Vento

Foto de Carmen Vervloet

POEMA ABORTADO

Por mais que o sentimento passeie por entre bosques antigos,
por mais que o seduzam as límpidas cascatas,
meu coração cerrado não quer lhe dar abrigo,
deixou-o ao relento sob um luar de prata.

O vento vem e bate em meus cabelos,
a melancolia paralisa meu olhar perdido...
A alma vazia não ouve o seu apelo,
o poema estagnado fica adormecido.

Mas se a alma está vazia
e a inspiração represada
por que insistir nessa poesia
tão sem encanto que nasce agoniada?

Faz tanto calor... e a rede da varanda me convida.
Talvez seja melhor o seu chamado aceitar.
A poesia jaz, sob meus escombros, desfalecida,
quem sabe amanhã ela volte a pulsar!

Carmen Vervloet.

Foto de Marilene Anacleto

Meu Jardim

*
*
*
*

Flores dançam cirandas,
Formam grandes espirais
E, em tempos de vento calmo
Põem-se quietas, a observar.

Em mandalas coloridas,
No jardim bem arrumado,
São um bálsamo para a alma
Os perfumes que exalam.

Contemplação instantânea
Solta a mente e dá-me asas.
O melhor lugar para ser,
É o jardim da minha casa.

O tempo que já passou,
O tempo que ainda virá
Estão presentes no agora,
Que a liberdade me dá.

Marilene Anacleto

Foto de Delton

Toque Da Paixão

Ensina-me a esquecer o passado
Ensina-me a sentir seu coração
Quero tirar teu fôlego com minha paixão
E não deixa seu amor tocar ao chão

Ao teu lado e meu lugar
Com seus passos me sinto
Em meu passado, quando apenas.
Um vento seu fazia crescer meu amor

Vem sobre mim com sua pele
Quero sentir o cheiro da paixão
Quero sentir o toque das suas mãos
Quero sentir uma grande emoção

A emoção do vento batendo em meu rosto
A emoção do sol queimando minha pele
A emoção da chuva molhando minha roupa
E a grande emoção de ter você em minha vida!

Enquanto eu respirar pensarei em ti
Ate meu mundo acabar eu ainda vou te encontrar
E ao teu lado estar para poder falar...
E te mostrar porque valeu lutar e nunca esquecer o teu amor.

Foto de airamasor

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

(Cecilia Meireles)

( Postado por Aira, 28 de março de 2011)

Foto de Paulo Gondim

Tu, no sorriso

TU, NO SORISO
Paulo Gondim
22/03/2011

Ah, quem me dera esse teu sorriso
Como um fio de luz, trazendo o dia
No romper da aurora cintilante
Teu sorriso em tudo irradia

E com teu sorriso, os cabelos
Num sutil e belo complemento
Fios negros como a noite
Fazem a beleza desse momento

Assim, surgiu como o vento
Numa brisa leve e alvissareira
Sorriu, ajeitou os cabelos
E se foi como nuvem passageira

E ficou a lembrança boa
Da imagem terna de paz
Teu sorriso me acompanha
E em cada pensamento tu estás

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http://www.lusopoemas.net/modules/news/article.php?storyid=180563#ixzz1Hw9eGkDn
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

Foto de Carmen Vervloet

PAISAGEM SEM COR

Tanto foi... mas tanto foi o sofrimento...
Que meu coração secou!
Hoje sou um grão de areia ao vento,
tão perdida que já nem sei quem sou.

A falta de paz é meu tormento.
A insônia nas noites me persegue.
Peço a Deus que me faça um acalento
ou então que faça meu momento breve.

Meu silêncio é feito de agonia,
minha alma entregue à dor...
Meus sonhos não voam sobre as pradarias,
minha vida é uma paisagem sem cor.

A esperança acorrentada no meu peito.
A chave perdida no deserto e sua imensidão.
Meu corpo debatendo-se sobre o leito,
meus olhos perdidos na escuridão.

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

A VOZ DO TEMPO

A pena do tempo
Que conta a história
Perdeu-se ao vento
Descorou a memória

O tempo sem tempo
Não olhou para trás
E o homem em tempo
Arriscou-se atrás.

Subiu íngreme rochedo
Buscou o tempo sem medo
E sobre a noite veio à voz

Deixe que eu te leve
Sê... grande e breve
Ou gire sem face, a sós...

Carmen Vervloet

Foto de William Contraponto

Canções

Olha o brilho das canções
Que renovam as lições
Aprendidas nas calçadas
Em ruas becos e estações

Senti a força dessa luz
Que invade a mente
Arrancando tudo
O que não produz
Conhecimento é autor
Do caminho da alma
E de um destino sedutor

Vibre uma vez no show
Emanando suas energias
Pode ser nas alegrias
Do seu time a cada gol
Mas não esqueça
De compartilhar emoção
Então, aproveite e cante alto
O seu melhor refrão

Olha o brilho das canções
Velhas, novas soluções
Procure sempre encontrar
O que te faz bem
E te torna alguém leve
Mesmo ao forte vento
Canta, dança e escreve

Foto de William Contraponto

Ao Vento do Absurdo

Por todas ruas que passei
Em todas as calçadas que andei
O vento me levava
Sem precisar imaginar
O que me esperava

Basta sentir a nuvem
Ou a fumaça que passa
Por cima de qualquer rastro
Arrasando tudo a sua frente
Ontem foi a lua quem pairou
Sob o mesmo telhado
Iluminando o caminho passado.

