Tarde

Foto de Ricardo felipe

Ilhéu

O negrusco acastanhado dos teus faróis naufragam-me o mundo na praia branca e fina de tua pele.
Alvorecer no rubor de tua face é contemplar deitado no desejo e chama do refúgio de teus lábios.
Agasalhar-me na macieza de tua carne
é sentir na palma das mãos as mudas de plumagem alva ,como quem sente as flores de pessegueiro molhadas por uma chuva fina à tarde quente.
Orvalhadas por ti ,sol.
A aragem de teu ofegar, o relento da noite, me acalenta.
Me sangram as pérolas de tua boca,
me cravam como raízes.
Tu videira me sorve.
Me envelhece em ti meu carvalho,
apura-me com o aroma de tuas florestas de ébano, com o vestígio do mel delas, o leite de teus montes, o pão de tua cintura e o calor a cada gole das grutas de nascente morna e nevoada.
Chama-me com o tremular de teu dorso desfolhado.
Chama-me com o escorrer das nascentes por teus vales intactos.
Eu como uma brisa gélida soprando ao leito, hei de criar em ti outono e ti eriçar a relva das margens.
Paraíso inexplorado.
Vem, me toma Ártemis .
Me ensina a matar-te animal lascivo, coisa arisca.
Me faz querer tua carne. Eu sou só fome em ti.
Ti faz riacho, me mata a cede.
Estremece em meu mergulho e me deixa,
em queda, percorrer-te em vinco.
Teu olhar é mar cálido, escuro destas partes do oceano.
Vulcão. Floresta úmida quente, tropical.
Solo profundo: branco, roxo, vermelho, dor. Fértil.
É doce na aragem do porto de teus faróis ao alvorecer.
E salgado são os deltas de teus vales no fluir das termas .
A concha do oceano ti traz Afrodite em tua alvura.
Toque de carne de ostra, sabor de mar,
cor de papoula, brisa de oceano em revolta.
Anseio por ti cercar, abater-te, ti esquartejar com os olhos.
Ti devorar as partes. O celeiro de tuas pernas, a cana de teus lábios,o leite de teus montes.
Conheço os todos. Habito-os, alimento me deles.
Os faço vermelhos e em brasa os devoro.
Labareda que me arde em ti.
Me comprime em teu vale, me torna ecoar em tuas montanhas.
Meu brado em ti é suplica.
Meu gemido em ti, ilha minha, deleite.
Como resistir à tuas frutas?
Como fugir da terra tua, mana, leite e mel?
Fome é de trôpego em tuas montanhas, é de arrastar-se em tua relva.
Perscrutar-te o delta em teu oceano, canto a canto.
E morrer em teu canto é ficar exausto em ti.
Saciar a cede de ti é ti fazer morada,
descansar nas castanheiras de teus cabelos.
Viver é ti mapear todo o solo, a alvura de todas as praias, as águas mornas do oceano à margem de teu bosque ebâneo.
Ti possuir é desejar matar-se sempre em ti.

Foto de TrabisDeMentia

1 dia antes (do fim)

