Terra

Foto de KAUE DUARTE

Maltrapilho de sua realeza

Sou sim...
Sólido como a rocha
Firme como a terra
Molhado como a água
Secreto como o céu
Singelo como o sino
Doce como o mel
Poeta como a lua
Brilhante como as estrelas
Amado quando estás comigo
Contigo não existe castigo
Posso ser o tapete que pisas
O sol que te bronzea
O creme de tua pele
Tudo o que me pedires
Óh imperatriz de minha história
Madame de meu jogo
Rainha do meu tabuleiro
Deusa do meu tempo
Quero ser seu pequeno escudeiro
Defensor de seus sonhos mais intensos
Permita-me tal elegância
Adentrar seus palácios de prazer
E assim estar
Só por ti
Estrela da aurora
Sempre teu
O bobo de sua corte
O maltrapilho que recebe suas migalhas
Suas pequenas misérias são referencia
Pro meu coração amante.

Kaue Jessé 24/07/2011 //*

Foto de Allan Sobral

A Supremacia da Sobrevivência

Já é o mais alto ponto da noite, e a Lua já saúda a madrugada vindoura, o frio paulista é cortante, Homens se ocultam em jaquetas, blusas e tocas que transparecem suas personalidades, ou o mero desejo de ser algo ou alguém. Caminho lentamente entre cães fardados , e jovens vazios e sem amor, sem pressa, pois a esperança para o amanhã está no amanhecer, aprendi que para nossa noite só resta a sobrevivência.
Pois fomos jogados numa terra de ninguém, em corpos frágeis, no meio de feras, com um único instinto que nos manteve vivos, o medo, pois com por medo de sermos aniquilados, nos unimos , e dominamos os monstros, bestas e feras... vencemos! Ao fim leões rugiam em nosso respeito, elefantes nos carregavam em suas costas, e dos tigres fizemos mascotes, mas a fome de superioridade e o medo, fizeram com que nos voltássemos contra nós mesmos, a luta começou, e nos dividimos, por cor, tamanho, localidade, força ou inteligência, nos dividindo em reinos, países, estados, cidades, tribos, famílias. Nos matamos e nos dividimos a tal ponto, que hoje nosso reinado abrange a um único súdito, nossa vida já se baseia na felicidade singular. "Onde cada homem é sozinho, na casa da humanidade, onde cada homem é sozinho, na uni-multiplicidade."
Nos abstemos do amor, e denominamos todas as coisas que não conhecemos por codinomes, chamando-as sentimentos. Justificando erros, ou camuflando nossas frustrações , culpando os sentimentos e chamando as desilusões de acasos. Desculpa, é duro ter que aceitar, mas uma das coisas que São Paulo me ensinou, foi que se as coisas deram errados foi porque você perdeu o controle da situação, ou correu antes que a luta tenha acabado. Não há problema que não tenha solução, mesmo que esta seja árdua, cabe a nós decidir se vale o sacrifício, carregar o peso de um sonho, preservar segundo sua fé os seus princípios.
Mas a pressa e egoísmo nos tentam a escolher o caminho mais curto, que é cobrado com corrupção, e paga com a solidão. Nossa sede de glória é fraca e fútil, pois buscamos saciar a sede daqueles que nos assistem , buscando olhares e aplausos, nos viciando e usando de nossa carência, para transformar a atenção e a fama nas drogas mais viciantes.
A necessidade de destaque nos manipulou, a criar sistemas e articulações, como por exemplo o mercado de trabalho, o estado e o status social, camuflando arenas e coliseus, onde homens se matam em proporções, iguais ou maiores as cruzadas, as guerras e as epidemias. Com algumas poucas diferenças, antes os mais fracos morriam, hoje estes são escravizados com a desigualdade ( com se o igual, fosse algo bom), antes era derramado sangue, hoje derramamos lágrimas.
Sorrisos debochados e forçados são comuns em nossas vidas, camuflando o desespero que já nos domina. Procuramos algum motivo que nos dê forças para continuas tentando sobreviver, lotando as igrejas, os presídios, os manicômios, casas de recuperação , fabricando assassinos com nossa maquina de frustração.
Na subsistência de uma vida, as duvidas enlouqueceram poetas, profetas, sábios e cientistas, em busca da razão da vida, mas hoje vos deixo o recado: Da muita sabedoria, só nos resta o enfado. Do muito trabalhar, aprendemos a resistir e ser explorados. E da vida, cultivamos a sobrevivência.

Allan Sobral

Foto de Carmen Lúcia

Irracional

Terra ressequida
chuva tardia
cigarra cicia
vegetação vazia ...

Terra alagada
chuva prolongada
barranco que cai
casa desmoronada...

Rio que morre
lixo que corre
água poluída
não vai virar mar...

