Vez

Foto de Joaninhavoa

Liberdade

*
Liberdade
*

De braços abertos abraço
a liberdade que me dá mais força
e uma outra côr! Asas para voar
no espaço apaziguando a dança
da vida
Uma e outra vez desmedida
Abraço-te! Quero-te tanto

Joaninhavoa
(helenafarias)
29/03/2010

Foto de onil

SANGUE DE POETA

DE POETA TENHO A FAMA
E NÃO CONSIGO ESQUECER
ESTA FORÇA DE QUEM AMA
CANTAR O FADO E ESCREVER

OS SONHOS NÃO TEM FIM
E ÁS VEZES SÃO A RAZÃO
DO POETA QUE HÁ EM MIM
SONHAR COM NOVA CANÇÃO

E ESCREVER BEM A PRECEITO
O QUE A MINHA ALMA SENTE
TUDO O QUE ME VAI NO PEITO
DO PASSADO E DO PRESENTE

SONHAR ENTÃO EM CANTAR
ELEVANDO A VOZ AO MUNDO
PODER ASSIM REALIZAR
ESTE DESEJO PROFUNDO

E ATRAVÉZ DO CORPO MEU
DE UMA FORMA BEM LIBERTA
CORRE O SANGUE ONDE NASCEU
A FORÇA DE SER POETA

POETA DOS FADOS MEUS
ONDE EU ESCREVO O DESEJADO
DA FORÇA QUE ME DÁ DEUS
NESTA VIDA QUE É MEU FADO

COMECEI DE TER PAIXÃO
A PRIMEIRA VEZ QUE OUVI
NA VOZ TIMBRADA A CANÇÃO
DO FADO E NÃO RESISTI

DESDE ENTÃO ME DEDIQUEI
EM ESCREVER O FADO Á VIDA
COM QUE GARRA ME LIGUEI
A ESTA PAIXÃO SENTIDA

E TUDO NA VIDA É FORMA
DE VIVER OU REALIZAR
É A POESIA QUE ME CONFORMA
CADA VEZ QUE OUÇO CANTAR

SEREI POETA A VALER
SE INSPIRAÇÃO NÃO FALTAR
E O FADO IREI ESCREVER
ATÉ MEU DEUS ME CHAMAR

O FADO POR COMPANHIA
DEUS ME DÊ DE BOM AGRADO
POIS SÓ ELE É A ALEGRIA
QUE EM MEU PEITO ESTÁ GRAVADO

ESCREVER FADO E A RIMAR
CADA POEMA QUE ME ENCANTA
EIS A FORMA DE MOSTRAR
O MEU SANGUE DE POETA.

