4º concurso

Foto de Maria Flor e Rabiscos

Eu Vivi...

Viajo na esperança,
abraçada com a vontade,
sem olhar para trás.
.
Sinto desejo de voar,
soprar como o vento,
correr o mundo com a
velocidade do pensamento,
e amarrar a vida em mim.
Possuí-la,
fazer dela a minha loucura
e torná-la escrava do meu querer.
.
Quero ser liberdade,
sol,
transfigurar-me em amor,
ser alma de profundo sentir,
e tornar-me assim inesquecível,
para quando chegar a hora da minha partida,
poder deixar transparecer um tênue sorriso
no meu rosto e dizer:
e
u

v
i
v
i

Foto de Maria Goreti

RASGOS

RASGOS

Rompem-se tramas
sutilmente tecidas
no tear da vida.
Fios soltos
à mostra...
Pouco resta a fazer
senão cerzi-los.

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 03/10/07

Foto de Marta Peres

Palavras

Palavras

Palavras, não as encontro!
Procuro palavras que descrevam meus sentimentos,
Não encontro, sumiram, diluíram no ar, derreteram,
Foram embora e me deixaram à deriva da vida,
Não moram mais comigo e não me querem.

Sinto amarga a boca, nó na garganta,
Meu mundo desmoronou, acabou tudo
Fiquei presa no meu sono profundo,
pesadelos e lágrimas, dor aguda que dói.

Medo, apenas medo eu sinto, mãos tremulas
E suadas, movimentos travados, sorriso murcho
Sem jeito, vazio que perdeu o frescor.

Não posso falar, não consigo e nada digo
Por não poder, tudo é escuro e palavras
Escorrem pelos meus dedos, escapam das mãos,
Não vejo mais a lua nem tenho o sol.

Marta Peres

Foto de Marta Peres

Leitura

Leitura

Ando com os olhos cansados
Das leituras dos jornais,
Infectam mentes esclarecidas
Ou não, deixam olhos sem esperança!

Vejo as águas do rio correndo para o mar,
Flores que crescem no jardim, matas
campinas e nas pedras das montanhas,
O céu azul e o verde das árvores e relvas
E samambaias da varanda, a renovação
Das montanhas.

De nada vale leituras sarcásticas!
Perco tempo deixando de ouvir o cantar dos
Pássaros, notícias que os pombos nos trazem,
O vôo das andorinhas, anúncio em folhas verdes
Das minhas mangueiras.

Não quero informações perniciosas,
Pervertidas e mentirosas,
Cansei-me de notícias enganosas!

Marta Peres

Foto de Marta Peres

Destino

Destino

Esqueceste das juras que fizemos,
Falas de carinho e eterno amor.
Hoje no silêncio choro o que tivemos,
só me resta o ódio e o rancor.

Fujo de ti, de ti me separo,
Meu coração é só mágoa e dor
Na vida não tenho mais amparo
Morreu a esperança aberta em flor.

A certeza triste se define!
Rasgo de vez retratos, rasgo o véu
Na ânsia do choro o peito me comprime.

Não culpo a sorte, nem o céu!
A vida tem coisas que não se redime
Nem tudo pode ter sabor de mel!

Marta Peres

Foto de Marta Peres

As Três Cruzes

As Três Cruzes

Dia tristonho, céu escuro, choroso
Ergueram-se as três cruzes do Calvário...
0 Sangue derramado sobre o lenho criminoso
Mostrando as contas caídas de um rosário.

Da cruz maior se expandiram luzes,
Nela Cristo suspirava solitário...
Sentia as dores por todas as cruzes,
Do santo sacrifício, seu cruel fadário.

Sentindo as dores do mundo, gemia,
Na sua boca espumava o sangue,
Foi maltratado pelo veneno da ironia.

Ao lado o justo pecador se socorre
Ao ver em Cristo o amigo exangue
Agradece a Deus com Fé, reza, morre.

Marta Peres

Foto de Marta Peres

Entre Mim e Meu Sonho Há Um Rio

Entre mim e meu sonho há um rio

Quando abri a janela pela manhã
Senti leve brisa beijar minha face,
Pensei no meu sonho e vi que entre
Ele e eu há um rio suponho esperando
Para o banho matinal em suas águas,
Lavar meu corpo do pecado e das mágoas.

Rio que corre sem fim,
Desde a infância circulo por suas margens,
Da janela do paiol vejo o caminho das águas
Que descem no fundo da horta, serpenteando
Leito abaixo, levando quaresmas que caem.

