Foto de von buchman

TEU DOCE CHEIRO DE EXCITAÇÃO...

Teu doce cheiro invade minha carne
e deixa desabrochar este louco amor que tenho por ti...
neste raro momento de puro prazer,
me vejo envolvido no teu ser...
Tens sido a fuga de minha vida , minha gostosa fonte de prazer...
Enlouqueço com a anatomia de teu lindo corpo nu sobre minha cama...
Aproximo-me de ti em fúria ao ver-te se tocando
e lambendo os dedos e apertando teus seios,enquanto me dispo...
Deixamos nossos corpos serem invadidos por desejos,
anseios e fantasias, sem tabus sem nenhum pudor
e sem nenhuma censura
somente puro amor...

Num gostoso balé de sensualidade e tesão,
onde damos lugar ao fogo de paixão
que aquece nossos corações,
nos loucos e gostosos impulsos de tesão que nos conduzem
unicamente para saciar nossos desejos e fantasias.
Deletamos os falsos pudores
e a hipocrisia para podermos nos saciar em nosso amar...
As fronteiras da razão , do consciente
e inconsciente são rompidas pela exaustão do prazer...
Em momentos de puro êxtase de amor,
viajo até teu corpo que me seduz
e atiça meu libido recheado de muita tesão ...
A sensibilidade de teu corpo ao toque dos meus dedos
me faz delirar em te ver extasiada de espasmos de prazer...
Teus sussurros e gemidos contracenam
com a escultura de teu corpo
e do teu poço do amor,
que transborda o mar de néctar do teu excitar...

Navego em teu corpo cheio de amor,
na tua sensualidade que seduz os meus olhos e meu coração...
Ah... Teus seios intumescidos de tanto prazer
me fazem o aconchego do meu corpo...
Em gostosos momentos de amor
estás pronta para o meu penetrar...
Em posições acrobáticas e de muita sensualidade
te vejo ter orgasmos múltiplos
e sacio tua vontade de gozar...

Quando deslizo minha língua afoita
e atrevida entre tuas pernas ,
delicio-me quando seguras minha cabeça
e direcionando aos teus pequenos lábios
me levas ao teu monte rubro de prazer...
Contorces-te e gemes,
a tua respiração ofegante mostra-me quão grande
a tesão que estás...
Teus lábios secos e teus dentes serrados,
mostram novamente o gozo que está a chegar...
Fico a navegar e viajar no teu lago de prazer,
nas entranhas de tua carne fazendo-te delirar...
Em posições invertidas ,
levas-me a um orgasmo fatal...
Delicia-te com a seiva do amor que jorra de meu corpo,
o meu gozo fica mui gostoso ao ver-te sugar
e saciar tua sede todo meu néctar do amar...
Extasiados chegamos a plena satisfação
neste louco e gostoso amar...

AS SEMENTES DO MEU PURO AMOR,
SÃO COMO FLOCOS DE NEVE...
ELAS SÃO REGADAS COM AS LÁGRIMAS DO MEU CORAÇÃO,
POR VOCÊ MINHA ETERNA PAIXÃO . . .
ICH LIEBE DICH ...

TENHAS MEU CARINHO
E O MEU ETERNO ADMIRAR
BEIJOS E MIMOS DE PAIXÃO...

VON BUCHMAN...

Foto de Dirceu Marcelino

TEU LUME

*
*
*

É sempre assim, basta-me dirigir teu lume
Através de tua arte deslumbrada em poesia
E pode ser sob a luz do sol ou negrume
D’outra noite eu sempre sinto o que me extasia

Através do ar impregnado com teu perfume,
Que me incita e rejuvenesce com a magia,
Que me aviva e faz com que algo em mim se avolume
E nos satisfaça em êxtases de delícia.

E começam em tua boca como de costume
E percorrem os teus seios fonte de volúpias
De desejos e também da vida incólume

Do ser fruto desse amor que em ti principia
A sobrevivência como fosse anjo implume
E expõe a forma de como a vida se inicia.

