Ternura

Foto de Laviniapach

Amor amigo (Lavínia Pach)

Há algo em você que perdura - é a candura;

E quando os teus olhos sorriem vejo ternura,
pois brilham e espantam;

São ricos, tão largos;

São sóbrios, gaiatos.

Tão cheios dessa doçura, desse amor amigo!

Lavínia Pach

Foto de brunomiguelmata

Homem desesperado (Bruno Miguel Mata)

Viver na solidão

é viver com dor,

com sofrimento,

é viver sem emoção.

Para quê levar uma vida assim?

Será que vale mais morrer,

ou sofrer?

Vida sem valor,

sem amor.

Mas que mal fiz eu,

porquê a mim?

Eu só queria um grande amor,

com muita ternura,

com muito calor.



Um calor tão intenso

que me aquecesse o coração,

uma mulher que me amasse,

que me pudesse pôr louco de paixão.

Como não tenho essa sorte,

pois ningém gosta de mim,

vou beber um copo de veneno,

pois prefiro morrer assim.

Pode ser que lá em cima,

eu seja mais feliz

pois neste mundo de ódio, de guerra, sem alegria

já não aguento mais.

Não sei o que se passa

sinto o corpo a tremer

estou cheio de calor

será que é agora que vou morrer?

A quem encontrar este meu corpo infeliz,

leia esta minha menssagem,

pois só lhe darei um conselho,

sê mais forte do que eu.

Adeus mundo cruel!!

Bruno Miguel Mata

Foto de FERNANDO_JOSÉ

Amor a quanto obrigas !!! (Fernando José)

Amar é sofrer...

Porque vou ficar outra vez sozinho ?

Porquê ficar sem teu carinho ?

Quero afogar-me no teu rio de ternura

Quero sentir tuas mãos,

Quero beijar tua boca tão pura !!

Sabes que meu corpo rebelde

De tremuras teu mimo amansa ?

Porque de ficar só, minha vida já se cansa?...


Vieste qual deusa bendita

Num regaço de Rosas de amor

Por ti minha alma rouca ainda grita....

Negando a evidência de nova dor !!!

Qual troiano pássaro maldito

Te leva quase até ao infinito

E eu grito.....

Mas minha garganta

De dor já cansada

Que de canto, já cantou e agora nada...

Mas o futuro será risonho...

O real será o sonho....

O frio será calor...

A felicidade será sem dor...

E vencerá o nosso amor...

Fernando José
11/01/2003

Para a minha adorada Rosinha

Foto de celsoeduardo

Amor Perdido (Celso Eduardo)

Carta a um Amor Perdido

Eu te escrevo, surpreso, reavivando na minha lembrança esquecida certos traços sem cor de uma história perdida. Falo dos poucos dias que passamos juntos...
Tão longe agora estes Quantos belos assuntos, a que eu não quis, nem soube mesmo dar valor, relembras com um estranho e desvelado amor...
Minha carta é tão doce, e tão cheia de cores que, dir-se-ia a escreveste com o mel que há nas flores, sobre o azul de um papel tão azul, que o papel faz a gente pensar num pedaço de céu!
Deixas nas minhas mãos a tua alma confiante, ante a revelação desse amor deslumbrante.
E abres teu coração, num gesto de ansiedade, sob a opressão cruel de uma imensa saudade.
Não pensei... Não pensei que te afeiçoasses tanto, nem desejava ver a tristeza do pranto ensombrecer teus olhos... Quando eu parti, não compreendia bem por que ficaste triste nem quis acreditar no que estavas sentindo...
Hoje, - hoje eu descubro que o teu sonho lindo era mais do que um sonho, - era mesmo, em verdade uma grande esperança de felicidade!
Dizes que só por mim tu vives, - que a tristeza é a companheira fiel que tens por toda parte, e me falas assim com tamanha franqueza que eu nem sei que dizer receando magoar-te!
Não compreendo esse amor que revelas por mim nem mereço a ternura e o enlevo sem fim de um só trecho sequer de tudo o que eu escreveste.
Tarde, tarde demais... Bem me arrependo agora do amor que te inspirei, daquele amor de outrora que eu julgava um brinquedo a mais em minha vida
e a quem davas tua alma inteira e irrefletida...
Perdoa o involuntário mal que te causei!
É bem rude e bem triste eu perceber que encontrei meu ideal, o meu ideal mais belo e o destruí. É doloroso a gente em mil anos sonhar e inesperadamente e ter que abandona – lo!
Se algum amor eu quis, esse era igual ao teu que tudo me ofertou e nada recebeu, ingênuo e puro amor, simples, sem artifícios.
E pensar que isso tudo que tu me ofereceu, teu raro e imenso amor, teus beijos tuas preces,a tua alma de criança ainda em primeiro anseio e o teu corpo, onde a forma ondulante do seio não atingiu sequer seu máximo esplendor, tua boca, ainda pura aos contatos do amor, e dizer que isso tudo, isso tudo afinal era o meu e nem se quer a perceber o joguei fora, tirando o da minha vida como se fosse descartável.

Releio os meus pensamentos e confesso que sinto o ter-te que falar sobre esse amor extinto, um prelúdio de amor que ficou sem enredo e que só tu tocaste em surdina, em segredo...

Dizes que o que eu mandar farás... E que és tão minha que mesmo que não me ame e, que fiques sozinha bastará para ti a lembrança feliz dos dias de ilusão em que nunca te quis!
E escrevo, continuando essa carta com uma vontade louca de parar no meio:

"Minha vontade é a tua! E meu destino enredo
no teu!... És o meu Deus! Teu desejo é o meu credo!
Creio na tua força e no teu pensamento,
e nem um só segundo e nem um só momento
deixarei de seguir-te aonde quer que tu fores,
seja a estrada coberta de espinhos ou flores,
te aureole a fronte a glória e te sirva a riqueza
ou vivas no abandono e sofras na pobreza!
Serei outro e te amarei com um amor infinito, sem razão nem lei.
Tu serás a minha Poetisa imortal, - meu Senhor,
a quem entregarei minha alma e o meu amor!

Creio na tua força e no teu pensamento! Faço dela um arrimo, e tenho nele o alento da única razão que dirige meus atos.Orgulho-me de ser a matéria plasmável onde o teu gênio inquieto, e nervoso, e insaciável, há de esculpir uma obra

Foto de vania

Volta...(Vânia Nunes)

Ó, vida minha, ternura pura,

Porque me deixaste nesta hora escura?

Como pudeste partir com tanta calma,

Deixando este corpo sem sua alma?

Estou cega e só, com o passo incerto,

Ando perdida, sem guia, neste deserto...

Com o espírito triste, o juízo escuro,

Em toda a parte te vejo e te figuro!

Como pude eu deixar partir-te,

Estando minha alma tão insegura?

Triste de mim por não poder seguir-te!

Volta, musical tesouro, vem-te a mim...

Alivia esta alma de tanto aperto,

Impõe a estes negros fumos, maus ventos, o fim!!!

Vânia Nunes

Foto de Kadu_syndara

Um Grande Amor (Amanda)

Criança linda sorridente de encantadora beleza,
Mulher de sorriso que encanta como uma princesa,
De olhar que hipnotiza com seu charme e nobreza,
Derramando sensualidade com perfume de pureza.



Quando te encontrei pensei que fosse uma aventura,
Mas de repente acordei sentindo toda tua ternura,
Então me apaixonei por esta alma doce e pura,
E em teus braços mergulhei em total loucura.

Se eu pudesse traduzir o que diz meu coração,
Não faltariam versos para uma linda canção,
Que expressasse com carinho toda minha gratidão,
De ter conhecido alguém de tão sincera emoção.

Como eu gostaria nesta hora de sentir teu calor,
Embaraçado em teus cabelos e provando teu sabor,
Entre suspiros e beijos de um intenso fervor,
Uma lembrança marcante de meu eterno amor.

Se em poesia eu te falo para mostrar meu sentimento,
É porque uma musa merece mais que acalento,
Cada detalhe do teu corpo, vivo está no meu pensamento,
Como um grande amor que marcou meu firmamento.

Foto de quimnogueira

Poema do esquecimento

Um dia ? Dois ?
Um minuto apenas e tu partiste !
Partiste e eu fiquei só e triste !
E agora o tempo corre vertiginosamente

e atropela o meu coração sangrento,
despedaçando-o contra as pedras do caminho;


o sangue correndo abrasador

tortura-me numa infinda dor...

