Solidão

Foto de Fernando Poeta

No Silêncio da Noite

Em meio ao silêncio,
Da noite que nunca termina,
Da penumbra à escuridão,
Caminho em vão...

Pois não sigo para lugar algum,
E meu caminhar é trópego e vacilante,
Pois caminho sem rumo e em círculos,
Limitado pelo espaço de minha solidão.

Não há insônia que apavore,
Silêncio que desatine,
Angústia que atormente,
À quem há muito não encontra alívio.

Alma torturada,
Espírito combalido,
Por muitas lutas enfrentadas,
Mas sem vitórias conquistadas.

Encontro a noite,
Fantasmas de minhas derrotas,
Que podem zombar de muitas formas,
Mas não duvidam de minha fidalguia.

Em meio ao desespero,
Continuo meu canto triste,
E insisto em acreditar em mim,
Nesta noite que nunca termina.

Foto de Cecília Santos

AUSÊNCIAS.

Ausências imperdoáveis...
Do seu sorriso...
Do seu amor...
Da sua alegria...
Do seu calor...
Deixando marcas...
De dor...
De saudade...
De tristeza...
De vazio...
De solidão...

As lembranças são as saudades da vida.
Que foram vividas,e que não voltam jamais.
Mas ainda ouço teus passos.
Sinto teu perfume que vem pelo vento.
Te ocultas de mim,na saudade,e na dor.
Mas ainda ouso te dizer...
Que mesmo com tua ausência... te sinto.
Nosso amor continua atado.
Por longos laços de fitas.
Que nem o tempo e a distância.
Conseguirão desatar.

Foto de Paulo Zamora

O comunicativo

Num dia daqueles de desesperança, em que pensar? Em quem pensar? Talvez ter que olhar ao lado, imaginar muitas ocasiões; mas quem saberá a cura de um momento de solidão? É preciso alguém para conversar, falar do que é profundo, por outro lado saber que o desabafo foi válido por sentir na outra pessoa o interesse genuíno; o que é verdadeiro vai além das palavras e das cobranças.
Perguntar a Deus quando terminará este dia, já que se faz tão extenso; agora resta desistir dos que não se importam, terminar de cumprir todas as tarefas; onde encontrar tantas forças? E de onde vieram até hoje tantas forças? Não poderia ser de outra pessoa senão de Deus...
As barreiras estão vindo a cada dia, se tornaram paredes; vejo pessoas vivendo; vejo outros pensando que estamos brincando de viver; mas a vida é séria demais, quem ainda não se deu conta não sabe de tal veracidade.
Algumas pessoas ganham asas e querem voar por seu novo rumo de vida, mudando com o mundo no qual vive, revê o comportamento, e voa devagarzinho para longe dos que na verdade não se importam e tratam com indiferenças; ter que tomar certas iniciativas é como quebrar partes do amor que sentimos, mas o que fazer se não há outra saída concreta?
A insistência acaba... a força de querer provar algo como amizade verdadeira, acaba... tudo se acaba por falta de alimento sólido, mas tudo se reproduz quando bem cuidado e regado com sentimento; levará um tempo até que os perdedores compreendam os verdadeiros significados.
(Escrito por Paulo Zamora em 16 de março de 2007)

Foto de Paulo Zamora

O vento do esquecimento

O vento que entrou nesta noite pela janela me trouxe o inesquecível perfume teu.
Vejo que você me esqueceu no esquecimento.
Me tire de lá, o meu lugar é ao seu lado, mesmo que não se deu conta ainda como o tempo já se tenha passado. A imagem que perdura o pensamento é a mesma, de você comigo parecendo estar feliz; por que errou comigo sabendo o resultado, que foi como deveria ser; a partida.
Me olho no espelho e vejo você.
Sento-me ao sofá e sinto a sua presença, exatamente como se estivesse ali me fazendo um segundo do seu carinho; pra saber sempre como é o amor.
A despedida... o pranto... a volta; são coisas da vida.
Já não sinto a paz e a calma, tem noites em que não durmo por conta de tantos delírios...
Vem me tirar dessa saudade, vem me ajudar a conter os olhos e não chorar.
O vento entrou triste como o coração que aqui habita o espaço, eu... esquecido no teu esquecimento.
Amanhã será outro dia, outro momento haverá em que o vento irá entrar pela janela, e com ele lembranças inesquecíveis do que fomos um dia; em que o vento nos separou porque me mostrou aonde você errou; onde seu coração pecou.
Pensando em tudo, vejo que também me esqueci no esquecimento, desiludido, partindo um pouco a cada dia, morrendo aos poucos pela solidão trazida do teu esquecimento...
(Escrito por Paulo Zamora em 21 de fevereiro de 2007)

Foto de Andrea Lucia

Alegria do Coração...(Andrea Lucia)

Alegria do Coração...(Andrea Lucia)

Tiraram a alegria do meu coração
Onde havia cor, virou escuridão
Não há mais vida, nem paixão.
A emoção foi toda recolhida
foi expulsa, ficou contida.
No lugar do vermelho ardente,
há uma cor pálida,
uma alma inválida,
dona de um coração carente.

Tiraram a felicidade do meu coração
Onde havia festa, virou solidão
Não há mais folia, nem diversão.
A harmonia foi destruída,
foi destroçada, ficou sentida.
No lugar da pulsação ardente,
há uma calmaria
uma alma vazia
dona de uma dor pungente.

