Vozes

Foto de iago fernando de oliveira

Decadência

Na noite negra,
Mentiras sussurradas.
Brados trazidos pelo vento,
Soam arduamente em meus ouvidos.
Querendo, tentando, implorando,
Mas sem sucesso, calar as vozes de meu pensamento.
Confiança de poder se jogar,
Confiança de alguém te segurar,
A confiança quebrada com a queda.
Pedaços pequenos e afiados,
Pequenos e afiados de mais para serem colados
Qual o objetivo da vida?
É sempre nos por para baixo?
É sempre nos fazer ouvir um monte de tolices?
Cansado,
Cansado de tentar sobreviver.
Mas cansado de viver.
A porta secreta não é tão secreta,
A senha sem segredo,
A doce entrada no paraíso,
A decadência do inferno.
A senha e duas linhas horizontais.
Há um grande vale a frente, o das sombras.
A sinceridade esta longe, léguas.
E o amor existe?
Talvez sim. E o acaso?
Na noite negra a floresta escura.
Os contos de fadas. Porque não existem?
A fantasia cega, surda e muda,
Se perde na grande floresta negra.
Doce decadência.

Foto de betimartins

Ecos da solidão!

Ecos da solidão!

Renasci do mundo das sombras
Repleta de frio, gelando-me na alma
Escuto as vozes longínquas, vozes confusas
Vozes do além, onde estás tu? Onde?
Martelo as paredes, desesperada, as procuro
Elas vêm dali, as sombras se movem diabolicamente
O medo invade minha alma, apenas tremo de medo
Minhas pernas estão bambas, dormentes, cansadas
Algo gélido, algo sinistro, toca os meus ombros
Quis sumir da terra, que era aquilo que me que tocava?
Eu não o entendo, não vejo nada, vai além de mim
Volta tocar-me, minha garganta sente um nó fechado
Quero gritar, mas não consigo nada sai nada, inerte!
Mas o que é isto que vai além de mim? Grito!
O medo invade a minha alma, o gélido consume-me
Meu coração bate, descompassado, como ele bate
As sombras se movimentam ao meu redor, são tantas!
O cheiro incomoda o meu nariz, cheira a podre, mal
Escuto movimentos, a vida lá fora, respiro de novo
Tento acalmar o meu coração, algo acontece ali
Era o tempo, o tempo parou, sugou as lembranças
De uma vida ativa, cheia de muitas alegrias, passada
Mas o tempo, esse não perdoa, não mede distancias
Trás consigo os ponteiros afiados, batendo, as horas
Trazendo a solidão, apenas a solidão em forma de ecos..

Foto de betimartins

Agradecendo-te Jesus

Por momentos os meus tristes olhos
Encheram-se de lágrimas amargas
Olhei-te, orei-te, pedi-te e ajoelhei
Ajoelhei-me humildemente orando...

Por momentos eu pedi que mostrasses
As dores que tu tanto passaste por nós
Vi o teu olhar triste, teus olhos distantes
Senti naquele momento um amor infinito...

Vi quanta maldade infligida a ti e a impunidade
Vi desdém dos que deviam te beijar e acolher
Apenas os humildes, os pobres acreditavam
Que eras o filho de Deus na terra escolhido...

Entre as nuvens de tristeza e a dor infligida
A terra perdeu o seu Messias e seu o Salvador
Foste de novo para junto de nosso Pai Celeste
Para que a terra seguisse seu verdadeiro destino...

Hoje eu aprendi com amor a tua mensagem
Trago no coração a linda lição de amor recebida
E apenas entrego-me de coração a tua compreensão...

Entre alegrias da minha fé e do meu caminho
Que nas vozes dos anjos, tu me sussurras
Que eu nunca perca a minha fé e a minha estrada

Por momentos senti-me em teus braços, reconfortada
Enxugaste-me os meus prantos e tu me curas-te
Minha alma renovou-se plena de amor e na caridade...

Foto de betimartins

O fantasma do hospital pediátrico.

O fantasma do hospital pediátrico.

