Sensação

Foto de Eduardo Augusto

A Beleza

A beleza é fundamental sim, mas os complementos são essenciais. Tornam-na mais bela.

A BELEZA

O enlevo exagerado ao corpo é um modismo. Restrito não só ao desejo simplista de torná-lo ou mantê-lo saudável, mas a evidente exaltação à vaidade de senti-lo esbelto, elegante, inserido no contexto do que se convencionou rotular de padrão de beleza, tão propalado mundo afora.
O endeusamento ao fenótipo atingiu proporções incrivelmente extraordinárias. Diante da estampa do visual de um corpo belo, que tanto deslumbra nossos olhos, a beleza resguardada do eu, isso que se chama beleza interior ficou relegada aos bastidores, pano de fundo inexpressivo nesse espetáculo bufo, ante ao clamor delirante e frenético da beleza física.
Os olhos, principalmente os dos poetas sempre foram, desde há muito, servos declarados da beleza, endeusada e exaustivamente decantada em odes, prosas e versos.
Vinícius de Morais foi um entusiasta autêntico e declarado da beleza feminina, verdade inconteste na sua famosa citação:..."a beleza é fundamental". Dedução simplista e evasiva por nos fazer crer que a beleza da "estampa", ou aquela flagrada pelas retinas sensíveis de nossos olhos é a fundamental.
A definição de beleza parece ser muito abstrata. Somente a interação harmônica dos sentidos nos pode dar com absoluta precisão subsídios expressivos sempre quando ousamos defini-la, senti-la. Nessa concepção a beleza corpórea “nua e crua” não é tão bela. A beleza feminina para ser essencialmente bela necessita de ingredientes e complementos os quais não se adquire nas academias ou nas tão propaladas privações agressivas ao corpo com dietas absurdas. Parece ir além, muito além do que somente a fascinação aos nossos olhos. Precisa estar no timbre de uma voz manhosa a nos falar coisas que precisamos ouvir e esse falar manso nos envaideça o ego machista, na doce ilusão de que somos onipotentes; precisa estar presente discretamente nas retinas de um par de olhos astutos e perspicazes, que sempre nos busquem e quando caem profundos nos nossos, tenhamos a sensação de que fomos atingidos em cheio por duas lanças certeiras; precisa estar no contato do corpo, num abraço sempre cheio de saudades, transbordantes de insinuações maliciosas, discretamente indecentes; precisa estar na pele, no cheiro, no suor; precisa estar na elegância exagerada do falar, do ouvir, do comungar cumplicidades; a beleza feminina precisa estar na perspicácia, na intuição e na disposição incansável de saber fazer-se sempre bela não só aos nossos olhos.
A beleza é fundamental sim; mas os complementos são essenciais. Tornam-na mais bela

Foto de Canceriano apaixonado

TUA AUSÊNCIA

Oi amor,

Daqui a pouco completarão 12 hs desde que vc sumiu. E somado ao fato de ontem ter ido ao passeio. São praticamente 24 hs ou mais, que não sentamos para conversarmos direito.

Confesso que hoje estou muito sensível. Na tua ausência fico ouvindo as nossa músicas românticas que possuo aqui, e especialmente aquelas que passei para vc. E isso parece que está desestabilizando meus sentimentos.

Quando te disse, que amar alguém é paradoxal, isso não deixa de ser a mais pura verdade. Hoje estou sentindo muito isso na pele...

Entendo que sua ausência mais uma vez repetinamente, certamente deve ter sido por causa de alguma missão. Mas sua ausência repentina, independente de estar muito bem justificada, dói em mim de qualquer forma.

Não que tenha alguma culpa. Muito pelo contrário, acho q meu amor por vc é tão enorme, que me deixa assim saudoso em extremo. Fico frágil, inseguro, e a sensação de perdê-la é incrivel. Indescritivel.

Reservei na verdade, hoje, dia de domingo, para justamente podermos conversar mais, e repor os nossos breves desencontros. E assim, creio que criei em mim uma enorme expectativa da tua presença.

Ainda mais sabendo que a apartir de segunda, somente teremos com freqüência o horário meu da noite e seu de dia, no qual vc tb poderá andar muito atarefada. Felizmente espero que nos fins de semana possamos nos falar muito.

