Vultos

Foto de Melquizedeque

Quarto mundo

São seis horas! Deitado estou em minha cova
Micro vida, micro mundo... Esse é meu refúgio, habitado por mim, visitado por ninguém
Quarto meu! Reduto de morcegos, animais peçonhentos. Retratos de sons e imagens feitas pelos ventos
Meu mundo de idéias, lamúrias e nostálgicos inventos
Casulo meu! Aqui vejo minha transformação, meus pés saírem do chão voando com o pó
Não sou só... Vivo com meus “eus”. Tecendo desejos que recobrem as palavras, desatam perguntas e criam estradas
Anátemas palavras! Não as domino, nem as domestico... Por que arrancam de mim sentimentos e emoções, desmatando minha floresta? Oh floresta de insinuações!
Quarto meu! Dias de glória... Noites perdidas, roubadas pelo esquecimento. Aprisionadas pelo tempo. No inverno surge a angústia, cria-se o vício brota a astúcia
Mudanças! Mobilhas novas; Velhas lembranças. Arte em tudo... Quarto ouvinte, quarto mudo
Um velho sábio, um bom observador. Astuto nos sorrisos; com padecente, um vingador
Um suspiro ele dá, roubando o meu ar. Janelas se fecham e ninguém pode entrar
A porta não abre a porta não fecha... Existe entre os tijolos, e ao lado uma mesa
Mesa de livros, sabres, conhecimentos. Mesa de paz, guerra, cóleras e embotamentos
Esse é meu quarto! Na terceira dimensão... Profundo, largo, espaçoso e tenebroso
Não há teto, não há piso. O telhado é formado de sonhos, e esse chão um belo sorriso
Entre se for capaz! Prepare-se com a dor. Vista-se com a ignomínia
Abra a porta e veja as coleções. Anjos, diabos, vultos e intenções
Não se assuste! Observe, debata, mas nunca discuta
Esse é o meu assim. Meu grito, minha dor, meu meio, começo... Meu fim!
(Melquizedeque de M. Alemão, 15 de dezembro de 2010)

Foto de Eddy Firmino

PESSOAS

Pessoas são vultos que passam
Criaturas sensíveis que caminham
Um olhar...Um sorriso...Um destino
Um entre e sai de idéias que nunca terminam

Pessoas escondem a beleza
Disfarçam toda a dor
Se encobrem num manto de tristeza
Na triste e profana imagem de um sofredor

Ás vezes são homens cruéis
Ou então crianças inocentes
Se aproximam como amigos fiéis
Se traem sem motivo aparente

Pessoas disfarçam a maldade
Maquinam,humilham e maltratam
Sem pena,perdão ou piedade
Aprisionam inocentes e matam

Elas criam, pensam,constróem
Com belos dons e pensamentos
Mas ao mesmo tempo destroém
Se reduzem a nada a cada momento

Pessoas são mero pó
Nada sabem,nada imaginam
Pessoas que sentimos dó
Pois como animais se exterminam

Foto de Carmen Lúcia

Rua do Porto

Rua do Porto...

Reduto dos desencontros,
úmida, sombria e torta,
ancoradouro dos confrontos,
vazia de janelas e portas
onde o silêncio deixa uma fresta
e seu eco recua diante dela.

Rua do Porto...

Lugar de almas atravancadas,
sem calçadas, esburacada,
onde o sol se esqueceu de entrar,
onde a lua jamais vai brilhar
e as manhãs já não querem acordar.

Rua do Porto...

Onde a noite aporta sem lua
E um tapete umidificado de limbo
mofa a ilusão da chegada e da espera
de transeuntes que passaram por ela
ludibriados buscando quimeras...

Rua do Porto...

Beco onde a vida se infiltra
a procura de um brilho oculto
que lhe passe a ilusão de luar
ou revele nos recônditos dos seus vultos
uma alma de luz a brilhar...

_Carmen Lúcia_

Foto de Lady Godiva

Dos outros - David Mourão-Ferreira

Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

David Mourão-Ferreira

Foto de Zaruquita

Segredos

Segredos

Segredos que não contei
Não conto, nem contarei
São parte da minha vida
São coisas que só eu sei
São alegrias e medos
Coisas sérias, outras não
Todas vividas por mim
Em verdade ou ilusão
Segredos ficam ocultos
No meu sub-consciente
Alguns são serenos vultos
Criados por minha mente
Alegrias, todos temos
Tristezas, também as há
Segredos quem não tiver
Nem importância lhes dá
São deveras importantes
Os segredos que guardamos
Revelam alguns instantes
Da vida que já vivemos
Segredos são na verdade
Já dizem antigos sábios
Promessas de lealdade
Guardadas entre dois lábios.

Arlete Anjos

17/07/2007

Foto de Ivanifs

Devaneio nº 02

Claros olhos de violeta em contos de lua vaga,
perseguidos por vultos e camas, caindo num chão de estrelas.
Corações rasgados de tanta ansiedade e palavras saindo do fundo do peito como se houvesse verdade.Amor em demasia, como um copo de vinho francês lotado de bocas para bebê-lo.
Em meio a esse transtorno , os castelos de meu país em chamas, moçoilas perdendo virgindade de trás dos muros, enquanto seus pais morem de susto. Qual será a verdade? Ninguém pode saber... a menos que abram as cabeças com serrotes e olhem bem lá dentro até achar o que querem....

1983

Foto de lohay

Porque essas lágrimas ainda insistem em cair?