Com os olhos sobre as águas penso no
Passado, viajo e medito sob o teto onde habito
E esse rio sem fim não quer levar minhas mágoas
Correm de mim com a velocidade que têm.

Saudades do tempo de outrora!
Meu silêncio fala, o pensamento voa,
O soluço preso na garganta, calado entoa canção
Que destoa, mágoa abrindo chaga que nunca fechou
E sangra cheia da dor da saudade e decepção.

O telefone não toca, ninguém me chama
E se chama é só para reclamar, não me reclama,
Não me ama nem nunca me amou, não tenho ninguém...
Passei por eles como um eco e hoje me perdi
Rumo ao desconhecido, nenhuma luz, nenhum ponto
Para referência, meu nome nem se lembram mais.

Sonho que sonho, rio entre mim e meu sonho
Não consigo passar suas margens, ir além
naquelas viagens de criança a procura de alguém
que dormiu, acordou e esqueceu que sonhou!

Marta Peres

Foto de Marta Peres

Morte

Morte

Olhos voltados para o teto e abertos
Os braços magros, brancos e nervosos,
Espasmos esporádicos em espaços compassados
Infinita dor da solidão de um deserto.

Perfil pálido, tímido e dolorido
Traços indefinidos e vagos
A luz aos poucos se acabando
Na névoa que nos olhos vão se formando.

Nos céus, branca luz mortuária,
Luz da dor e do martírio
Triste agonia da mágoa funerária
Sentindo seu próprio passamento.

Só lhe resta agora os vermes!
Da vida levará cruel tormento
Tristeza imensa se lhe atassalha
Dor cruel lhe vem no pensamento.

Aos poucos vão se cosendo a última mortalha,
Coveiro abre um fosso lutulento
No pélago profundo esquecimento,
Maldade! É o povo que enxovalha.

Atrocidade cometida, gatilho puxado,
Eternidade! Só resta caminhar por ela
A sociedade hipócrita recrimina
O que na vida, a dor já discrimina!

Marta Peres

Foto de Marta Peres

Pai Joaquim

Pai Joaquim

Na úmida senzala Pai Joaquim
Padeceu grandes dores, triste e sofrido
Viveu separado de sua mulher e filhos,
De sua gente e do seu lar foi arrancado
Pelos mercadores, carregado como carga
Em negreiros, foi trazido para o Brasil.

Pai Joaquim, viveu em fazendas dos Araxás
E debaixo de chibata trabalhava com o gado
Do Senhor,
Sentiu no lombo dor aguda, jamais chorou
E altivo olhava seu dono,
Era rei em sua terra e como rei deu-se
O respeito.

Sonhou com a volta a Pátria,
Sonhou encontrar os filhos e esposa,
Chorou sozinho e escondido sofreu,
Padeceu!

Ele era grande, grande,
Mereceu toda grandeza pela sua vida
Sem contudo realizar o sonho.
Sua alma ecoa em brados pelo Brasil!

Três séculos são passados,
Nosso bravo guerreiro permanece,
Sofreu, foi altaneiro na labuta do trabalho
Deixou ensinamentos de amor,
Porém, cativo após a morte deixou de ser!

Marta Peres

Salve o Dia da Consciência Negra!

Foto de Marta Peres

Pai Joaquim

Pai Joaquim

Na úmida senzala Pai Joaquim
Padeceu grandes dores, triste e sofrido
Viveu separado de sua mulher e filhos,
De sua gente e do seu lar foi arrancado
Pelos mercadores, carregado como carga
Em negreiros, foi trazido para o Brasil.

Pai Joaquim, viveu em fazendas dos Araxás
E debaixo de chibata trabalhava com o gado
Do Senhor,
Sentiu no lombo dor aguda, jamais chorou
E altivo olhava seu dono,
Era rei em sua terra e como rei deu-se
O respeito.

Sonhou com a volta a Pátria,
Sonhou encontrar os filhos e esposa,
Chorou sozinho e escondido sofreu,
Padeceu!

Ele era grande, grande,
Mereceu toda grandeza pela sua vida
Sem contudo realizar o sonho.
Sua alma ecoa em brados pelo Brasil!

Três séculos são passados,
Nosso bravo guerreiro permanece,
Sofreu, foi altaneiro na labuta do trabalho
Deixou ensinamentos de amor,
Porém, cativo após a morte deixou de ser!

Marta Peres

Salve o Dia da Consciência Negra!

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