Céu que acinzenta
nuvem agourenta
chuva de ácido
o homem alimenta.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Vervloet

A Agonia da Natureza (Poema Infantil)

Lá atrás daquele monte
tinha um pé de jabuticaba,
água brotando da fonte,
criança pescando piaba.

Mas um homem indelicado
cortou a mata que existia...
A fonte soltou um brado
enquanto a água morria.

Lá atrás daquele morro
hoje já não tem mais vida
só terra pedindo socorro
e o triste adeus da partida.

Foto de Carmen Vervloet

Mãe Terra

Chora o céu, se esconde o sol,
o arco íris desata as sete cores...
Na constelação de Perseu
brilha a estrela algol,
nos jardins empalidecem as flores

Mãe terra agredida pela poluição,
ferida com as garras da destruição...
Choram os homens de bom senso,
aglutina-se o ar impuro e denso!

As motosserras cantam em festa...
As florestas mutiladas por desalmados,
o cinza cobre o verde que resta,
só chove prata, cobre e ouro...

A terra grita por socorro
Acudo, peço ajuda, corro...
Mas a ganância é traiçoeira,
vai roendo pelas beiras!

É a agonia da morte...
Pássaros voam sem norte,
sem égide, sem aporte,
tristes com sua sorte...

Cidades, por lixo, invadidas...
Morrem os rios fontes da vida!
Barco fantasma esperando...
A esperança solitária embarcando.

Foto de Carmen Vervloet

Arre Morte!

A morte em longas vestes negras,
nariz afilado,
garras afiadas, foice na mão
bate à nossa frágil porta
sem chave, sem tranca, sem escoras...
Diz que é chegada a hora...
E nem se importa
se ainda nos sentimos crianças...
Nem se nossa amiga esperança
empresta-nos forças para enfrentá-la.
Destina-nos um túmulo hostil
um lugar tão frio,
um espaço escuro e vazio
coberto por granito polido
que esconde o anil escorrido do céu!
Asfixia-nos com seu negro véu...
Gatos pretos rondam nossa sorte,
lobos prevêem nossa morte e
soltam uivos que arrepiam na escuridão!
Bate acelerado nosso coração!
Momento de medo e solidão!

Arre morte!...
Bata em outra porta,
não injete seu veneno
em minha aorta
não quero ir, não posso partir...
Cumpro ainda minha missão.
Tenho que fiar poesias...
Tecer versos de alegria,
semear sentimentos em profusão
sobre a terra deste nosso mundo
às vezes cordeiro outras vezes cão.

Foto de Rute Mesquita

'O sonho comanda a vida'

O sonho é como uma onda, na qual tanto é ventre como é crista. Uma onda que banha toda a costa, não escolhendo tamanhos, etnias, religião, locais nem tão pouco horas. O sonho é aquela onda contagiante, aquela paz ou turbulência por segundos. O sonho é a inquietação, o querer sempre à frente de qualquer poder. O sonho é algo que trazemos connosco, é algo que nasce para nunca mais morrer, é algo que vem para nunca mais partir e embora nos deixemos derrotar pelo desânimo, pela angústia, pela nossa errância, ele permanece connosco e irá sempre alguém trilhar o nosso caminho para lhe dar voz.
O sonho tanto pode estar somente em nós como ser completado com um outro sonho, de um outro alguém. O sonho é como um puzzle em que o número de peças depende da nossa vontade, do tamanho dos nossos passos!! O sonho é algo que nos leva à nossa mais profunda ingenuidade, ematuridade mas, é por nos levar até lá que nos faz tropeçar, levantar e percorrer novos caminho!
O sonho, será sempre um sonho por mais que o tente descrever.
Não devemos dizer que quem sonha são as crianças, ou podemos se aceitarmos que dentro de nós existirá uma. Um sonho é incansável, porque também não o somos para com ele? O sonho é algo que à primeira vista é perfeito mas, porquê que na verdade se releva tão ‘humano’? O sonho está tão alto, é tão difícil de ser alcançado, como conseguimos nos alcança-lo?
Para todas as questões a resposta baseia-se nos seguintes argumentos:
O sonho é algo de ambicioso que criamos, algo grandioso, talvez a primeira coisa que nos ocorre, que nos esquecemos que há uma ponte que liga o que gostaríamos de fazer e o que tem de ser feito e nessa ponte, temos que levar sim, todas as experiencias no bolso mas, nenhum outro sentimento se não a coragem! E assim partimos para a nossa busca, a qual exige um tempo indeterminado, a qual nem está ao mesmo ritmo… a qual depende somente de nós mesmos! Já perto do fim da ponte e quase a pisar a Terra dos sonhos realizados, deparamo-nos com uma questão:
-‘Então, mas afinal o sonho está e sempre esteve dentro de mim?’ E desiludimo-nos, mas porquê? Porque nos envergonha tal coisa? Talvez por não nos reconhecermos como humanos, como um ser imperfeito e por isso não aceitarmos uma coisa tão óbvia.
O sonho é como uma pomba que tem de ser solta!
Posso dizer que, neste momento é o sonho que maneja esta caneta.

