Sentimentos

Foto de Carmen Lúcia

Entusiasmo

Procuro ansiosamente
sorrindo ou mesmo chorando,
tropeço e continuo andando,
pés calejados, pisando marasmos,
rastreando marcas de ...
...Entusiasmo!
Persigo, persisto, insisto,
posso cair mas nunca desisto...
Se um dia senti é porque existe,
se um dia sorri, nem sempre fui triste.

Entusiasmo...
Não há receita, teoria perfeita,
apostila que ensine,
prática que confirme,
caminho que define,
dogma que determine.
É o que move a vida
tornando-a colorida...
Que leva à empolgação,
e deixa tudo bonito,
ainda que em tempos de expiação.

Entusiasmo...
Não é impossível nem distante,
basta ser perseverante,
esvaziar dentro do peito
aquilo que não há mais jeito.
Abrir portas e janelas,
deixar entrar as coisas belas,
lançar ao redor do mundo
um olhar diferente, profundo...
Viver intensamente os momentos,
Inundar-se de sentimentos...
Abster-se de cavoucar feridas
e entusiasticamente...
Celebrar a Vida!

_Carmen Lúcia _

Foto de MorumySawá

MINHAS VISITAS AO INFERNO

Já visitei o inferno em vida. Já entrei em suas câmaras horrendas diversas vezes. Em todas, padeci muito. Nada tem a ver com o "Hades" mencionado na bíblia e nos estudos teológicos que são dados por religiosos. Aquele que jaz embaixo da terra e começa depois da morte não me interessa aqui. O inferno que já conheci e que me machuca fica mesmo na terra dos viventes.
Já estive no inferno do engano. Há algum tempo debato com um cenário surreal e dantesco que aconteceu dentro de minha mente. Vomito e sujeira, mau cheiro e loucura atolava meu filho no submundo dos tóxicos. Ali não existem humanos, apenas carcaças ambulantes. Sempre que tenho este pesadelo desejo dormir profundamente só para fugir do que testemunhei imaginando no futuro um cenário tão real que aflige não só a minha mente, mas, também a minha alma. Vivo a me perguntar por que os jovens se revoltam contra o sistema a sua volta. Tentam ser livres e acabam criando uma masmorra para si mesmo. Constroem o inferno com suas próprias mãos.

Sempre que desperto deste pesadelo um Lago de Enxofre permeia o mundo em que existo. Cada um dos jovens perdidos neste mundo tem uma mãe e um pai. Pais que choram como eu. Choram por não saber como apagar as labaredas medonhas que teimam em alcança-los.
Já estive no inferno da culpa. Hoje sei que nenhum tormento provoca maior dor que a culpa. Qualquer mulher culpada sabe o tamanho de sua opressão. Qualquer homem culpado fala que os ossos derretem com uma consciência pesada. Culpa é ácido que corrói. A culpa avisa que o passado não pode ser revisitado. Assim as pessoas se submetem a carrascos internos e esperam redenção através de açoites. A dor da culpa lateja como um nervo exposto.

Os culpados procuram dissimular o sofrimento com ativismos, divertimentos e prazer, omissão e loucura. Mas a culpa não cede; persegue, persegue, até aniquilar a iniciativa, a criatividade e a esperança. Recordo quando no final de uma reunião, uma mulher me procurou pedindo ajuda. Seu marido se suicidara de forma violenta. Mas antes, ele procurou vingar-se. Deixou uma nota responsabilizando a mulher pelo gesto trágico. Diante da tragédia, aquela pobre mulher, desorientada e aflita, não sabia como sair do cárcere que o marido meticulosamente construíra.

Já estive no inferno da maldade. Conheci homens nefastos, mulheres perdidas em sentimentos da inveja. Sentei-me na roda de escarnecedores. Frequentei sessões onde o martelo inclemente da religião espicaçou inocentes. Vi pastores alçando o voo dos abutres. Semelhante às tragédias shakespearianas eu própria senti o punhal da traição rasgar as minhas vísceras. Fui golpeada por suspeitas e boatos. Com o nome jogado aos quatro cantos, minha vida foi chafurdada como lavagem de porco. Senti o ardor do inferno quando tomei conhecimento da trama que visava implodir o trabalho que consumiu meus melhores anos de ministério. E eu sem saber como reagir.

