Verdade

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Segundos (Flavia Pontes)

Não sabes porque não queres

Ignoras a verdade que, diante dos teus olhos, se revela

Naquele momento, triste segundo em que meu coração se partia,

Tomaste para ti minhas lágrimas

Fizeste do meu sofrimento, tua única dor

Tiraste não apenas o peso dos meus olhos,

Mas a fraqueza que neles surgia

E tu, inocente nos teus gestos,

Tiraste, então, o meu sossego

Inquietaste minha alma

Deste a mim o Sol,

Fonte de luz ofuscada pelo teu brilho,

Porém, num segundo, também tornaste o céu escuro

Nuvens negras agora me cercam

Carregadas, trazendo minhas lágrimas,

Meu sangue...

Escuro vermelho,

Impuro alimento,

Forte veneno

Sem ti...

Infinito segundo

Segundo o mesmo em que levaste minha vida

Em que despertaste meus medos

Já não sei de mais nada...

Não sei se és meu conforto

Ou se és meu tormento

Não faze nada...

Apenas dize de uma vez

Num segundo...

Vieste para me completar,

Ou para me prender ao teu ser?

Dize apenas...

E que, desta vez, não demores...

Se tua resposta for minha alegria,

Enche tuas palavras de doçura,

Faze da tua voz minha nova poesia...

Se tua resposta tiver de partir meu coração,

Enche tuas palavras de frieza,

Faze da tua voz meu pesadelo,

Transforma teu rosto num imenso vazio

E leva contigo o que de mim restar

A que ponto chegamos,

Tu e eu,

Presos nesta incerteza,

Neste segundo...

Longo castigo,

Tempo perdido...

E perdi você...

Para o vento...

E, a mim, para o mundo...

Juro-te agora:

Desisto de tudo,

Me entrego ao infinito...

Se puder abraçar-te

Por um segundo...

Um segundo...

Flavia Pontes

Foto de celsoeduardo

Amor Perdido (Celso Eduardo)

Carta a um Amor Perdido

Eu te escrevo, surpreso, reavivando na minha lembrança esquecida certos traços sem cor de uma história perdida. Falo dos poucos dias que passamos juntos...
Tão longe agora estes Quantos belos assuntos, a que eu não quis, nem soube mesmo dar valor, relembras com um estranho e desvelado amor...
Minha carta é tão doce, e tão cheia de cores que, dir-se-ia a escreveste com o mel que há nas flores, sobre o azul de um papel tão azul, que o papel faz a gente pensar num pedaço de céu!
Deixas nas minhas mãos a tua alma confiante, ante a revelação desse amor deslumbrante.
E abres teu coração, num gesto de ansiedade, sob a opressão cruel de uma imensa saudade.
Não pensei... Não pensei que te afeiçoasses tanto, nem desejava ver a tristeza do pranto ensombrecer teus olhos... Quando eu parti, não compreendia bem por que ficaste triste nem quis acreditar no que estavas sentindo...
Hoje, - hoje eu descubro que o teu sonho lindo era mais do que um sonho, - era mesmo, em verdade uma grande esperança de felicidade!
Dizes que só por mim tu vives, - que a tristeza é a companheira fiel que tens por toda parte, e me falas assim com tamanha franqueza que eu nem sei que dizer receando magoar-te!
Não compreendo esse amor que revelas por mim nem mereço a ternura e o enlevo sem fim de um só trecho sequer de tudo o que eu escreveste.
Tarde, tarde demais... Bem me arrependo agora do amor que te inspirei, daquele amor de outrora que eu julgava um brinquedo a mais em minha vida
e a quem davas tua alma inteira e irrefletida...
Perdoa o involuntário mal que te causei!
É bem rude e bem triste eu perceber que encontrei meu ideal, o meu ideal mais belo e o destruí. É doloroso a gente em mil anos sonhar e inesperadamente e ter que abandona – lo!
Se algum amor eu quis, esse era igual ao teu que tudo me ofertou e nada recebeu, ingênuo e puro amor, simples, sem artifícios.
E pensar que isso tudo que tu me ofereceu, teu raro e imenso amor, teus beijos tuas preces,a tua alma de criança ainda em primeiro anseio e o teu corpo, onde a forma ondulante do seio não atingiu sequer seu máximo esplendor, tua boca, ainda pura aos contatos do amor, e dizer que isso tudo, isso tudo afinal era o meu e nem se quer a perceber o joguei fora, tirando o da minha vida como se fosse descartável.

