Poemas

Sabe-se que não se pode fugir o bastante
Para se esquivar da dor
Sabe-se que nunca haverá morte
Para se viver um eterno amor
Sabe-se o bastante para viver
Não se sabe viver o bastante
Sabe-se fazer o pequeno descer
Não se sabe enfrentar o gigante
Sabe-se o poder da liberdade
Não se sabe fugir a escravidão
Sabe-se agir com frialdade
Não se sabe seguir o coração
Isso é tudo que compromete
O futuro de uma nação
Isso é tudo que impede
Qualquer proximidade com a perfeição
Se aprenderem a usar o amor
Saberão sanar toda dor
Saberão o caminho certo
E aprenderão todo o resto.

Chegando a Salvador
Lembrei-me de você
Fui logo pro computador
Conectar meu amor

Depois da conversa no chat
Você desconectou
A culpa foi do sistema
Que resolveu sair do tema

Você tem um disco rígido
Pra gravar os teus arquivos
Não venha me dar um CD
Eu só quero você

Isso é tudo ficção
Abra tua conexão
E se der um apagão?
Como ficaria meu coração?

Você sente dor
Porque não vai ser um computador
Teria direito a uma senha
Sem poder fazer resenha

Como fazer amor a distância?
E na hora do sexo?
Entro na contra mão da história?
Ou na história da contra mão?

Como faríamos amor pela internet?
Num curso que estou fazendo
Receberei um diploma de honraria
E o nosso como nasceria?

Dona net não tem coração,
É sem emoção. E a copulação?
Não se preocupe com o juízo final
Estamos num mundo virtual

Se até o final do ano
Não estiveres em minha ceia
Claro não vou te matar
Mas garanto, vou te deletar

Chamaram-me para uma festa
Onde só tinha figuras ilustres
Fui a todos, apresentado
Fiquei feliz por ter sido convidado

Castro Alves me chamou para ir ao cais
Bradou!: “Navios Negreiros” ainda existe e vai chegar
Monteiro Lobato me fez um convite:
Vá ao "Sítio" me visitar

Vi José de Alencar
Com sua linda “Índia Poty”
Ele pediu a Carlos Gomes
Para entoar “O Guarany”

Machado de Assis, falou: Alvarez!
Vamos jogar uma partida de xadrez
Cecília Meireles perguntou:
Porque escreves tanto sobre amor?

Julio Ribeiro se explicou
Da realidade da “Carne”
Vinicius de Moraes, me interpelou
Itapoan ainda tem tarde?

Gonçalves Dias trouxe um vídeo
Mostrando uma floresta com palmeiras.
Ouvindo os cantos dos sabiás
Há! que saudades dos tempos de lá

Encontrei-me com Cora Coralina
Ela sempre sorridente
Ficou muito emocianada quando confidenciei
Que era filho de Petrolina

Olavo Bilac, dando autógrafos, recitou:
“Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício”

Quando terminou o sarau
Todos vieram me cumprimentar
Falaram que já iam voltar para o além
Convidaram-me para ir também

Subitamente acordei,,,
Conectei “Poemas de Amor”
Na página principal tinha uma mensagem
Dos nossos mestres Junior e Fernanda , que dizia:
“Continue entre nós falando da arte do amor”

Nosso Anjo Arcanjo , escreveu:
A dor do parto, traz o amor do rebento
A dor da partida, traz o amor do encontro
A dor da saudade, traz o amor do desejo

Se não fosse a dor, como seria o amor?
Se nunca sentiu dor, é porque nunca teve amor
Por isso cuidamos bem da dor
Para que ela passe. Mas se ela não passar?

Quem vai curar? Lógico que é amor
Nunca vi ninguém chorar pela dor
Mas já vi alguém chorar pelo amor
Meu amor foi temperado com a dor

O pior de todas as dores é a dor da mentira
Porque se esconde nos escombros da verdade
Se algum dia a verdade sucumbir
Vamos ter que da terra partir