Hoje, o dia está muito bonito lá fora, parece que finalmente está aquecendo o clima. Mas dentro do meu quarto sozinho, e muitas vezes me pego olhando para o vazio. A sua ausência me faz sentir ainda mais frio o inverno que está aos poucos nos deixando.

Me sinto um pouco triste. Triste por vc não estar ao meu lado. Triste pois não tenho um sinal da sua presença. Me resisto fortemente em não te ligar. Acho q já tenho invadido demais a sua privacidade, e acredito que cada indíviduo tem que ter a sua individualidade respeitada.

Mas a agonia do choque entre o individualismo pessoal e vida sentimental compartilhada a dois, que me incomoda. Como é dificil estabelecer os limites destas relações. Realmente é muito dificil amar na ausência.

Parece-me que as dúvidas aumentam, os pontos de interrogações brotam como as flores de um galho dourado no outono. No fundo, sou uma pessoa já bastante vivido nessa área sentimental. Não devia estar assim tão desesperado e aflito, sendo que confio totalmente em vc.

Acho que amor é isso. Só se concretiza quando dois indivíduos vivem juntos na práticas. Da praticidade da vivência, que conseguimos sentir de fato a presença real da pessoa. Fornece também a segurança necessária, pois enfim compartilham uma vida a dois.

Antes disso, é muito dificil sentir-se 100% seguro de nada. Pois ainda não tem em sua pele, o cheiro de outra pessoa, o gosto dos beijos dela em sua boca, os dedos dela nos seus cabelos, e o coração dela repousada em teu coração.

Por isso, apenas tenho seus emails, as nossas músicas como referência da sua presença durante a tua ausência. E isso sinto cada vez mais insuficiente quando aumenta fortemente cada vez mais o meu amor por vc.

Preciso cada vez mais de vc ao meu lado. Cada mais algo concreto da tua presença. Acho q estou enlouquecendo de amor..rss.

Oro todos os instantes de forma muda, que vc esteja bem, e que nada tenha acontecido de mal. Aliás torço demais para que vc esteja dormindo e repousando, pois é algo que vc não vinha fazendo habitualmente.

Trouxe o notebook para ao meu lado, junto a cama, no qual estou deitado.
Após o términio deste email, continuarei deitado, olhando vagamente pela janela do meu quarto. Ouvindo as nossas canções de forma suave, e contando os minutos e segundos para sua chegada.

Talvez eu adormeça...pois ontem acabei não dormindo muito bem.
Talvez eu chore.
Talvez eu feche os olhos vagarosamente,
esperando que ao menos nos sonhos você possa dar algum sinal do seu amor.
Que conforte este coração entristecido que clama por sua presença.
Um coração que sofre em cada despedida e em cada ausência.
Vc não tem idéia de quanto vc me faz falta.
Mas sei que os sonhos não facéis de conquistar.
Então serei forte e resistente, mas mesmo assim aguardo-te na minha vida.

Eu simplesmente te amo....

Com carinho e amor
de seu amado
Chi

Foto de Canceriano apaixonado

Magia do destino

Que encanto tens tu amor??
Que me faz sorrir o coração...
Que mágica tu dominas??
Que me deixa a alma feliz!!

Uma palavra carinhosa, um consolo...
A sensação de um carinho sincero,
A ilusão da presença,
A explosão da alegria...

Uma cumplicidade infinita,
nos sonhos do dia a dia...
Que importa a distância??
Se és presença constante
Nas emoções da minha vida...

Um dia, quem sabe,

o destino caprichoso,
que na geografia nos separou,
possa nos colocar frente a frente...
Pra num momento sublime,
selar os sentimentos que

ele mesmo criou..."

Foto de eterno apaixonado

Estranha sensação

Quando estou perto de você,
juro não consigo entender.
Uma estranha sensação
invade o meu ser.
Não sei bem dizer
se é desejo, amor
ou simplesmente atração,
só sei que o meu coração
bate acelerado,
fico atordoado,
sem saber o que fazer.
Queria muito achar
as palvras certas
pra te falar,
mas como vou dizer
se nem sei o que é?