Era noite o João piorou, o seu câncer alastrava e seu tempo de vida era diminuto o seu caso já era bastante mais avançado, as dores eram muitas e precisava ser de novo medicado. Seus pais, o senhor Alfredo e dona Isabel pegaram no João e arrancaram com ele para o hospital, o seu medico já estava esperando ele, recomendou que fosse melhor internar e vigiar de mais perto.
João fez cara feia, era um menino lindo de olhos verdes, cabeça sem cabelo, mas um sorriso iluminado e franco, era bastante positivo e conformado com a sua doença, às vezes era ele que tranqüilizava a sua mãe. Mala já no carro e foram para hospital oncologia de Lisboa, lá tinham tudo, uma sala, repleta com novidades, desde PC, jogos, livros e até palhaços e pessoas muito simpáticas.
Faziam um bom trabalho, de convívio e auxilio, todos eram simpáticos e o João achou que isso até ia ajudar sua mãe a superar o que vinha ai. Ele sabia que tinha pouco tempo, seu amigo invisível já tinha falado a ele que se preparasse, apenas esperava por ele para fazer a passagem.
Logo lá chegaram, o medico medicou o João e mandou fazer mais uns exames para diagnosticar melhor o estado do João, ele já estava tendo falência de órgãos, seu caso estava mesmo muito mau.
João não era parvo ele lia os olhares das pessoas e sabia o que eles pensavam, sorria e apenas se conformava. Seu quarto era grande, tinha uma cama para sua mãe ficar ou seu pai, olhava para tudo com admiração, mas era muito equipado com maquinas, nada faltava ali. As dores aumentavam à medida que a morfina já não fazia efeito, ele já ficava muito cansado, ele tinha um dom que via o que outros não viam, ele conseguia comunicar com os mortos.
A noite veio e sua mãe adormeceu cansada, ele pode conversar com seu amigo invisível, queria contar as novidades, estranhamente ele o chamou, mas ele não apareceu, nada, estava assustado ele o ajudava a superar o tempo e as dores. A noite já ia alta, eram cerca de três horas da manhã e escutou um riso assustador e um gemido de uma menina, aterrorizada, dizendo:
- Deixa-me, por favor, não faças isso.
Desatando aos gritos, como ela gritava, ele não sabia como fazer, não podia sequer sair da sua cama com os tubos que ligaram nele. Fechou os olhos e pensou no seu amigo com força e pediu a Deus que enviasse seu amigo. Nada, absolutamente nada, que iria ser dele se aquela coisa o atacasse, ele chorou, teve medo, nunca tinha medo, mas naquele exato momento um arrepio atravessou a espinha.
A noite avançava, o silêncio imperava pelo hospital, não se escutava nada e de repente, ele escuta um arrastar de passos, pesados, um cheiro nauseabundo, para exatamente a na sua porta do quarto, o frio percorre seu corpo, queria gritar, não conseguia, a voz sumiu e ficou quieto e dando a impressão que estava a dormir.
A porta abriu-se, entra um palhaço, de aspecto horrendo, mal cheiroso, seus dentes estavam podres e seus olhos esvaiam sangue. Era horrendo, ele caminha em direção de sua cama, rindo de forma assustadora, rindo ele dizia:
- Este aqui vai ser meu, eu o vou levar comigo.
Rindo e maquiavélico, ele saiu do quarto, dando o menino como alma ganha no seu assombroso mundo. Logo ele escutou a voz da menina, chorando e gritando, estava gelado e sem saber o que devia fazer também que ele poderia fazer? Nada estava preso na cama.
A porta se abre de novo e entra uma enfermeira simpática, outra dose para ele ficar sem dor e adormecer, totalmente cansado e sem forças ele adormece.
Entra a luz pela janela do seu quarto, escutando os carrinhos de comida pelo corredor, agitação, vozes, agitação e vida. Satisfeito ele fica agradecido por ser dia, certamente aquela coisa horrenda não o vai chatear, se seu amigo aparecesse logo ele saberia o que fazer.
Na sala estava uma menina linda ainda muito pequenina, teria ai cerca de quatro anos, escutou pela sua voz que era a menina que chorava e gritava. Ela sorriu para o João, nisto ela modificou o seu rosto, ficou pálida, João olhou para onde ela estava a olhar, viu o palhaço horrendo acenando com a sua mão, cheia de sangue. Ele olhou para o João e desatou a rir assustadoramente. Jessica era o nome da menina, desatou a chorar.
- Eu não quero estar aqui, deixa-me ir para casa mama, por favor.
Desolada a mãe ficava sem saber o que fazer ela também estava muito mal já não agüentava mais nenhuma sessão de quimioterapia, já não havia mais nada a fazer, apenas esperar que ela não sofra muito.
João sabia que era naquela noite que algo muito ruim ai acontecer, ele sentia dentro de si, a noite logo veio, sua mãe não parava de chorar, o coração do João estava fraco, os rins quase nem mais funcionavam, os pulmões estavam também falhando, se dessem mais morfina, ele certamente teria falência cardíaca. O câncer ósseo espalhou-se rapidamente pelo seu corpo, a noite estava ficando mais silenciosa, seu amigo nada, sem sombra dele, se ao menos ele aparecesse, poderia o ajudar á Jessica.
Todos dormiam, estava um silêncio pesado, mortal, o ar estava sufocante, o medo invadia seu corpo, de repente escutasse um grito, um grito desesperante, volta o silêncio, que mata. Choros e correria, uma movimentação descomunal, escuta um medico falando no corredor:
- A Jessica, foi forte, apenas não compreendo, ela estava a começar responder ao tratamento e foi-se de repente, estranho.
Desolado ele fica com medo, foi o palhaço e agora sou eu. Olha para sua mãe e afaga seus cabelos, que estava dormindo aninhada em sua cama, ela sorriu dormindo, ele pensa quantas saudades eu vou ter dela e do meu pai.
Um lagrima cai pelo seu rosto, soava a despedida, lembrou as coisas boas e lindas que viveram, com os seus pais, logo tudo ia terminar.
Tudo voltou acalmar, ele queria dormir, mas não conseguia, logo voltou a escutar os passos assustadores, a porta se abre e ele decide não ter medo e lutar contra o palhaço, olhos esvaindo de sangue, voz tenebrosa, o cheiro nauseabundo era tudo o que ele conseguia sentir.
Ele enfrenta o palhaço tenta sugar a sua alma, o menino se defende fazendo uma oração que seu amigo ensinou algo acontece, o palhaço se esfuma e desfaz. Sumiu por completo e estranhamente, ele vê uma luz incrível, dela sai um anjo lindo, era seu amigo invisível, felizes eles, se abraçam e o anjo amigo fala para ele:
- João, tu mereces uma oportunidade, pois superaste a tua doença, foste gentil com os teus pais, foste valente e acreditaste no nosso Pai.
Sorrindo e suas mãos rodeadas de uma luz, uma linda luz verde clara que ele coloca no seu corpo e todo ele começa a vibrar e bilhar como uma magia, uma coisa de anjos mesmo.
Cansado e agradecido ele adormece, logo sua mãe o acorda para ser visto pelo medico, espanto o João estava com os batimentos cardíacos normais. Espantados fizeram exames e verificaram que ele estava curado, completamente curado.
João curou-se e o fantasma tira almas tinha desaparecido de vez, já não voltava para assustar as criancinhas e as levar para a escuridão

