Poemas

Foto de silviaraujomotta

LÍNGUA PORTUGUESA-Soneto com metodologia de Sílvia Araújo Motta

LÍNGUA PORTUGUESA

Soneto clássico-decassílabo-heroico//
Cadência interna sonora fundamental //
na sexta e na décima sílabas.//
Rimado:ABAB,ABAB,CDC,EDE.//
Silvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil.//
-
A Língua Portu(gue)sa de Ca(mões),//
Machado de Assis-(Gê)nios do sa(ber)//
inteira luz gi(gan)te entre as na(ções)//
conduz valor can(tan)te em cada (Ser.)//
-
Impõe respeito, (gló)rias nas li(ções)!//
Linguagem pura (cum)pre seu de(ver),//
razão perfeita, (não) traz arra(nhões),//
palavra forte, i(ma)gem de po(der).//
-
No linguajar que (fi)no trato al(can)ça//
na mente mostra (fúl)gidos le(trei)ros,//
reparte a bela (Flor) do Lácio-he(ran)ça.//
-
Sonora e rica (bri)lha pelo (mun)do//
contém na escrita (bra)dos alta(nei)ros://
- Tesouro raro (dá) sa(ber) pro (fun) do.//
-

Foto de matheus_e.reis

Tépida Tarde Sem Ocaso

Páginas alvas vitimei num abandono sereno.
Hão de momentâneas, em atos e interesses,
Deitar-se como pena.
Desígnio enleado de seu chão, lama fresca e fortuna.
Sem antecipar o sentir da experiência,
Como nos é de costume.
Alcanço-as flutuantes; intocáveis onde as deixei;
Às vezes.
Ei de ater o nascituro alheio
Da pretensão catártica do arfar.
Nas vezes.

Melopeia de dias invisíveis, Plurais da graça,
Tem me cadavérica. Tijolos, assoalho, pés e passos,
O cheiro frio do orvalho que o reboco emite;
Em tal não me permito a muito.
Pesam as mãos que consolar meus ombros.
Atento aos meus braços,
Finas cicatrizes engordam-me os pulmões
Com o ar narcóticos do orgulho do ferido;
Mas será que acidentais todos os cortes?

Raramente lavo as mãos antes de segurar uma mentira.
Está garantido o inevitável poder de errar,
Esse pássaro desbotado plainando
Sobre o furioso soldado sem balas.
Ele escapou da guerra
— O pássaro, não o homem. Nunca o homem —;
Ele chegou a cidade;
Ele adentrou o beco dos malogrados
Quando somente a escuridão
Soube lhe prometer segurança

Macambúzio o velho mendigo único.
Dentre tantos, só seus escassos olhos crus
Defrontaram a natureza ofuscante da decepção.
As sombras vencidas sussurravam elogios,
Acompanhando a incerteza do bater das asas.
A esperança padecia,
Levada pela brisa mais desinteressada;
Ainda sim sorriu. Paulatino descolou os lábios,
Estendendo fios de baba
Na dimensão vertical de sua boca;
Ergueu os pináculos das bochechas,
Quebrando as crostas de esqualidez
Que cingiam seu nariz amarrotado.
Um raio azul dentro da fuligem.

Sou molhos de momentos lacrados
Mas sempre haverá o peixe não pescado,
O livro não escrito, o romance inaudito.
Toda pessoa será uma obra inacabada,
Uma porta aberta, tépida tarde sem ocaso.

Somos o velho mendigo,
Tolhidos do último sorriso.