Ontem duvidaste e disseste que te magoei. Hoje não duvides, pois vou-te magoar ainda mais. Bem podes começar já a chorar pois vou-me abrir contigo. Tu não és um anjo, és uma sereia... Tu não voas, tu nadas. Tu sentas-te nos rochedos e encandeias os marinheiros com a tua beleza, cantas-lhes músicas de engano e os levas á morte. Obrigas-me a me amarrar ao mastro para não cair na tentação de me afogar. Vendo os meus olhos para não me iludir. Tapo os ouvidos para não te ouvir. Sinto o teu encanto na pele e me arrepio só de pensar. Que queres de mim? Queres me ganhar? Tens tido azar. De mim só tens levado derrotas e desilusão, não é não? Então diz-me porquê te meteste na boca do lobo. Tu gostaste? Ou és assim tão ingénua? Disseste que não eras um anjo pois eras má. Será que tens razão? És má para quem? Para mim? Para ti? Dizes que és feia? É só para me picar? Dizes que és feia e depois te encostas a uma parede a ouvir elogios de cem?! Enganas quem? A mim? A ti? Dizes que tens que os ir aturar e que nunca mais és salva! Mas quem foi que se deixou ir? TU orgulhosa de TI foste “salva” a sorrir. Pois é... São peças que se encaixam mais tarde na memória. Hoje... como foi que te encontraram. Como foi que combinaram? Foi no café? No jardim da escola? Por telemóvel? Boca a boca? Ouviste elogios que chegassem?! Adoraste quando brigaram por ti não foi! És assim tão má? Tão feia? Beijinhos, beijinhos para todos! O último é o primeiro! O que a malta quer é beijinhos, quanto mais fofos melhor. Isso e nanar bem! Sonhar muito! Que sonhem contigo aposto! Sim pois apostas não devem faltar. É só olhar á tua volta e contá-los pelos dedos... E dizes que és feia. Desculpa, mas pelo que vi não acredito que te aches feia. Tu sabes que és linda. És a nossa sereia! Hoje faço-te um xeque. Fico há espera de um mate. Quero que me dês um estalo por cada mentira que disse. Quero que me odeies. Quero que acabes com o meu sorriso sarcástico de vez. O amor?! Queres que te diga o que é o amor? O amor é um misto de amizade e de paixão! Paixão implica sexo ou desejo! Amizade implica partilha, compreensão, confiança. Pois eu não te compreendo e teimo em não confiar em ti. Desejo uma sereia, uma meia mulher que não se encaixa em mim. O que queres de mim?! Eu que tenho jeito para sofrer. Eu que gosto de dar e receber. Eu que sou merda. Eu que te quero feliz mas a chorar. Eu que te amo e te invejo, mas que te deito ao chão e te espezinho. Eu que sou nada e que sonho com tudo. Eu que não suporto a ideia de perder para ti. Eu que não sei o que digo nem o que faço. Que te sinto já entre os dedos. Eu que desvio os olhos de remorso! Quero drenar toda a alegria que te rodeia. Quero chupar toda essa falsa ilusão. É verdade? A paixão, já me esquecia. Quando foi que me tocaste? Não me lembro. Quando foi que me beijaste sem eu te pedir? Já me disseste porquê mas eu não entendi. Vais juntar esta carta á tua colecção de triunfos? Quem sabe para mostrares ao próximo? Vais-me reenviar uma mensagem de imagem? Uma frase feita? Vá lá! Mata-me de vez. Diz-me que me odeias! Que nunca me amaste! Só assim te levarei a sério! Eu não suporto sentir ciúme.
Me desculpa... Desculpa-me, beija-me e abraça-me.

Foto de Paulo Zamora

Tempo para revivamento

Quando não pude mais ver em meu rosto seus cabelos, fiquei parado olhando aos lados e procurando uma resposta, porque amamos durante um tempo e depois ficamos sozinhos? Será que faz parte da natureza humana? Mas Deus não gosta da escuridão, não gosta da solidão, mas como ter de volta meu sorriso se penso sem parar em você, no dia em que foi embora...
Escondia de mim que homem também chora, quando a saudade aperta, quando a cama fica fria, quando todas as noites se tornam sombrias, e vou sentindo... solidão... frio... excesso de paixão, tudo não correspondido, eu vou assim como uma canoa num mar perdido lutando contra as ondas.
Uma vez amar, uma vez morrer, precisamos de mais chances e reviver nosso amor, sentir seu calor e você sentir o meu perfume, o que lhe agrada. O que faço? Quando eu não mais existir será tarde para revivamento da paixão, coisas do coração, coisas do espírito do amor e não fantasma que na verdade é dor, simplesmente dor...
Quando não mais nos tocarmos nem mesmo em aperto de mão, quando não mais nos olharmos, quando não mais existirmos será tarde demais...