Foto de Carmen Lúcia

Silêncio!(prece para minha mãe)

Uma breve pausa...calem-se todas as vozes...
Murmúrios de riachos, gorjeios de pássaros,
Assobios de ventos, lamentos, alaridos,
Gritos incontidos, gemidos, rangidos...

Somente as batidas de meu coração
Que agora chora, desmedida emoção...
Teu rosto nitidamente se retrata
Na moldura dourada de minha ilusão,
Teus olhos, dois faróis a iluminar...
Da janela da alma clareiam, me fazem enxergar.

Tua voz...Ah, tua voz que brandamente
Percorria os espaços, enchendo-os de alegria,
Era voz de harmonia, voz de sabedoria.
Nunca se calou...Ouço-a suavemente
No início das manhãs, ao deitar-se o sol poente.

Mãos de anjo...ainda sinto teus carinhos
A afagar devagarinho minhas dores, desilusões,
Ainda devem estar macias, possuem a supremacia ...
Nem a morte é capaz de apagar.

Mãe, esse silêncio é mais que uma prece...
É um grito de dor, é saudade, é amor que só cresce
Do amor que a mim despojaste, sem dimensão,
Que me faz caminhar, que me dá proteção
E que abraço por todos os cantos por onde passo.

_Carmen Lúcia_

Foto de Edigar Da Cruz

Quando Amar Alguém Escreva Assim!

Se a maior do parte do nosso amor
,e feita do silencio..,, não importa!.
O que conta e a sua intensidade dos
nossos momentos..sentidos no silêncio
A Loucura!..dos nossos beijos...
e ao calor de nossos corpos...!
Criando a emoção ..ousada..
De um poema sem palavras ..
se soubessem de nós ..
..Talvez!..diriam que somos,
LOUCOS..
que digam o que quiserem..
. Porque as pessoas normais,
talvez nunca vão entender..
Esses desvarios!..de destinos .
. E nós!..Somos apenas pétalas
rosas apaixonados .. a união do caule e os espinhos e as petalas das flor cheirosa......... !..
. Para que ela reflita, sobre o amor ..
Estrela,,,Para que ela
entenda que a vida..
Só vale pelo brilho que ela
tem..
Cores!..para que os fragmentos ..
de nossos sonhos, se
TRANSFORME em milhões de cores para forma em
de ARCO – IRIS …
invadindo todo universo..
. Pense o que quiserem..
. Pouco importa .