Tiraram o brilho do meu coração
Onde havia ardor, virou frustração
Não há mais melodia, nem canção.
A alegoria foi desmascarada,
foi partida, ficou desmantelada.
No lugar da música ardente,
há um silêncio atroz
uma alma sem voz
dona de uma cantoria impotente.

Tiraram a beleza do meu coração
Onde havia pudor, virou perdição
Não há mais respeito, nem emoção.
O encanto foi quebrado,
foi perdido, ficou ameaçado.
No lugar da paixão ardente,
há somente melancolia
uma alma em agonia
dona de uma tristeza comovente.

Tiraram a alegria do meu coração
Onde havia amor, virou ingratidão
Não há mais sentimento, nem perdão.
A sensibilidade foi banida,
foi-se embora, ficou ferida.
No lugar do vermelho ardente,
há uma cor pálida,
uma alma inválida,
dona de um coração demente!

Foto de Carmen Lúcia

O que é morrer?

Morrer é ver truncados os sonhos,
Não os deixar fluir e condená-los ao abandono,
É querer ser diferente do que somos,
Ser carcereiro do que seremos e do que fomos...
Aferrando grades pelo corpo inteiro,
Afastando o amor, quiçá verdadeiro...
Viver uma vida de ilusão,
Querer dizer sim, mesmo dizendo não,
Privar-se de fantasias, achar inútil a poesia,
Reprimir os sentimentos; dar vazão aos lamentos,
Negar um gesto nobre de carinho
E sentir a solidão, mesmo não estando sozinho.
Ser sombra que assombra e não é decifrada
Ser sapo ou bruxa e não príncipe ou fada,
E no fundo saber que não é nada!

Enfim, morrer é não sentir o prazer
De envelhecer sem ter envelhecido,
De se apaixonar, embora não correspondido,
De pular o muro e vislumbrar um mundo desconhecido.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

* Não gosto do poeta *

Não, não gosto do poeta...
Ele vê beleza em todo lugar,
Beleza que meus olhos não conseguem enxergar.
Não, não gosto do poeta...
Suas atitudes certas de liberdade
São incoerentes com as incertezas de minha verdade.
Não, não gosto do poeta...
Que sabe fazer da dor uma prece, uma canção,
Enquanto morro todo dia de desafeto e solidão.
Não, não gosto do poeta...
Ele é um rico pedidor de esmolas
E eu, pobre de idéias, nada me consola.
Não, não gosto do poeta...
Ele pode voar por onde só os deuses conhecem,
Desvenda mistérios que céus e terras desconhecem
E eu, prisioneira de valores descabidos,
Construo para mim um cárcere de pedra.
Não, não gosto do poeta...
Como um louco, esbanja plena lucidez,
E eu, lúcida, sou fruto da insensatez.
Não, não gosto do poeta...
Que me faz sorrir, quando quero chorar
E me faz chorar diante do desejo louco de amar.
Não, não gosto do poeta...
Sua alma é transparente
E se a tenho, é impura e insolente.
Não, não gosto do poeta...
Ele e as estrelas caminham juntos,
E eu, perdida em meu mundo,
Preciso tanto de sua luz...
Ah...Como invejo o poeta!

_Carmen Lúcia_

Foto de Enise

O (a)mar...

o espírito de paz
que o (a)mar me trás
aquieta a solidão
navegada em mim...

a pureza tenaz
que o (a)mar me trás
amarela a saudade
sentida de ti...

a correnteza do (a)mar voraz
aviva uma coragem
de lutar por ti...

a imensidão do (a)mar fugaz
poda a vastidão de paz
naufragada dentro em mim...

Copyright 2007 by Enise
Todos os direitos reservados a autora

Foto de lika

Pedaços

Eis que estou em pedaços,
caminhando por entre as flores secas,
num chão de terra batida e abatida..
presa nos teus laços
vou seguindo os teus passos
quase que apagados...

Numa respiração ofegante
o vento sopra em meu ouvido
e eu só escuto o teu nome
minha solidão quase que gritante
pede a sua boca,num so instante

Em minha busca incansável
onde corro de uma realidade
que insiste em me engolir,
quero te encontrar
tu que és o pedaço
do pedaço que falta em mim.

Foto de Fernanda Queiroz

Voar...

A paisagem passa depressa
Patas velozes rasgam o caminho com flecha
Diminuindo a distância entre mim e o mundo
Meu corpo se eleva em ritmado balanço
Pés firmes desprovidos de açoite
Mãos apertadas junto ao cabresto livre
Desprovido de freios
Ganhando liberdade
Correndo para o mundo
Ou do mundo fugindo
Correndo contra o tempo
Ou do tempo fugindo
Fugindo de mim
Ou do que restou de mim
Apenas vultos em minha paisagem
Cores se confundem
Cinzentas se agitam ou gritam
Como se tivesse vozes na cor
Como se entendesse de dor
A velocidade aumenta
Voar é minha meta
Mais depressa
Tenho pressa de chegar
Mesmo que seja o abismo
Meu destino certo
Onde tudo é incerto
O ar que foi brisa
Tornou-se vento
Que mesmo em tormento
Calça-me de coragem
Tira a dor de minha bagagem
Preciso continuar
Fugindo de mim
Ou do você que existe em mim
Do meu passado presente
Ou do meu presente passado
Do meu vazio intenso
Onde transborda solidão
Apenas por um momento
Senti a sensação
Que seguravas em minha mão
Mas eram as rédeas do destino
Que se encarregou de atá-las
Que fecundas como as marcas
Batentes cravadas no solo
Impõe-me o peso real
Da realidade mortal.
Eu não posso voar.....

Fernanda Queiroz
Direitoa Autorais reservados

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