Paulo Zamora 30/12/2005
email: paupoeta@bol.com.br

Foto de Ricca

Libertar

Já era tarde
E tarde era
Amanheceu,
Entardeceu,
Escureceu!
Que foste a dor
De tantas coisas
Muitas injúrias
Que aqui buscastes
Não libertam mais
E perderam a razâo,
O coração...
O sentimento
Ficou pra trás
Agora me julga
O Atormento!
Liberta a alma
A minha alma
A sua alma
Meu amor
Minha paixão...
Meu coração!

Foto de Patrícia Amorim

Saudades

Que saudades...
Saudades de um tempo perdido e que talvez só exista em minhas lembranças. Como eu queria saber se você também se sente assim! Queria poder hoje estar ao seu lado, sentindo seus beijos, abraços, carícias, enfim, seu amor. Quanto tola fui, quantas brigas bobas iniciei, quanto imatura fui todo esse tempo...Meu Deus dois anos, dois anos de espera e, finalmente, quando estava em meus braços, ao meu lado te deixei escapar. Que raiva de mim, por ter sido tão possessiva, por querer saber até mesmo teus pensamentos em alguns momentos. Estou eu hoje aqui com medo, com muito medo de não pode mais poder ficar contigo. E sofro, sofro muito essa ausência que já tentei por diversas vezes suprir em outros braços, em outros abraços, porém tuas recordações sempre me vêm à tona. O que será isso? Será obsessão? Não. Um sentimento tão bonito, tão forte não pode ter esse significado. Fui muito imatura, diversas vezes, mas somente hoje compreendo as conseqüências que minhas irracionalidades proporcionaram. DOR, muita dor.Entretanto, aprendi, aprendi que quando amamos devemos ter calma, ter paciência, saber esperar o tempo certo para tudo acontecer. Aprendi que o amor não deve ser sufocado, nem deixado livre demais, assim como a areia da praia que se for demasiadamente apertada em nossa mão se perde entre os dedos e cai ou se deixarmos a mão aberta demais o vento a leva. Devemos sim deixar espaço para o amor respirar, mas também segurá-lo um pouco para ele entender que desejamos que seja nosso. Meu amor, ainda te amo, mesmo tendo dito que não, mesmo tendo dito que não importava...Era tudo mentira...Eu me importo e quero que você também se importe comigo. Talvez seja tarde demais, talvez você esteja com outro amor...Sinceramente, espero que não, mas isso jamais impedirá o que sinto por ti, isso jamais diminuirá meus sentimentos, apenas aumentam meu sofrimento.

Foto de Carolina Soares

Recordação

Recordação é algo que utilizamos
Sempre que estamos com saudades
Sempre que temos saudades recordamos
Dos bons momentos passados com essa pessoa

A recordação ajuda-nos a viver
Mesmo que tenhamos muitas saudades
Quando recordamos algo bom no passado
Nós ficamos mais felizes, porque revivemos o que passamos

Por isso é sempre bom recordar
Os bons momentos passados com quem se ama
Nunca nos devemos esquecer deles
Porque um dia mais tarde quando quisermos

Podemos matar as saudades dessa pessoa
Recordando como há tempos foi bom
Como era bom, estarmos com essa pessoa
Como é bom recordar

As pessoas vivem de recordações
Uma pessoa que diga que não tem recordações
Do tempo passado mente
Pois recordações boas todos têm

E falando em recordação eu vou recordar
Os bons momentos que passei contigo aqui
Quando eu era tua secretária e te ajudava no pc
Quando te ajudava com os alunos

Quando te pedia para seres meu
E tu sempre recusas-te por ser nova
Quando te foste e eu fiquei muito triste
Quando assumimos o nosso namoro

Quando, quando, é isso que dizemos
Sempre que queremos recordar algo
Quando isto, quando aquilo e assim vamos recordando-nos
De como era bom naquele tempo

Eu muitas vezes me recordo
Quando te ia buscar ao barco
Á sexta feira e tu ficavas fulo
Pois tinhas medo que me fizessem mal

Quando me dizias que eu era muito nova
E que o que sentia por ti era só amizade
Não era amor, que eu estava confusa
E quando tu me disses-te que me amavas

Quando me disses-te que não tinhas nojo
De comer e beber das mesmas coisas que eu
Porque eu era a tua alma gémea e éramos um só
Quando me beijas-te com todo o fervor