Foto de Senhora Morrison

Um instante

Sinto o coração palpitar acelerado
As mãos tremem e os olhos brilham
É você que se faz presente
Enchendo-me de desejos
Seus lábios beijam meu rosto...
E assim viajo sem notar pro nosso mundo
É tanta vontade que chego a te sentir
Não há nada igual
Essa sensação toma conta de mim
Transparece em minha face
Tento disfarçar
Mas você me enlouquece
Não consigo esconder
Sua imagem me fascina
Suas palavras me encantam
Suas atitudes me atordoam
Estou completa
Tudo que sempre quis esta diante dos meus olhos
A imaginação não para
Acho que vou explodir
Quero mais não posso
A realidade me chama
Você se vai...

Foto de Crys

Quem é você?

Quem é você que impressiona com um olhar;
que mesmo dirigido a ninguém me faz por ti suspirar.
Quem é você que mantém a sensação;
que mesmo na tua ausência quase me mata de emoção.
Quem é você que possui lábios de mel;
que com apenas um beijo me leva ao céu.
Quem é você que encanta sem saber;
que com charme gostoso faz em teu encanto me perder.
Quem é você que canta uma canção;
que nos arcordes simples conquista meu coração.
Quem é você que ilumina a imensidão;
que torna sombra em luz e me incendeia em forma de paixão.
Que é você que deslumbra o firmimento;
que brilha mais que tudo e me mata de contentamento.
Quem é você que me faz por ti suspirar?
Não sei...
Mas nunca deixarei de Te Amar.