19.3.93
ONIL

Foto de Romulo Rodriguez

Tempo Ao Tempo

Quando te conheci meu amor,vi que você era totalmente especial
Mesmo com o pouco tempo que eu te conhecia mas eu te queria e te desejava da melhor maneira possível
Você me seduziu da forma que jamais ninguém havia feito comigo ,com o seu jogo de sedução
Cheguei a uma conclusão de que queria você para está ao meu lado
Sobre o céu estrelado te dei o meu primeiro beijo foi onde tudo começou
Mas com o passar do tempo você me abandonou se tornando ausente na minha vida
Essa sua ausência que se transformou em indecisão ..
Ausência cheia de mistérios ,foi quando te coloquei a prova e perguntei-lhe
O quanto me amas?
Você disse que amava muito ,ai foi quando eu disse se me amavas tanto largava tudo pra ficar comigo por que quem ama faz de tudo pra ta perto.
Foi quando você me desprezou me ignorando e me deixando pra trás como se nada estivesse acontecido com a gente o que aconteceu com o amor?
Mas eu sofri muito uma saudade me apertava loucamente me deixando insanamente alucinado tudo ao perceber que eu tinha te perdido .vou sofrer e como eu vou sofrer ..
Mas resolvi dar o tempo parei de sofrer por você,resolvi dar TEMPO AO TEMPO.
O tempo nos mostra quem realmente e a pessoa ideal pra gente amar ,o tempo nos põem a provar
Sei que o tempo vai te mostrar que amor verdadeiro e igual ao meu você nunca vai ter e nunca mais vai ter aquele amor insano e devorador que você chegou a ter um dia comigo,nunca mais vai descobrir o amor gigantesco que eu tinha pra te dar
Sei se eu não te amasse tanto assim hoje eu não estaria chorando aos quatro ventos por você
Em pensar que se algum dia alguém me amou?por que você me desprezou eu te amo tanto que nem ser dizer o que cinto por você
Pois o que eu cinto por você ,não é o que você sente por mim que pena!
Mas o tempo vai te dizer e te mostra que amor igual ao meu não há !
E hoje tenho a certeza que esse novo amor que você encontrou não e a pessoa ideal pra você pois cinto que a mesma ilusão e decepção que você meu causou você causará nela também
Apesar das declarações feitas pra essa pessoa como um poema que você faz pra ela não a verdadeira prova de amor que você pode dar há uma pessoa amada ,mas o tempo vai passar mas espero que você não faça outra pessoa sofrer como eu ,que estou aqui sozinho triste sem você ..morrendo aos poucos alucinado com a vontade de ter ver de novo pois o que eu cinto vai além das palavras
Mais sei de uma coisa que o tempo vai me dar força para lutar por você
Por que é tão triste te perde que a todo tipo de coisa vou me submeter para tela novamente em meus braços e poder mergulhar no lago da paixão
Vou parar o tempo por que eu vou te esperar a onde quer que eu vá te levo comigo
Não importa o tempo que passar mas esse amor não há de se apagar ...
O tempo vai te mostrar que eu sou a pessoa que te ama de verdade e quer somente que você seja feliz mas tenho a certeza pois sei que o mundo vai girar e eu espero a minha vez...
Rômulo Rodriguez!

Foto de Lou Poulit

UM INCENTIVO À REFLEXÃO DE TODOS OS PROSADORES TÍMIDOS

Continuando uma conversa, esquecida noutro lugar...

Dei-me conta de um outro conceito integrante do curso, que também tem tudo a ver com essa reflexão sobre os nossos personagens na vida. E avança sobre fazer arte, sobre percorrer um trajeto evolutivo, lucidamente. O que inclui escrever prosa (a arte da palavra fluída) de modo mais artisticamente pretensioso, e não exatamente presunçoso...

Depois de entrar no ateliê, com a coragem e a desenvoltura de quem entrasse no castelo de Drácula, e tentar compreender alguma coisa da parafernália que havia ali, que equivalia a uma avalanche de informações visuais e olfativas nem sempre esperada, pinturas e esculturas por toda a parte, rascunhos espalhados como que por alguma ventania, uma infinidade de miudezas, coisas difíceis de imaginar e fáceis de fazer perguntar "pra que serve isso?"... O aluno iniciante dizia, como se ainda procurasse reencaixar a própria língua: eu não sei desenhar nada, sou uma negação, um zero à esquerda, nem sei direito o que estou fazendo aqui...

Eu tentava ser simpático, e sorria sem caninos, para provar que não era o Drácula. Depois pedia ao rapaz espinhento (convenhamos que o fosse neste momento) que desenhasse aquilo que melhor soubesse desenhar, entregando-lhe uma prancha em formato A2 e um lápis. A velha senhora (agora convenhamos assim) procurava uma mesa como se houvesse esquecido a sua bússula, e a muito custo conseguia fazer a maior flor que já fizera, de uns 15 cm numa prancha daquele tamanhão, e muito distante do centro da prancha. Claro, eu não conseguia evitar de interromper, se deixasse ela passaria a tarde toda ali improdutivamente. Aquele desenho já era o bastante para que eu pudesse explicar o que pretendia.

O executivo que arrancara o paletó e a gravata para a primeira aula, depois do expediente, com a gana de quem subiria num ringue para enfrentar um Mike Tison no maior barato e cheio de sangue no álcool, olhava pra mim, a interrompê-lo, como quem implorasse deixá-lo continuar! Queria mostrar talvez que eu deveria investir nele, que estava disposto a tudo, e que ele estava ali para que eu fizesse com ele o que bem quisesse. E eu finalmente explicava: não é necessário, já vi que você pode fazer. Me diga, quantas vezes você estima que já tenha desenhado esse mesmo Homem-Aranha que acabou de rascunhar?... Ah, não contei, mestre... Claro que não, mas talvez possa fazer uma estimativa, em ordem de grandeza. Uma vez? Uma dezena? Uma centena? Mil vezes?...

O velhote, com jeitão de militar reformado, pôs a mão no queixo. Mas em vez de estar fazendo alguma conta para responder, na verdade tentava avaliar (com a astúcia que custa tantos cabelos brancos) que imagem a sua resposta produziria, na cabeça do jovem mestre. Afastou as pernas uma da outra e naquele momento eu pensei que ele pretendia bater continência para mim, mas não, aquilo era um código comportamental. Sempre fui antimilitarista, mas procurei entender o seu personagem íntimo. Afinal, ele resolveu arriscar: Mais para mil vezes... Alguém poderia acreditar nisso – perguntei a mim mesmo? Se o velhote houvesse desenhado Marilyn Monroe, vá lá que fosse. Ou a bandeira do Brasil, um obuz, uma bomba atômica, ao menos um pequeno porém honroso canivete suíço!... Mas não. Um militar que estimava ter desenhado quase mil vezes o Papa-Léguas – antigo personagem de quadrinhos e desenhos de televisão – ou tinha algum grave desvio (talvez culpa do canivete) ou estava construindo naquele momento um personagem específico para a sua insegurança, o que mais convinha deduzir. Antes que ele dissesse “Bip-bip” e tentasse correr pelo ateliê, eu tratei de prosseguir com a minha aula.

Mas qualquer que fosse o aluno, eu pedia então que sentasse nas almofadas que ficavam pelos cantos do espaço, e em seguida me sentava no chão, sem almofada. E perguntava: você já ouviu falar no Maurício de Souza, o “pai” da Mônica?... Sim, das revistas... Isso mesmo. Sabe que ele é capaz de desenhar a Mônica (mas talvez não outro dos vários personagens que assina) de olhos vendados?... O aluno tentava refletir, mas eu não esperava pela resposta. Garanto a você que ele faz isso. Sabe por que?... Acho que não, assim de surpres... Por um motivo muito simples e óbvio: ele já fez tantos desenhos semelhantes, que não precisa mais se preocupar em construir nenhuma imagem do desenhista que ele é. Muito menos com o desenho que vai fazer.

Eu não estou pretendendo estabelecer nenhuma comparação com a sua pessoa, mas somente adiantando para você uma espécie de chave para quase todas as perguntas inerentes a aprendizados. Você pode achar até que é um zero à esquerda, quer diga isso ou não. Não é. Mas a sua memória técnica é. E essa seria a principal razão de você achar que não sabe desenhar, ou não ser capaz de ver-se como artista. Todo mundo nasce com alguma sensibilidade, percepção para o belo, capacidade de fazer associações psíquicas, afetivas, emocionais e tal. Isso tudo é inato, intrínseco à natureza humana. Contudo para transpor o que está dentro de você (imaterial) para fora, de modo que outros, além de você próprio, possam compreender através de alguma sensorialidade, é preciso usar um meio físico, também chamado de veículo. Para fazer essa materialização você terá que lançar mão de uma técnica, e a técnica não é inata (salvo em raros casos).

Essa é razão mais elementar pela qual está me pagando. Mas eu não fabrico desenhistas. Apenas, com base na minha própria experiência e na minha memória técnica, vou traçar um atalho para você chegar ao que definiu como suas preferências, na nossa conversa inicial. Bastará que você faça apenas algumas coisas simples, mas que podem exigir alguma disciplina: que não faça os exercícios como faria um robô, que preste atenção com intuito de memorizar o que vou lhe dizer (como se fôsse um robô!) e que não jogue fora nem mesmo o pior dos seus resultados, pelo menos até que termine o curso. Os seus resultados de exercício, em ordem cronológica ou pelo menos lógica, por mais que pareça entulhar a sua vida, serão como os frames de um filme que só existe na sua memória, e que serve para estruturar a sua memória sensorial. Será a mais eficiente forma de avaliar o processo de aprendizado, e poderá estar sempre disponível para reavaliações.