Te conheci por um acaso do destino.
e de uma maneira especial,
você entrou em mim e ficou
foi como se nós tivessemos nascidosjuntos,
por isso estou aqui a te amar

Cada vez mais...
tinha medo de demonstrar
que tu eras essencial na minha
vida,
a minha parte que faltava,

Mas você se foi derrepente
antes que eu demonstrasse isso
por completo...
Hoje estou aqui sozinha
sem nada pra fazer,
nem lugar pra ir,
me sentindo presa por ti aqui

Você já não se lembra mais de mim,
por todo esse tempo
estava iludida por você
tive esperança por todo esse tempo
que você me correspondesse.
Você esqueceu que eu existia
agora você só me olha
como se não me conhecesse...

Eu sempre te esperei,
mas você não veio...
percebo o fim,
mas não posso mais evitá-lo
já não sei se isso é loucura
ou se é só uma questão de tempo...

Eu acordo na madrugada,
eu sinto o medo sobre mim,
mas vejo que não há nada...
porque você me persegue assim?

Me perco mor mares,
me perco por ares,
me perco por vultos das horas
em um silêncio absoluto
procurando uma rsposta pra isso
não acho nada...

Encontro somente o vazio,
a incerteza e a dor da escuridão
meu coração anda triste
meus olhos sem brilho
meu corpo cansado

Não há nada a fazer
e nada à dizer...
a não ser pensar no que viviemos,
no quanto nos amamos...
você roubou minha inocência,
roubou meus sonhos mais belos,
você foi e eu fiquei aqui,
com marcas que nem o tempo
poderá apagar de mim...

Cicatrizes que nunca esquecerei.
medo, dor, angustia, solidão...
isso foi o que você deixou,
quando me abandonastes aqui.
apesar de tudo que você me fez
eu ainda sinto sua falta,
aqui do meu lado, perto de mim.

Eu ja não sei mais o que faço aqui,
esperando te encontrar para te amar
eu não sei porque ainda espero
pra te amar
se não sei mais aonde você está.
meu dia continua vazio sem você,
tanta solidão pra nada...
eu ainda lembro o dia
em que você me disse adeus...

Uma dor imensa domina meu peito agora,
já faz algum tempo que procuro a paz
mas não sei aonde encontrá-la
e na loucura ainda saio a te procurar.
ma é só ilusão, sei que não vou te achar
só queria saber aonde você está,
pois sei que está com minha voz...

Será que um amor assim pode se apagar?
ou pelo menos adormecer?
sei que ainda tenho que voltar a vida,
mas não consigo sem ti,
sem você eu não su nada...
sem você...

Eu não existo!

Foto de Joaninhavoa

TE AMO TANTO!

*
TE AMO TANTO!
*

Cada traço que há em ti
dos teus traços
pontos vultos
Eu vi

E vejo & sinto
& oiço & tomo o gosto
Sabor do amor por te amar
Tanto

Tanto é demais
É muito mais e é tão pouco
Saber amar
Jamais! É nunca ter
Um dia aprendido a amar
A amar-te a ti.

Joaninhavoa
(helenafarias)
28/02/2009

Publicado no Recanto das Letras em 01/03/2009
Código do texto: T1463250

Foto de annytha

QUANDO FICO SÓ!

QUANDO FICO SÓ!

Quando fico só, as vozes noturnas falam de ti...
Mas só vejo sombras e vultos sombrios em minha imaginação.
Quando penso em ti, o vento leva meus pensamentos como leva as neblinas da noite...
Fico lembrando do brilho do teu olhar e penso no dia em que voltarás pra mim.
Lembro do calor da tua voz, do teu amor ...
Na hora de tu partires, eu certamente direi... Fica!
Mas tu irás na direção do mesmo caminho que te trouxe!
O vento lá fora parece rir e zombar dos meus sentimentos e dos meus anseios. Mas não! É apenas imaginação, pois ele cobre com uma nuvem o meu lamento da tua partida!
Não se vá meu amor!
Não quero que sejas a minha tortura...
O vento lá fora continua forte como se quisesse me avisar-me que trouxera um recado teu dizendo que não virias. Não! Era apenas uma suave brisa para me deixar mais calma.
Onde estás que não te posso te escutar? Nem o vento me traz e eco da tua voz...
Por conta disso, fiz um ninho pra abrigar a saudade que sinto de ti quando estamos distantes.
As minhas noites são profundas e vazias quando não vens...
Sem conseguir dormir, vejo-te em sonhos ...
Uma noite consegui dormir e sonhei contigo que de longe me chamavas...
Tua voz parecia trêmula e tua mãos agitadas, perecias querer dizer-me algo...
Mas notei que não chegavas e nem partias, o que encheu de angústia o meu coração.
Não sei até hoje o que tu querias me dizer. Será que dizias que não mais voltarias?
Acho que foi isso mesmo, pois nunca mais voltaste...
Não gostaria que tu fosses apenas sombra do meu passado!

Foto de susanita1983

Pousar as pestanas

Pousar as pontas das pestanas umas nas outras e assim ficar.
Imaginar por entre prados verdes dois corpos a rebolar.
Ver no meio d’árvores dois vultos, que brincando e a brincar,
São dois e um afinal, pousa as tuas amor, vamos sonhar.

Na areia da praia, duas mãos, pela sombra do caminho,
Entrelaçando os dedos e as histórias de carinho,
Que se soltam e se reúnem, deixam dois mundos juntinhos,
A certeza de que os dedo não estão, nem que acordemos, sozinhos…

Deita-te aqui comigo, vamos falar com o olhar…
Passo a mão no teu cabelo, que vontade de te tocar,
Sobrevoo cada canto da tua face, a tua pele a brilhar,
Sobrancelhas alinhadas, nariz perfeito, boca a secar…

Sacode a areia das pernas, anda, vamos correr…
Sentir o vento a levar-me os cabelos, olhar para ti e ver,
Mesmo cansado, tu segues-me e consigo perceber,
Que tu e eu hoje, mesmo esgotados, vamos nascer.

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