Sinais, barreiras ou olheiras
Fazem parte do medo
Quando tenta se esconder
Os feitos realizados
Num entardecer alucinado

Nas praças, nas calçadas
Becos ou estações
Todos seguem pilhados
Tentando acreditar em soluções
Mas vão ser nas ruas os aprendizados
Para todas as velhas questões.

Não se iluda com o lógico
Ele não sabe inventar
É só no absurdo
Que o vento vai tocar
E assim nos levar
Ao mais verdadeiro mundo
Onde viajar nunca será demais

Basta sentir a nuvem
Ou a fumaça que passa
Por cima de qualquer rastro
Arrasando tudo a sua frente
Ontem foi a lua quem pairou
Sob o mesmo telhado
Iluminando aquele caminho passado

Foto de giogomes

Eu e ela em quatro estações

Vivia acuado em meu mundo acomodado.
Parado.

Com a vida passando junto aos carros das grandes avenidas.
Em ambas as pistas

Algemado a uma rotina sem rumo ou sentido, cíclico.
Um pássaro ferido, amargurado, impedido.

Quando a encontrei pela primeira vez,
foi quando o meu mundo se refez.

Entrou em minha vida como brisa de primavera.
Fria, mas com promessa de acalentar a quem espera.

Por algum tempo manteve-se a parte.
Como se observasse tudo do alto de um estandarte.

Aos poucos conheci suas grandezas de menina,
que espera uma mão acolhedora para cruzar a esquina

Mas ela cresceu, mudou os rumos de sua vida.
E, me disse que estava de partida.

Como a adolescente que tem medo, mas enfrenta a sua vez,
nesse momento o meu mundo novamente se desfez.

Ela se foi, mas não por muito tempo,
pois algo maior mudou a direção do vento

Ao encontrar seus olhos, vi que algo tinha mudado.
Só não entendia a intensidade do que tinha enxergado.

E ao encontrar toda aquela altivez,
disse adeus ao velho mundo e um novo se fez.

Com a primeira manhã de verão,
acordamos cedo para aproveitar toda a estação.

Vivemos o melhor possível tudo isso,
mas não mencionei a quem lê, que era um amor bandido ?

Tudo era farra, alegria e nada comedido.
Afinal, não é gostoso tudo o que é proibido ?

Por um tempo, tivemos tudo o que precisamos.
Amor, carinho, cumplicidade e até planos.

Aprendemos muito e rimos um com outro.
Mas ela começou a se questionar, se isso não era pouco.

Nossa relação oscilava entre o calor e o frio do abandono.
Então, ao fim do verão, entramos no outono.

Ela percebeu que não é só o amor que mantém,
e sim as provas de amor que se obtém.

O que eu podia provar já não era suficiente,
pois a maior de todas , era totalmente inconseqüente.

Minha adolescente, finalmente cresceu,
e com a fase adulta, a dor das escolhas apareceu

Ela não podia viver desse jeito.
Vida de concubina não era algo perfeito.

Ela resolveu por um fim da "sua" melhor maneira possível,
e o resultado foi dor a ambos, de maneira indescritível.

Ela disse o que não podia ser dito.
E eu respondi o que não podia ser respondido.

O estrago estava feito.
Conhecemos o lado negro do amor que parecia perfeito.

A primeira bonança, minha vez de ser humano,
cometi o erro de mentir e ser desumano.

Esquecemos tudo o que tínhamos dito.
Finalmente descobrimos o fim de um amor bandido.

E ao fim do que parecia eterno,
finalmente chegamos ao inverno.

Após ânimos contidos, tentamos ser amigos, pois restava emoção.
O único dia quente desta fria estação.

No começo foi bonito.
Um vínculo assim, não podia ser partido.

Mas ela tinha outros planos, queria outras emoções,
viver novamente a sua vida, sem se lembrar das outras estações.

A cada encontro, ela tomava mais decisões.
Infelizmente, não era levado em conta minhas emoções.

Minha vida tinha se tornado um lugar tórrido, sofrido.
O quê mais em nossa relação seria restrito ?

Não poderíamos fingir amizade,
se o que desejávamos era nos possuir de verdade

Finalmente o inverno tinha se firmado.
O vento frio, desta vez não tinha como ser enfrentado.

Até a última vez, ao tomar sua última decisão de dor.
Tomei coragem, e pela primeira vez disse não ao amor.

Estava sofrendo muito, totalmente corroído.
Sentindo as dores dos anjos caídos.

Pensei comigo , "Se esse é o preço que tenho que pagar",
"Infelizmente não estou mais disposto a lutar".

Já haviam sido ditos vários "Adeus",
mas dessa vez foi com a convicção dos ateus.

"O que ela sentiu ? O que fez ? Aceitou o fim ?"
Sinceramente, creio que sim.

"E as outras duas perguntas estreitas ?"
Não procurei saber as respostas feitas.

"Ela ficará bem ? é o fim ?"
Acredito de coração que sim.

Ela é uma mulher corajosa.
Qualquer homem desejaria sua pele de rosa.

E o cheiro dela que sentia em mim tão profundo,
se esvai a cada minuto, segundo.

E agora, com toda esta convicção e a vida que me espera,
aguardarei uma nova primavera.

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