Sua verdadeira obra, será construir um arcabouço de informações técnicas. Muito naturalmente e sem começar pelo fim ou pelo meio, você irá armazenando o conjunto da sua sensorialidade ao exercitar. Não irá memorizar tão somente o desenho em si, mas a interação entre os materiais, os sons, o cheiro, a impressão tátil de manusear e pressionar, enfim, tudo será memorizado, e a partir de certo ponto, além de saber, você estará compreendendo o que faz. Contudo, não tem que esperar o fim do curso para estabelecer uma relação mais madura consigo próprio, enquanto artista. Poderá começar a amadurecer (e reorientar) desde logo o seu foco preferencial, a sua linguagem e estilo próprios, seus conceitos e o seu próprio personagem de artista...

Isso mesmo, o artista, seja pintor, músico ou escritor, tem um personagem próprio. Para as pessoas que só podem conhecer a sua arte a partir do veículo e não a sua pessoa, será inevitável eleger atributos para agregar referencialmente ao seu nome, ou para humanizar o seu nome, e torná-lo mais compreensível. As pessoas “tocam” o produto artístico como se tocassem a pessoa do artista subconscientemente. Por isso, se você não quiser criar lucidamente o seu personagem e torná-lo compreensível para eles, os admiradores da sua arte o farão instintivamente e você só saberá depois, ou talvez passe pela vida sem saber como é visto, ou pior ainda, imaginando o que não corresponda nem de longe à realidade.

Não importa muito a linguagem artística que se escolhe. O processo evolutivo é muito semelhante. E todo aquele que reluta em mostrar seu trabalho e predispor-se a um julgamento que não se submete ao seu próprio, apenas retarda a sua própria evolução.

Foto de Lou Poulit

A JANELA

A janela é um arremedo, estreita demais para o universo que me assedia. As rendas da cortina balançam, como fossem marionetes da minha lascívia, refém de outro nível de consciência. Tenho medo... Morro de medo dessas intimidades com outros níveis de consciência. E como em qualquer mulher fêmea o medo excita, busco refrigério no corpo que ao meu lado afunda. O lençol desalinhado é de cor areia (e mais parece movediça), onde afundam de cansaço as marcas dos meus dentes, na carne cujos arrepios me cansaram, nos músculos que não me arrepiam agora mais que essa janela e a sua brisa. Os cheiros que eu buscava estão lá fora. O gosto que eu queria na garganta, os puxões nos meus cabelos, o rasgo comprido até a alma, o roçar dos pelos nas costas, os dedos cravados nos peitos... Ah!... Tudo está lá fora. E eu aqui, encolhida, refém de mim mesma.

Essa janela não merece viver... Antes fosse arrebatada de mim, molestada, possuída. Não por todas as estrelas mas sim por todos os escuros, não por gritos de piedade mas por todos os sussurros velhacos, que condenam o meu caminho enrugado, conduzida que fui, como novilha ao abatedouro do tempo. Onde todas as mulheres vêem a sua película de outra forma, e reviram gavetas e rasgam fotografias, como se o passado pudesse ser tocado como foram elas. Até que a sua ira se erguesse das areias, do fundo do poço. Até que fizesse tremerem o céu e a terra, e o seu corpo de fêmea, e as suas vísceras profanadas, empurradas aos trancos e safanões para a beira do penhasco. E só então, ao escorrer de uma gota de leite, e do gozo caudaloso que se precipita, se precipitasse no vazio do próprio espelho...

Há de abrir suas asas imensas ante o desconhecido. Há de sobrevoar todas as antigas estruturas, como em uma visão apocalíptica. E há de alinhar-se ao horizonte antes intangível, e de lá saltar para o sempre. Porque agora sabe que a mulher e o abismo são uma coisa só, e não tem ela porque temê-lo, nem ao seu predador. E que... Por que não comê-lo?! E que não precisa da ira para isso... Aliás, o medo e a ira são duas faces de uma mesma moeda. Chamam-na Juventude, ou Hebe, filha legítima de Zeus e Hera na mitologia grega. Com ela paga-se por toda a sabedoria acumulada no caminho da vida...