Foto de Samoel Bianeck

Jogral da Solidão

-I-
Solidão; porque coloca esta sua mão fosca
sobre minha inocente cabeça?
Destilas a tua seiva, não doce, que vai ao poucos
se misturando com meus maus pensamentos
e descem lentamente até meu coração.
Nada te fiz - porque me persegues?
---
Olha quem diz; sou a solidão sim; mas é você quem me segue.
Estou sempre a seu lado – sou tua aprendiz.
Nunca amaldiçôo quem na minha frente não se ajoelha.
II
Me enganas, sua loba com pele de ovelha,
Invades o meu ser e ainda me aconselha!
Espedaça a minha vida; fico sangrando então se apresenta
- camuflada de remédio.
Me arrebata para o tédio; te trago e me sufoca no isolamento.
Em minha pele injeta seu veneno - não suporto este tormento.
---
Sou um pleonasmo inverso – “a bebida que você não bebeu”.
Sou gustativa - “a delícia de mulher” que você não degustou.
Sou utopia da sensação - “o corpo que você não sentiu”.
Sou o paradoxo da companhia – “comigo; sempre estará só”
III
Não entendo teu linguajar, basta; já esta me arrancando tudo.
Sinto ira; ordeno, suplico - alguém me conte uma mentira!
Grito; vou para rua, lá você está, como um rolo compressor.
Não ouve meu brado; me esmaga, tritura – fico quebrado.
Levanto arrasado e você só diz – veja mais um pobre diabo!
---
Sou a mescla rara de um néctar maldito - tudo que te magoa.
Sou a mãe da tristeza - filha primogênita da angustia.
Me chamaste; vem tristeza - agora sou sua pele, “sua beleza”.
Me atiras para o alto; sou bumerangue – circulo com teu sangue.
--IV--
Sigo a rua, estou só, mas você me segue e grita – não esqueça de mim.
Olha um manequim: escute estão rindo, não tem ninguém - só pode ser de mim.
Sussurras no meu ouvido; sou invisível, é de você; viro e olho para eles.
Fazem cara de sério, não digo nada, mas te interrogo – eles são felizes?
Sim; não sabem que vão morrer; só porquê estão rindo?
---
Porque usas de metáforas para me atingir? Vai indo!
Teus passos sabes dirigir? – acha que agora vou rir.
Estou aqui para: com dor te atingir – não vou fingir.
Nem pense que vou te acudir, no chão pode cair.
Tenho uma missão a cumprir - tenho que te punir.
--V--
Logo decido, vou seguir - mas como posso?
Você é uma sombra, me segue como fantasma – não posso fugir.
Angustia-me, me faz mal, olha a manchete no jornal
– a felicidade está mais à frente.
Mas não sou crente, me empreste o pente, não te; esqueça
– nunca mais coloque a mão sobre minha cabeça.
---
Conheço tuas sensações tácteis – e sempre estarei te atormentando.
E fui, eu fiz, eu sou, tudo de bom que você queria ter vivido
pequenas e grandes coisas, um amor querido – sem viver, ficou inibido.
Alguém querido que não ajudou – uma conquista interrompida.
-VII--
Escute é a voz do mar; na esquina vou virar - acho que é lá seu ninho.
Chupo-te como uva, urino no esgoto - mas voltas com a chuva.
Tenho preguiça; tento correr e me seguras - como a areia movediça.
Na hora derradeira; sem querer te chamo de companheira.
Sei que és a antítese – do meu viver sem vida.
---
Esqueceu; sou o acróstico das iniciais de todos os teus males.
Mas lembre-se; sou tua companhia mais sociável - não te deixo ao léu.
E nem te quero no mausoléu – sempre te alcanço um chapéu.
--IX--
Esta é boa, agora você é meu anjo da guarda, minha amante.
Lembrei estou precisando é de uma amante, duas ou três
– quem sabe a solidão espante.
Estou ilhado preciso de alguém, vou ver uma boneca ou uma madona
- se não tiver vou para zona.
Vejo uma; grito; estou aflito - vem meu amor, me tira da solidão.
---
Engana-se; sou insubstituível; nem amor, dor ou pudor.
Sou a esfinge; ninguém me decifra; não tenho cor – sou ilegível.
Sem pudor dou a luz à angústia – e batizam meu filho de dor.
--X--
A festa acabou, vem comigo - mas não sei aonde vou.
Virei olhando seu rosto; uma lágrima rolou; ela chorou - que foi?
Tu és uma flor; sim mas você vai - a solidão me atacou.
Sai em silêncio, bati a porta, corri, gritei, adeus - nunca mais solidão.
Deixei-a com ela, ela ficou com minha solidão - estou livre!
Como um pássaro; quase seminu - atirei minha penas para o ar.
---
Pare, pare, aquela solidão era a dela - eu sou a sua.
Cada um tem a sua companheira que é a solidão verdadeira.
Sempre te acompanhei, acompanho - nunca largarei.
Senta ai e se acalme, volte a ser triste – nada de alarme!.
--XII--
Se cada um tem a sua; porque ninguém gosta da solidão?
Quero distância, vou embora - você é bem sem elegância.
Há quem se queixe; nas festas, nos amores – lá você está presente.
Veja quanta gente; fernandinhas e caubóis – mas tua marca os corrói.
---
É filho; estou com os poderosos, incapazes e medrosos.
Nova; sou invisível, nada aparece, com o tempo meu ser se fortalece
– junto com tuas desilusões meu poder cresce.
Sou abstrata, imaginária mas todos sentem o peso de minha mão
– minha maldade sempre aparece.
--XIII--
Não me chame de filho. Alguém disse que você é a praga do século.
Tem muita gente sofrendo por tua causa, até se matam ou matam.
Você leva a depressão; a tristeza, que deve ser tua irmã ou irmão.
Toda vez que sua sombra cinza visita um ser - sempre rouba um pouco.
Solitário ou nas festas, sempre tem alguém sofrendo – aqui acolá.
---
Amigo; nós da família solidão não temos culpa – cada vez tem mais espaço.
Estamos só cumprindo nossa função; tem gente que vive em uma eterna solidão
- sempre me chamam com a droga, intrigas, brigas – dizem que são amigas.
Você é um que sempre fica comigo. A propósito gostou de te chamar de amigo?
--XIV--
Amigo está melhor; já que não posso me livrar - vou te aceitar.
Chamarei-te de Teresa, ela também cansa a minha beleza.
Responda-me com certeza; e esta gente que só enxerga seu umbigo?
Sim mesmo aquele que se dizem bravos; também são seus escravos?
---
Amigão; para estes tipos de coisa eu nem ligo, são estúpidos sem receio.
Cá entre nós; são os que mais vivem a sós - e para solidão é um prato cheio.
Não invento, e ao ver eles afundando na amargura – só contemplo.
Ainda é tempo, me entenda; me aceite como sua amiga – sou pura.
Fico má, te afogo no veneno quando você quer – o sabor é da tua mistura.