Foto de Lu Lena

AMOR CONVULSIVO!

#
#
#

Estremeço ao pensar
em teus lábios molhados
fazendo-me alçar vôos
libidinosos e safados
atinja meu corpo
e faça-me entrar
em convulsão em
suores transmutantes
na volúpia de mulher
amante ardendo de
paixão...
meu corpo queime!
alastre em minhas
entranhas o fogo
desse desejo frêmito
e com tua boca contorne
com tua língua os meus
túmidos e arfantes seios
Venha!
percorra com ela meus
contornos túmidos
e em vãos deslizes
em toques frementes e
úmidos...
Alucina-me!
em teus desvarios...
perco-me em ti
em quenturas e frios
tu és a minha febre
em respingos de suores
frementes de um corpo
que arqueja e anseia
por teu toque pulsante
e febril...
em meu corpo teso
e nu...
faça-me atingir o
ápice em vertigens
desse prazer lírico
onde só consigo
saciar-me contigo...
Venha, e cure-me!
desse amor convulsivo...

Lu Lena

Foto de Marcos Oliveira

Desejo te amar

Quero teu corpo nu
Para me seduzir
Quero o teu olhar
Pedindo por prazer
Quero a tua boca
E seu beijo quente
Quero me entregar
Aos seus apelos
Quero sentir seu corpo
Quente, em chamas,
Pois a minha boca
Quer beijar a sua
E o meu corpo
Quer sentir o seu
Quero beijar
Lentamente
A sua boca
Os seus seios
O seu sexo
O seu corpo
Quero te ter
Sem pudor
Sem vergonha
Quero sentir seu corpo
Arrepiado
Cheio de prazer
Quero te possuir
De todas as maneiras
Quero saciar a tua fome
De amor, de prazer,
Quero ser o seu desejo
Quero te desejar
Quero te amar
A noite inteira
Até que saciados
Adormecemos
Nos corpos nus
Entrelaçados
Como um só corpo
Que acordar e te ver
Ao meu lado
Amor, eu só quero,
Amar você...

Foto de Nellyra

Sedução!

Me aproximo, sussurrando aos teus ouvidos...
Os meus mais íntimos desejos
Desejos que nos enfeitiçam e dominam
E te entrego dominante e dominado... o meu corpo suado
Minha língua atrevida percorre teu corpo
E adentra no mais íntimo de teu sexo
Te sugando o que explode de teu ser
E assim teu corpo estremece
Denunciando tua tara, tua excitação
Pelo gozo que te servi em meus lábios

Teus seios rijos, suplicam minha boca
Que te sugam a polpa intumescida
Teus lábios ansiosos, carnudos, buscam-me o sexo
Me entrego a você... ao toque de suas mãos
E tua boca ansiosa me suga o mel
Gememos juntos o gozo que nos permitimos
Exalando o cheiro ímpar de dois animais no cio
És minha e já não seduzo...
Sou seduzido!!!

Minha Nêga (como sempre.), estou louco de saudades de você.
Preciso te ver, te tocar, te sentir, te beijar, afagar teus cabelos macios e cheirosos que eu tanto gosto, estou com saudades de fazer amor com você... Estou com saudades do teu cheiro, dos teus olhos, dos teus carinhos!
Katso!!! Como estou com saudades... e você bem sabe o quanto...!!!

Foto de Joaninhavoa

QUEM SOIS

*
QUEM SÓIS
*
e os anjos e diabos...
*

Por fim, parece que consigo conciliar
o sono
Sonho contigo. Estávamos na cama
entre os lençóis
Centenas de anjos e diabos, multiplicados
em conto
Lutavam à nossa volta com almofadas
gritando quem sóis

Penas esvoaçavam no ar e caíam como
flocos de neve
No chão suavemente como quem pede
paz
Visualizei um corpo com rosto de mulher
e seios de sede
Impeliram-me para ti e fazíamos amor
de forma audaz

Enquanto as cópias dos anjos e diabos
Soltavam guinchos
E riam à nossa volta formando um círculo
Semi-cerrado
Lutando e golpeando até cairem cada vez
mais flocos neve

Suave e quente sedosa e densa era a neve
branca e pura
De repente sinto uma humidade vinda de dentro
Para fora
Da atmosfera a densidade provocou sensações
arranhou e entranhou

nos lençóis brancos... a mancha seminal!...

Joaninhavoa,
(helenafarias)
27 de Setembro de 2008

Foto de Dirceu Marcelino

VÍDEO-POEMA: INSTANTES POÉTICOS - DUO - DIRCEU & LU LENA

MUSA DO JARDIM ENCANTADO II – DOS PAMPAS

Penso em escrever sobre a estação das flores,
Penso em ti correndo como ave esvoaçante
Pelos campos floridos recanto de amores,
Encontro-te e miro em teus olhos como amante

E vejo em tuas íris o pampa cheio de cores,
Destacando o brilho do campo verdejante
Emoldurado por mil lírios de esplendores
E com uma pura brancura cintilante,

Como faíscas elétricas de conversores
Naturais do teu magnetismo contagiante
E atingem-me em feixes de lumes abrasadores,

Paralisando-me e atraindo-me esfuziantes
Ao aconchego de teus seios alucinadores
Onde me entrego ao nosso prazer luxuriante.

(Dirceu Marcelino )

DELÍRIO POÉTICO

Vem meu poeta teus versos recitar
em meu corpo faça tua folha de papel
teus dedos desenhe nele tua poesia
com as cores do arco íris no céu...

E no contorno de minh’alma derrame
teu néctar e o teu mel...

Seja o meu beija-flor, bicando meus
vãos sem pressa e sem pudor...

Vem meu poeta deixe tua inspiração
deslizar em meu vente, e que nele
germine soneto lírico florescendo
desejos incontroláveis e aflitos
gemidos abafados, sussurros e gritos.

Vem meu poeta não siga métricas e
nem rimas nesse elo de contentamento
deixe esse calor febril que em brasa
minha'alma a tua enleia em pensamento.

Vem meu poeta siga teu instinto nesses
versos insanos, sem nexo e sem lógica
nessa insanidade efêmera e caótica...

Percas-te nesse teu silêncio de lascívia
nessa lassidão de espasmos de prazer...

Vem meu poeta sou teu êxtase, tua sina
onde sou a tua musa em reticências...
maturidade num mix de inocência...

Nessa névoa esfuziante perdi-me
somente deuses e poetas conseguem
sentimentos d’alma decifrar...

Uma brisa passou e meu rosto veio
acarinhar...

Levando até a ti nesse instante o meu
poetar...

Nesse delírio poético que se dispersa no ar...

(LU LENA )

Foto de Dirceu Marcelino

MUSAS DO JARDIM ENCANTADO II

*
*
*

Penso em escrever sobre a estação das flores,
Penso em ti correndo como ave esvoaçante
Pelos campos floridos recanto de amores,
Encontro-te e miro em teus olhos como amante

E vejo em tuas íris o pampa cheio de cores,
Destacando o brilho do campo verdejante
Emoldurado por mil lírios de esplendores
E com uma pura brancura cintilante,

Como faíscas elétricas de conversores
Naturais do teu magnetismo contagiante
E atingem-me em feixes de lumes abrasadores,

Paralisando-me e atraindo-me esfuziantes
Ao aconchego de teus seios alucinadores
Onde me entrego ao nosso prazer luxuriante.