Foto de Alan Kramer

Carta de um anjo a uma mortal

A minha querida mortal

Olá, Quem lhe escreve esta carta sou eu, seu anjo protetor. Fui destinado pela ordem dos protetores da terra a te proteger e guiar seus passos. Mas recebi um aviso: de maneira nenhuma deves manter contato direto.
E assim vem sendo desde o inicio.
Aquele ar gelado que você sentia num dia triste era eu tentando te mostrar que estava do seu lado.
A viagem que você cancelou por não encontrar o passaporte, fui eu quem o escondeu para evitar aquela que seria sua última viagem.
Às vezes em que você tinha a impressão de que alguém chamava seu nome, era eu tentando te afastar do perigo.
Mas o fato é que me apaixonei por você. Seu sorriso, seus olhos, seu jeito de falar, seu jeito de andar, tudo isso está me levando à loucura e eu simplesmente não consigo mais esconder isso de você e precisava lhe contar a qualquer custo.
Entre tantas pessoas no mundo porque eu fui destinado a proteger a mais bela e formosa criatura da terra?
Mas agora é tarde para perguntas e seja qual for minha punição, espero que tenha valido a pena. Espero que, aonde quer que você vá tenha a certeza que alguém, algum dia te amou com todo o seu ser!
Troquei o paraíso pelo inferno pra dizer que te amo!

E para aquele que ficará no meu lugar eu desejo boa sorte!

Seu protetor

Foto de João Victor Tavares Sampaio

O Nunca da Terra – Versão Vigente

Olha minha linda:
O mundo não faz sentido e nem é um conto de fadas
E não adianta tentar fazer a cabeça do contrário

Por que se te disserem o inverso é mentira
E se disserem o mesmo que eu,
Talvez

Larga tudo e foge comigo
Segura minha mão
Para voar além das nossas expectativas

Os esclarecidos falam demais
Sobre os segredos que sabem e não contam
Mas o amor é maior que todos os mistérios
Soterrados sob o Nunca da Terra

Foto de João Victor Tavares Sampaio

O Nunca da Terra – Versão Intermediária

O mundo não faz sentido
Mas há quem está tentando nos fazer à cabeça do contrário

Pelo que presenciei
A vida
É decidida em instantes
E as aparências contam muito
E os confidentes contam tudo

Essa é minha linha curva de raciocínio
Você sabe,
Eu acho...
Todas as coisas não são explicáveis,
Todas as coisas não são bem assim:
O que te dizem que é verdade é mentira
E o que te dizem que é mentira,
Talvez

Porque a gente é madura
Quando reconhece o acaso
Por trás de uma certeza

Porque o detalhe é complexo
E o complexo é superficial
E tanto faz como tanto fez

Porque o segredo das coisas não é viver bem
E sim morrer por uma boa causa

Eu vejo as pessoas com ternura
E acredito que todos têm sua chance
Por que o Sol é milhares de vezes
Maior do que a Terra

Contradição, gritante e tímida
Corta a carne do próprio pescoço
Depois de se engolir

Rasurando o destino
Irreverente em ser peão
De um jogo sem as peças

Se ganha um Cristo para a cruz
Formando o sucesso de mais um perdedor

Corajoso em ser covarde
Sendo mais em ser ruim
Sendo bom em adiantar meu fim
Revirando o estilo socrático
Espalhando a desinformação pelos quatros ventos e pelos sete mares
Violando o túmulo da esquerda
Atravessando o samba
Retirando medalhas fincadas em peitos de bronze
Curtindo o couro do inimigo
Glorioso de sua grama verdejante

Graças aos lampejos de uma genialidade absurda
Cabeças são servidas ao molho
De chaves que abrem o mundo para a porta

Com doçura
Sendo repartido:
A pátria que me dá o nome não me dá a vida
Eu não pedi pra nascer
E é minha culpa
Não fazer questão de sumir

Sumir devagar
O mais lento possível,
Sumir no tempo
Abraçado ao descaso,
Desaparecer minguando aos poucos
Encolher e diminuir
Na sina do meu fracasso,
Caindo como estrela
Como cometa já apagado,
Sendo esquecido pelas pessoas e devorado pelos organismos
Olhando para o lixo e sorrindo
Feito palhaço esfomeado
Que se mistura aos gurus pensantes das calçadas

Toda importância é injustificada
Visto que o caos é quem decide os meios

Nunca a impossibilidade foi tão exaltada

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