Foto de sushi

SEMPRE AMOR E TRISTEZA

Uma tristeza e uma sensação estranha
Próxima de um amor marcado
Tão disfarçado em ações visíveis, inesquecíveis e notáveis
Onde aquele nosso antigo sonho
Atravessou o tempo
Adormeceu à medida do que não ocorreu.
Oportunidade entrelaçada
Com a responsabilidade de manter vivo
Um belo sentimento que vinha se tornando
Mais próximo alegre triste distante
E o passar do tempo tão solitário
Enquanto aqueles corações padeciam nas lembranças
Se embalavam e também se contorciam
Numa sintonia mascarada e muito transcendental
Algo de muito latente absorvia aquelas almas
Tão apaixonadas e preteridas .
Algo de muito forte as unia
E também as afastavam
Silenciosamente
Fazendo temer ainda mais este triste coração
Que tanto alimentava um majestoso sentimento
Velho
Amigo e tão lindo
Onde se firmou então o ADEUS .

Tão vivo
Encravando em nossas almas
Formando uma enorme aura
Protegendo e deixando prevalecer o grande amor
Porque não dizer aquele nosso amor !

Foto de Samoel Bianeck

Jogral da Solidão

-I-
Solidão; porque coloca esta sua mão fosca
sobre minha inocente cabeça?
Destilas a tua seiva, não doce, que vai ao poucos
se misturando com meus maus pensamentos
e descem lentamente até meu coração.
Nada te fiz - porque me persegues?
---
Olha quem diz; sou a solidão sim; mas é você quem me segue.
Estou sempre a seu lado – sou tua aprendiz.
Nunca amaldiçôo quem na minha frente não se ajoelha.
II
Me enganas, sua loba com pele de ovelha,
Invades o meu ser e ainda me aconselha!
Espedaça a minha vida; fico sangrando então se apresenta
- camuflada de remédio.
Me arrebata para o tédio; te trago e me sufoca no isolamento.
Em minha pele injeta seu veneno - não suporto este tormento.
---
Sou um pleonasmo inverso – “a bebida que você não bebeu”.
Sou gustativa - “a delícia de mulher” que você não degustou.
Sou utopia da sensação - “o corpo que você não sentiu”.
Sou o paradoxo da companhia – “comigo; sempre estará só”
III
Não entendo teu linguajar, basta; já esta me arrancando tudo.
Sinto ira; ordeno, suplico - alguém me conte uma mentira!
Grito; vou para rua, lá você está, como um rolo compressor
Não ouve meu brado; me esmaga, tritura – fico quebrado.
Levanto arrasado e você só diz – veja mais um pobre diabo!
---
Sou a mescla rara de um néctar maldito - tudo que te magoa.
Sou a mãe da tristeza - filha primogênita da angustia,
Me chamaste; vem tristeza - agora sou sua pele, “sua beleza”.
Me atiras para o alto; sou bumerangue – circulo com teu sangue.
--IV--
Sigo a rua estou só, mas você me segue e grita – não esqueça de mim.
Olha um manequim: escute estão rindo, não tem ninguém - só pode ser de mim.
Sussurras no meu ouvido; sou invisível, é de você; viro e olhos para eles.
Fazem cara de sério, não digo nada, mas te interrogo – eles são felizes?
Sim; não sabem que vão morrer; nem porque estão rindo?
---
Porque usas de metáforas para me atingir? Vai indo!
Teus passos sabes dirigir – acha que agora vou rir.
Estou aqui para: com dor te atingir – não vou fingir.
Nem pense que vou te acudir, não chão pode cair.
Tenho uma missão a cumprir - tenho que te punir.
--V--
Logo decido, vou seguir - mas como posso?
Você é uma sombra, me segue como um fantasma – não posso fugir.
Me angustia, me faz mal, olha a manchete no jornal
– a felicidade esta mais à frente.
Mas não sou crente, me empreste o pente, não te; esqueça
– nunca mais coloque a mão sobre minha cabeça.
---
Conheço tuas sensações tácteis – e sempre estarei te atormentando.
E fui, eu fiz eu sou, tudo de bom que você queria ter vivido.
Pequenas e grandes coisa, um amor querido – sem viver, ficou inibido.
Alguém querido que não ajudou – uma conquista interrompida.
-VII--
Escute é a voz do mar; na esquina vou virar - acho que é lá seu ninho.
Te chupo como uva, urino no esgotos - mas voltas com a chuva.
Tenho preguiça; tento correr e me seguras - como a areia movediça.