Foto de Rosamares da Maia

O Amor

O amor,
Ah! O que é o amor?
Ah! Que droga é o amor.
Droga no sentido de sentir - literal,
Pior ainda, droga no sentido visceral.
Dor física mesmo quando não é carne.
Dor se o prazer realizado transborda.
Porque é a agonia do momento que foge,
Que lateja em seu corpo, ecoa e explode.
Dor em contrações, resultado do prazer.
O amor tortura o espírito com dúvidas,
Ciúmes que amiúda e aniquila a dignidade.
E quando é ausência espalha, espelha maldade.
Mas, engana-se quem pensa que é apenas um.
O amor tem múltiplas formas para a tortura.
A Estação na despedida de um filho,
A sepultura, derradeiro adeus a um pai.
São idas e vindas por ele impulsionadas.
Razões, contrarrazões, batalhas, umas por nada.
Morte que defende a vida, uma alma que cai.
Lógica absurda é por amor ter que causar dor.
E o amor tem muitos irmãos e irmãs:
Dor, tristeza, despedida, ódio que é irmão gêmeo.
Todos plantados no terreno fértil do coração
Mas, espere...
O amor tem como irmãos a Humanidade,
Que gera a esperança, a bondade, os sonhos.
Temos também, a felicidade, a boa saudade,
Nasce a alegria, renasce a fraternidade,
E a paixão? Ah! A paixão!
Encantamento tolo dos enamorados, desvairados.
Ah o amor! Tem a dor gostosa de partir e esperar,
Esperar o retorno, a volta do Ser amado,
A poesia dos versos pelos cantos, suspirados.
A soma do amor e dor fazem eclodir vida,
Estão juntos sintetizando o processo da criação,
Como a ostra que processa em suas entranhas areia.
Da sua dor surgirá a pérola, joia da sua gestação.
Ah o amor! Quanta dor eu já senti.
Mas quanto prazer através dele eu vivi.
Quero a vida a doer até o último momento,
Dor pior é o vazio da ausência deste sentimento.

Rosamares da Maia

Foto de Lorenzo

Faz Tempo

Faz tempo que não sou
Tempo que foi, passou
E já não fantasio ir tão longe na vida
A vida bonita, quase sempre sofrida

Atleta duas décadas atrás
Decadente nos dias atuais
Arcando com escolhas erradas
E algumas bem acertadas

Porrada vai, porrada vem
Problemas que parecem vir do além
E o desânimo bate à porta
A vida de outrora parece morta

Ao seu lado aquela moça de rugas
Reclamando das roupas sujas
Enfrentando o mundo ao seu lado
Enquanto sorri do boleto atrasado

E a vida não precisa ser tão calma
Porque se tem o outro lado da alma
O sangue de dentro do seu coração
O braço que tem a sua mão

E dá gosto viver cada luta ao seu lado
Da garra desse espírito determinado
Tanto orgulho de acreditar em mim
Mesmo que eu não creia tanto assim

No meio de tanta turbulência inesperada
Agradeço a Deus por ter minha amada
E penso em tantos que não tem
Que quando busca ao lado, ninguém

Sei que vamos passar por tudo
Vamos casar e dominar o mundo
Sei que quer, e também quero
Fazer igual o Pink e o Cérebro

Todo dia acordar pra novamente
Planejar e executar só a gente
E mesmo quando tudo der errado
Sempre terá alguém ao lado

A gente tá abusando da sorte
Com tanto sexo sem camisinha
Quero ver depois como pode
Porque nossa proteção é só divina

Pelo menos a gente trabalha
Não é avó que vai criar
A gente tem nível superior
Só não tem salário pra ostentar

Mas aí eu acordo mais cedo
Durmo mais tarde todo dia
Pra nunca faltar nadica de nada
Pro motivo da nossa alegria

Eu sei que o casamento tá marcado
Que agora que não rola gravidez
Que já tá quase tudo pago
Pro nosso sonho de "era uma vez"

Só queria dizer que eu te amo
Que você é meu bem e meu mal
Porque você soube como ninguém
Como tocar no meu coração.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Ao Bel Presente

Se eu vestir uma nova roupa colorida
Da velha batalha gerações
Só posso ruminar divagações

E olha que essa nossa safra careta
Saudosos de tudo que era ruim
Não merece nem meios perdões

Já soltei todos os palavrões
Toda a verve ressentida
Mal entendem as provocações

Que nessa vindoura ditaburra e seus porões
Dessas carolas de camiseta
Blackbird pássaro preto irrompa enfim
Os seus grilhões

Foto de carlos alberto soares

BRUMADINHO

Ela descia lamacenta
Forte e lenta
Destruindo tudo em frente
Em sua volúpia demente