Releio os meus pensamentos e confesso que sinto o ter-te que falar sobre esse amor extinto, um prelúdio de amor que ficou sem enredo e que só tu tocaste em surdina, em segredo...

Dizes que o que eu mandar farás... E que és tão minha que mesmo que não me ame e, que fiques sozinha bastará para ti a lembrança feliz dos dias de ilusão em que nunca te quis!
E escrevo, continuando essa carta com uma vontade louca de parar no meio:

"Minha vontade é a tua! E meu destino enredo
no teu!... És o meu Deus! Teu desejo é o meu credo!
Creio na tua força e no teu pensamento,
e nem um só segundo e nem um só momento
deixarei de seguir-te aonde quer que tu fores,
seja a estrada coberta de espinhos ou flores,
te aureole a fronte a glória e te sirva a riqueza
ou vivas no abandono e sofras na pobreza!
Serei outro e te amarei com um amor infinito, sem razão nem lei.
Tu serás a minha Poetisa imortal, - meu Senhor,
a quem entregarei minha alma e o meu amor!

Creio na tua força e no teu pensamento! Faço dela um arrimo, e tenho nele o alento da única razão que dirige meus atos.Orgulho-me de ser a matéria plasmável onde o teu gênio inquieto, e nervoso, e insaciável, há de esculpir uma obra

Foto de Anônima

Eu te amo (Anónima)



Pode ser, que tudo um dia chegue ao fim

E quer saber? Eu te amaria ainda assim

Disse pra esquecer

E que na verdade

O amor que declarou

Vive em você

Você me roubou a felicidade

Minha paz levou e minha verdade

Tudo que eu quis viver

Entenda que eu só quero VOCÊ

Por você eu iria a qualquer lugar

Com você, aprendi meu jeito de amar

Acredito em nós

E nada se acaba

Basta a gente ser

Um do outro

Você me roubou a felicidade

Minha paz levou e minha verdade

Tudo que eu quis viver

Entenda que eu só quero VOCÊ

Te amo mais que o mundo inteiro

Te quero pra mim

Quero pra sempre sentir o seu cheiro

Quero viver só pra você

Entenda que eu só quero... VOCÊ

Anónima

Foto de quimnogueira

Poema à mulher (Quim Nogueira)



em prosa...

Os meus olhos pousam em ti e todos os meus sentidos te olham num delirar mútuo de atenção.
Vejo o teu corpo e deleito-me na tua alvura. Cheiro o teu cheiro e aspiro a tranquilidade da tua paz.
Ouço o teu respirar lento, como um lamento que não lamento.

As minhas mãos tocam os teus cabelos e envolvem-se neles.

Acerco-me de ti e te toco. Te sinto global e ali inteira frente a mim. Beijo a tua boca e tudo se torna como num festim de doces carícias e sabor a sal.

Estou inteiro no teu corpo inteiro e me sinto nele como sinto o teu corpo em mim. É apenas um abraço, um enlace de braços que apertam sem apertar, sentindo apenas o teu respirar.

Minhas mãos percorrem a tua pele acetinada linda.

Fecho os olhos procurando apenas sentir.

E sinto o desejo crescer em mim e o teu arfar sobe de tom.

Como é bom. br>
A minha boca se cola na tua boca e a minha língua se funde dentro dela como se da tua se tratasse. É apenas mais um enlace. Sinto o teu peito quente junto ao meu e beijo teus mamilos num acto de procura da loucura.

Loucura que me invade lentamente, premente ali presente ou então como se tudo mais estivesse ausente.

Meus braços te envolvem e se descobrem momento a momento como se fosse a primeira vez que no teu corpo se movem.

Sinto o cálido odor do teu corpo quente de amor, oferecendo-se como numa espécie de orgia sem pudor.

Minhas mãos tacteiam centímetro a centímetro toda a tua pele, todos os recantos de teus encantos e se encontram, de repente, sobre o teu ventre quente, dolente.