Na hora derradeira; sem querer te chamo de companheira.
Sei que és a antítese – do meu viver sem vida.
---
Esqueceu; sou o acróstico das iniciais de todos os teus males.
Mas lembre-se; sou tua companhia mais sociável - não te deixo ao léu.
E nem te quero no mausoléu – sempre te alcanço um chapéu.
--IX--
Esta é boa, agora você é me anjo da guarda, minha amante.
Lembrei estou precisando é de uma amante, duas ou três
– quem sabe a solidão eu espante.
Estou ilhado preciso de alguém, vou ver uma boneca ou uma madona
- se não tiver vou para zona.
Vejo uma; grito; estou aflito - vem meu amor, me tira da solidão.
---
Engana-se; sou insubstituível; nem amor, dor ou pudor.
Sou a esfinge; ninguém me decifra; não tenho cor – sou ilegível.
Sem pudor dou a luz à angústia – e batizam meu filho de dor.
--X--
A festa acabou, vem comigo - mas não sei onde vou.
Virei olhando seu rosto uma lágrima rolou; ela chorou - que foi?
Tu és uma flor; sim mas você vai - a solidão me atacou.
Sai em silêncio, bati a porta, corri, gritei, adeus - nunca mais solidão.
Deixei-a com ela, ela ficou com minha solidão - estou livre!
Como um pássaro; quase seminu - atirei minha roupas para o ar.
---
Pare, pare, aquela solidão era a dela - eu sou a sua.
Cada um tem a sua companheira que é a solidão verdadeira.
Sempre te acompanhei, acompanho - nunca largarei.
Senta ai e se acalme, volte a ser triste – nada de alarme.
--XII--
Se cada um tem a sua; porque ninguém gosta da solidão?
Quero distância vou embora você – é bem sem elegância.
Há quem se queixe; nas festas, nos amores – você está presente.
Veja quanta gente; fernandinhas e caubóis – mas tua marcas os corrói.
---
É filho; estou com os poderosos, incapazes e medrosos.
Nova sou invisível - nada aparece, com o tempo meu ser se fortalece
– junto com tuas desilusões meu poder cresce.
Sou abstrata, imaginária mas todos sentem o peso de minha mão
– minha maldade sempre aparece.
--XIII--
Não me chame de filho. Alguém disse que você é a praga do século.
Tem muita gente sofrendo por tua causa, até se matam ou matam.
Você leva a depressão; a tristeza, que deve ser tua irmã ou irmão.
Toda vez que sua sombra cinza visita um ser - sempre roubas um pouco.
Solitário, nas festas, sempre tem alguém sofrendo – aqui acolá.
---
Amigo; nós da família solidão não temos culpa – cada vez tem mais espaço.
Estamos só cumprindo nossa função; tem gente que vive em uma eterna solidão
- sempre me chamam com a droga, intrigas, brigas – dizem que são amigas.
Você é um que sempre fica comigo. A propósito gostou de te chamar de amigo?
--XIV--
Amigo está melhor; já que não posso me livrar - vou te aceitar.
Te chamarei de Rodrigo, pelo menos rima com quem
- da felicidade é mendigo.
Agora te pergunto ou digo; e esta gente que só enxerga seu umbigo?
Mesmo aquele que se dizem bravos; também são seus escravos?
---
Amigão; para este tipos de coisa eu nem ligo, são estúpidos sem receio
Cá entre nós; são os que mais vivem a sós - e para solidão é um prato cheio.
Não invento, e ao ver eles afundando na amargura – só contemplo.
Ainda é tempo, me entenda me aceite como sua amiga – sou pura.
Fico má, te afogo no veneno quando você quer – o sabor é da tua mistura

Foto de DENISE SEVERGNINI

O QUE O POETA AMA

O QUE O POETA AMA

Poeta que é poeta, ama mais que as palavras
Ama a mistura de letras em forte conjunção
Ama o sentimento solto ao vento sem travas
Doa sua alma a todos aqueles que tem coração

Poeta gosta do verso solto, com rima ou não
Gosta da melodia singela que no peito cravas
Ama encontro de notas desenhadas na canção
Aprecia o brilho das gemas encravada nas lavras

A quem ou o que o poema ama, é mistério
Sensação non sense , loucura infinda, utopia Pois ele é ser raro, que finge falar a sério Poeta ama o amor em todos os seus matizes E deles emergem os dizeres de pura poesia O poeta ama a todos; dele somos aprendizes!

Denise Severgnini

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