Matava gente
Que inocente matava a mata
Matava os bichos, que morriam com sua morte

Na matança
Provocada por ganância
Morriam sonhos como os meus
Morriam outros definhados por perderem entes seus

Descia dinheiro sujo,
Cujo custo mata o rio
Morre o peixe, morre a margem
Como é triste tal imagem

Morre eu, morre você, morre quem de fato morreu
Neste crime ambiental
Morrem eles de morte e morro eu de desalento

Morre quem falou e não foi ouvido
Morre também quem não escutou
Morre quem trabalhava pra buscar vida
Sem saber que levava morte

Morre o rio que eu amo
Sempre lá estava pescando
Já não tinha muito peixe
Por matarem suas águas

Morre a toca e a alegria em sua volta
Morre o dourado e o Surubim,
O piau e o mandi
O pacu e a piranha
Morrem por insaciável sanha

Morre aos poucos Brumadinho
Com a riqueza que vem das montanhas
Pouco a pouco... Semana a semana
Lhe arrancam as entranhas

Ironia do destino (será?)
O vale hoje é de morte
A morte é da Vale
Diante cifras a vida pouco vale

No choro que faz perder o sono
Choro o triste abandono
Da vida em favor do lucro
Onde a lama fez sepulcro

Chora Brumadinho, chora eu
Chora o mundo,
Choro de compaixão
Desce a lama pelo córrego do feijão
A riqueza retirada das montanhas
Se desfaz em cada queda
Que segue rumo a Paraopeba

E que Deus proteja Brumadinho e seu povo amado
Seu Rio, sua cultura e sua vida
Proteja o vale, destruído inconsequente pela vale
Deus tende piedade!

Foto de Maria Goreti

VALE DE LÁGRIMAS

VALE DE LÁGRIMAS

VALE de lama
VALE de lágrimas
VALE do rio que já não é doce
VALE de dor
VALE o sacrifício
em nome do progresso
destruidor?

Minha poesia se dobra
diante de tanta dor
de tanta lama despejada
sem pena e sem dó
de tantas vidas ceifadas
tanta gente desabrigada...
:
A vida já não VALE nada
a cena é de puro horror!
O que antes eu admirava
agora me causa pavor!

©️ Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES - 25/01/2019

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Foto de Márcia de Moraes

O corredor

Sei que a minha solidão
Chegarás ao fim
Quando te avistei naquele
Corredor bem próximo a mim
De repente estávamos
Sentados lado à lado
falamos do presente
E do passado!
Meus olhos te olharam
Meu coração palpitava
Sentia que já te conhecia!
E por ti me apaixonava.
Logo em seguida você teve que ir
Fiquei ali te olhando!
Você passando pelo o mesmo
Corredor que te conheci.

Foto de Oliveira Santos

Acabou...

Não há mais o beijo pela manhã

Nem um chamando o outro de Amor

Não há mais a fala de carinho

Nem dormir sob o mesmo cobertor

O sorriso deu lugar ao silêncio

O calor se tornou indiferença

Acusações mútuas se multiplicam

Mágoas, prantos, dores e ofensas

Malas cheias, armários vazios

E somente os filhos são elo

A partida cheia de rancores

E a solidão que impõe seu flagelo

Foto de Oliveira Santos

O Lenço Azul

Você viajou...

Disse que precisava de tempo para si

Descansar, respirar, refletir, reavaliar, se reinventar

Precisava da solidão, da quietude fora do furacão

Queria ver o Sol, sentir a brisa do Mar...

Poder dormir até tarde, beber até não aguentar

E se foi...

Recomendações para os Filhos

Um breve remorso em deixá-los, mas precisava...

Uma despedida fria, um beijo por educação

Alça ao ombro sua bolsa, apanha as chaves do carro

Abre a porta e olha para trás...

Me sinto como se nunca mais fosse voltar

Sacrificadamente lhe desejo boa viagem, que se divirta

Se cuide no caminho e não se aflija com nada...

E sobre a mesa deixou um lenço azul

Que cheirei devotamente e com cuidado

Para não profaná-lo com as lágrimas...

15/09/2018

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