Tempo

Foto de ROSA GUERRERA

NÃO AME HOJE

Não ame hoje esse sorriso
que ainda tenho no rosto.
Ele traz emoldurado rugas do tempo.
Não ame hoje o carinho das minhas mãos!
Os anos já começaram também a enrugá-las...
Não ame hoje a melodia que ainda canto docemente...
minha voz já não possui a vibração de outrora.
Não ame hoje os meus cabelos revoltos em desalinho!
Há núvens brancas cobrindo a sua outrora beleza !
Ame a poesia que nasce a cada dia dentro de mim.
Ame esse coração ainda menino e vagabundo...
Ame o meu olhar que ainda se ilumina ao falar de amor!
Ame a verdade dos meus anos vividos ,
dos meus sonhos apetecidos
e das minhas alegrias que não feneceram.
Só me amando assim será rasgado o invólucro
das rugas, do tempo e do cansaço...
E como num passe de mágica você escutará
a gargalhada sonora da criança
que nunca envelheceu em mim !

Foto de Izaura N. Soares

O meu sol é você

O meu sol é você
Izaura N. Soares

Quando me sinto só, minha vida fica a ermo.
Sinto uma melancolia que toma conta de tudo que me cerca.
Só consigo imaginar você tão longe, e nada mais acontece.
A noite anoitece...
O dia amanhece...
Durmo abraçada ao relento suspiro o desalento do vento
Que busca você em meus braços,
E só encontro a solidão apertando meu coração.
Tento esperar pelo tempo, agarro sua imagem, vejo-me,
Refletida no amor que vivemos.
Hoje o Sol amanheceu triste e melancólico,
Pensei que ele não existisse que fosse apenas os raios da.
Minha fértil imaginação, que diante da chuva derramada pelas.
Lágrimas estivessem ofuscando o meu olhar.
O Sol vai sumindo pouco a pouco e a saudade vai tomando
O seu lugar onde lentamente adormeço nos braços dessa
Saudade que só me faz desejar-te.
Mas quando aqui cheguei encontrei você, e percebi que o lindo.
Sol existe, e este Sol; é você!

Foto de Sonia Delsin

VIVA DE VERDADE

VIVA DE VERDADE

Mesmo que o ontem ainda pareça tão vivo dentro de você, ele já morreu.
Já se escafedeu.
Você adormeceu.
Acordou noutro tempo.
Hoje.
Não podemos nos esquecer de um pequeno detalhe.
De viver.
E bem viver.
Porque não teremos nunca mais este dia.
Precisamos aproveitar cada momento para abraçar um ente querido.
Um amigo.
E perdoar (caso tenhamos) um inimigo.
Devemos nosso amor mostrar.
Demonstrar.
Um pequeno afago.
Um olhar.
A vida nos dá o hoje e precisamos aprender a vivenciar.
Mas falo vivenciar com profundidade.
De verdade.
Se você tem algo a fazer, faça agora.
Sem demora.
Mesmo que em nosso ser pareça que os fluidos do ontem existem eles já se foram.
Como nós iremos.
Então vamos cada instante de nossa vida aproveitar.

Foto de Dirceu Marcelino

COLCHA DE RETALHOS - DUETO = DIRCEU & LU LENA

COLCHA DE RETALHOS

Soneto de LU LENA

Pensamentos, recordações oscilam
num destino desfiado de renúncias
grilhões que me prendem num exílio
enleada em ti a tua e a minha vida.

Indeléveis cicatrizes em minha memória
em carretéis e linhas opacas e sem cor
na caixa de costura toda nossa história
alfinetes agulhas ludibriando nosso amor.

Cerzindo versos, exalando nossa essência
assim vou tecendo estática nossos pedaços
entre gotículas de lágrimas em reticências...

Vozes, murmúrios, sem viços e transparências
bordando prolixa nossa colcha de retalhos...
Aguardando o tempo esvair nossa existência.

***
Soneto de Dirceu Marcelino

Ainda em minha tenra e singela adolescência
Sonhava com ti e minha vontade era tecer
Com os parcos fragmentos de minha inocência
A colcha que te cobriria em teu adormecer

Hoje recordo com fragmentos de consciência
Dos belos sonhos e então deixo me esvanecer
Em devaneios poéticos que com insistência
Injetas-me com teu lume e em mim faz nascer

A inspiração que surge da tua proficiência
Em belos versos que estimulam meu alvorecer
Fazendo com que encontre nas regras da ciência

Poética esta arte que me faz rejuvenescer
E encontre nos retalhos de minha inconsciência
Os pedaços da colcha que tu estas a cerzir.

Foto de ROSA GUERRERA

Ando devagar porque ja tive pressa ...