Quando me pedis-te em namoro
Em frente aos meus pais e á tua mãe
Quando me beijas-te a mão e os pés
Quando viste que eu era uma grande maluca

Quando passas-te as tuas mãos pelo meu corpo
Quando me amas-te muito e foste muito atrevido
Quando os dois juntos nos amamos imenso
Quando me disses-te aquelas coisas belas

Quando me deste todos aqueles presentes
Quando me dás inspiração para escrever
Quando me deixas aqui cheia de saudades tuas
Tudo isto são recordações a maior parte boas

Mas também tenho más recordações
Quando disses-te para eu esquecer tudo
Quando me disses-te para eu te esquecer
Quando me magoas-te e feris-te os meus sentimentos

Quando me puses-te de castigo
E ficas-te uma semana sem falar comigo
Quando te chateaste no primeiro dia
E no fim do dia não me voltas-te a beijar

Quando me incentivas-te a matar-me
Quando és mau para comigo
Mas apesar de tudo isso eu amo-te
E todas estas recordações percorrem o meu pensamento

São estas recordações boas e más
Que me fazem te amar cada vez mais
E tanto como eu te amo, são estas
Recordações que me mantém viva

Quando tu estás longe de mim
São elas que me dão “vida”
Quando a minha vida, está longe
De mim, a minha vida és tu

Foto de Flávia oliva almeida

Queria

É tarde da noite,
e todos foram dormir em paz,
minha face está úmida.
Tenho alegrias para contar,
mas vc não quer escutar

Sua indiferença tem o poder de me destruir
Sei que estou me perdendo,
Só queria que gostasse de mim
Eu tentei cativá-los
mas vcs sempre me acharam tão feia.

Só queria amor e uma família,
estou cansada de chorar
mas é só o que consigo agora.
Às vezes queria gritar,
ás vezes queria machucar vcs,
assim alguma resposta obteria.

Foto de Edilson Paulo

ROMANCE VESPERTINO

ROMANCE VESPERTINO

Meus olhos cegos
de amor
Tateiam o teu
rosto pálido
que, no fim da tarde nítida,
Roça meus lábios
sem cor.

Meus olhos
cegos, sem cor,
Percebem teu
rosto nítido
Que no fim da tarde
pálida,
busca meus lábios.
Amor.

EDILSON PAULO

Foto de AAC

Minha amada

Confiei a ti os meus sonhos e segredos, fiz do espelho o reflexo não só de mim externamente, mas internamente, e pedi que você me guiasse, para que assim tivesse um rumo, mas agora você me deixa louco. Estou louco. Louco para que novamente lhe veja entrando por aquela porta que um dia abriu as portas do meu coração para você.
Me submeto as mais estranhas atitudes, que somente alguem como eu, um escritor poderia sonhar em prever, o futuro que construira.
Me vejo como um poeta e você minha poesia, escrita a cada verso, cada estrofe com delicados rabiscos de um apaixonado.
Quando a tristeza me invade você surgi como minha heroina em um cavalo branco, coisas de conto de fadas, sonhos.
Posso fechar meus olhos a noite, de dia, a tarde, a hora que for... penso em você de olhos abertos, sinto, ouço, vejo você como se ainda estivesse de olhos fechados.
Não importa o que esteja fazendo, ou com quem estejas, mas quero que estas minhas palavras cheguem até você e façam com que pense em mim, e lembre dos momentos em que passamos juntos, momentos dos quais em silencio olhava teu rosto e dizia TE AMO.

Foto de oscar dinis

quando morreu a minha vida...

pelas noites dos meus sonhos
pelas prosas do teu corpo
fazer amor em silêncio
voando em brisas...diamante

nas catedrais que te ergo
onde entro toda a vida
um velho corvo sozinho
num encanto miserável

pelas flores da montanha
pelo triste que me deste
gritos de sangue...saudade
pelo amor que me quiseste

num céu azul moribundo
como uma ave á procura
de eterno sol de fim de tarde
asas de oiro...ternura

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