Foto de Cretchu

AMANTES DA NOITE


As luzes da cidade lá embaixo contrastavam com a noite sem estrelas. Pousei suavemente na sacada, em frente à janela do apartamento dela, que veio me receber vestida apenas com uma camisola branca transparente, sem mais nada por baixo do lingerie. Ela abriu a janela de grandes vidraças, com seus longos braços, e me disse sorrindo:
- Entra, amor.
Aceitei o generoso convite, e nos abraçamos. Beijei seu pescoço macio. Ela me empurrou suavemente, sorrindo, e fechou a janela. Veio até mim, pegou-me pela mão e me sentou em uma poltrona. Sentou-se ao meu colo. Acariciei seus quadris.
- Obrigado pelo convite. eu disse, enquanto ela passava seus cabelos por meu rosto. – Não é sempre que isto me acontece.
Ela beijou meus lábios, mordiscando-os. Segurou minha cabeça entre suas mãos. Disse-me, baixinho:
- Eu quis você desde que te vi ontem à noite, na biblioteca.
Sorri, feliz. Peguei-a no colo e a levei para o quarto. Ela não resistiu quando a coloquei em sua cama. Seu rosto tinha um ar tímido. Despiu-se da camisola, enquanto eu também ficava nu. Depositei a capa sobre uma cadeira e o resto das roupas deixei no chão. Deitei-me ao seu lado e a abracei. Ela me retribuiu o abraço e nos beijamos. Minhas mãos percorreram todo seu corpo, e ela me acariciava o dorso, a barriga e o pênis. Chupei fortemente seus lábios, beijei seu pescoço. Estendi-me sobre seu corpo, beijei e chupei seus mamilos, sua barriga e lambi sua vagina. Puxei seu grelo com a língua, ele se adaptou aos meus lábios e foi chupado com sofreguidão. Ela gemia baixinho, segurando-me pelos cabelos. Um jorro molhou meus lábios. Beijei e mordisquei suas pernas, seus pés. Subi por todo seu corpo, lambendo-o em todas suas partes.
Segurei-a pelo queixo. Introduzi lentamente o pênis em sua vagina, que o recebeu lubrificada. Entre suas pernas, cavalguei-a devagar até que o pênis entrasse totalmente. Aumentei o ritmo, empurrando meu pênis até o fundo de sua vagina. Ela me abraçava fortemente, acariciava minhas nádegas e minhas coxas com seus pés. Retirei o pênis, virei-a de bruços e tornei a penetrar sua vagina, enquanto com meus quadris massageava seus glúteos. Meus braços e mãos percorriam o dorso daquela mulher, eu pegava seus seios e os apertava por baixo de seu corpo esguio.
Levantei-a com uma certa violência, mantendo meu pênis dentro de sua vagina, e sentei-a sobre mim. Puxei-a para mim, com toda a força que pude, penetrando-a completamente. Seu corpo transpirava. Esfreguei suas axilas com minhas mãos, tornei a apertar seus seios, enquanto a puxava freneticamente contra mim, tocando o fundo de sua vagina. Ela se curvou para a cama e me disse:
- Não goza tudo, não! Deixa eu beber um pouco!
Livrou-se de minha penetração, virou sua cabeça para o meu lado, seus cabelos tocaram minha barriga, e colocou meu pênis em sua boca. Deitei-me de costas na cama, enquanto ela subia e descia sua cabeça com meu pênis dentro da boca. Chupou-o em todas suas partes. Lambeu meus testículos pela frente e por trás. Voltou a colocar o pênis inteiro na boca. Meu pênis encontrava o céu de sua boca e sua garganta, sua saliva o molhava. Eu acariciava seus cabelos, agarrava-os com força, massageava sua cabeça. Assim, gozei dentro de sua boca. Parte do esperma jorrou para fora, e ela o lambeu com volúpia.
Ela se deitou de lado, eu me deitei abraçando-a por trás. Puxei seu corpo contra o meu. Meu pênis logo voltou a ficar ereto, e eu o esfreguei em seu rego, tentando atingir seu ânus. Os glúteos daquela mulher foram cedendo, a ponta de meu pênis encontrou seu ânus, tentando forçá-lo. Mas ela me empurrou pelos quadris, dizendo:
- Não! Isso dói!
Repliquei:
- Você acha que eu vou te machucar? Jamais faria uma coisa dessas.