Portanto, quando me perguntam se acredito no inferno, respondo que não, não acredito, eu o conheço! Sei que existe. Eu o vejo ao meu redor. Inferno é a sorte de crianças que vivem nos lixões brasileiros em meio às drogas. Inferno é a negligencia de pessoas que se acomodam em seu mundo particular e que se danem os que estão lá fora. Inferno é o corredor do hospital público na periferia de Brasília e em outros estados brasileiros. Inferno é a vida de meninas que os pais venderam para a prostituição. Inferno é a luta que meu filho enfrenta todos os dias quando acorda dizendo que não vai mais ser escravo do vicio.

Um dia, aceitei lutar contra esses infernos que me rodeiam, assustam e afrontam. Ensinei e continuo a ensinar que Deus interpela homens e mulheres para que lutem contra suas labaredas. E passados tantos anos, a minha resposta continua a mesma: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Acordo todos os dias pensando em acabar com os infernos. Gasto a minha vida para devolver esperança aos culpados; oferecer o ombro aos que tentam se reconstruir; usar o dom da oratória para que os discriminados se considerem dignos. Luto para transformar a minha escrita em semente que germina bondade em pessoas gripadas de ódio. Dedico-me porque quero invocar o testemunho da história e mostrar aos mansos que só eles herdarão a terra onde paz e justiça um dia se beijará.

Cleusa de Souza Klein

Foto de Odir Milanez da Cunha

O TREM DO TEMPO - POEMA

O TREM DO TEMPO
Odir, de passagem

O que é tempo, afinal?
Sequência de sombra e luz,
O madeiro de uma cruz
começo, meio e final.
É a história no jornal
que na memória nos vem.
A crença de ir além
desde o tempo de criança,
tendo certa semelhança
com uma viagem de trem.

Começa bem vagaroso,
dos trilhos seguindo a trilha,
depois vai acelerando
até correr à vontade.

Se não quebra ou descarrilha,
vai maquinando a missão.
Estação por estação,
sem cometer desatino,
lá vai o tempo criança
carregado de esperança
rumo às rotas do destino!

Quando chega ao entroncamento,
a rota vai permutando,
vai mudando o pensamento
e a carga, de vez em quando.

O trem agora é capaz
de correr mais livremente.
Ele agora é um rapaz,
tem a vida pela frente.
Leva sonhos de futuro,
leva um pouco de saudade
e, enquanto na vida passa,
dos túneis clareia o escuro
e escurece a claridade
nas cortinas de fumaça.

Lá vai o trem em seu leito
de trilhos presos ao chão.
Ele agora é homem feito
e leva, em cada vagão,
angústias, desilusão,
pressa, preço e qualidade,
nervosismo, ansiedade,
disputa, perda e vitória.
Planos prontos na memória,
a despesa, o capital,
temores de não dar certo...
Vai o trem chegando perto
da estação principal.

Muda o trem de maquinista.
Agora é um homem maduro
que tem pressa no presente
e o presente por futuro!

Da carga que o trem escolta,
já de volta no caminho,
vai de esperança um pouquinho,
vai um vagão de revolta.
Mas leva, noutros vagões,
as emoções, os louvores,
tramas de muitos amores,
prosas, versos e canções,
discursos, loas e chistes,
sentimentos de saudade
dos pensamentos entregues
aos alegres dias tristes,
aos tristes dias alegres!

Chega o trem ao seu final,
sem mais nenhum contratempo.
Um novo apito é o sinal,
aval para o trem do tempo
retomar a sua andança
como se fosse criança:
começando, vagaroso,
dos trilhos seguindo a trilha,
depois vai acelerando
até correr à vontade...

JPessoa/PB

Foto de vino silva

Nada Sei

Nada sei
Sigo recitando em tua varanda camões
e nem sei se me inspirei do rio ou da foz,
ou nas canções
Levo flores na busca incenssante do teu amor
E me perco no emaralhado poema
Oh, coisa !
Se camões me foz
então fernando pessoa me acode
Durmo perdido no silêncio da madrugada
E nada sei..
Já fui um poema de amor
Mas teu amor é duro como pedra
vinicius ou vinicius me sustenta o ego
Será que me entrego ?
Já não sei mas nada
Vou abandonar o amor e os sentimentos
Vou procurar por machado de assis
Talvez desta vez ela seja a minha actriz
Oh ,meu deus que tristeza a minha,
ela não me escuta nem por um triz !
Entre o silêncio que nos separa da dor,
Semeiou suas mãos nas minhas com amor,
escrevendo numa folha de papel perfumado ,
meu poeta do amor, perdoa- me,
Por ser surda e não estares acostumado,
mais escuto com o coração..
A pureza dos verso,que recitas como canção.