Afago tuas coxas e as tuas ancas e as aperto contra mim.

Procuro o teu sexo e o acaricio.

Beijo-te completamente num único beijo e me torno desejo do teu próprio desejo.

Te envolvo num abraço mais e te penetro.

És tu que me possuis. Não te tenho, és tu que me tens.

Movimentos doces se entrelaçam como se não fossemos dois mas um só. Os nossos corpos se fundem num arfar profundo de prazer e loucura. Já não sei o que sou, apenas em ti estou. Eu sou tu e tu és eu numa fusão de ser e estar.

Na verdade és tu que me possuis pois eu não te tenho, és tu que me tens pois em ti eu me dou.

Em ti me eternizo.

Quim Nogueira

Foto de Nuno

Sete Letras (Alexandre Bragga)

Desfolhei as sete letras

com que escrevi a saudade

dos momentos de alegria

em que sentia a verdade

de teus lábios melodia

A solidão traz a lágrima

e a mágoa da partida

o meu cântico de amor

é já ausência ferida

e um silêncio de dor

De Eurydice uma miragem

Cantava Orpheu na floresta

Eu canto com nostalgia

de ouvir o teu riso em festa

e um fogo que em ti havia

Saudade tem sete letras

sete pétalas de dor

ainda sinto o perfume

e do teu corpo o calor

da combustão do teu lume

Alexandre Bragga

Foto de Glasswaltz

Por acaso (Glasswaltz)

Para a nuka

Como pelo brilho da manhã

Uma folha desperta do seu ramo

Como um sinal ou sintonia

Sem aparente razão

Ela sai do seu casulo

Desperta para um novo mundo

Um mundo onde tudo interage

Onde vê tudo pela primeira vez

Mostro o belo da vida

Mas ela recua...

Sem saber qual o seu destino ela

Revela-se um pouco distante

Talvez na desconfiança

Desconfianca que a vida

Não hesitou em lhe dar

Talvez seja das circunstâncias

Um acaso da vida

Um destino inconstante

Uma verdade escondida

Mas ela não resiste

Talvez seja a curiosidade

Talvez esteja perdida

Nesta vida inconstante

Nesta vida perdida



Glasswaltz

Foto de FERNANDO_JOSÉ

MINHA ADORADA NETA (Fernando José)

Para Vera Teixeira, minha neta adorada

E TU

MINHA VERA

VERDADEIRA

QUE DE VERDADE NASCES...

NUM OUTUBRO VERDE E FLORIDO...

DE AMOR VIVIDO

MINHA NETA ADORADA

QUE O SOL ILUMINE TEU CAMINHO...

QUE A FELICIDADE SEJA SEMPRE TEU DESTINO

QUE A NEBLINA SE DISSIPE AO TEU PASSAR

QUE ESTE MUNDO SEJA TEU PARAÍSO

QUE ACORDES SEMPRE COM UM SORRISO

QUE TENHAS CAPACIDADE DE AMAR

A VIDA QUE VAIS “ENFRENTAR"

TEM MUITO PARA TE DAR

VERÁS QUE O NADA PODE DAR
TUDO

E O TUDO

NADA DAR

E MESMO NA HORA MAIS SOFRIDA

ESQUECE JAMAIS

QUE DO AMOR

NASCE A VIDA !!!

FJFT

Foto de Patrícia

Coração, olha o que queres (Francisco Rodrigues Lobo)

Coração, olha o que queres:

Que mulheres, são mulheres...



Tão tirana e desigual

Sustentam sempre a vontade,

Que a quem lhes quer de verdade

Confessam que querem mal;

Se Amor para elas não val,

Coração, olha o que queres:

Que mulheres, são mulheres...

Se alguma tem afeição

Há-de ser a quem lha nega,

Porque nenhuma se entrega

Fora desta condição;

Não lhe queiras, coração,

E senão, olha o que queres:

Que mulheres, são mulheres...

São tais, que é melhor partido

Para obrigá-las e tê-las,

Ir sempre fugindo delas,

Que andar por elas perdido;

E pois o tens conhecido,

Coração, que mais lhe queres?

Que, em fim, todas as mulheres!

Francisco Rodrigues Lobo (1579-1621)

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