Ela se levantou rapidamente e foi até o banheiro. Voltou com uma bisnaga contendo um creme. Deitou-se de bruços, após me dar o creme. Não era um creme adequado para penetração anal, mas iria funcionar sob o aspecto psicológico. A mulher queria evitar a dor. Passei um pouco do creme nos dedos, deixei a embalagem sobre o criado-mudo ao lado da cama. Introduzi os dedos indicador e anelar lambuzados de creme em seu ânus, lubrificando-os bastantes. Ela empinou a bunda e eu me deitei sobre ela, segurando-a pela cintura. Seu ânus se contraía e abria. Iniciei uma lenta penetração, e seu ânus engoliu todo meu pênis. Ela soltou um “ai” lamentoso. Novamente a puxei, sempre agarrando sua cintura, colocando-a de quatro, sem retirar o pênis. Meu pênis ia e vinha em movimentos rápidos, o ânus perfeitamente adaptado ao seu diâmetro, enquanto ela gritava “fode, fode”. Meu pênis percorreu toda a parede de seu ânus, que estava mais molhada que úmida. Quando percebi que iria gozar novamente, deitei-me sobre ela, que se estendeu sobre a cama. Agarrei-a com força e joguei meu gozo dentro de seu ânus. O esperma ficou todo em seu reto. Ainda mantive meu pênis lá dentro por algum tempo, e por fim o retirei.
Fiquei deitado sobre ela, descansando e alisando seus cabelos, passando a mão por seu corpo. Depois deitei na cama. Ela se virou para mim e pousou sua cabeça sobre meu peito. Brinquei suavemente com seus cabelos, alisei seus quadris e suas costas, dizendo-lhe palavras doces ao ouvido. Aos poucos ela foi adormecendo, e por fim, dormiu suavemente, com sua respiração leve balançando os pelos de meu peito. Beijei sua cabeça e a deitei na cama.
Levantei-me e fui até o banheiro, onde tomei um banho. Voltei para o quarto, ela ainda dormia. Observei-a por um momento. Ronronava tranqüila em seu sono. Suas pernas levemente abertas me mostravam seu grelo inchado e úmido. Vesti as roupas, joguei a capa sobre meu corpo. Fui até a cama onde ela dormia virada de lado, e lhe dei um beijo nas pernas, outro nas nádegas, nas costas e no rosto. Beijei delicadamente seus lábios. Saí do quarto, abri a vidraça da mesma janela por onde havia entrado. Passei para a sacada e fechei a janela por fora. Subi no gradil da sacada. Não havia movimento de transeuntes naquele horário noturno. Desci lentamente, com os braços abertos, a capa esvoaçando, e pousei na rua.
Caminhei um pouco e fiz o que nunca tinha feito em todos estes séculos. Virei-me para trás, olhando em direção ao apartamento onde eu havia sido amado. Ela acordara e me olhava pela grande janela, com os braços em cruz sobre a vidraça. Vestia a mesma camisola transparente. Levei a mão aos lábios que ela beijara e que se molhara de sua saliva e seu mel. Não tive coragem de jogar o beijo, mas ela entendeu.
Sim, ela entendeu quando virei as costas e olhei a noite à minha frente. Eu não poderia voltar. Nem ficar. Sou um ser da noite. Devo ficar com a noite, e não com esta mulher que vai viver sua vida. Ela vai ter amores e rompimentos, talvez filhos, marido. Talvez se separe, volte a casar. Quem conhece os rumos do trágico destino humano? Mas estarei sempre a proteger esta mulher que me amou. Não vou deixar que se machuque. Velarei por ela durante seu sono, quando estiver em perigo, quando a noite chegar. No momento em que ela morrer, deixarei uma flor em seu túmulo. Será mais uma perda nesta eternidade à qual arrasto minha maldição.
Suspirei profundamente, sorvi o ar noturno. Segui meu caminho, deixando para trás o apartamento e a mulher que me amou. “Adeus, minha querida!, pensei”. “Mas eu vou te ver sempre”. E, caminhando lentamente, entrei no corpo escuro e sagrado da noite à qual pertenço.

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