. Nós sabemos
de nós ao nosso intenso amor
. Nós sabemos de nosso sorriso,
e de nossa lagrimas ..
. De nossas!..vozes dizendo!..
em tom trêmulo...
EU TE AMO!...
. Nós sabemos dos sussurros!..
escondidos ..
. De nosso caminho marginal PARALELO..
. Mais que nós levam
ao infinito do nosso amor!..
imenso..
.Sabemos..que nossos encontros..
são limitados pela presença..
..Mais ninguém conseguem impedir ..
. Que nossas almas!..
estejam juntas..
eternamente..
. E ninguém jamais..
poderá escutar,,os
NOSSOS..
pensamentos..
tão misteriosamente !..
cheios de frases..amorosas..e quentes,
. Vindas um carinho!..sem fim..
e só isso..que importa ..
. Que sejamos ..
sempre um do outro..
. E quando!..não estamos juntos..
temos a certeza..de que
somos outros..
e felizes ao nosso conto de amor

Edgar Da Cruz

15/03/2011

Foto de Marilene Anacleto

A Noite Cala

*
*
*
*
Feito vultos, movimentam-se
Árvores e plantas, ao sopro do vento.
Flores da noite trazem-me aromas
Que me permeiam e se esvaem.

Nem um latido, nenhuma voz.
Feito uma morte a noite se vai.
Na rua, às claras, tudo se expõe,
Mas faltam olhos para observar.

Quantos gemidos e quantas vozes:
Em quatro paredes a vida se faz,
À noite, às escuras, intimidades.
Ninguém, ninguém quer olhos para observar.

Marilene Anacleto

Foto de betimartins

Vida.

Vida.

Escutando musica que relaxa minha mente
Colocando os pensamentos em ordem
Deixando-se acalmar, mergulhar na vida
Como se de um grande lago tratasse...

Escuto milhões de vozes, entre ecos
Abandonos, tristezas e decepções
Dos meus olhos minhas lagrimas
Correm apenas repletas de silêncio...

O meu coração sente aperto, sufoco
Por vezes se torna difícil respirar
Outras pelas emoções que ele sente
Que a real vida trás para eu viver...

Nessas emoções, sou esposa, mãe, amiga
Na espera do meu neto que está a chegar
São milhares de sentimentos sentidos
Que o pobre coração agüenta pelo amor...

Sinto muitas vezes ainda sensações esquisitas
De raiva, desespero, de total revolta e ódio
Coisa que já queria ter expulsado de mim
Mas ainda sou apenas uma mulher aprendendo...

Aprendendo que a vida é exatamente isso
A mistura de sentimentos assim como os alimentos
Que misturamos para sobreviver, ser saudáveis
Apenas doseando a quantidade certa do saber...

Foto de betimartins

Poema do amigo

Poema do amigo
Quis trazer todas as palavras do dicionário
Trajar de belas estrelas cintilantes, só para ti
Fazer um poema belo, delicado e imortal
Falar de ti. Meu amigo. Confesso que não é fácil...

Foi pedir aos anjos, a inspiração Divina
Para nas prosas, eu, estar à altura de ti
Tracejei belas palavras a ouro fino, chorando!
Chorando de emoção contida, por seres meu Amigo

Amigo das horas sombrias e vagas, da minha solidão
Da dor que tu, curaste em minha alma, pelo carinho
Pelas belas palavras ditas, amigas e reconfortantes
Da tua presença sempre incondicional e bondosa

Tu! Meu amigo! És puro balsamo para o meu Ser
Verdadeiro, caminho do amor e fraternidade
Vozes de anjos, ao meu ouvido e presentes
Que trazem o calor dentro do meu coração...

O meu poema! Jamais é completo e escrito
Porque ainda não sei como o escrever
Nem descrever a verdadeira palavra! Amigo
Deste meu simples poema. Amigo!!!

Betimartins

Foto de Carmen Lúcia

Espero...

Espero pela alegria,
ausência da melancolia,
por dias melhores
sem dores ou algozes,
dizeres ressoados, ecoados
por vozes carinhosas,
amizades venturosas,
relações esperançosas.
Pela omissão da tristeza
que tristemente esconde a beleza.

Espero por dias felizes
vincados entre matizes
onde o belo e as cores se fundem
e se confundem com os fractais,
onde o amor transborda
por ser demais...
Espero a vida sem ausências,
não de corpos, mas de almas,
que exalam só querências
e com freqüência nos embalam.

Espero pela melodia
que hoje ainda inacabada
frustra a leveza da poesia
pesando as rimas inspiradas.
Espero...Ah, como espero...
por tudo que mais quero,
nossas mãos entrelaçadas
pelos sonhos, afagadas,
tecendo versos de vitória,
escrevendo nossa história.

_Carmen Lúcia_

Páginas

Subscrever Vozes

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma