Sombra

Foto de Remisson Aniceto

Substância (para Rosangela de Fátima)

Encontro-me tantas vezes pensando em ti
e visualizo tua perfeita forma de mulher,
o dia a aflorar-te nos lábios de veludo,
a noite a escorrer-te pela seda dos cabelos.
Se estás longe de mim, dia após dia
transformo-te na delícia do fruto que aprecio,
no frescor da água que me sacia a sede
e na substância, enfim, que me permite o amanhã.
Posso te sentir na suave brisa matutina,
nos primeiros raios do sol que me aquecem
e ouso ver-te em cada objeto, em cada rosto,
em cada gota de orvalho da verde grama
e no ruflar das asas das andorinhas...
Sou pequenino ante tua presença
e obscuro ante tua transparência,
mas mantenho os olhos cerrados
enquanto o dia corre,
enquanto a hora vital não chega,
até que te encontro, nascida do nada,
florescida, cristalina ante meus olhos,
e bebo da taça dos teus lábios
e aqueço-me do sol do teu sorriso
e me desfaço em infantil alegria...
E vão-se do meu rosto a sombra e a amargura
e tudo o que me faz sofrer quando não te tenho.
Onda que vem
e que vai
e vem novamente
e torna a partir,
mas que não escoa nunca,
neste oceano de delícias que é o teu corpo,
que banha o meu corpo,
que faz nascente o sol no meu rosto.
És a delícia, a doçura dos meus dias
e a cada hora te espero
para reinar sempre em minha vida.

Foto de CarolComPoesia

ESPÍRITO DE AMOR

Eu te busquei por muitas veredas vazias,
tentei achar-te, em poesia, na sombra de algum verso
distraído, fiz-me pássaro de asas soltas em tua busca
que, ferido, tantas vezes, fechou-se desacreditando a vida.

Ferida aberta, abateu-se a alma desacreditada
e nos mais sórdidos porões de descrenças tantas,
trancafiou-se em escuro calabouço frio
o espírito amante que alimentava paixões,

negra escuridão desceu sobre a vida!

Assim foi tua chegada no escuro calabouço
da vida, luz ofuscante de alto brilho que cegava
uns olhos descrentes no instante, na luz
que de ti emanava. E teu olhar escolheu-me.

Teu espírito de amor possuiu-me, alma e corpo
e aqueceu a vida trancafiada friamente em duras grades,
arrancadas num arroubo, quando teu olhar aprisionou
a mente que já em alguma outra vida te amou.

e novo sol nasceu sobre a vida!

(Carol)

Foto de Marli Comunello

O AMOR NOS SONHOS

Sonhei com você
E nesse sonho recordei toda uma vida
Lembrei-me de você
Lembrei-me de como você é importante
Recordei-me de coisas maravilhosas
E em tudo você se encontrava
Nos momentos alegres... Momentos tristes...
Estava nos sonhos...
Estava no presente
Encontrava-se no passado
Desejava-te no futuro...
Cada passo, me deparava com os teus...
E em cada sonho, era também seu sonho...
Tentei ser indiferente e encontrei você
Pois és indiferente
Você é tão importante que em todos os meus objetivos
Você traçou os teus também...
Então percebi que você era eu e eu era você
Teus sentimentos são os meus sentimentos
Teu caminho é o meu caminho
Tuas metas são os meus objetivos
Tuas vitórias são os meus sonhos
E você se parece muito comigo
Somos tão diferentes e tão iguais
Sou sua sombra e você é o meu ideal
Sou teus passos, pois você é o meu caminho...

Foto de angela lugo

Que saudade Mãe...

Quatro anos se passaram tão rapidamente
Às vezes penso que foi ontem
Ou até mesmo hoje perdi a noção do tempo
Penso nas horas que estive a teu lado
Nas horas que brincamos e rimos
Sentadas naquela varanda
Olhando as suas belas flores do jardim
E nas noites de céu estrelado
Quando ficávamos olhando as estrelas
Fazendo contato com o divino iluminado
Traçando sonhos a serem concretizados
Nunca cansou de me ouvir e eu te escutar
Éramos apesar das desavenças amigas
Você era o meu sol que clareava
E eu a lua que reclamava da sombra da nuvem
Que lá bem alto no céu passava
Ah! Quanta saudade no meu coração
Se o tempo pudesse retroceder eu queria
Abraçar-te novamente sentir seu carinho
Abundantemente
E não te deixar sozinha novamente
Aquele dia fatídico eu sabia que não deveria
Ter partido
Tinha que ter estado lá como sempre estive
Ao teu lado sorrindo amparando e te amando
Mas o destino é cruel e nos põe a boca o fel
O que mais sinto é não ter me despedido
Você não me esperou e partiu sem dizer Adeus
Até hoje tenho todos os pormenores na mente
E ainda não acredito que partiu tão de repente
Mas sabe! Mãe...Te guardarei no cofre forte
Naquele que somente a gente entra
Naquele que tantos querem entrar
Mas não é para um ser indiferente
É somente para quem sabe amar a gente
Assim como te amei e sei que me amou
Pois sempre foi a Mãe que sonhei ter
Sua lembrança está neste lugar guardada
Perfeitamente bela e maravilhosa como era
Dentro deste cofre que posso quando quiser
Encontrar-te a qualquer momento
E matar a saudade que me mata lentamente
Aqui! Mãe... Dentro do meu coração

Foto de Jósley D Mattos

Caricatura (Épico)

Desjejum carnivoro,
prato do dia???
esteriótipo alheio...
O outro que degusta o outro
num consumo demedido.
Prato feito, mordaça da censura
posta à mesa da desarmonia.
Entranhas nua,
a minha... a tua...
de sol e sombra noturna lua
O novo histérico deduz:
Berro é grito...
Individuo desdito,
morbido sinônimo...
Berro é arma...assassina...
luto da alma, enxofre na carne, e o aço afiado nas digitais de quem não assina.
Porno grafia crua,
estranha nua...
Retinas pervertidas,
emana líbido,
pré-fetos nas mãos do anônimo.
Trio eletrico seduz...
pura alegoria, preconceito, carnaval desunda o óbvio, sem escarnio ou homo fobia...
hetero mania e machismo feminista da turba insana,ditosa e ifame...
???Quem aplaude?
???Quem é plauge?
Dogma esclerozado,
ideário cálido, pálido, nocivo, passivo, cético - matrialista,
pedófilo - católico e irmão em conservas de mofo...
???Sou tolo...
???Sou nenhum...
???Sou em termos, o sim - não
???O todo caduco - novo...
???O apenas impar...
Sou povo.

Foto de guilherme goulart

encontros

Encontros.

Certa vez um homem sofria.
Sofria por um amor.
Por uma mulher, por um coração.
Coração infeliz que batia sem razão de bater.
Coração que sem saber, já estava sem vida.
Coração que pelo calor do amor batia.

Coração que sentia a falta das palavras do seu amor.
Coração que sentia falta do toque doce do seu amor.
Coração que perdeu a vontade da vida.
Coração que vive e não vive.
Coração sofrido e tremido, abalado por seu amor.
Coração que não sabe mais o que é sofrer, porque vive no sofrer.

Coração que não sabe o q é sentir frio, porque vive na sombra da sua desgraça.
Mas chegou ao ENCONTRO da luz.
Chegou, e encontrou o seu amor.
Seu viver se transformou.
Coração que não batia, voltou a bater.
Coração que não tinha razão de bater encontrou uma razão para voltar a bater.

Coração que ganhou vida pelo zelado calor.
Coração que ouvia as palavras do seu amor.
Coração que voltou a querer viver.
Coração que vive.
Coração que fora abalado e transtornado pelo sofrer,
Mas hoje não mais é.

Homem que é homem.
Mulher que é mulher.
Sofrer eles não quer,
Mas o homem depende da mulher.
E os dois dependem do sofrer.
E o sofrer depende deles.

Porque sem eles não há sofrer.
E sem o sofrer não há eles.

Homem.
Mulher.
Coração.
Sofrer.

3 de maio de 2007(Gravataí-rs)
Encontros, por Guilherme dos Santos Goulart.

Foto de Allegra

A Dança

Naquela noite escura
Eu estava sonhando
E devagar veio até mim
Uma sombra caminhando.

O escuro ocultava
O vislumbre de um olhar.
E na sala escura
Ele pôs-se a dançar.

Rodando, rodando
Em volta de mim,
Eu conheço aquela sombra
Quem é que dançava assim?

Segurou as minhas mãos
E eu o vi pálido e frio.
Mas eu sei que não havia ninguém ,
Que estava tudo deserto e vazio.

Convidou-me para dançar
E eu aceitei o seu abraço
Aquele olhar só tinha um dono -
O susto feriu-me como aço.

Aquela expressão tão doce
No rosto branco como o mármore
Ele estava parado
Como no jardim as árvores.

Mas ele sorria para mim
E alegre ele estava
Eu novamente estava abraçando
Quem eu mais amava.

De onde ele veio,
Será isso possível?
Será apenas um sonho
Ou um pesadelo horrível?

Meu amado esta noite
Deixou seu túmulo silencioso
E veio ver-me de novo,
A saudade é um sentimento horroroso.

Talvez ele nem saiba
O que aconteceu
Talvez não tenha percebido
Que ele morreu.

Então vem ver-me de noite
O escuro é mágico e misterioso.
O frio da noite
É um conto amoroso.

Eu beijo seus lábios frios
E acaricio seu rosto pálido
Minha cabeça em seu peito –
É ainda o seu abraço tão cálido!

Então adeus amado
Eu sei que chegou a hora
De se despedir
Que você tem de ir agora.

Tão alegre é o encontro
E tão triste a despedida
Sem você é tão vazia
E cinzenta a minha vida.

Vá com a minha lembrança
O seu beijo me fez sorrir
E lembrando a nossa alegra dança
Nós vamos em paz dormir.

Foto de Anjinhainlove

Sombra

Ele é aquela sombra
Que ninguém vê passar.
Aquela sombra
Que ninguém consegue amar.

Grita por dentro
Para que alguém lhe abrace,
Faça sentir vivo,
E um novo destino lhe trace.

Mas ninguém ouve,
Ninguém vê
O ódio que traça na sua tela...
Em nada já crê.

De ombros caídos
E cabelo despenteado
Murmura palavras mudas
Mas agora já é ouvido.

Foi assim, então, que mais uma alma ascendeu.
Tocou nossas vidas com a leveza de uma pena.
Suas pinturas valem milhões
Mas sua existência, agora, condena
Com o peso de mil grilhões
Aqueles que o poderiam amar,
Aqueles que o poderiam tocar,
Aqueles que o poderiam salvar...

Foto de Senhora Morrison

Oh! Gente amiga

Terás o dia
Oh! Gente amiga
Que do peito escorrerás
O pretume pertinente
De travadas batalhas
E corações doentes
De olhares incisivos
A um só umbigo (o próprio)

Musculaturas tensas
E línguas afiadas
Agridem almas
Mesmo que armadas

Chegarás o dia
Oh! Gente amiga
Em que a neblina do egoísmo
Exalada de nossos poros
Encobrirá todos os olhares
Endividando os dignos
Com tanta soberba
Que tomaram isso como benefício

Retornarás ao dia
Oh! Gente amiga
Inconscientemente a memória infante
Abaixo da sombra dos errantes
Onde de constante a derradeiro
Foram o teu e o sorriso alheio
Num todo verdejante, colorido.
Perguntarás enfim:
_ Como terás se extinguido?

Refletirás o dia
Oh! Gente amiga
Todo infortúnio e fúteis bravezas
De se por a vaidade
Do que a gentileza
Por um instante em seu leito
Perceberás
Que de com ferro as flores
E a tantos amores
A ferida estagna ao peito

Reconhecerás um dia?
Oh! Gente amiga
Que o sofrimento a ti pertence
Em ter sido tão pertinente
Virando as costas à divindade
De uma vida sem maldade
Em troca de satisfações temporárias
Em corridas contrárias
Devastando a si e a teu redor
Deixando tudo cada vez pior
Esquecendo-se do fato nocivo
Que para morrer basta estar vivo

Renegarás os dias
Oh! Gente amiga
Que os fantasmas de sua condolência
Nutridos com tanta veemência
Submeterá-lhes ao condigno penar
De para trás não poder voltar
Bestificado então com a demência antes honrada
Depara-se com a realidade macabra
De ter contribuído ao fim
De um mundo deixado não só a mim

Senhora Morrison
09/04/2007

Foto de Carmen Lúcia

O que é morrer?

Morrer é ver truncados os sonhos,
Não os deixar fluir e condená-los ao abandono,
É querer ser diferente do que somos,
Ser carcereiro do que seremos e do que fomos...
Aferrando grades pelo corpo inteiro,
Afastando o amor, quiçá verdadeiro...
Viver uma vida de ilusão,
Querer dizer sim, mesmo dizendo não,
Privar-se de fantasias, achar inútil a poesia,
Reprimir os sentimentos; dar vazão aos lamentos,
Negar um gesto nobre de carinho
E sentir a solidão, mesmo não estando sozinho.
Ser sombra que assombra e não é decifrada
Ser sapo ou bruxa e não príncipe ou fada,
E no fundo saber que não é nada!

Enfim, morrer é não sentir o prazer
De envelhecer sem ter envelhecido,
De se apaixonar, embora não correspondido,
De pular o muro e vislumbrar um mundo desconhecido.

_Carmen Lúcia_

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