Uma mulher, uma legítima mulher de carne e espírito, não lamenta a perda da juventude. Mas não lamenta porque não a perdeu, em vez disso a transfigurou. E descerra em si própria a sua janela, e sem querer fugir para fora grita a todos os astros: Pois que venham! As minhas veias vos esperam...

Mas eles não virão facilmente. Talvez só depois que perderem o medo.

Foto de Lou Poulit

O CRONÔMETRO

Há alguns anos, acordei na cama de não sei quem. Eu não sabia o que estava fazendo ali, mas não tinha a menor dúvida sobre o que estava fazendo até adormecer, ou talvez devesse dizer desmaiar. A verdade pode ser muito crua para pessoas que nos amem, e tenham construído uma imagem nossa bem "cozidinha".

Eu não estava seguramente na minha casa, e não havia mais ninguém naquele apartamento. Tomei um banho morno para ganhar algum tempo e por as idéias em ordem, vesti-me, e como ainda não havia chegado ninguém que eu pudesse ver, além das estatuetas de ciganos, bruxas, gnomos e mais uma multidão de sapinhos espalhados (e todos pareciam olhar pra mim!) que acabara de descobrir ali, resolvi ir-me embora. Estranho isso. Ir embora de um apartamento desconhecido, sem despedir-me de alguém, ao menos dizer obrigado...

Na saída, uma espécie diferente de saci (de uma perna e meia, e com dois gorros vermelhos) próximo à porta me estendia a mão. Mais desconfiado do que generoso, eu arrisquei deitar cinquentinha. Mas caí na asneira de olhar mais uma vez para o seu semblante. E acabei deitando cem paus. Antes de bater a porta por fora, olhei pela fresta e, tal como se o moleque fosse eu, vinguei-me: Explorador!... No elevador desconfiei, pelo perfume fortíssimo que dois travecos deixaram ao sair, mas chegando à calçada acabaram-se as dúvidas. Eu estava na avenida Princesa Isabel, a larga entrada de Copacabana (coincidência?), para meu fugaz alívio fora do túnel dito do Pasmado! "Oh, my God! Oh my God... I more don’t want to be fucked"…

À certa distância, na confluência da avenida com o calçadão da praia, uma pequena multidão olhava para um out-door que não estava ali até a última vez. Aproximando-me vi que era um cronômetro eletrônico retroativo, comemorativo dos 500 anos da descoberta do Brasil. Fora inaugurado muito recentemente, deduzi. E eu repeti para dentro, balbuciando: Oh, my God... Em poucos minutos a multidão já não era pequena, e depois de mais algum tempo já me parecia assustadora. Mas não propriamente a multidão. Aquela gente toda, incluindo-se muitos turistas (estes por motivos bem mais óbvios) masturbava-se promiscuamente, para comemorar meio milênio de exploração.

Vagamente eu me lembrava de que alguém se dispusera a fazer algo assim comigo. E o fizera com requintes. Porém a bruma etílica não me permitia lembrar desta mulher mais do que uma meia dúzia de nomes. Afinal, que diferença faria o nome? O fato a moer-me a lucidez que restara, era saber que eu explorara e fora explorado. E ali estava eu cercado de pessoas tão festivas e presumivelmente tão pouco lúcidas, tendo por referência a lucidez que me restara.

Por um quase desespero, vire-me e fui me reencontrar no balcão de um bar. Pedi um café bem preto, alienado, como se estivesse num café expresso. Antes de servirem o café, porém, surgiu, não sei de onde, um negrinho cheio de dentes, com duas pernas normais, e com um pequeno caixote sob o braço, que apontando para os meus chinelos de dedo me pediu para engraxá-los. Lógico, escusei-me polidamente. Então ele fez gestos para que eu lhe pagasse um salgado (com suco). À minha recusa ele aceitaria só o salgado. A seguir disse que aceitaria um trocado mesmo... E para o meu desespero definitivo, a uma nova recusa ele pôs a mão na cintura acintosamente, olhou dentro do bolso da minha camisa, e me pediu um cigarro...