Foto de Leonardo André

Teu perfume

Teu perfume é suave,
penetrante e envolvente;
faz meus sonhos virem à tona,
tomando toda a minha mente.

Tem cheirinho de lavanda
e o frescor da primavera,
como rosas em botão
odorizando a atmosfera.

A fragrância que teus poros exalam,
despertam meus melhores sentimentos:
ternura, doçura e carinho;

Minhas emoções em teu corpo se embalam,
vivo em ti meus melhores momentos
e no perfume dos teus braços faço o meu ninho.

Foto de Leonardo André

Eu só queria um colo

Eu só queria um colo...
... onde eu pudesse deitar
e esquecer minhas maiores amarguras;
... onde eu pudesse recarregar minhas energias
e acreditar no porvir de um novo amanhã.

Eu só queria um colo...
... onde eu pudesse repousar
meus melhores desejos e sentimentos;
... onde pudesse encontrar meu porto seguro,
e me sentir desejado, querido e necessário.

Eu só queria um colo...
... onde eu pudesse deitar minha cabeça,
fechar meus olhos e dormir longamente;
... onde eu pudesse sonhar lindos sonhos de amor
e acordar nos meigos braços da paz.

Foto de Eddy Firmino

7º Concurso Literário - A MORTE DO POETA

Então morreu o poeta
Mas um poeta não morre
Enquanto houver poesia
Ele então nos socorre

Socorre-nos dos sentimentos
Que são os nossos fantasmas
Que assombra-nos nas noites frias
Que jaz então desgastada

O poeta então se foi
Restaram as suas obras
Dando-nos toda a energia
Recolhendo as sobras

Um poeta que morre
Não deixa biografia
Sua biografia se encontra
Em todas as poesias

O poeta então morreu
E o seu último poema
Deixou inacabado e vazio
Ficou sem verso e sem tema

Foto de Peter

Tu...!?

Tu…?

Quando vejo o teu reflexo
Fico perplexo
Como uma alma fica assim…?
Um mero ser a deambular
Sem um coração para amar…

Neste mundo tão cruel
Esse teu sabor a fel
Apenas te destrói
Afinal amar dói
Mas não amar
É apenas definhar!
Desaparecer num mar gelado…
Numa onda morrer afogado…

Sem sentido
Assim ficas perdido
Sem emoção
Ficas assim na solidão
Sem amor
Assim ficas nessa dor

Nestes dias complicados
Poucos aqueles são amados
Menos ainda aqueles que amam
Entre os sentimentos que queimam
Há que acreditar
No sentimento de amar!

Pedro Gomes

Foto de Fernando Vieira

O Poeta é Bamba

O Poeta é Bamba
(Fernando Vieira)

A vida é feita de momentos
De emoções, de sentimentos
Quanto mais fundo se adentra
Mas forte é o envolvimento

Poesia é coisa tão bonita
Quando se fala do amor
Mais linda ainda ela fica
Na bela voz de um cantor

Palavras soltas que se juntam
Que o poeta vai buscando
Com seu instrumento de trabalho
Uma caneta rabiscando

Eu vou tocando,vou criando
Meu violão tá afinado
Eu interpreto o sentimento
De quem esta apaixonado

Harmonia e melodia
Entoando a minha voz
Quando me vejo estou catando
Lembrando de nós dois a sós

O teu olhar trás emoção
Teu corpo lindo é tentação
O teu sorriso é tão bonito
Faz balançar meu coração

Um sentimento verdadeiro
Que ecoa do seu peito
Tum, tum, tum, bate ligeiro
Como o toque de um pandeiro

Agora não falta mais nada
Só você aqui dançando
Ao som de minha batucada
Me abraçando e me beijando

No fim de tudo virou samba
E uma canção então surgiu
O poeta assim mostrou que é bamba
E o seu amor sambou, sorriu

Foto de Runa

7º Concurso Literário - No fundo das gavetas

Dou uma volta pelo fundo das gavetas
onde velhas palavras repousam
no pó amarrotado de folhas esquecidas

tinta seca de outros dias
na face por polir de versos rejeitados

Dou uma volta pela inspiração gasta
que geme na clausura do tempo
à procura de antigos sentimentos

qualquer coisa que faça renascer
a juvenil fantasia do teu rosto esbatido

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