As árvores do além, no silêncio da noite,

gemem baixinho:

imploram, com ternura, um beijo, um carinho.

As estrelas do céu cantam melodias, lentas,

plangentes...

Os astros não brilham, a lua já não sorri...

E tudo porque te vi partir !

E eu no silêncio da noite escura,

imaculadamente pura,

rezo, recordo e estremeço...

Um tic-tac lento despertou-me...

As horas terríveis continuam a correr,

fazendo-me sofrer por não te ver...

Elas marcam a hora em que me deixaste !

Escuto o meu coração implacável,

como esse relógio malfadado,

e sinto-o gemer também.

Tic-tac...tic-tac...

Queria fugir, fugir ao tempo,

perder-me no mar do esquecimento...

E...chorar, penar...

Fugir, fugir, perder-me com a minha dor

no mar que fora sempre cheio de amor,

em vez de tanta e tanta dor...

Corro então, corro mais que o tempo,

mais que o relógio; e na minha corrida

desenfreada, louca, eu já não choro,

já não sofro...

Os espinhos cravam-se em mim,

rasgam-me a pele e o sangue corre...

Tic-tac...tic-tac... Paro assustado!

O tempo afinal corre a meu lado

e me ultrapassa; fico para trás,

perdido no esquecimento...

Olho

Foto de quimnogueira

Poema do grito...(Quim Nogueira)

Na solidão do meu remorso do bem que pude fazer e não fiz,

porque não pude ou porque não quis ?...

Eu revejo meus erros e me transformo em borracha;

borracha que apague a razão de aqui estar !

Na solidão do meu erro, do cometido consciente

ou do inconsciente assumido,

eu choro pelo vazio não preenchido,

pela vaga existente...

Por ficar, não ter ido...


Na solidão da minha mágoa sentida eterna e cadente,

eu revejo a ternura que em ti vive,

o carinho ardente do amor que busquei e... não tive.

Parto então em nuvens de gritos abafados

dum coração que arde sangrando,

não pela cruz que carrego mas pela cruz que outros,

irmãos meus, vão transportando.

As nuvens abafam meus gritos

sufocando as gargantas dos Deuses,

que nos seus pedestais,

me negam suas existências para num só Deus,

eu me mergulhe no cais.

Cais onde aporto meu arfar;

cais onde aporto meu ardor;

cais onde me fico, onde me sinto,

onde sou aquilo que sou !

As amarras então se me soltam e do cais me vejo partir...

Para onde vou ?...

Se é aqui que sinto que sou !...

Então, me agarro mais uma vez

e as ondas me embalam devagarinho...

ora fortemente, ora docemente...

E, então, o frio me invade.

Mas é nesse frio que me aqueço;

no frio das lágrimas dos que lentamente

enchem os sulcos do meu mar, deixando antever,

num só olhar, os adeuses perdidos

os choros sentidos

dum barco, só...a navegar !

E as amarras se me soltam...

e as ondas se revoltam...

e os outros barcos nunca mais aportam !

E na solidão do meu remorso do bem que pude fazer e não fiz,

sinto-me voar em altos céus

desejando vencer a inércia do meu desejo,

lutar a teu lado, meu Deus,

sentir-me junto, como um afago,

vencendo os medos,

vencendo os choros,

vencendo as ondas,

vencendo os gritos !

Quim Nogueira

Foto de Patrícia

Gozo e Dor (Almeida Garrett)

Se estou contente, querida,

Com esta imensa ternura

De que me enche o teu amor?

-Não, ai, não! Falta-me a vida,

Sucumbe-me a alma

Foto de Patrícia

Nascemos para amar (Bocage)

Nascemos para amar; a humanidade

Vai tarde ou cedo aos laços da ternura:

Tu és doce atractivo, ó formusura,

Que encanta, que seduz, que persuade.


Enleia-se por gosto a liberdade;

E depois que a paixão n'alma se apura

Alguns então lhe chamam desventura,

Chamam-lhe alguns então felicidade.

Qual se abismou na lôbregas tristezas,

Qual em suaves júbilos discorre,

Com esperanças mil na ideia acesas.

Amor ou desfalece, ou pára, ou corre;

E, segundo as diversas naturezas,

Um porfia, este esquece, aquele morre.

Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765 - 1805)

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