Eu deixei o bar para trás, retomei o caminho da minha casa com quatro certezas: primeira, de que para o negrinho não importava o que me tirasse, desde que tirasse alguma coisa; segunda, de que ele achava que eu era um turista e que tinha medo dele; terceira (oh my God!), aquele cidadão brasileiro aprendera, em no máximo 10 anos, a explorar o medo de um suspeito explorador comemorando os seus 500 anos; e quarta, que me esqueci de tomar o café. Afinal, eu achei que somos poucos, porque nossa população se reproduz a esmo, mas em vez de dias a contagem regressiva devia, ao menos estimadamente, contar as pessoas que se recusam a se abster de votar. Qualquer que seja o voto em algum nome, o sistema se reproduz! Se apossará dos votos branquinhos e dirá que os negrinhos é que se reproduzem como ratos.

(Lou Poulit, 2010)

Foto de Jonas Melo

TE ESPERANDO

Te esperando !

Te esperando, para te ter em meus braços, beber teus ávidos beijos, sentir em meu peito o doce acelerado do teu coração.

Te esperando, para mergulhar no teu segredo, e mensurar teus carinhos em meu corpo.

Te esperando, para dividir contigo o meu melhor carinho, assim como o meu melhor o qual a muito está guardado, só você não ver.

Te esperando, para acalmar essa minha ansiedade de você, para poder ver se paras de fugir de mim, se te permites pelo menos uma vez, só uma vez, mesmo sabendo que meu carinho é mais vicioso que qualquer droga ilícita.

Te esperando, para te amar com ternura, beijar-te com loucura, sem pudor, sem tolices e sem pressa para acabar.

Te esperando, para sentir os teu carinhos, sua voz a me dizer: por que não, por que não, por que não...!

Te esperando, para que decidas que um momento ou instante o qual será quase perfeito, quase, pois a perfeição será quando disseres sim, mas sem expectativas, sem esperar muito, apenas vir, como um caminhante que pouco a pouco vai descobrindo os por menores dessa caminhada chamada vida.

Te esperando, para sentir teu gosto de menina mulher, teu perfume de fêmea no cio e visualizar teu corpo exposto no meu querer, nas minhas vontades, nas minhas fantasias mais pura, as mais insanas, dessas que dois seres são capazes de se realizar sem se preocupar se estão a pecar.

Te esperando, como quem espera a um tesouro, ou simplesmente a um cristal que por ser tão frágil, apenas se admira com medo de quebrar.

Te esperando, porque sei que quando provares do meu amor, sentiras o mais louco e fascinante sabor de ser mulher amada, verdadeiramente amada, sem terceiras intenções, sem o gosto do proibido proibir.

Te esperando, mais não demores, venha depressa, venha correndo, pois minha espera será insana, e jamais desistirá de ti.

Te esperando ... te esperando... te esperando... !!!!

Jonas Melo !!

Foto de Jonas Melo

PENSAMENTOS DE DESEJOS

PENSAMENTOS DE DESEJOS

A primeira vez que te beijei, tinhas em teus lábios o doce gostoso do medo e da sede do amor, adocicado pelo desejo da adrenalina do momento.

Tinhas desejo sim, mas muito mais curiosidade, do homem, talvez diferente de todos que já passaram em tua vida.

A razão teimava novamente com a tua emoção, mas o teu desejo falou mais alto, e fostes vencida pelo delicioso licor do pecar.

Certamente não tenhas adormecido, ou quem sabe, pensastes mil vezes na loucura daquele momento.

Com certeza, ainda varrem em teus pensamentos, em tuas imaginações, o doce sabor da adrenalina daquele momento.

Talvez fantasie, como seria nós dois, sozinhos, sem pecado e sem juízo, mas sem juízo, pois o pecar será certamente extremamente delicioso, principalmente quando nossos corpos se aflorarem um no cansaço do outro e, quem sabe se não repetiremos maciçamente outras vezes, simplesmente para atender a sede de nossos corpos alucinados.