Ando devagar porque já tive pressa ...
Sou grande admiradora do Almir Satter , mas não posso negar que me atinge profundamente a música :TOCANDO EM FRENTE . A impressão que tenho quando a escuto ,é que ela retrata alguma coisa muito minha . " ANDO DEVAGAR PORQUE JÁ TIVE PRESSA ...... LEVO ESSE SORRISO PORQUE JÁ CHOREI DEMAIS "...... E como já corri nessa vida ! Catava minutos e segundos no tempo para sempre encontrar mais horas para correr , para amar , para brincar, para trabalhar ,para dirigir em alta velocidade, como se tudo ficasse resumido a emoção de vertiginosas carreiras pelas estradas e atalhos da vida .Mas quando a gente atinge meio século de vida , e começa a dobrar o cabo da boa esperança ( como se diz na gíria nordestina ), e que sentimos a descida nos degraus da escada da vida, é quando refletimos que o tempo está mais curto e a pressa já não precisa existir nesse novo caminho. Aí olhamos o relógio ou o calendário com aquela vontade danada que o dia possua 30 horas , os meses 50 dias , e que tudo passe bem devagar , para melhor vivermos, para melhor amarmos , e para espalharmos mais sorrisos sem aquela pressa que tínhamos de até chorarmos atôa .E vamos roendo uma rapadura tranquilamente debaixo de uma mangueira , nadando calma num lago tranqüilo,vivendo até com mais poesia os orgasmos que o amor nos oferece. Agora o importante é mesmo caminhar devagar , e esquecer totalmente que um dia tivemos talvez pressa demais para subirmos uma montanha , quando a planície de hoje nos oferece todo tempo que ainda temos, para admirarmos e curtirmos melhor a paisagem que se estende ao nosso redor .

Foto de Sonia Delsin

LEVES COMO PLUMAS

LEVES COMO PLUMAS

Sou leve...
Sou uma pluma ao vento.
N’água...flutuo.
No tempo também posso flutuar.
Basta saber se soltar pra voar...
Sou leve...sou uma folha solta que o vento caprichosamente carrega de lá pra cá.
O que nos prende ao solo somos nós mesmos.
Os limites nós nos damos...
Por que não experimentar se soltar?
É tão fácil... basta começar...

Foto de Sirlei Passolongo

Estava escrito

Antes de você surgir
Eu sabia que você existia
E um dia viria ao meu encontro...
Desenhava teu rosto,
Imaginava teu cheiro, teu gosto
Teus mistérios e encantos.

Eu podia ouvir tua voz
Sem nunca tê-la escutado.
Eu sabia que os deuses
Para mim, te guardavam...
E te esperei esse tempo todo
porque nosso amor
estava escrito... Um ao outro,
pela felicidade, acorrentado.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de Lu Lena

COLCHA DE RETALHOS

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Pensamentos, recordações oscilam
num destino desfiado de renúncias
grilhões que me prendem num exílio
enleada em ti a tua e a minha vida.

indeléveis cicatrizes em minha memória
em carretéis e linhas opacas e sem cor
na caixa de costura toda nossa história
alfinetes agulhas ludibriando nosso amor.

cerzindo versos, exalando nossa essência
assim vou tecendo estática nossos pedaços
entre gotículas de lágrimas em reticências...

vozes, murmúrios, sem viços e transparências
bordando prolixa nossa colcha de retalhos...
Aguardando o tempo esvair nossa existência.

Foto de Rosinéri

ESTRADAS DO PENSAMENTO

Imerso num mar de idéias, em silêncio
No escuro do quarto, não consigo dormir
Ouço ao longe o som de uma estrada, o movimento
O zumbido, rugido de veículos num ir e vir

Cerrando os olhos, submergindo em mim, tento
Deslocar-me ao tempo que vivi a sorrir
Reativar lugares e gentes, um momento
de felicidade , de vida, de sentir

A vida é sim uma via em sentido único
Ficam-nos nos olhos as lágrimas, o desejo
De se nunca chegar ao fim da viagem

Viver é um passar, seguir um certo rumo
Com os nossos sentidos, nossa alma mesmo
--Cada dia vivido, parte da paisagem

Foto de SulekhaVargas

Poema escavizado

POEMA ESCRAVIZADO

Era uma vez um pai e uma mãe
Que queriam tanto amar,
Mas nada podiam fazer, nem mal nem bem,
Pois, para a vida teriam que lutar…

Os pais ali estavam e a guerra decorria
Com uma pena imensa, por sua Criança que estava a sofrer;
Pelos braços abaixo, sangue escorria
E imensas dores tinham por verem sua filha morrer…

Seu Mundo escravizado,
Para toda a eternidade;
Seu sonho estava estragado
Que era toda a fraternidade…

Olhares tristes como a morte,
Rostos descaídos como a revolta,
Lábios silenciosos como um deserto,
Pele arrepiada como o medo…

A alma de pequena porte
E a esperança que nunca mais volta,
O tempo que é incerto
Com a vida que causava tal tropeço…

O ódio que brilhava no olhar frio dos vencedores,
Que esmagaram na passagem, os vencidos…

Ao longe, pais a chorar;
Maldição de vida…!
Que a vida era só de ida,
E continuavam suas filhas adorar…

Enquanto à Criança,
Seus pais exclamavam:
“Pobre e querida Criança,
Quem nos dera teres mais uma esperança”…!

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