É incrível que todas as vezes que estou ao seu lado, vejo sempre a loucura profana em teu olhar, principalmente quando sussurro palavras lascivas em seus ouvidos, chego a sentir teu coração a pulsar aceleradamente, teu rosto fica ruborizado, além da tua respiração que parece querer enlouquecer. Pois é, você parece querer fugir, todas as vezes que ficamos a sós, mas acredito que já estamos presos por vontade própria, é só você olhar suas mãos, pois as mesmas parecem suadas todas às vezes que as tenho juntinhas a mim.

Como eu as quero percorrendo meu corpo, enlouquecendo meu desejo e fulminando meu prazer.

As quero sedentas descobrindo meus segredos mais recônditos, alucinando meu corpo e acariciando minha loucura insana de querer ter você, talvez como ninguém jamais te teve, ou terá.

Talvez agora estejas assustada, ou quem sabe sorrindo, ao ler esta carta de amor enlouquecido de desejo.

Como queria estar ai ao teu lado, beijando teu sorriso e saboreando cada gota dos teus beijos, daquele jeito de pecado molhado, que talvez só você sabe dá quando se entrega ao prazer.

JOnas Melo !!!

Foto de Angelgoiabinha2

Amor Verdadeiro

Amor Verdadeiro

Procurei o amor,
Mas não encontrava,
E quando procurava,
só achava a dor.

Quando desisti,
ele me surgiu do nada,
do lugar que menos esperava.

Foi amor a primeira vista,
a primeiro olhar,
a primeiro toque,

O aroma mais gostoso,
a pele mais macia,
a boca mais gostosa.

O amor verdadeiro
aquele que completa,
sem cativeiro,
aquele que te faz voar,
e deixa respirar.

E quando lembro que o tenho,
logo vem na barriga o gelo,
e o suspiro no ar!

Amor verdadeiro,
que quando envolve,
dois forma um,
é o calor de nossos corpos nus,

Se misturando,
se amando e desejando um ao outro,
Amor que se chama Cláudio,
homem maravilhoso e cheiroso,

Sua mulher quero ser,
deixe-me mostrar que sou capaz
que tudo que acontece entre nós,
com outra não será jamais.

Já faz parte da minha história,
se está longe,
não foge da minha memória.

Amor,
não me deixes,
pois essa noite quero te amar,
mais uma vez em teus braços quero estar,

Então que venha a noite,
para poder te encontrar,
e que num simples olhar,
o encanto comece a rolar.

Te amo!

Angelgoiabinha

Foto de onil

MAGIA

TU ÉS MINHA INSPIRAÇÃO
MINHA ESTRELA DE ENCANTAR
ÉS UM SONHO DE PAIXÃO
QUE ANDO LOUCO PARA ALCANÇAR

ÉS MINHA MUSA LINDA
MAIS NINGUÉM TEM O VALOR
NO MEU PEITO NÃO SE FINDA
SÓ POR TI UM GRANDE AMOR

E NAS HORAS DE ALEGRIA
EM QUE ESCUTO TEU FALAR
QUASE SINTO POR MAGIA
QUE TE ESTOU TERNO A BEIJAR

OS TEUS LÁBIOS TEM O SABOR
QUE ME ALIAM Á ILUSÃO
PORQUE ME FALAM DE AMOR
QUE PRENDE MEU CORAÇÃO

HÁ MAGIA NO MOMENTO
CADA VEZ QUE EU TE FALO
ÉS MINHA MUSA DO ENCANTO
E MEU AMOR NUNCA TE CALO

DIGO SEMPRE E É VERDADE
ÉS A DOCE COMPANHIA
QUE ME MATA A SAUDADE
E ME ALEGRA POR MAGIA

MUITOS SONHOS SE PASSARAM
OUTROS ESTÃO SEMPRE A NASCER
NA MAGIA NÃO FINDARAM
NO MEU PEITO VÃO VIVER

JÁ NÃO POSSO TE OLVIDAR
FAZES PARTE DA MAGIA
QUE ME FAZ VIVER CADA DIA
COM VONTADE DE TE AMAR.

21/03/02
ONIL

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